Ted: O Recomeço da Matança
"Agora a brincadeira ficará ainda mais divertida."
Havia dito Ted, na mente do tal homem misterioso que adentrara na loja de brinquedos. Preocupado com a segurança de Joe, Jim logo pressentiu o perigo que seu amigo corria. Isto motivou-o a segui-lo cautelosamente. Apenas viu como única opção manter-se imóvel diante do ataque movido pelo atirador. Ao ver Joe sendo jogado no porta-malas, se encostou escondido na árvore em que o criminoso estava e tentou decorar a placa do carro, porém, não obteve êxito. Sua atenção voltou-se à loja de brinquedos. Logo avistou o homem com Ted em mãos, parado em frente à outra versão do urso.
Escondeu-se próximo à vitrine principal da loja. Pôde ouvir em perfeito som as palavras proferidas pelo homem. Não demorou para reconhece-las. Um leve arrepio correu em sua pele ao dar-se conta da crescente gravidade do problema. Atônito ao ver a cena, pensou na coisa certa a fazer: agir o mais depressa possível.
- Inacreditável. Reconheceria este ritual se eu ouvisse ao menos uma só palavra. Uma transferência aperfeiçoada, sem necessidade de círculos e símbolos. - sussurrou o demonólogo, para si mesmo.
Tratou de ir embora dali correndo apressadamente na mesma direção que o carro onde Joe fora levado seguiu. Ao deparar-se com um táxi parado em frente à uma casa, não hesitou em pedir uma corrida. Após informar o bairro e a rua, Jim presumiu que Joe estaria sendo levado direto para sua casa.
"Joe disse que tinha mais coisas para me contar. Na caixa que ele trouxe tinha um adesivo com o emblema da polícia. Esteve na cadeia? Se sentiu culpado pela morte de sua esposa e a de seu filho e se entregou? Quem era aquele homem que atirou nele? Quem era aquele homem que fez o ritual? São cúmplices? Ah, droga... preciso de respostas. Mas só vou consegui-las salvando Joe. Só saberei se ele continuar vivo.", pensou Jim, extremamente preocupado. Ao mandar o motorista acelerar, Jim tentou ligar para o celular de Joe.
- Vai... atende, Joe.
"O número que você ligou encontra-se fora de área ou desligado", disse a mensagem de voz.
"Merda", pensou Jim. Enquanto a corrida do táxi ocorria, Joe, em sua casa, encontrava-se amarrado em uma cadeira, mas sem as mordaças. Sentiu seu rosto molhado. Haviam lhe jogado água para desperta-lo. Uma forte luz colocada acima no teto, iluminando apenas ele e parte do carpete da sala, era a única fonte luminosa existente naquele momento.
- O-onde estou? - perguntou Joe, cerrando os olhos devido à luz forte.
- E aí Joe? Tá quentinho aí? - perguntou um dos sequestradores, zombando.
- Seus idiotas. Mike, é você, não é? Os outros devem estar com você. Não precisam apelar para torturas, eu sei exatamente o que querem. - disse Joe, logo percebendo tratar-se de seus colegas de trabalho.
- Então nos dê, Joe. Dê o que nós queremos. Onde está o urso? - perguntou um deles.
- Quem atirou em mim deveria tê-lo pegado. não é mesmo? Por que ele não o fez?
- Peraí... você estava com o urso?
- Sim... eu trazia uma caixa. - revelou Joe.
- Merda! Se eu soubesse que a ideia de contratar um atirador amador só para sequestra-lo iria ser um fiasco, eu teria ido até lá e atirado nele. - falou um deles, parecendo ser o líder do grupo.
- Mostrem seus rostos, seus ordinários. Oculta-los não vai adiantar. Tenho memória fotográfica. Vou denunciar todos vocês, descrevendo detalhadamente todos os rostos. - ameaçou Joe. - Então foi só um empregadinho de vocês, né? Eu devia imaginar.
- Vai Joe, fala logo onde está o urso. Todos aqui sairão ganhando se você cooperar com a gente. - disse um deles.
- É. Se não nos der o urso, você morre e nós também morremos. Aquelas bruxas não estão pra brincadeiras. Nos entregue o urso, mas com a condição de que não irá nos denunciar posteriormente.
