Nem tudo é o que parece #38 (Especial - Crianças)


Ontem à noite eu pensei ter feito uma boa ação à alguém desajustado e carente, enquanto dirigia de volta pra casa, e como isso toca profundo no meu emocional não deixei passar batido. Ainda mais quando se vê uma garotinha toda suja de terra, ferida e maltrapilha. Ela parecia ter em torno de 8 ou 9 anos.

Não resisti àquela mãozinha de "joinha" pedindo carona. Encostei, abri a porta e ela entrou, embora não agradecesse. Ah, era timidez de criança... normal. Durante o caminho tivemos uma pequena conversa:

- Qual o seu nome? - perguntei, entusiasmado, meio que tentando anima-la, ela estava séria e calada.

- Susie. - ela respondeu.

- Então, Susie... O que aconteceu?

- Não foi um acidente, se é o que tá pensando.

De repente, ela notou meu canivete perto do porta-luvas e o pegou sem permissão.

- Ei... melhor largar, pode se machucar.

- Não é nada demais. Só quero emprestado. - ela disse, soltando uma lâmina e passando um dedo.

- Pra quê? - perguntei, meio tenso.

- Quero voltar pra minha família.

- Que... que bom. - tentei pegar o canivete de volta - Mas tem que me devolver...

- Não! - ela se enfezou, me encarando -  Se me enterraram sem me matar, então vou mata-los pra que não sejam enterrados! 

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Matei a saudade do meu filho quando liguei para o telefone do local que cuidava da área onde acontecia a excursão da classe dele. Porém, uma pulga ficou atrás da minha orelha.

- Alô? Mãe?

- Oi. Como está indo aí?

Ele riu e depois falou com uma voz esquisita... meio rouca e grave, deu até um arrepio em mim.

- Hoje será uma noite de matar e morrer! Hahahaha!

- Pára de fazer graça, filho. Já mandei você parar de ver esses filmes horrorosos, então nem tenta querer me assustar.

- O quê, mãe?

- Você aí, falando como um daqueles monstros dos filmes que você e seu irmão assistem escondidos.

- Mas... eu não lembro de ter dito nada. O que eu falei?

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Hoje de manhã cedo fiz uma descoberta horripilante, mas estou bem mais atordoada pela razão que levou à essa fatalidade.

O carteiro sempre deixa alguma coisa na caixa, todos os dias. Mas hoje a encontrei vazia.

Depois veio o meu filho e eu consigo detectar muito bem na expressão facial dele 99% de inocência e aquele 1% de traquinagem. Ele me conduziu até o quintal e... me mostrou o corpo do carteiro com o rosto desfigurado e mordidas profundas no pescoço, coberto por um monte de folhas secas para que ninguém que passava pelo outro lado da cerca percebesse.

O cachorro veio latindo depois que eu gritei. É um rottweiler. Lá vinha ele com a boca salivando uma baba vermelha que pingava bem devagar.

Meu filho explicou que não fez por mal. Perguntei porque e ele me respondeu que fez um pacto com o garoto que vive no armário, dizendo que ele concedia desejos, então meu filho, inocentemente, desejou ter autoridade sobre os cães porque não suportava o fato deles demonstrarem mais obediência aos adultos.

O estranho é que ele nem chorou arrependido por ter dado o comando para o cachorro atacar (SÓ  atacar) o carteiro sem nem imaginar o que ia acontecer depois. 

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O fio que misteriosamente soltou do ventilador de teto se enroscava no meu pescoço até me levantar e me estrangular aos poucos. Aconteceu pouco depois de terminar o recreio. Minhas mãos suadas e trêmulas tentavam loucamente puxa-lo e desenrola-lo, mas era como se houvesse grudado e apertava, apertava tanto, tão forte...

Só tinha olhos para a Leslie, a minha melhor aluna que naquele dia ficou sozinha na classe para fazer seus desenhos. Ela via minhas pernas balançando, meu corpo se debatendo... e continuava a desenhar como se nada estivesse acontecendo, com uma tranquilidade que eu não entendia.

Só tive a resposta quando ela resolveu me mostrar o desenho com um sorriso no rosto.

O que leva uma criança a desenhar a sua professora sendo enforcada até a morte e desejar tanto isso a ponto de fazer acontecer?

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O próximo tema para o meu programa "Caçadas Paranormais" na internet era o misterioso caso dos garotos famintos. Em 1974, cinco irmãos (três meninos e duas meninas) aparentemente invadiram uma casa abandonada depois de fugirem dos pais quando aprontaram uma de suas travessuras com a vizinhança e, com medo do castigo do jejum, geralmente imposto pelo pai, escaparam e viram na tal casa um refúgio seguro.

O nome da lenda ganhou sentido quando soltaram a informação de que as cinco crianças não conseguiam sair da casa por conta dos infindáveis labirintos de corredores. Daí perceberam que o castigo veio antecipado e duas vezes pior.

Se diz também que em decorrência do tempo em que ficaram na casa elas foram crescendo a cada dia... como se cada dia equivalesse a um ano. Que loucura, uma casa inter-dimensional!

No entanto, um dos irmãos fez um desejo a quem quer estivesse no controle da casa. Quis que voltassem a ser crianças para retornarem aos pais. O pedido foi atendido, mas veio com um preço.

Com a fome gritando em seus estômagos vazios, eles tinha como uma úncia alternativa devorarem a si mesmos e entre eles mesmo. Com os materiais cortantes na casa, os cinco irmãos mutilavam-se para e comiam pedaços de suas carnes para evitar morrerem de inanição em pouco tempo, porque antes morrer comendo sua própria pele do que morrer sem comer nada. A entidade lhes dava uma "anestesia", o que tornava tudo mais macabro.

Achei os restos mortais espalhados pelos corredores. Mas não encontrei vestígios da entidade que comprovassem seu poder.

Meu programa vai bombar com visualizações... se eu sair vivo desse armário escuro cuja porta os cinco irmãos (ou projeções deles) estão tentando arrombar com machados enquanto gritam incessantemente: "Estamos com fome! Estamos com fome! Estamos com fome!"


FIM...  por enquanto!





*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: https://www.alemdaimaginacao.com/Relatos%203P/a_estrada_para_o_nada.html
                                         http://pt-br.creepypastabrasil.wikia.com/wiki/A_Caixa_de_Correio
                                         http://www.fatosdesconhecidos.com.br/6-assustadoras-historias-de-criancas-fantasmas-ao-redor-do-mundo/


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