Nem tudo é o que parece #58

Prestígio não-identificado 

Não passava de uma sexta-feira monótona, exceto por eu ter decidido treinar mais com o piano pra garantir uma nota menos vergonhosa na próxima aula prática. Pois é, a real é que eu não me considerava boa o suficiente, pensei tanto, mas tanto em interromper os estudos. 

No entanto, até que nesse dia não fui tão mal quanto eu temia. Toquei como se me sentisse num festival de música clássica assistido por uma plateia numerosa e que apreciava meu show alegremente. E essa sequer foi a parte surpreendente. Meu resultado agradou mais que o esperado. Não apenas a mim... 

Na verdade, eu ouvi uma salva de palmas bem abafada vinda do corredor que leva ao meu quarto, quase inaudível por um instante...  O que é bizarro, já que eu morava sozinha.

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Uma chance pada mudar de ideia

Ao longo da ida pra um cinema num ônibus, fui sentindocuam mudança gradual no clima, parecia que eu tava de certa forma pressentindo que algum perigo se aproximava. O tempo me confirmou tal presságio. 

Dois caras usando máscaras de palhaço entravam no ônibus dando umas olhadelas em todos os passageiros, até que ergueram pistolas pra cima anunciando o assalto. Com um arrepio no corpo todo, encarei um dos bandidos prestes a chegar em mim pra exigir meus pertences. Eram umas 15:30. Minha sessão começaria as quatro.

Cometi a idiotice de recusar entregar meu celular. Só pra tomar duas balas no peito a queima-roupa. Enfim, logo eu tinha despertado num sobressalto. Que bom ter sido só um sonho.

Mas o alívio durou pouco quando vi no relógio marcando 15:29. Naquele exato momento, dois caras usando máscaras de palhaço acabavam de entrar no ônibus... 

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Parece ser um peixão...

Fazia um dia perfeito pra uma pescaria das boas. Me encaminhei pra um lago profundo indicado por um amigo, esperava que lá pudesse fisgar uns bem suculentos. Joguei a isca presa ao anzol, descendo um pouco mais a linha, ansioso pra sentir um puxão que me desse esperança.

Não deu nem meio minuto e já tinha um bichão puxando, praticamente fazendo arrastar meus pés no solo. Achava que tinha pego um peixe-boi, no mínimo. Fiz subir a linha quando de repente ficou mais leve. 

Mas a expectativa foi traída. O que havia puxado o anzol nada mais era que um antebraço decepado. 

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Televisão ligada

Chegar em casa tarde do trabalho vinha com um lado bom e ruim. No bom, eu via meu filho dormindo no sofá depois de um longo período em frente a TV. Já no ruim, era a própria TV ligada. Mas naquele fim de noite estava toda em estática. Meu filho tinha apenas seis anos, vai ver ficou zapeando e ao parar num canal impossível de sintonizar, acabou pegando no sono. 

Levei ele pra cama e em seguida fui desligar a TV, mas não encontrava o controle remoto, sendo assim o jeito era desligar na tomada. 

Mas logo vi que já estava fora da tomada.

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Tá na hora

Na minha primeira viagem pra França, passei por uma das vivências mais traumáticas que tive. Tudo corria normalmente bem, um voo tranquilo, poltrona aconchegante, aeromoças lindas, comida apetitosa... 

O problema no caso era a companhia na poltrona a direita. Pra ser específico, era um homem gordo, bem vestido e dormia com seu chapéu sobre a cara. Cutuquei ele pra perguntar as horas. Ele acordou olhando pros lados, meio desorientado. Viu no seu relógio e depois me encarou arregalando os olhos numa expressão assustadoramente seria. Ele disse: Hora de cair.

Sério, senti muita vontade de rir. Mas essa vontade passou no instante em que uma turbulência de alto risco chacoalhou o avião abruptamente.

FIM... por enquanto!

*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.

*Imagens retiradas de: [1] [2] [3]