Diário de Vicky Hattori - A Origem da Violinista Mascarada (Parte 4)
4º DIA - SEGUNDAS INTENÇÕES
29/06/2014
E não é que, surpreendentemente, ele aceitou meus termos?! Obviamente, não vou soltar o nome dele aqui como se não tivesse ciência dos riscos, mas ele me revelou sim seu nome e marcamos o encontro (eu decidi isso, lógico) para daqui há 2 dias. Um espaço de tempo relativamente curto para eu elaborar algum tipo de plano de contingência, no caso dele estar armando uma cilada pra me encurralar depois que reaver o livro, então vou manter cautela por via das dúvidas - só uma pena eu ter de faltar a aula de violino nesse dia. A troca de mensagens foi tranquila. Ele cessou as ameaças, concordando com minha posição. Ele realmente estuda na Universidade ********** e esteve na calourada. No entanto, notei algo diferente. Não foi muito esperto, aquela altura, enviar mensagens por voz.
O tom de voz estava diferente em relação à anterior, que era soturna, mais intimidadora. O filtro era o mesmo, mas as respostas dessa "segunda voz" eram mais... digamos, suaves em questão de tom. Era só o que me faltava: O cara ser membro de uma gangue de malucos ocultistas - em teoria. E eu, inocente, achando que era só entre dois. Isso muda tudo. Dificulta minha situação. O livro ainda permanece escondido, e quando a meu estado... tentei disfarçar meu cansaço hoje na faculdade. Ainda continuo tendo as visões sinistras. Hoje quase fui atropelada por um carro enquanto estava passando numa faixa de pedestres, eu me distraí com figuras sombrias, tipo borrões negros caminhando lentamente. Quando me aproximo deles... eu vejo seus rostos... tristes e amargurados... alguns até furiosos. Eu posso ver gente morta? Como o garoto daquele filme?
Rachel tem sido - dos meus quatro melhores amigos - a mais próxima de mim. Desabafei com ela no início da noite de hoje numa conversa no chat pelo celular. Não contei sobre o livro, nem do seu dono psicopata que deseja minha cabeça e nem do encontro. Modifiquei os fatos, aliás, para parecer menos assustador. Disse que conheci um garoto pela internet e já namoramos há meses virtualmente e só agora marcamos um encontro para nos vermos de fato, e me queixei das dúvidas sobre segurança quando se faz amizade com alguém pela internet. Ele pode ser um maníaco doido de pedra querendo me estuprar e eu, indefesa, não ter ninguém para me proteger ficando na moita. Ela me recomendou seu irmão mais velho que é policial e me forneceu o número de contato dele.
É mesmo uma merda, mas não tem jeito. Amanhã mesmo vou ligar pra ele... e contar absolutamente tudo, incluindo minhas teorias e as visões pavorosas. Como odeio ter que envolver pessoas nos meus problemas... Odeio!
CONTINUA...
*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos ou intenções relativas a ferir direitos autorais.
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