Diário de Vicky Hattori - A Origem da Violinista Mascarada (Parte 8)


8º DIA - SÃ E SALVA... POR ENQUANTO

03/07/2014

Aqueles desgraçados... Por onde será que eu começo? Tudo bem... o pior já passou... ou pode vir a começar nas próximas horas. Neste momento, estou em casa. Eu devolvi o livro, o Sacrifitorum, para um dos membros do grupo. De início, tudo ocorreu como esperado. Com exceção de eu ter chegado primeiro no ponto de encontro. E de ter sido pega de surpresa por mais dois deles. Me agarraram, me fizeram inalar clorofórmio e puseram um saco de veludo para cobrir minha cabeça. Quando despertei, me vi amarrada por correntes num lugar sujo e imundo, sentindo um cheiro pútrido torturar meu olfato por horas.

Estava muito zonza, muito incapacitada fisicamente para me dar ao trabalho de analisar todo o lugar. Só lembro que dormia e acordava por breves períodos e em instantes de despertar eu só via formas humanas vestidas de preto confabulando sobre algo que eu senti ser de meu interesse. O livro. Como consegui escapar? Deve haver alguém suspeito por lá... um traidor, um informante... talvez tenha sido ele o meu suposto salvador. Juro ter sentido alguém tirar as correntes que maltratavam meus pulsos, mas ainda é cedo demais para atribuir a essa figura uma certeza absoluta, mas alguém me libertou.

Consegui retornar na madrugada de ontem para hoje e pude reencontrar meus pais que me contaram sobre o líder do grupo, o tal Maestro, as ameaças que ele fez... e o maldito contou sobre o diário! Merda! Meus pais me obrigaram a queimar o diário, mas deixar a página do sétimo dia intacta como prova para uma denúncia à polícia. Até agora não sei as razões desse sequestro... mas eu posso sentir como se tivesse experimentado a mesma sensação de quando fui dopada na calourada... com efeitos mais lentos e intensos. O que fizeram comigo dessa vez? Decidi destruir meu celular. Haviam provas ali, eu sei, mas não posso mais lidar com novas ameaças, meu atual estado não me permite enfrentar toda aquela tensão novamente. O diário ficará como está e eu mesma vou denunciar anonimamente, já que sei a localização exata do esconderijo do bando. Amanhã mesmo vou pintar uma parede do meu quarto, pois quando o malditos invadiram a casa eles picharam um símbolo estranho, muito similar à uma nota musical... e só depois pude confirmar que era sangue fresco. E por falar em sangue... vou encerrar por aqui, antes que manche a folha... é que meus olhos tem ardido pra caramba e vou ter de dar um jeitinho de disfarçar amanhã. Não sei o que fiz para merecer esse tormento.


CONTINUA...


*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos ou intenções relativas a ferir direitos autorais. 



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