Frank - O Caçador #45: "DPDC, a Porta do Inferno"
O profundo incômodo com o pisca-pisca meio lento e incessante das luzes - numa mudança constante entre a luz branca normal das lâmpadas no teto e as vermelhas do alarme - foi ignorado por Frank quando o detetive andava vagarosamente pelo corredor com a submetralhadora apontada para a porta entreaberta que atravessaria. Por trás dela estava seu alvo que o chamara telepaticamente. Frank arreganhou a porta com o cano da arma carregada de balas molhadas com água santa.
O ranger metálico soou enquanto se desnudava aos olhos dele uma cena que o paralisou após três passos entrando naquela sala de interrogatório. Hoeckler virou o rosto para Frank, piscando os olhos normais para revelarem totalmente negros, dando um sorriso maléfico. O demônio que possuía o superintendente que Frank tanto passou a odiar imobilizava um policial sobre a mesa e segurava um machado de combate à incêndio.
- Olá caçadorzinho. Bom te rever. Não tá lembrado de mim, né? Ah, sim, é impossível nos distinguir.
- Vou pedir uma vez: Solta... ele. - disse Frank, mirando a metralhadora.
- Se refere a quem? O policial ou... - olhou para o corpo que se apossara - ... o seu capitão?
- Deixa seu refém viver e isso fica apenas entre nós dois. Ou meto bala mergulhada em água santa pra transformar em peneira.
- Eu e essa casca. Vai sacrificar até o seu chefe, Frank? Faria isso? Cruzaria essa linha só pra me matar?
- Agora que você falou... - disse Frank, indeciso quanto a matar Hoeckler junto ao seu possessor.
- O dilema é seu, a escolha é sua. Prefere me exorcizar, permitindo que eu saia livre e você também salva ele assim como meu refém, ou vai descarregar essa arma todinha sem se preocupar com a vida do seu chefe? Independente da decisão, apenas um vai sair morto daqui. - disse o demônio, desviando a atenção para o policial desesperado por não conseguir mover um dedo. Estampou-se na cara de Frank um desespero parecido - Será ele? Seu chefe? Eu? Ou você?
_______________________________________________________________________________
CAPÍTULO 45: DPDC, A PORTA DO INFERNO
13 horas antes
Eram cerca de 10 horas da manhã, um horário bem atípico pra visitar baterem na porta de Frank. O detetive atendeu e mais do que a surpresa de alguém visita-lo àquela hora era a visita em si. Carrie foi logo entrando sem dar tempo de Frank fazer seus questionamentos.
- Ei, que invasão é essa? É falta de educação e também um mau sinal. - disse Frank.
- Ainda bem que percebeu. Mas eu já não sou de casa? Quantas vezes você entrou sem bater na minha sala? Eu sempre bato na sua. Com raríssimas exceções, dependendo do problema. E nesse caso é totalmente justificável. - disse a assistente, andando pela sala - Cadê seu laptop? Tenho algo a mostrar.
- Mostrar o quê? - indagou Frank, fechando a porta, sua curiosidade despertando forte. Subiu as escadas para ir ao seu quarto pega-lo - Espero que seja grave o bastante pra você vir estragar minha folguinha.
- Cala a boca e vai logo. - pediu Carrie, impaciente. Retirou o pendrive da sua bolsa. Olhou para o pequeno objeto com certa preocupação, não concentrada somente nela mas também em Owen. Frank vinha descendo com o laptop e entregou à ela. Inseriu o pendrive na entrada USB e preparou o arquivo a ser executado, sentando-se no sofá. Frank sentou-se ao lado dela para assistir ao vídeo que carregava.
- Tô sentindo uma treta medonha considerando o jeito que você veio. - comentou Frank - Carrie, o que tá havendo?
- É impossível que acredite em mim sem o vídeo. - disse ela, insistente - O diretor então... Piorou.
Nas imagens capturadas pelo micro-câmera, a legista recentemente contratada, vestindo seu jaleco branco de trabalho, abria uma gaveta do necrotério estando de costas para a lente.
- Mas essa é a legista novata. Peraí, uma câmera escondida no necrotério?! Carrie, você... - Frank a encarou com reprovação e desconfiança - Pirou de vez? Quem foi que te ajudou nisso?
- Chamei o Owen, prometi devolver uma graninha emprestada se ele causasse uma pane no sistema de vigilância pra instalar nosso Big Brother Baby. - revelou ela, tensa pela maneira de Frank responder.
- Quando vocês armaram essa? Vocês sabem que isso é suicídio de reputação e uma vez pegos... - imitou uma faca cortando a garganta com o polegar esquerdo - Essa ousadia pode custar muito caro.
- A câmera foi baratinha, só 120 dólares. - disse Carrie. Frank lançou um olhar ainda mais desaprovador com a ironia, mas dependendo do que pudesse ser talvez relevaria - Ela tá se virando de frente... indo pro outro lado... Aí está. - pausou e deu zoom na imagem - É ela. Nunca a tinha visto, então aí está.
