Nem tudo é o que parece #44


Ai, se arrependimento matasse viu... Não faz nem 6 meses que nos mudamos e já recebemos uma bomba de abalar as estruturas do nosso corpo, dos nossos psicológicos, da nossas vidas... É sério, é nojento, não consigo acreditar que os inquilinos de antes faziam isso!

Bem, vamos lá, do início: Meu filho, numa tarde, entrou correndo pela porta da frente segurando um relógio de ouro com um cordão. Perguntei onde tinha achado e ele respondeu, com toda a inocência de criança, que um homem estava no nosso quintal e deu à ele de presente. Falou que o homem alegou não precisar mais mesmo sendo uma herança de família. Óbvio que eu quis saber quem era esse cara. É super normal um estranho invadir seu quintal e dar algo ao seu filho sem que você veja.

O relógio estava meio sujo... acho que era areia.

Depois fui dar uma olhada no quintal e confirmei, tremendo de horror, que disseram a verdade sobre a família que morou aqui não ter plano funerário.

Perto da casinha do cachorro a terra e a grama estavam bagunçadas... como se algo tivesse saído lá de dentro.

   ______________________________________________________________________________


Era a hora do recreio e a Amanda se sentou ao meu lado, como sempre. A gente puxou conversa:

- Tá vendo aquele garoto estranho? - perguntou ela, o olhar maldoso.

- Aham. O que tem ele?

- Soube que ele enxerga em preto e branco. Se fosse surdo, a vida seria como um filme mudo dos anos 20.

- Mentira... Como pode existir alguém desse jeito? Ele não é só daltônico?

- Não, ele vê tudo em preto e branco, sério mesmo. Eu sei, ele me contou. Disse também que escapou daquele massacre da escola que ele veio... - ela se inclinou pra mim só pra cochichar - Falou que vê seus ex-colegas nos corredores da escola.

- Mas eles estão mortos.

- Exatamente.

   _______________________________________________________________________________


Contrariando as ordens dos nossos pais, eu e meu amigo Ned fomos dar uma passada na floresta com o poço que todo mundo dizia ser assombrado por uma garota que saía de lá em toda noite de lua nova para caçar e arrancar olhos de crianças mal-criadas.

Eu chamei Ned enquanto ele ficava de vigia pra ver se não tinha sinal de nossos pais ou qualquer outra pessoa que arruinasse nossa diversão.

- Vem cá! Ela está aqui! Eu vi ela!

- É mesmo? Cadê? - ele perguntou, bem eufórico.

- O cabelo dela... boiando na água, eu juro que vi. - falei, apontando - Acho que tem uma criança ali...

- Não... Será? Deixa eu ver...

Ned se debruçou na borda do poço até a barriga.

- Não tem criança nenhuma ali no fundo, Paul...

Nesse instante, Ned acabou caindo. Seu grito ecoou até seu corpo se colidir na água com força.

Daí eu disse:

- Agora sim tem.

    ______________________________________________________________________________

Só tinha abrido a porta para conferir se tinha correspondências, o carteiro sempre as deixava no chão poucos centímetros da soleira porque ainda estávamos demorando para conseguir uma caixa nova.

Fui olhando uma de cada vez: Contas... Contas... Mais contas... E a última era um mistério. Só um envelope branco meio amassado, sem selos nem nada.

Dentro dele havia uma carta dobrada no meio que, pro meu espanto, dizia em letras garrafais e escrito em vermelho:

VAI HAVER SANGUE. 

O significado daquilo eu pude descobrir acho que uns 10 segundos depois com a certeza de não ser mera coincidência.

Foi quando ouvi estampidos de tiros na casa em frente à minha. 

   ______________________________________________________________________________


Em sua juventude plena, meu avô gravou áudios em fitas K7 pequenas onde ele registrava relatos de eventos que marcaram sua vida. De bom grado, ele me permitiu ouvir todos, ele era super gentil comigo, sempre foi. Porém, ele me tratou de uma forma que nunca antes vi quando tudo que fiz foi uma pergunta curiosa sobre um áudio em específico. "Morte da Julie", esse era o título. Julie era a minha avô que, segundo meus pais, faleceu devido a um AVC.

Era exatamente a última fita. Me senti como aquele garoto daquela série lá da menina que se matou.

Nesse áudio eu escutei primeiro alguns gemidos fracos que começavam gradualmente a aumentar.

Já ouviu o som do diabo da Tasmânia? Se sim, foi basicamente algo parecido que escutei, mas misturado com um som agudo que dá a impressão de um carneio berrando enquanto é estrangulado até a morte. Isso tudo com gritos abafados de uma pessoa. Me perguntei: O que diabos essa coisa horrorosa tem a ver com a vovó no dia da morte dela? Acho que nem cheguei na metade da fita porque já estava começando a me provocar arrepios, era um único som, bem alto, mas parecendo vários ovelhas, carneiros e diabos da Tasmânia sendo sacrificados, é loucura.

Meu avô estava na sala e fiz ele ouvir. Perguntei o que aconteceu nesse dia (óbvio, a vovó morreu, mas sabia que tinha "algo mais" naquela presepada toda).

Ele tirou o fone e o jogou com raiva no chão. Ele falou:

- Não devia ter trazido essa porcaria.

- Isso não parece nada com o que eu esperava. Nem tem o senhor falando. Claro que não é a vovó fazendo esse barulho todo. Então quem é?

- A coisa que matou ela. 



FIM... por enquanto! 




*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

Imagens retiradas de: http://lendasurbanasecreepypastas.blogspot.com.br/2016/09/7-crimes-que-provam-que-voce-nao-esta.html
                                   http://horrorplacebr.blogspot.com.br/2013/11/contos-de-terror-virgem-do-poco.html
                                   http://marcoevangelista.blog.br/?p=3133


                                   

Comentários

As 10 +

10 episódios assustadores de Bob Esponja

10 melhores frases de Optimus Prime (Bayformers)

10 melhores frases de Hunter X Hunter

Mais 15 desenhos que foram esquecidos

15 desenhos que foram esquecidos

Crítica - Tá Dando Onda 2

Crítica - Tá Dando Onda

Crítica - Circus Kane: O Circo dos Horrores

Os 10 melhores Rangers Vermelhos

10 melhores frases de As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy