Nem tudo é o que parece #15


Minha irmã havia ganhado sua primeira boneca articulada naquele ano. Diferentemente de muitas, eu não tinha ficado com inveja, pelo contrário, eu estava feliz por ela estar feliz. No entanto, a tal boneca não aparentava ser de qualidade, apresentando algumas deformações no braço, olhos mal posicionados e uma pele que ia se alterando e desgastando-se muito rápido.

Nossa, era o dia inteiro correndo para lá e para cá com aquela boneca. Ela não parava quieta. Quanto à mim, eu continuava com as minhas feitas de pano que nosso pai fazia.

Certo dia, após um mês inteiro vendo aquela boneca se tornar uma coisa horrível, eu não havia encontrado minha irmã em lugar nenhum da casa... exceto o seu quarto, o qual não me era permitido entrar (por ela mesma). Próxima à porta, lá estava ela. Falo da boneca. Toda quebrada, com os braços e pernas retirados. Ah sim, eu tinha me lembrado que eu fiz aquilo, pois eu me ofereceria para comprar uma boneca nova para ela.

Chutei aquela coisa dali e abri a porta.

Minha saliva se prendeu à minha garganta ao ver aquilo. Me deparei com minha irmã deitada na cama... decapitada e completamente desmembrada! 

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Havia comprado um celular para o meu filho, e ele não tardou a ficar viciado. Seguindo a moda, ele adorava tirar inúmeras selfies todos os dias. Geralmente, ele costumava tirar com seus brinquedos favoritos.

Quando o celular descarregava, eu emprestava o meu, e lá se via ele, continuamente tirando selfies com seus bonecos.

Quando voltei do trabalho, já era um pouco tarde da noite, encontrei o celular dele em cima do balcão da cozinha. Verificando o álbum de fotos (com um incrível número de mais de trezentas), eu percebi uma que de repente me intrigou...

Foi a última tirada naquele dia e fui ao quarto dele para me explicar o que significava aquilo. Era uma foto na qual ele estava sorrindo, mas na direita podia-se ver um rosto de um boneco cinza com olhos enormes, parecendo um fantoche ou coisa do tipo.

- Filho, que foto é essa? - perguntei, ao sentar na cama.

- Ah sim... essa eu tirei sem os meus brinquedos.

- Peraí, como assim? Tem um boneco aqui ao seu lado. Não tá vendo?

- Sim, tô vendo. Só que eu não tenho esse na minha coleção. 

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Estou extremamente desanimada. Jamais fui tratada com tanta desconsideração. Eu sempre fui a melhor aluna da classe, mas nunca, jamais deram-me o devido valor. Sempre compareço às aulas, mas me parecem tão indiferentes.

Hoje invadi a sala dos professores e dei uma olhada na folha de chamada. Meu nome não estava mais lá.

No pátio da escola, agora mesmo, ocorre uma reunião de turmas e professores... alguns seguram cartazes aos prantos. A professora da nossa classe está fazendo um discurso...

Agora eu lembro...

Minha melhor amiga está vestindo uma camisa branca com os dizeres "Descanse em paz, Sally". 

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Todos os meus amigos do bairro se viciaram em fazer castelos de cartas, e queriam obter o maior recorde de todos. Fiquei empolgado, na época, e quis tentar. No entanto, lembrei que não tinha um baralho em casa, nem mesmo adiantou pedir para meus pais comprarem um.

Bem, tive que tentar algo... inovador. Fui até a casinha onde meu pai executava seu trabalho secreto, que somente eu sabia.

Chamei uma turma para conferir minha obra prima. Porém, todos eles, covardes, correram de medo e eu havia perdido a chance de estar no time deles.

Afinal, o que tinha de tão ruim em um castelo de ossos e crânios? 

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Eu estava em depressão quase profunda, após testemunhar a morte de meu cão. Eu era criança, logo era comum eu ter alguns sintomas como febre ou falta de apetite. Eu realmente sentia muito a falta dele. Meus pais pensavam que eu estava delirando, por ter certeza de que ele estava por perto.

Quando eu acordava para ir beber copo d'água na cozinha, eu sempre esquecia de deixa-lo no lugar onde encontrei e sempre deixava um pouco de água - não conseguia tomar tudo. No dia seguinte, eu me deparava com o copo quebrado, mas sem o resto de água. Quando isso se seguiu durante todas as noites, durante todas as vezes em que ia à cozinha, passei a ter essa impressão que meus pais chamavam de loucura.

Uma semana depois, passei a deixar na mesa da cozinha um prato com uma torta de limão. No dia seguinte, a torta já não se encontrava ali. No outro dia, foi um pedaço de carne crua. Também só estava o prato no dia seguinte. Era ele. Eu tinha certeza.

Porém, após cerca de um mês deixando tortas, doces e carnes, até ração, na mesa, ele simplesmente passou a rejeitar. Mais dias se passaram, entretanto, não deixei mais nada lá.

Meus pais, num certo dia, viram a casa completamente bagunçada, até arranhões na parede haviam. Na noite do dia em questão, eu já estava com várias dúvidas. Escutei alguns barulhos e fui até à cozinha.

Eu não sei... acho que ele havia encontrado seu prato definitivo.

Na mesa da cozinha estavam meus pais devorados... e vi olhos brancos me encararem no canto mais escuro. 


FIM... por enquanto! 

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