Inexistir
Uma perdida alma perambula pelos cantos não-notáveis de uma casa cheia de pessoas, as quais, talvez, não se incomodem pelo fato de algo estar em falta. Esta alma, corrompida pelo intenso desejo de exprimir sua vontade de ser parte do meio, agora não passa de uma parte insignificante de um corpo equivalente ao lugar em que se esconde. Não-notável. Pareço vivo para elas? Talvez.
Apenas um vazio é o que resta para ser observado. Olho para todos eles, mas não conseguem me ver. Pergunto porque. Para mim mesmo. A mesma sensação de outrora retorna mais forte me deixando mais fraco. Este céu nublado... o cinza das nuvens sorri para mim e eu também sorrio... sorrio para o nada... e se o vazio contemplo, um dia ele há de me recompensar.
Estabeleço a meta de jamais tentar novamente o inútil ato de se fazer integrante daquilo que não pareço me encaixar.
A história do patinho feio... a ovelha negra... o lobo entre os cordeiros... sim, apenas contextos igualando-se ao da situação que encontra-se tal alma.
No fim, o que restará é apenas o abismo profundo e escuro onde encontrarei a minha companheira que eu mesmo criei... só assim conseguirei ver com meus olhos o que realmente importa.
Às vezes, sinto como se eu não fosse daqui, e que as paredes do corpo apertassem a alma. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo... mas parabéns, como sempre, muito talentoso.
ResponderExcluirSim, exatamente a mesma sensação. Acho que qualquer pessoa que necessite intensamente de alguém por perto não está imune à isso.
ExcluirObrigado pelo reconhecimento.