Frank não percebeu que sua boca se abriu bastante reagindo com imensa perplexidade ao ver o rosto focalizado da legista.
- Frank, o que foi? Tá meio pálido...
As cordas vocais do detetive pareciam atravancadas. Jamais pensaria que Lilith fosse se infiltrar no seu sítio de trabalho.
- Você conhece ela?
- Gostaria de nunca ter conhecido. - respondeu ele, sentindo nojo ao rever aquele rosto. Passou a mão no rosto sinalizando inquietação - Essa é a vadia da Lilith. O que essa maldita veio fazer no DPDC?
- Lilith?! O demônio que passou a perna no Fred e quase matou a família dele? Digo... a demônia, embora essa palavra não conste no dicionário.
- Passa o resto do vídeo. Quero ver o que ela vai aprontar com esse cadáver.
Carrie apertou o play retomando a execução do vídeo. Lilith fizera um corte no cadáver com um bisturi e introduziu o objeto que segurava, algo semelhante a uma pedra de carvão. Deslizou a mão direita pelo peito do cadáver, fazendo o corte desaparecer sem restar uma cicatriz, por fim fechando a gaveta.
- Sem nenhuma dúvida ela não tá escondendo um monte de porcaria qualquer dentro dos corpos. - disse Frank, levantando-se atordoado - Não tem outro jeito, é ir lá e pedir pro Hoekcler me dar cobertura.
- Com dar cobertura, você quer dizer... Se aliar à ele pedindo pra chamar os avançados caçadores de assombrações da ESP? O que o diretor e eu tínhamos dito entrou num ouvido e saiu pelo outro.
- Ah é? Me sugere uma ideia melhor pra impedir que uma merda gigantesca aconteça e ela vai acontecer porque meu faro de caçador não me engana nunca. - disse Frank, rude - Pra mim já deu. Querendo ou não, vou ter que me render a um trabalho com meus inimigos contra um inimigo em comum. Até imagino a diversão que isso vai ser.
- O diretor também é inimigo dele. - salientou Carrie em contraponto - Todas as contratações da perícia forense passam pelo crivo do diretor, portanto o superintendente ficando a par de um demônio infiltrado no prédio provavelmente colocaria a vida do diretor em risco.
- Verdade, o Hoeckler... é imprevisível, a gente tem que calcular nossos passos. - disse Frank, pensando na melhor forma de agir. Pegou seu celular no bolso da calça e ligou para Ernest.
- Pra quem tá ligando?
- Pro diretor. Se não posso dar um pulo lá, então vai à distância mesmo. Alô? Diretor? É o Frank na linha. A Carrie te mostrou uma gravação duvidosa? - perguntou ele, arqueando uma sobrancelha para ela. Carrie revirou os olhos - Ah sim, como pensei. Só queria dizer pro senhor que... sua querida médica legista é na verdade um demônio chamado Lilith. - fez uma pausa - Não sei, mas aquela pedra que ela botou dentro do defunto certamente é um lance sobrenatural. Se for pra adivinhar, diria que ela tá tramando uma parada de necromancia, sabe... reanimação de cadáveres através de magia negra. Ela tá planejando tocar o terror por aí. O Hoeckler não pode saber nada, por ora. Se posso ir aí? Tudo bem, um dia de folga pra um caçador é tudo menos folga. OK, chego aí à noite, talvez um pouco mais cedo. Falou, até mais. - desligara - Desde quando você e o Owen encobrem o plano de espionagem?
- Faz umas... três semanas, eu acho.
- E só agora você vem me avisar?!
- Qualé, se decide: Criticar a dupla de espiões pelo que fizeram ou a espiã que demorou pra soltar a informação. Os dois não dá. - rebateu a assistente - Mas e então? Fazer o diretor saber antes do superintendente de uma possível rebelião de mortos-vivos comandados por um demônio soa seguro pra você nessa altura?
- É o que vou descobrir na hora H. - disse Frank, temendo pelas implicações da artimanha de Lilith.
***
Departamento Policial de Danverous City
Um zelador passava por um corredor empurrando seu carro de limpeza repleto de vassouras, rodos, esfregões, panos e desinfetantes. Bastante atento ao que ouvia do boca-boca ao redor, ele começou a partilhar da desconfiança das pessoas em relação ao sumiço misterioso de uma secretária. Foi perguntado por um agente federal se a viu, balançando a cabeça em negação como os lábios comprimidos.
Seguiu caminhando pelo corredor até dobrar para o banheiro masculino. Entrou para iniciar seu serviço. Uma hora depois de concluída a faxina, passou para o banheiro feminino. Apertou o interruptor, mas a lâmpada não acendeu, só percebendo em seguida caquinhos dela espalhados no chão graças ao pouco de luz natural que adentrava pela janelinha. Olhou par cima, constatando que a lâmpada estava quebrada mais do que pela metade. Confuso quanto àquilo, pensou em chamar alguém, mas voltou atrás deixando seu carrinho no meio do banheiro e pegando um rodo e um vidro de desinfetante.
Porém, ruídos vindo do último box o fizeram largar as coisas de volta ao carrinho e examinar. Abriu devagar a porta do box, arquejando de surpresa. Tirou o boné azul-marinho parte do seu uniforme e limpou o suor profuso da testa. Ele associou a descoberta ao burburinho que ouvira. Reconheceu que jazia ali, possivelmente morta, a secretária de quem tanto cochichavam. A mulher de cabelos castanhos, meio curtos e ondulados estava pálida num nível preocupante.
O zelador aproximou-se. Levou sua mão ao rosto dela, mas não chegou a toca-la. A secretária abrira os olhos pretos e subitamente se ergueu dando uma mordida rápida no pescoço do ignorante zelador, numa velocidade sobre-humana, que soltou um berro gutural com a dor lancinante que os dentes cravados nas suas veias proporcionavam. Com o progredir da mordida, seus olhos foram enegrecendo completamente e veias negras apareciam na face.
***
À noite, Frank viera para se reunir com Carrie e Ernest na sala de reuniões restritas após ser inteirado de sumiços de outros funcionários além da secretária. O diretor repreendia o detetive pela ideia de recorrer à Hoeckler.
- Francamente, você às vezes age como uma besta quadrada. - reclamou Ernest - Quantas vezes já lhe dissemos que o superintendente é ponto fora da curva nas questões que dizem respeito só a você?
- Na verdade, uma vez. - disse Frank - Mas não importa, já tô aqui, vim primeiramente ao senhor. Aquela ligação não conta?
- Eu iria permitir que viesse pessoalmente, apesar da folga. - disse Ernest - Esqueceu de pedir?
- A Carrie que me convenceu a não vir porque pensou que eu ia levar advertência.
- Ei, não disse isso. - contestou a assistente - Você que teve o perigoso ímpeto de querer contar ao superintendente que a legista não-diplomada deseja provocar um apocalipse zumbi aqui. Fiquei com medo de que isso ameaçasse a vida do diretor pois como ele está disposto a ir até as últimas consequências para defende-lo.
- A última consequência seria um pé na bunda direto pro olho da rua. - disse Ernest - Eu já o confrontei semana passada e, honestamente, não estou com coragem pra ser petulante a um ponto em que minha vida esteja sob risco, porque, não sei se vocês lembram, sou um candidato potencialmente elegível para pisar na prefeitura como um vencedor. - virou-se apenas para Frank - Portanto, se as coisas engrossarem, ficará entre vocês dois. Não é covardia da minha parte, chame de auto-preservação. Não fosse a campanha, eu seria seu fiel escudeiro.
- Entendi, diretor. Aliás, o melhor que o senhor pode fazer por mim é ficar de fora desse rolo.
- Ótimo. Agora... onde está a minha legista demoníaca? Precisamos interroga-la. Ao estilo caçador.
- Tipo... Amarra-la numa cadeira e tortura-la com litros e litros de água santa? - perguntou Frank retoricamente - Olha, no caso desse demônio, falar é bem mais fácil. Ela já tentou me descascar até os ossos e acredito que ela conseguiria.
As luzes da sala apagaram-se bruscamente. Frank, Carrie e Ernest estremeceram com o súbito blecaute.
- Será que ela tava nos ouvindo? - perguntou Carrie, nervosa.
- Peguem lanternas, vou chamar a segurança de sistemas e avisar pra ligarem os geradores. - disse Ernest, mexendo rápido no seu celular.
Frank abriu a porta olhando o lado de fora, constatando que o apagão foi geral. Retirou uma lanterninha de um bolso do sobretudo e ajudou Carrie a pegar uma lanterna num armário de suprimentos.
- Onde você vai? - perguntou ela - Mais gente desapareceu na última meia hora. Quer mesmo sair por aí sem medo de ser papado pelo exército zumbi da Lilith?
- Eu tenho que ir ao necrotério. Se ela estiver lá, faço o que for necessário pra mante-la no mínimo distraída até tudo ficar sob controle.
- Sim, muito distraída retalhando cada parte do seu corpo. - retrucou Carrie - Temos que estar juntos, nos armando e cuspindo bala nos inimigos, igual como fizemos no Halloween retrasado.
- Isso vai ter que esperar. Eu volto, prometo à vocês. - disse o detetive, logo saindo da sala.
Frank andou a passadas largas, acelerando o ritmo à medida que avançava pelos corredores na direção certa ao necrotério que não se situava numa distância tão longa a partir da sala de reuniões restritas. Sacou sua arma quando viu a placa. A energia reserva dos geradores havia sido ativada.
- Tu não me escapa, sua cretina. - disse ele, apurando o olfato que detectava um cheiro de enxofre.
Entrou depressa no necrotério cuja porta estava aberta, a arma em punho.
- Sabia que é proibido agentes federais invadirem o necrotério sem autorização expressa? - perguntou a demônia de costas, mas logo virando-se para Frank. Manchas de sangue sujavam o jaleco branco da "legista" - Mas pra você eu vou relevar. - deu um sorriso cínico que deixou Frank ainda mais irritado.
- Que merda você armou pra ver o circo pegar fogo hein? Não tinha falado que voltar pro submundo se atirar pros braços do Fred, que você seria a rainha e ele o seu rei? Você é uma vadia volúvel com dois "V" maiúsculos.
- Quer saber do meu mais novo show? Não é nada demais, eu tava entediada, o emprego carecia de mais agitação. E aqui estou eu feliz e realizada e aqui está você, apontando essa pistola pra mim como bem previ. Eu não me sacio com um bom derramamento de sangue desde que fui uma das beldades do harém de Genghis Khan.
- Pois seus dias de ver banho sangrento acabaram. Você não quis me matar naquele dia, né? Que tal manter essa pose por hoje e a gente fazer do jeito fácil pra um de nós não sair muito ferido?
- Não, prefiro fazer das suas tripas um enfeite pra essa sala. Os demônios aprimorados que soltei podiam faze-lo por mim. Foi simples: demônios transformados em pedra enfeitiçados por uma magia necromântica que... adivinha só o que faz... - disse ela, abrindo as gavetas dos corpos com telecinesia. Estavam todas vazias para o espanto de Frank.
- Demônios petrificados? Como você fez isso?
- Magia é sempre a melhor conveniência. Se todo demônio é uma alma carregada de energia negativa, tudo que precisei fazer foi conter essa energia em recipientes menores. - disse Lilith, inesperadamente teleportando-se num piscar de olhos para fora da sala atrás de Frank que virou-se baixando a arma - Ainda não quero te ver morto. - a demônia fechou a porta telecineticamente, trancando o detetive.
- Merda! - disse Frank, frustrado. Deu um chute ineficaz na porta - Desgraçada...
***
Os dois operadores da sala de controle tentavam ao menos reajustar a configuração das câmeras que foi severamente afetada pelo blecaute. Mas, de imediato, um deles foi degolado por um canivete, o sangue espirrando nos botões e nas telas. O outro profissional assustou-se, tremendo ao ver seu colega cair debruçado sobre os controle e a figura do agressor na pele de um policial que sorriu para ele com seus olhos inteiramente pretos.
- Ative o comando de bloqueio total já. - exigiu o demônio.
- Ma-mas... Se fizer isso, 99% das entradas e saídas vão ser fechadas.
- Obrigado por me dizer o óbvio. É exatamente esse o plano. - disse o demônio - Agora o faça.
Acuado e tomado de pavor, o operador movia suas mãos trêmulas nos controles acessando a configuração que permitia a opção de ativar e desativar o bloqueio geral. Clicou nela, fechando os olhos apertadamente. Enquanto isso, Frank ligava para Ernest a fim de saber s estava tudo bem com ele e Carrie.
- Diretor, como é que tá aí? Vocês dois estão seguros?
- Estamos trancados na sala de reuniões ainda. Achou a pentelha?
- Tô no necrotério. Trancado nele, aliás. A desgraçada parecia que tava me esperando aqui e me deixou preso pra não cortar o barato dela. Pelo menos falou como arquitetou a bagaça que tá havendo no DPDC. Será que dá pro senhor mandar um policial vir me tirar daqui urgente? Não tem nenhum cadáver nas gavetas, ela soltou as feras no prédio inteiro.
- OK, é a próxima coisa que farei antes de sairmos pra nos refugiar no arsenal. Tenho um cartão de acesso, apesar de limitado. - disse Ernest parecendo decidido.
- Não, nada disso, fiquem aí onde estão. Só manda o cara ou um batalhão pra cá fortemente armado.
- Espera, vou retornar daqui à pouco, talvez. Tem alguém batendo na porta. - avisou o diretor, logo desligando.
Na sala de reuniões, Carrie hesitantemente levava sua mão à maçaneta. Destrancou a porta, abrindo-a.
Hoeckler foi entrando bastante rápido, quase empurrando a assistente.
- Su-superintendente?! - disse ela, espantada.
- Pensaram que fosse quem? Um monstro?
- Pra dizer a verdade, sim. - respondeu Ernest - E não estávamos errados.
- Me poupe das suas provocações, Duvemport. A conjuntura atual exige que nos unamos. Podem começar liberando cada informação que retiveram até agora de mim sobre essa calamidade sem precedentes no meu prédio. Funcionários desaparecidos, encontrados mortos, apagão, bloqueio total!
- O bloqueio total foi ativado?! Maravilha, não tem como essa noite melhorar. - disse Carrie, tendo a quase certeza de que aquela noite seria, com muito azar, sua última - Diretor, acho que o senhor deve...
- Sim, eu... A responsabilidade é toda minha. Ignorância não me absolve da culpa. - disse Ernest, suspirando longamente - Um demônio está pretendendo causar uma baderna lançando vários cadáveres reanimados e possuídos por demônios à solta no prédio. Demônio este que nas últimas semanas se passou pela médica legista que assumiu a vaga de Eileen Grant.
Hoeckler trincou os dentes com vontade esganar o diretor.
- Como pôde ser tão desleixado a ponto de nem sequer submete-la ao polígrafo? Sabe, às vezes eu penso que você não merece ocupar um cargo de tamanha autoridade vestindo ternos tão bem passados.
- Se eu for eleito, isso pode piorar na sua visão. - retrucou Ernest.
- Chega, vamos bolar uma contra-medida, uma ofensiva à esses demônios zumbificados... - disse Carrie.
- Primeiramente vou pedir um dos meus homens pra libertar o Frank. - disse Ernest, digitando no celular o número de um policial que sabia de cor.
- O que houve com ele? - indagou Hoeckler.
- Foi trancado no necrotério pelo demônio cujo nome é Lilith. - informou Ernest. Antes que o diretor colasse o aparelho no seu ouvido, Hoeckler tomou-o dele grosseiramente e cancelou a ligação - Ah, você gostou do plano dela, foi? Digo, uma parte dele, que é evitar Frank de salvar o dia!
Hoeckler confiscou o celular de Ernest e pegara o seu, telefonando para um número confidencial.
- Muito pelo contrário. Vou chamar homens melhores pra resgata-lo e unir forças, quer ele goste ou não. - disse ele, soberbamente. Pôs o celular ao ouvido. Carrie estava ligando através do dela para um policial cujo número pessoal ela sabia já que o conhecia intimamente. Hoeckler cravou um olhar feroz nela.
- Sra. Wood, não se atreva.
- Enquanto a galera da sua fundação não chega, Frank está sozinho e pode segurar a barra sozinho por um bom tempo, eu garanto. - fez uma pausa, esperando atender - Alô? Richard, é você? Onde você tá agora? Tá com interferência... Não tá dando pra te ouvir, a voz tá entrecortada... Richard? - colocou no viva-voz para que Ernest e Hoeckler pudessem escutar. - Ele tá fugindo de alguma coisa...
- Socorro! - gritava Richard, sua voz intercalando com vários tiros e o som da interferência de sinal - Não, sai d perto, sai de perto... Aaaaaah! - a ligação caíra. Carrie sentiu um arrepio frio na espinha.
- Cada perda é significativa. - disse Hoeckler, preocupado - Hoeckler na escuta. Código Amarelo. Um objeto de classe Topázio está agindo no Departamento Policial de Danverous City. Autorizando unidade móvel de contenção imediatamente! Entrem pelo terraço, há uma passagem que é imune ao bloqueio total acionado sem minha permissão. - encerrou a chamada - Venham comigo.
- Pra onde vamos? - perguntou Carrie - Devemos segui-lo?
- É claro que sim! Sou o superior e isto foi uma ordem! - disse Hoeckler, olhando para ambos - Vamos até o arsenal. Eu os cubro se aparecer um desses... mortos-vivos demoníacos.
- Tirou as palavras da minha boca. - disse Ernest indo bem atrás de Carrie que seguia Hoeckler para fora da sala.
***
Frank disparou duas vezes contra a maçaneta, mas não a danificou suficientemente.
- Melhor não desperdiçar munição com tentativas em vão.
Vários minutos passaram-se. Frank andava de um lado para o outro, depois parou para sentar-se num canto da parede. Após o período, ouviu passos se avizinhando e levantou-se. Colou seu ouvido à porta.
- Sr. Montgrow, preciso que se afaste ao máximo, a porta será destruída! - alertou um dos agentes da ESP.
O detetive correra para próximo das gavetas, aguardando uma explosão que literalmente explodisse a maçaneta da porta, mas se a voz grave lhe avisou que seria destruída significava um potencial maior. Cinco segundos depois, um estouro retumbante na porta a derrubou completamente para dentro da sala. A sensação agradável de liberdade se esvaiu em Frank quando a fumaça dissipou-se tornando visíveis os seus salvadores.
- É zoação comigo, só pode ser... - disse Framk, decepcionado. Os agentes da ESP trajados de preto, coletes e portando armas de grosso calibre aproximavam-se.
- O conselheiro Hoeckler nos ordenou a escolta-lo para todos estarem juntos na ação. - disse um agente, a voz abafada por conta do capacete com viseira que compreendia a face inteira.
- Olha, agradeço a ajuda, mas vou reassumir. Valeu, falou. - disse Frank, em seguida dando passos para sair do necrotério. Porém, um agente tocou-o no ombro como que advertindo-o.
- A ordem do conselheiro foi clara, não deve agir sem reforços.
