Ovelha Negra
Somos iguais ou diferentes? Eis a dúvida excruciante que coloca qualquer pensamento negativo por cima das minhas otimistas ideias sobre o futuro. Faço esta pergunta para mim mesmo, pois certamente as respostas poderão ser as mesmas, se caso eu tiver coragem de perguntar para qualquer outra pessoa, significando que sou um completo desprovido de habilidade comunicativa. Então, nada mais melhor do que simplesmente procurar a resposta na sua mente. Bem, "simplesmente" foi meio exagerado, até porque nenhum ser que eu conheça, ou que me conheça bem, entende meus ideais sobre a sociedade e suas regras estúpidas. Sempre fui daqueles que acha que a humanidade é como uma cesta de frutas, se uma apodrece todas apodrecerão juntas. Analogia mais que perfeita. Nunca fui de seguir modas ou outras tendências, e por causa desta minha repulsa por "coisas que todo mundo faz" sou tratado como um estranho no ninho.
Saio pelas ruas, vejo olhares de estranheza confrontando os meus olhos, dilacerando minha vontade de estar naquele meio no qual não consigo me encontrar. Sensação monótona e previsivelmente aflitiva. Chegando em casa, mais outras sensações indesejáveis vinham à minha mente... aquelas que qualquer outro ser que esteja passando o mesmo dilema que eu sabe como é. Na verdade, não era para eu estar me sentindo assim... então, de fato, eu sou o estúpido? Pra quê ter medo de ser diferente? Se não consegue se encaixar em determinado grupo, que faça o que deve ser feito e que ache certo. Foi assim que falei comigo mesmo na minha mente. A meta que eu iria traçar estaria pronta para ser colocada em prática e, acima de tudo, definida como sendo a medida mais eficaz para livrar-me da ojeriza constante daquelas pessoas, cuja estupidez já estava estampada em seus rostos. Não iria me sentir fraco perante às adversidades futuras, um novo começo estava pronto para ser vivenciado.
Na minha família, sempre era eu o que detestava os programas de TV que meus pais assistiam, sempre era eu o que desprezava os gostos musicais dos meus irmãos e sempre era eu o que não suportava os costumes dos meus tios e outros parentes conservadores. Era mais um motivo para minha meta ser traçada com mais antecedência. Perder tempo? Não. Cansei de viver em um lugar no qual não me sentia à vontade. Se não conseguia nem mesmo me encaixar na minha família, não me restava outra saída a não ser... fugir dali! Fugir para bem longe, onde eu pudesse evoluir minha mente, beneficia-la com pensamentos que vão além da pobre compreensão de meus odiadores... era a hora perfeita de mudar minha vida.
Fui para um vasto campo. Bem arborizado e com uma grama de um tom esverdeado bastante convidativo para descansar sobre ela. Levei consigo roupas e outras coisas das quais obviamente precisaria. Aquele era meu destino sendo cumprido fielmente. Mesmo que você mantenha relações com as pessoas que você chama de "amigo" por certo tempo, no fim estará sozinho. Essa era minha ideia sobre relações humanas.
Agora estou aqui, depois de uns bons anos longe daquela gente imunda... encontrei uma caverna para servir como abrigo, até que não é tão ruim como pensava. Livre para ser como realmente é. Nenhum arrependimento está me afetando... foi, é e sempre será meu destino sucumbir-me como a escória da sociedade.
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