Nem tudo é o que parece #12
Aconteceu na época em que eu trabalhava como agente do FBI. Foi em um dia difícil para mim, pelo fato de eu ter que me despedir do meu marido, que tinha dois empregos. Não fazia ideia sobre qual profissão nova ele estava seguindo, afinal de contas, eu era bastante ocupada, nunca tive tempo para bisbilhotar a vida profissional dele. No tal dia, estava eu arrumando minha bolsa e colocando as passagens de avião nela (eu tinha um caso urgente pra resolver em outro país).
Ele estava estranho. Parecia afoito. Nos despedimos com um beijo e o perguntei sobre qual dos dois trabalhos ele iria naquele dia. Apenas me respondeu que iria para seu primeiro emprego. Eu somente sabia que trabalhava para uma empresa tecnológica, então achei que era isso e ele saiu antes de mim. Com o tempo larguei essa curiosidade tosca sobre a outra profissão.
Poucos metros de distância da minha casa, já indo para o aeroporto, me deparei com o horror resumido em uma única cena. Uma mulher sendo estripada até a morte, próximo à um jardim, por um homem mascarado utilizando um facão. Completado o serviço, ele a carregou para coloca-la num carro, foi então que decidi agir.
Saquei minha arma e me aproximei dele correndo e gritando "Parado aí!". Ele parecia querer reagir e atirei três vezes, atingindo o tórax. Quanto à mulher, eu não podia fazer nada, é claro.
Eu não consigo dizer mais nada a respeito. Ao tirar a máscara do sujeito, vi que era meu marido.
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Eu estou lendo quando algo tenta tirar minha atenção. Alguém está tentando roubar meu carro. Como única opção, corro para ver quem é o tal ladrão. No entanto, ele foge em disparada com meu carro. Ligo para meu amigo - meu vizinho -, pedindo a permissão dele para me emprestar seu carro e perseguir o cara. Ele autoriza-me e persigo o desgraçado com o carro emprestado.
Vejo-o parando o meu carro e logo em seguida entrando na casa de minha ex-mulher. Entro na casa e ouço barulhos da algo quebrando, o lustre da sala cai inexplicavelmente, mas não chega a me atingir. Subo as escadas para ir ao quarto e encontro minha ex morta no chão, sem pulso. Com raiva do desgraçado que fez isto, ouço passos vindo de baixo, pego um machado e quebro a parede do corredor descontando minha fúria.
Desço as escadas e percebo eu mesmo esquivando-me do lustre que cai no chão, talvez com o impacto das machadadas. Saio correndo desesperado de medo e recupero meu carro. Ligo para meu amigo dizendo que devolvo o carro e que está tudo bem. Ao chegar em frente à minha casa, vejo alguém na sala... me olhando com muita fúria.
Percebo que a pessoa na minha casa sou eu e acelero o carro ao me ver furioso, indo em direção à um refúgio... a casa de minha ex.
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Que dia estranho eu tive. Desde a hora em que fui ao trabalho recebi mensagens anônimas de um número desconhecido por mim no meu celular. Eram palavras conselheiras, a maioria delas no modo imperativo e um tanto estranhas. Algumas diziam: "Deve seguir em frente", "Percorra o caminho certo", "Siga à ponte", "Pegue um táxi", "Todos os seus problemas cessarão quando tiver certeza de que consegue resolve-los", entre outras. De algum modo fui influenciado por tais mensagens. Andei por um caminho atípico no retorno para a minha casa.
Eu realmente estava com sérios problemas na minha casa. Só queria saber quem estava mandando aquilo tudo. Já estava anoitecendo, quase perto das 19:00, quando recebi mais mensagens. Eu logo percebi que estava seguindo por um atalho até a minha casa - que percorri só uma vez na vida.
A última mensagem foi: "Sempre há uma luz no fim do túnel". Eu estava em um túnel bastante escuro. De repente, senti meus pés tocarem algo duro. Eram trilhos.
Eu esperei a solução dos meus problemas... e vi a luz...
Infelizmente a tal luz era, na verdade, de uma locomotiva vindo na minha direção.
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A casa onde moro foi, é e sempre será vista como uma perfeita mansão de horrores. Isto devido à um fato que é quase uma maldição recorrente. Minha mãe me contou sobre isso em uma noite. A casa ficara anos sem ter moradores, devido à uma pessoa da família anterior à nossa ter se suicidado, além de que foram cruelmente assombrados. Minha mãe contou que a tal pessoa realizou uma espécie de ritual que começa cortando um chumaço de cabelo, em seguida banhando-o com sangue, e, por fim, jogando no vaso sanitário.
Cortei um pedaço do meu cabelo, o sangue dos meus pulsos banhou-o e o joguei no vaso. Quis fazer para comprovar se era real ou não. Cerca de cinco minutos se passaram... e vi uma menina parada perto da porta do banheiro, trancando-a.
Ela disse, com uma voz meio macabra:
- Agora é a sua vez...
Senti uma imensa vontade de acabar com minha vida. Não deu pra resistir.
Agora entendo o que ela quis dizer. Minha mãe se mudou há meses.
Hoje é meu dia de sorte. Novos inquilinos chegaram... e vou me divertir um pouco com eles.
FIM... por enquanto!
Poxa, gostei dessa última! Mas não entendi a segunda :/
ResponderExcluirObrigado pelo reconhecimento, Sah :)
ExcluirContinue acompanhando, muitas coisas sinistras ainda hão de serem exploradas.