- Ah lembrei agora. É isso ou o ele rasga meu contrato. - disse Frank que recordou o motivo pelo qual estava proibido de deixar certos fatos paranormais à revelia do superintendente, no caso as chantagens e ameaças de demissão. O detetive respirou fundo para não ceder à raiva que a má vontade de trabalhar ao lado daqueles truculentos homens lhe dava - Não tem vanguarda e nem retaguarda, é todo mundo como se fosse um só. Captaram a mensagem?
- Não vamos levar isso como uma ordem, mas até que parece uma boa forma de trabalho em equipe. - comentou um dos agentes.
Paralelamente, Hoeckler, Carrie e Ernest andavam por um corredor ouriçados à qualquer perigo iminente.
- Impressão minha ou sua mão está tremendo? - perguntou Ernest atrás de Carrie.
- Quieto. - disse Hoeckler, baixinho - Ficar em silêncio aumenta as chances de chegarmos ao arsenal sem transtorno.
As luzes piscaram tremeluzentes, deixando-os apreensivos. Um demônio caíra do teto bem perto de Hoeckler. A aparência do cadáver antes humanos era horrenda em vários aspectos: pele grossa, áspra, marrom e amarelada em alguns pontos, além de fileiras de dentes pontiagudos numa boca inumana. Os olhos permaneciam os mesmos, negros como a mais profunda escuridão. Hoeckler disparou na cabeça, mas nenhum dano foi visto. O demônio pulara sobre ele, abrindo sua bocarra.
- Sigam sem mim, rápido! - mandara ele - Use o meu cartão de acesso, Duvemport!
- Mas e o Frank? - perguntou Carrie, aturdida. Ernest não quis discussão: a pegou pela mão e ambos correram freneticamente pela direção que levava ao arsenal. Hoeckler tentava alcançar com a mão direita a arma que deixou largar com o ataque do demônio ao passo que tentava manter as presas do monstro longe o bastante do seu rosto, embora não o hálito de carcaça putrefata e a saliva viscosa. Hoeckler reuniu toda a força que canalizou para empurra-lo e enfim reaver a arma. Tendo êxito, reergueu-se, dando mais três tiros no corpo do demônio - São balas comuns, não fazem nada, droga. Uma aguinha santa nessas horas cairia bem.
O policial possuído aparecera naquele corredor e assoviou para o demônio aprimorado como um comando para faze-lo ficar parado. Hoeckler olhou para trás, franzindo o cenho.
- E aí, chefe? Tô a fim de dividir espaço com o senhor. Seremos ótimos colegas de cela. - disse ele, logo despossuindo o corpo do policial como uma sombra materializada, pulando sobre o corpo de Hoeckler cujos olhos piscaram para mostra-los pretos - Que bom não precisar pegar elevador pra acessar um lugarzinho tão secreto. - disse ele, estralando os ossos do pescoço. - estalou os dedos para o demônio aprimorado e o mesmo saiu correndo para fazer mais vítimas.
***
Os agentes da ESP conduziam Frank ao arsenal. Dobraram o último corredor. O detetive não escondia seu desconforto ao andar entre aqueles homens como se fosse uma vítima necessitando de proteção. Um agente se dirigiu na frente dos outros até a porta, fazendo escaneamento de retina e de impressão digital, um modo alternativo ao cartão, contudo mais demorado.
- Pra escanear até vocês, que nem da corporação são, tem livre acesso e eu, um agente prioritário, não. Muito justo. - disse Frank.
- O conselheiro fez uma lista prévia de nomes que seriam reconhecidos pelo sistema. - revelou um agente - Se não está incluso, basta solicitar.
- Não, perdi o tesão. - retrucou Frank. A porta automática deslizou para o lado dando acesso ao nível mais abundante de equipamentos, porém a porta desse nível encontrava-se aberta. Os agentes correram para dentro. Carrie e Ernest saíam da outra sala portando uma pistola semi-automática e uma submetralhadora, respectivamente - Carrie... Diretor... Bem que eu imaginava que iam arredar o pé da sala de reuniões.
- Frank, ninguém está seguro, essas coisas aparecem de um lugar pro outro, iguais a demônios normais. - disse Carrie, segurando firme a pistola, um dos poucos armamentos que ela sabia manejar.
- E vejo que está em boa companhia. - disse Ernest, nitidamente irônico.
- Torci o nariz no começo, mas... tá dando pra se entrosar, esse negócio de aliança de interesse em comum funciona que é uma beleza. Segurem a porta, preciso pegar um brinquedinho pra mim também.
Enquanto isso, o demônio possessor de Hoeckler teletransportara-se para uma ampla sala de caráter moderno que localizava-se abaixo da sala de conferência, um ponto extremamente restringido. O maior destaque dela se concentrava numa enorme tela retangular com um painel de controle similar a um púlpito uns metros próximo. Lilith surgira, entusiasmada para apimentar as coisas.
- Segui seu rastro. O que temos a nosso dispor? Uma tela para vermos um filme de terror realista?