- Ótimo. Está bem. Me libertem e trarei o urso. Preciso ir à loja recuperar a caixa onde ele está.
- Loja? Você vendeu o urso à uma loja!?
- Não! A caixa deve estar na calçada, em frente à loja. Me soltem daqui. Prometo traze-lo.
- Tá legal. Mas um de nós ficará ao seu lado para se certificar de que é verdade. Caso contrário, você morrerá lá mesmo.
Sentindo-se livre para, finalmente, dar um fim em toda essa situação, Joe dirigira-se com seu carro até á loja, juntamente com um de seus colegas/sequestradores. Enquanto isso, Jim chegara à casa de Joe, mas somente viu uma cadeira, mordaças e uma corda no meio da sala. Uma variedade de pensamentos negativos percorreram sua mente. Na loja, Joe encontrara o urso, presumindo que a dona o havia pego e colocado-o à venda. Sem tempo para dar explicações à ela, Joe entregara o urso para o sequestrador. Um suspiro de alívio fora dado por ele durante seu trajeto em retorno à sua casa.
Ao chegar, abraçou Jim com toda as suas forças. Os bandidos havia fugido no mesmo carro. Joe ainda mantinha sua ideia de denuncia-los, mesmo após sair vivo.
- Nossa, Joe. Onde você estava?
- Eram meus ex-colegas de trabalho. Antes de te falar algumas coisas... por que está aqui?
- Eu havia seguido você, me preocupei com sua segurança, então achei que poderia ser útil se estivesse em perigo, mas eu congelei quando vi você levar aquele tiro. Joe, precisamos nos apressar. Presenciei algo terrível minutos depois de você ter sido sequestrado.
- Sobre o tiro, está tudo bem. Estranhamente eles decidiram cauterizar a ferida. Outra coisa estranha: Eles me obrigaram a recuperar Ted, mas quando fui á loja para pega-lo... eu toquei em Ted e não senti mais aquela energia maligna.
- Eu vi um homem, de cabelos pretos e compridos, usando Ted em um ritual de transferência. Você deve ter visto um outro urso, semelhante à ele, só que maior.
- Sim, eu vi. Se for o que estou pensando...
- Sim, Joe. Ele conseguiu transferir a alma do serial killer para outro urso apenas com palavras. Quem ele pode ser e por que fez aquilo?
- Eu não sei. Mas você deve estar com milhões de perguntas na sua cabeça, então vou esclarecer umas coisas pra você: Os meus ex-colegas de trabalho querem o urso para entrega-lo à um clã de bruxas. Caso isso não fosse feito, eu seria um sacrifício para um deus pagão. Eu estava numa floresta... fui enganado e levado até lá... após ser libertado recebi a notícia de que Jane e Max morreram. - revelou Joe, comovido.
- Essas tais bruxas podem estar por trás disso tudo. Mas no momento devemos nos focar apenas no urso. Percebi que ele é articulado... o que implica dizer que sua sede de assassinatos finalmente será saciada se caso for acolhido em alguma casa. - predisse Jim.
- Meu deus... agora posso perceber. Olha, precisamos esperar por uns dias, até uma vítima apareça em um jornal ou na TV. Aceita investigar comigo as mortes que podem acontecer nos bairros próximos? - propôs Joe.
- Sim. Além disso, procurarei um jeito de afastar esse espírito deste mundo para sempre. Pelo que vi, é uma alma desesperada e incontrolável. A carnificina não será pouca se não agirmos.
- Então tá decidido. Assim que a primeira ou as primeiras vítima aparecerem... tentaremos impedir que a próxima seja feita. - disse Joe, encerrando a conversa com um forte aperto de mão, simbolizando uma nova parceria entre ambos, após anos sem se encontrarem.
Dois dias depois...
Estando em contato quase que a todo tempo com Matt, Joe percebera nos canais de TV notícias relacionadas à assassinatos em localidades próximas ao bairro onde morava. O número de mortes, segundo o jornal local, chegara a 15. A polícia não conseguiu evidências suficientes para chegar à uma conclusão acerca das mortes e de seu real autor. Em uma tarde, Joe estava vegetando no sofá, vendo TV, até que seu sossego terminara com uma ligação de Matt.
- Fala Matt.
