Nem tudo é o que parece #26
Eu não esperava que fosse ser tão duro pra mim ter que mudar de vida... mudar de lugar...e, principalmente - pelo menos na minha opinião -, mudar de escola. E, com bastante franqueza, digo que odiei esse lugar! Aqueles sorrisos me dão ânsia de vômito! Asco total!
Nossa, quão repulsivos eles são. Não me parecem amigáveis. Meus pais me aconselharam a manter distância, não importando o que pensassem a meu respeito. A regra da aceitação das diferenças não se aplica à mim! Sinto-me em constante perigo, estou com medo e me arrependo de ter que me mudar pra cá.
Mãe, pai, porque logo aqui nesse antro de horror?
Eles são tão diferentes de mim...
Olhem pra isso! Não é terrível? Essas mãos com cinco dedos, esses dois olhos, os dentes tão brancos e pequenos, além das peles não serem protuberantes e descascadas como as nossas...
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Não aguento mais. Tem sido insuportável nos últimos dias. E olha que nem faz muito tempo que estou morando aqui.
Ele sempre me diz em sussurros: "Vá para a cama! Para que eu possa vê-lo melhor amanhã.". Repetidas vezes, sempre.
Sua voz irritante vinda do chão... especificamente do porão que está sempre trancado e escuro.
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Havia ido ao enterro de minha irmã mais nova, presenteando seu túmulo com algumas flores. Todos os meus amigos, incluindo meus pais, estavam lá, realmente bem lotado.
Enquanto estava agachada em frente à lápide e lágrimas escorriam pelo meu rosto, senti um toque por trás... algo intensamente gelado, de um modo inexplicável e arrepiante. Pensei ser alguém tentando me consolar.
Só que nessa hora eu já estava sozinha no cemitério.
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Meu filho e eu simplesmente adoramos brincar de quebra-cabeça! Naquele dia, especialmente, lá estávamos nós dois em nosso "esconderijo secreto" em mais uma noite de pura diversão. Decidi elevar um pouco mais o nível de dificuldade, para que, claro, no futuro ele se torne um especialista nesse jogo. Ele pareceu meio nervoso, mas cumpri meu papel, eu estava lá para incentiva-lo.
Disse para mim que nunca esperava chegar ao nível avançado tão rápido.
Ainda assim, conseguimos montar boa parte. Toda vez que concluímos, sempre nos orgulhamos de nosso potencial... como se tivéssemos criado, ou, sendo mais ousado, brincado de deuses.
Porém, algo incomum aconteceu. Bati no meu filho por ter desviado do foco, já estávamos quase no final, fazendo as últimas conexões.
O adverti severamente por ter deixado o globo ocular cair.
FIM... por enquanto!
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