- Não a tela e sim o que está embaixo. - disse o demônio, virando-se para ela - Por que não abatemos 100 bois de uma única vez?
- Seja mais específico. - pediu Lilith, estreitando os olhos.
- Aposto que não sabia dessa: Debaixo desse chão há uma bomba que requer contagem regressiva para detonação. - disse ele, logo caminhando até o painel - Uma bomba tão destrutiva que é capaz de demolir esse prédio não sobrando uma viga de aço intacta. - digitou o código de ativação da bomba - Não queria mais emoção? Voilá. - apertou o botão vermelho, iniciando a contagem que apareceu na tela marcando 5 minutos para a explosão. Lilith deu um sorriso de canto, excitada ao imaginar o desastre.
A bomba era revestida de uma grande esfera de aço que começava a superaquecer com o decorrer da contagem.
***
Frank, Carrie, Ernest e os agentes da ESP se lançaram à batalha dando uma saraivada de balas contra os demônios modificados que surgiam no caminho. O detetive estava munido de uma submetralhadora, tendo banhado os projéteis com água santa, não apenas da sua arma como também dos demais. A cada demônio que teleportava-se, Frank puxava o gatilho, fazendo-os tombarem antes de fazerem movimentos hostis.
- Abaixa! - disse ele para um agente que seria pego por trás. Atirou derrubando o monstro. O agente acenou de cabeça para ele em agradecimento. Alguns agentes seguiram por um corredor que não havia sido fornecido com energia suficiente do gerador e acionaram as lanternas acopladas nos capacetes.
- Cuidado, podem haver sobreviventes espalhados. - disse o agente que estava à frente.
Um agente virou-se apontando o facho da sua lanterna para um demônio na parede que rosnava salivando pronto para o bote. Os outros perceberam e descarregaram suas armas em cima do alvo que movimentava-se veloz se esquivando dos tiros. Usando o escuro a seu favor, atacou uns agentes violentamente, rasgando seus coletes com as garras afiadas. Dois corredores adiante, Frank e o restante travavam um confronto duro. Uma granada foi disparada de um lança-granadas contra um demônio, mas não uma tradicional. Ao ser atingido, o demônio teve seu corpo dissolvido por um ácido altamente corrosivo que despedaçava seus braços e pernas. Frank aprovou o método.
- Quero uma dessas emprestada.
- São poucas unidades. A proposta pra se integrar á fundação continua de pé, se aceitar, vai poder usufruir de muito mais de onde veio essa.
- Não dá pra se empolgar com vocês hein. - reclamou Frank, mudando de ideia. O detetive seguiu com outros dois agentes por um corredor, atirando a esmo nos demônios como se estivessem num videogame de tiro em primeiro pessoa. Cada um dos monstros sucumbia com sangue cinzento deles, além de restos de carne e massa encefálica, sujando as paredes e o piso. De repente, um alarme intermitente soou acompanhado de luzes vermelhas que acendiam e apagavam. Frank chutou o corpo de um demônio já morto e voltou-se para os agentes - O que significa esse alarme? - perguntou, exasperado.
Carrie e Ernest vieram do outro corredor, alarmados.
- É muito estranho. - disse um agente.
- O que não é estranho nessa situação? - perguntou Carrie, estressada - Já cansei dessa guerra.
- Acontece que o conselheiro nunca ia tomar uma medida tão extrema. - disse outro agente - pra solucionar o problema sacrificando a todos. Vamos todos morrer.
- Diz uma coisa que já não saibamos. - falou Carrie - Pelo jeito que a coisa anda, tô preparada pra fazer disso aqui o meu túmulo já que não tem escapatória, literalmente!
- Essa não... - disse Ernest, relembrando uma antiga conversa com mebros do alto escalão na qual Hoeckler mencionara a temível bomba - Ele endoidou. Ensandeceu completamente!
- O quê, diretor? - perguntou Frank.
- O superintendente... ativou o mecanismo de auto-destruição do DPDC. - contou Ernest, mais sério do que nunca - Em 5 minutos... a bomba que está abaixo da sala de videoconferência vai detonar.
Os agentes da ESP correram para chegarem na sala a tempo de impedirem.
- Não, o Hoeckler pode ser um maluco psicopata, mas não iria tão longe. - disse Frank - Vocês tem que ficar num lugar seguro, os caras assumem daqui pra desarmar essa bomba. Vou atrás da Lilith.
- Mas Frank... - disse Carrie, pessimista, quase caindo no choro.
- Vão! - esbravejou Frank furiosamente, recarregando a submetralhadora com as últimas balas do seu cinto de munição.
- Boa sorte, Frank. - disse Ernest - A nós também. - pegou Carrie pela mão para irem à procura de um refúgio.
Durante o trajeto, o detetive teve a mente invadida por uma voz familiar.... lhe chamando e guiando.