- Joe, preciso que venha até a delegacia agora mesmo. No último assassinato da madrugada de ontem conseguimos reunir provas. E uma delas é uma filmagem.
Sabendo de tal prova, Joe correra com seu carro à delegacia. Chegara lá em menos de 20 minutos, motivado pela curiosidade extrema. Após cumprimentar os outros policiais, dirigiu-se à sala onde Matt estava.
- E aí? O que conseguiu? - perguntou Joe, olhando diretamente para a mesa.
- Bem, aqui está tudo o que encontramos na casa. Primeiro: estes pelos. Parecem ser do urso, mas eu concluí que pertencem à outro, pelo tamanho e a textura. Óbvio que fiz essa análise em segredo, os outros não acreditariam. Segundo: uma faca, não possuindo digitais. Isto intrigou todo mundo. E terceiro e último: Este vídeo... de uma câmera de vigilância da casa.
Matt posicionou o monitor para Joe assistir ao curto vídeo. A filmagem começara mostrando um corredor escuro, que, ao que parecia, dava para à sala de estar. Cerca de vinte segundos apenas de silêncio e nada de estranho percebido. Até que aos 31 segundos do vídeo, algo passou rápido próximo ao início do corredor. Algo do tamanho de uma criança de 2 anos.
- Aqui! Aqui está! - disse Matt, pausando o vídeo no exato momento em que a "coisa" aparece.
- Sim... não há dúvidas, Matt. É ele. - disse Joe, convicto.
- Acha que é o urso? M-mas ele não tinha esse tamanho...
- Coloque o vídeo em câmera lenta e você verá. - pediu Joe.
Atendendo ao pedido de Joe, o policial deixou o vídeo rodar no ritmo. Vendo com mais análise a parte em que a tal "coisa" surge correndo, ambos concluíram logo que se trata de Ted, correndo e portando um objeto pontiagudo.
- Meu deus... Joe, isso é medonho demais. Como esse urso cresceu de tamanho em tão pouco tempo, sendo apenas um brinquedo?
- Olha, Matt... sei que considera ainda que ele seja amaldiçoado e que talvez isto explique o atual tamanho dele, mas não é bem assim. Quando tudo isso estiver perto do fim, vou te contar toda a verdade. Preciso desse vídeo para mostrar à um amigo com o qual estou investigando as mortes. Tudo bem pra você?
- Ótimo. Mas me prometa contar todos os detalhes. Sei que pretende conseguir uma oportunidade para acabar com isso de uma vez.
- Sim, eu prometo. Agora só precisamos saber onde ele está. Se for próximo, melhor ainda. Ele ainda está no bairro. Só preciso descobrir em qual residência. - planejou Joe.
Seis horas depois...
Joe batera forte na porta da casa de Jim trazendo consigo o pendrive com a gravação que possuía a prova cabal de que Ted estava na ativa com sua chacina insaciável.
Passaram-se cinco minutos e nada do parceiro de investigação atendê-lo.
"Caramba... O que será que houve? Jim, cadê você?"
O celular de Joe vibrou dentro do bolso no toque silencioso colocado por precaução visto que a rua mostrava-se imersa em um breu que a tornava pouco convidativa a ser explorada.
Ele atendeu com rapidez.
- Matt? É você? Não ache estranho eu perguntar, você sabe... Essa loucura toda me transformou num paranoico que acredita estar alvejado pelo perigo 24 horas por dia.
- Fala aí, Joe. Olha... Me diz onde você tá.
Joe desconfiou do tom usado pelo amigo.
- Como é? Por que a pergunta? Se me ligou, então é sobre algum novo assassinato.
- Só responde, não é nada demais, só curiosidade mesmo.
- Estou em frente à casa do meu amigo, o Jim, que eu te falei hoje à tarde. Bati várias vezes na porta, mas parece que ele saiu, e não vou espera-lo por causa dessa rua ser meio perigosa. Queria tanto mostrar o vídeo pra ele. Me fala o que aconteceu dessa vez.
- A casa da vizinhança da frente. Perto da sua casa. Mais uma morte brutal. Os vizinhos escutaram gritos e não hesitaram em nos ligar.
- Espera, isso está muito vago. Põe mais detalhes nessa história. Quer dizer que a família da casa em frente à minha foi vítima do Ted?
