Crítica - Charlotte

Divulgação: Aniplex/ P. A. Works/ Jun Maeda
Após uma "nuvem negra" chamada Enem ter finalmente se dissipado, agora sim posso, respirando com muito alívio, dizer que as reviews de séries, filmes e animes retornaram definitivamente. Por semanas a fio durante Setembro e Outubro as postagens do blog apenas resumiam-se nas séries Nem Tudo É O Que Parece, Contos do Corvo e Capuz Vermelho, porém neste momento menos tenso da minha vida devo garantir que posts mais diversificados voltarão a pintar por aqui - o que inclui algumas one-shots de terror que provavelmente tornarão a voltarem, mas não é certeza ainda.

Indo direto ao que interessa, hoje trago minha opinião sobre um anime que ligeira e repentinamente chamara minha atenção. Estou embarcando nessa onda de acompanhar animes mais atuais e o que tenho visto até agora tem me agradado de tal forma a sempre querer esperar mais novos títulos que causem equivalente efeito. Charlotte, felizmente, foi um deles. O escolhi de modo aleatório, depois de uma rápida olhadela na sinopse, um breve reflexão do que esperar... Até confesso que senti um receio, por ser um anime cuja premissa automaticamente faz você lembrar da série americana Heroes, e veio aquele papo comigo mesmo: "Nossa, esse aí deve ser um clichê dos grandes.". Quantas obras utilizam este tema tão buscado e abordado? Certamente várias. X-Men, Os Vingadores, Liga da Justiça, Power Stone (um anime beeem esquecido), a citada série Heroes, até aquela "novela" (horrível, por sinal) da Record, que, creio eu, ninguém mais lembra, chamada Os Mutantes... É, o tema "Superpoderes" é abundante em diversas obras de entretenimento, mas anda evidentemente saturado.

A experiência com Charlotte passou longe de julgamentos negativos sobre a temática. Foi incrivelmente prazerosa, algo que explico com mais detalhes nos prós e contras listados abaixo:


Prós:

A trama bem segmentada e desenvolvida: O anime já conquista pela sua característica leveza na hora de apresentar os desdobramentos da história. Isto, é claro, em seus primeiros 4 episódios, onde focam exclusivamente nas relações entre os personagens e, sobretudo, na busca por adolescentes com habilidades extraordinárias idealizada pelo Conselho Estudantil liderado por Nao Tomori.

A aparente inversão do clima: Em determinado ponto, uma tragédia marca uma virada brusca no clima da série. Especificamente no episódio 06, onde pode-se dizer com segurança que a trama mostrou a que veio de verdade (ou que a "porra ficou séria"). Tudo fica mais denso, sombrio de certo modo. Tal atmosfera foi necessária para quebrar aquele clima colegial, "fofinho", bonitinho e meio infantil do início. A série orquestrou essa virada com maestria.

Divulgação: Aniplex/ P.A. Works/ Jun Maeda
Yuu Otosaka: Protagonista de aparência relativamente parecida com a de outros animes, mas que cumpriu um excelente papel. Sua habilidade de "possuir" outras pessoas o mostrou como um estudante auto-confiante e muito cheio de si. Sua personalidade foi bem delineada à medida que a trama avançava. Diria que Tomori foi essencial para o crescimento do personagem, e não escondo o fato de eu ter torcido para que no final eles tornassem-se um casal. Sua performance no episódio final me fez refletir sobre a questão do poder. Ele é corruptível e transforma os seres humanos. Um só poder já é o bastante para ocasionar isso. Agora imagine vários... acumulados dentro de um só corpo.

Os avanços do enredo: Charlotte se pontua com um seguimento que, aos poucos, vai dando um sentido para os conflitos ali enfrentados. Da segunda metade para o final, tudo é fica muito primoroso. Novos personagens surgem, as situações relacionadas às pessoas extraordinárias espalhadas pelo mundo se complicam, soluções impensáveis e arriscadas e até o título do anime passa a fazer sentido (para meu alívio, pois eu temia que o nome "Charlotte" jamais poderia ser explicado em algum episódio).

Os traços: Os contornos leves são o ponto forte dos gráficos do anime. Em todos os momentos, você sente o que eles oferecem mesclando com a profundidade dos personagens e seus dramas individuais, sobretudo Otosaka (com sua irmã, a divertida Ayumi) e Tomori (com seu irmão doente).

A variedade das habilidades: O acervo de poderes do anime é satisfatório, alguns não chegam a beirar ao clichê. Dois exemplos bons que reforçam meu argumento são: Kumagami e sua habilidade de encontrar pessoas possuidoras de poderes através da água e Ayumi com sua habilidade denominada "colapso", que nada mais é do que um terremoto.


Contras: 

A quantidade de episódios: É algo que ainda não tratei de me acostumar - animes com poucos episódios. 13, 12 ou 10, não importa. Quando eu vejo que a história tem potencial, é esperado que hajam episódios que ultrapassem os 20. Pelo menos comigo prefiro assim em relação a animes - desde que não possua fillers maçantes. Não que eu tenha achado o anime aquém do esperado apenas por causa disso, apenas acho que algo mais podia ser explorado. Eu esperava, no máximo, 18 ou 20 episódios. Quem sabe numa futura continuação ou um OVA mostrando o que ocorreu após o final.

Divulgação: Aniplex/ P. A. Works/ Jun Maeda
Yusarin: Vou ser franco: Personagem bonitinha, mas muito, muuuito chata. Não pareceu ter muita relevância na história, ora sumida, ora apagada... enfim, facilmente substituível.

Divulgação: Aniplex/ P. A. Works/Jun Maeda
Takajô: Um alívio cômico que, infelizmente, deixou bastante a desejar. Pois é, o best friend do Yuu não convenceu.


Veredicto:

Inegavelmente, um dos melhores animes deste ano! Traços leves misturados com um trama que vai adquirindo mais peso a cada episódio são elementos essenciais para um anime imperdível como esse. Os personagens, em sua maioria, conseguem cativar. É um daqueles animes que talvez você não chegue a lembrar muito depois de um bom tempo após assisti-lo inteiro, mas que você sentirá vontade de rever se tiver gostado.


NOTA: 9,5 - ÓTIMO 

Veria de novo? Com certeza.


*As imagens aqui publicadas são de propriedade de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta crítica sem fins lucrativos ou intenções relativas a ferir direitos autorais. 

Comentários

  1. Também concordo, Charlotte tem uma mudança no meio da série que surpreende qualquer um. Parabéns pela crítica bem construída!

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    1. Estou cogitando revê-lo ano que vem, talvez.
      Obrigado pelo comentário :)

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  2. cheia a crítica bacana, pena q o anime teve muita coisa resumida nos últimos 2 episódios, mas se tu vessem uns caras picas faziam um seriado Netflix dividido em 3 temporadas de 6 episódios ficava ótimo!

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  3. cheia a crítica bacana, pena q o anime teve muita coisa resumida nos últimos 2 episódios, mas se tu vessem uns caras picas faziam um seriado Netflix dividido em 3 temporadas de 6 episódios ficava ótimo!

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