- Superintendente? Não, pera... - na sua face desenhava-se uma raiva que descontaria quando alcançasse o lugar onde estaria o demônio. Se guiou por ele, cuja voz ecoava na mente de Frank. Abriu a porta com o cano da metralhadora, deparando-se com o demônio usando o corpo de Hoeckler prestes a matar um policial imobilizado por sua telecinesia numa mesa com um machado de combate à incêndio.
- Olá caçadorzinho. Bom te rever. - disse o demônio, sorrindo sacanamente.
Em paralelo, os agentes da ESP mobilizavam-se rumo à sala cuja porta era resistente a uma dinamite comum. Implantaram um explosivo de detonação cronometrada disparado por uma arma especial para carrega-lo. A bomba grudou na porta graças à massa semelhante a piche gosmento que a apoiava. Escondidos nas paredes, os agentes esperaram. A porta sofreu o baque da explosão, sendo derrubada. Adentraram depressa na sala. O problema é que apenas Hoeckler sabia do código de interrupção.
***
- O relógio está de mal com você, Frank. Escolha. - pressionou o demônio.
O peso da decisão foi suportado por Frank num momento de clareza e coragem. Largou a metralhadora no chão simbolizando ter optado pelo exorcismo.
- Esperava mais ousadia da sua parte. Só pra constar, sou o Zyndao, que te deu a oportunidade de conhecer o grande Malvus em pessoa. E... eu sou um demônio de palavra. - disse ele, logo ameaçando usar o machado para decepar a cabeça do policial.
- Não! - gritou Frank. Mas nada pôde fazer. Zyndao descera inescrupulosamente o machado sobre o pescoço do policial, cortando fora a cabeça que saiu quicando. Frank virou o rosto, enojado e furioso - Spirit rau care adânceste acest corp, il voi alunga! - recitara o exorcismo romeno. Zyndao contorcia-se dentro de Hoeckler e pulara para fora. Frank pegara de volta a metralhadora rapidamente, mas Zyndao correu para a parede. O detetive disparou, mas o demônio já havia atravessado-a - Maldito covarde.
Foi verificar o estado de Hoeckler que despertava lentamente.
- Ei, acorda... - disse Frank, dando batidinhas no rosto dele - Teu pessoal tá louco pra saber como desarma uma bomba que você manteve em segredo de praticamente todo mundo pra destruir o prédio em caso de um cenário como esse.
- Oh não... Primeiro o bloqueio total... Agora a bomba... A bomba não.
Alguém falava no comunicador de Hoeckler.
- Na escuta. Perdoem a demora. O código é... 568472.
Um minuto passou-se e enfim o alarme e a luz vermelha cessaram. Frank respirou aliviado. Por pouco tempo. Lilith aparecera ali naquela sala vazia de interrogatório e jogara telecineticamente Frank contra a parede á sua direita. Depois mirou em Hoeckler, tocando nas têmporas dele, fazendo-o desmaiar. Por fim, soltara Frank da parede. O detetive não quis conversa e sacou uma arma disparando três vezes na cabeça da demônia.
- Você vai pagar caro por todas as vidas que foram ceifadas aqui.
- Pára com isso, não quero brigar. - disse Lilith numa estranha postura pacífica, retirando as balas na sua testa.
- Ah mas eu quero sim. - disse Frank, sacando a lâmina sacerdotal - Tava sedento pra usar ela de novo, só que não pra fazer um mero arranhãozinho nessa tua cara. Mas pra enfiar até o cabo.
- Espera! - disse Lilith, mostrando-se meio nervosa - Não pensa que tô com medo de você. Excelente, fantástico, você venceu, meu plano fracassou. Mas consegui matar um pouco do tédio vendo muita gente morta. Só me escuta.
- Parar pra escutar você?! Nem que a vaca tussa! - retrucou Frank, querendo avançar sobre ela.
- Não sou de pedir com educação, mas... Tudo tem sua primeira vez, né?
- Que merda você quer de mim? Tá achando que eu sou otário?
- Otário o bastante pra recusar minha trégua. - disse Lilith, sorrindo confiante - Eu não voltei pra Terra Negativa de imediato porque refletia sobre me divertir um pouquinho mais por aqui ou convencer você de uma aliança improvável.... pra resgatarmos o Fred.
- Quê? Mas a regra do tridente...
- Existe um jeito de burlar a regra. - disse ela, interrompendo-o - Foi difícil admitir... Mas eu preciso de você, Frank. E então? Sócios?
O detetive a encarou com extrema desconfiança, totalmente descrente sobre uma forma de livrar seu meio-irmão do terrível fardo que lhe recaiu.
-x-
*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
*Imagem retirada de: https://www.elindependiente.com/politica/2018/01/20/eta-amansa-a-sus-presos-en-las-carceles-favorecer-su-acercamiento/
Comentários
Postar um comentário
Críticas? Elogios? Sugestões? Comente! Seu feedback é sempre bem-vindo, desde que tenha relação com a postagem e não possua ofensas, spams ou links que redirecionem a sites pornográficos. Construtividade é fundamental.