- Não tenho tempo pra explicar agora, Joe. Vou saindo agora, você pode ir até lá e nos esperar. Tire suas próprias conclusões. At...
A ligação foi cortada abruptamente. Porém, Joe assumiu como sensato se dirigir à residência invadida a fim de colher as pistas para depois abrir caminho para a polícia.
Mas enquanto seguia até lá, uma ponta de desconfiança martelou sua mente por todo o trajeto devido ao desligamento súbito. Não passou uma ideia de pressa. Mas de forçação. Como se o fone tivesse sido tomado das mãos de Matt - ele ligara do telefone fixo da delegacia.
Ao chegar na casa, não viu nenhum mísero sinal de arrombamento, seja nas portas ou janelas. O interruptor da sala foi danificado, fazendo a luz dos postes ser a única fonte.
Joe pisou num ponto do piso em madeira que rangeu alto no meio daquela escuridão. Ele parou, entrevendo algo numa parede da sala. Sacou seu celular, ligou a lanterna e apontou-a diretamente ao que estava oculto. Quase golfou sua bile quando finalmente descobriu.
"Não! Não! Jim!"
O demonólogo e amigo fiel de Joe estava empalado na parede por um longo pedaço de madeira retirada do piso atravessando seu peito que jorrava sangue em abundância. Dos cantos lacrimais dos olhos abertos escorria sangue, indicando terem sido perfurados. Na boca via-se uma saliva que demorava a pingar do queixo.
Terrivelmente abalado, Joe ajoelhou-se chorando diante do corpo do velho amigo. O celular ficou no chão com a tela virada. A luz da lanterna estendia-se no piso até um corredor. Pequenos ruídos de passos foram ouvidos por Joe que virou seu rosto na direção do facho. O movimento estúpido seria pegar o celular e correr dali, desligando a lanterna. "Quem diabos está aí? Será que...".
Um pé negro de pelúcia alcançou o facho da lanterna. Depois, enfim, o corpo inteiro.
- Não pode ser. - disse Joe, atordoado ao ver.
Iluminado de baixo à cima, Ted encarava, com seu sorriso dentuço, o pobre homem sofrido cuja família desgraçara. O urso negro mostrou a faca que escondia atrás de si, a lâmina encharcada de sangue. Havia um botão no centro do seu corpo, pois aquela versão rara dispunha de um mecanismo de fala para o urso. Ted apertara-o.
- Olá Joe. - disse ele - Esperei muito para que pudéssemos nos divertir pra valer!
- Você matou o Jim! - gritou Joe, enfurecido. - Minha esposa, meu filho! Você é o próprio demônio!
- Quem dera. - riu com escárnio - Foi divertido ouvir cada grito... cada membro sendo perfurado... cada osso estralando...
- Cala a boca! - disse Joe, pegando o celular de volta e desligando a lanterna. Levantou-se e correu para sair. No entanto, algo fechou a porta antes que pusesse o pé para fora.
- O que é isso? - disse, depois virando-se para onde Ted foi visto - Você fez isso? Onde está você, desgraçado? Eu vou acabar com você!
Joe fora empurrado por algum tipo de força telecinética contra a parede, onde ficou imobilizado.
- Devia lhe oferecer o mesmo destino que seu amigo imbecil. - disse uma voz soturna que vinha se aproximando de Joe.
O homem que chegava demorou um pouco a ser totalmente reconhecido. Joe o fitou com espanto.
- Então, você deve ser...
- O chefão dessa porra toda. - disse Ted, caminhando ao lado dele, à esquerda, sem largar sua inseparável faca. - Está pronto para ter uma morte de arrepiar?
- Então foi você, não é? - disse Joe, falando com o homem cabeludo e de óculos escuros redondos visto na loja de brinquedos. - Arquitetou toda essa desgraça. Aquelas bruxas...
- Aquelas vadias não tem nada a ver comigo. Nós jogamos em times diferentes. Eu sou apenas o deus que elas rejeitaram.
- Corta essa. Você não é nenhum deus!
- É claro que é! - retrucou Ted, com a mão no botão - Devo tudo à ele. Me pôs num corpo onde posso me movimentar livremente. Foi a melhor coisa que já me aconteceu em anos. Todos os meus atos e daqueles que compartilham do meu destino lhe serviram de oferenda. Uma questão de sobrevivência.
- Oferenda... - disse Joe, com dúvidas - Você é o deus pagão que elas mencionaram. Então pra quê elas queriam Ted de volta?
- Para desvincula-lo de mim. - respondeu o homem - Para garantir minha morte. Elas são irmãs... de uma linhagem corrompida há séculos. Uma das progenitoras dessa linhagem me traiu maquiavelicamente. Preservava uma coleção de bonecos que ela mesma fazia. Depois da traição, amaldiçoei seus pequenos filhinhos sem alma... alocando almas de assassinos neles para que pudessem ter uma chance de agirem acima de qualquer suspeita. Teddy McGarney, um pobre coitado desequilibrado e rejeitado pela família, se uniu à minha causa, aceitando ser parte da minha vingança. Ela já estava um passo da insanidade e nada me deu mais prazer do que lançar minha estratégia naquele exato momento. Morreu de colapso cerebral agudo em um sanatório de quinta categoria. Afastar meu favorito de mim foi a ideia mais próxima de fazer da minha morte lenta uma realidade que elas acharam.
- Então... Quer dizer então que você... você se alimenta das almas das pessoas que seus seguidores matam? Se Ted ficasse com as bruxas, elas mandariam a alma dele para o inferno e você morreria?
- Basicamente isso. - respondeu o homem. - Concentrei minha fonte de alimentação nele. Os outros podem ser ótimos, mas ele... - apontou para Ted com veemência - ... é único.
- Tanto é que minha filha morta por moradores irados é a guardiã da coleção. - disse Ted.
- Você tinha uma filha? - perguntou Joe, surpreso.
- Mas abandonei as duas depois do nascimento para ser um homem livre. Ela foi tocada pela maldição instalada nos bonecos, por isso se ferrou.
O homem continuou a se aproximar com lentidão até Joe.
- Me tira daqui, seu miserável. - pediu ele, revoltado - Vou ligar para a polícia... Não vão sair dessa nem a pau...
- Se refere à turma do seu outro amigo? - perguntou o homem - Lamento. Ele lhe disse suas últimas palavras na última vez que se falaram.
- Como é? Ma-mataram o Matt?! Não...
- Sim! - esbravejou Ted - Os seus coleguinhas de trabalho capricharam no serviço. Foi fácil pra burro.
- Não!! O Matt não! Ele era um dos meus melhores amigos! Por que não o pouparam? - quis saber Joe, em prantos.
- Porque saber mais do que deve causa problemas. - justificou o homem/deus oculto. - Ouça, Joe... Para aliviar a dor dessas perdas... vou abrir uma exceção à você. Quer sua esposa e filho de volta, certo?
- Mais do que tudo. - disse Joe - Só que não quero nada vindo de você.
- Ah, você vai querer sim. Tenho certeza que vai. É algo que garantirá a ressurreição deles. - disse o homem, bem próximo de Joe, esbanjando toda a sua lábia. - Nada se consegue sem sacrifícios.
Um ano depois...
Uma garota chamada Rebecca entrara serelepe no seu bem decorado quarto, focando sua visão no brinquedo que assumiu como favorito desde seu último aniversário, o de 8 anos.
A melhor versão de Ted estava deitada em sua cama arrumada. A menina ligou sua caixinha de música e uma melodia tranquilizante e aprazível começou a tocar, preenchendo a atmosfera.
Rebecca não demorou a perceber um desenho ao lado do urso. Pegou o papel no qual se viam desenhos de três pessoas: um homem, sua mulher e seu filho, nesta ordem, os três sorrindo. Acima de suas cabeças, estavam seus respectivos nomes: Joe, Jane e Max.
- Não lembro de ter feito esse. - disse Rebecca, estranhando. Seu maior hobby depois de brincar como Ted era desenhar qualquer coisa que viesse à sua imaginação.
Ignorando a dúvida, ela virou-se para a cômoda, pegando um pente para passar em seus cachos dourados em frente ao espelho oval.
Seu semblante calmo se atemorizou ao ver o braço de Ted se erguer atrás dela segurando uma faca apontada para a sua cabeça...
FIM(?)
*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
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