Frank - O Caçador #16: "Pegue-me, se puder"
A periferia de Danverous City consistia em muitos becos que pela noite ganhavam a aparência sinistra necessária para não serem tão acessados nesse período em decorrência dos problemas mais comuns. Frank entrara em um deles, não tão "engolido" pelas trevas, com uma arma em punho e pisando indiferentemente nas poças d´água lamacentas do chão molhado. A gosma deixada pelo Zeta facilitava a busca, uma das grandes desvantagens do monstro que despejava gás tóxico pelas mãos.
Continuando a andar devagar, Frank se atentava ao seu redor, o dedo encostado no gatilho e preparado. Apontou para várias direções até andar para trás cautelosamente. Ou nem tanto.
Ouviu um barulho atrás e virou-se rapidamente disparando. Contudo, o tiro pegara num latão de lixo. De repente, a criatura desceu de ponta à cabeça bem próximo ao detetive, apoiada com sua cauda numa escada de ferro de uma das casas ao lado, e liberou seu gás enlouquecedor diretamente nele.
Frank se afastou na hora, tossindo bastante e espantando com a arma a fumaça amarela.
- Seu desgraçado... - disse ele, entre tossidas fortes. As alucinações não demoraram a surgir.
O detetive procurou um refúgio imediatamente enquanto tentava fugir de ratos negros de olhos vermelhos que exibiam presas afiadas e instinto ameaçador. Chutou a porta dos fundos da casa à direita e entrara correndo sem olhar para trás, mas tropeçou em uma mesa rolando desajeitadamente pelo chão com os pedaços quebrados dela. Seu olhar para os ratos que invadiam era de terror puro.
Se arrastou até encostar numa parede com uma expressão de medo que se qualquer pessoa próxima à ele visse certamente não o reconheceria como se ele estivesse no seu pleno normal. A horda de roedores mordiam suas pernas cravando os dentes na carne.
- Não! Saiam daqui!! Saiam Daqui!! Vão embora, seus monstros carniceiros! Vão! - gritava ele, enclausurado no seu medo, acreditando sentir uma dor imensa que o fazia urrar.
Os ratos alcançavam o torso e Frank debatia-se loucamente tentando repeli-los. Até que a decisão audaciosa veio. Frank mirou a arma... direto no seu peito... disparando em seguida.
Os ruídos típicos dos ratos cessaram. O detetive estava de pé com os olhos fechados. Abriu-os de um por um e sentiu alívio por ainda estar na sala escura e com mobília bagunçada da casa.
- Como esperado do gás daquele miserável... - disse ele - Foi tudo uma ilusão, como sempre. E já que medo não faz muito parte de mim... - abaixou-se para apanhar a arma - ... o tempo é limitado.
Mas a sensação boa durou pouco. Viu uma coisa indistinguível num canto e depois sangue escorrendo pelo chão. Um forte relâmpago atravessando a janela ajudou a esclarecer.
Estarrecido, Frank encarava seu próprio corpo padecido em sangue com um buraco no tórax.
Tocou-o... ou pelo menos tentou já que sua mão atravessou como se fosse intangível.
- Não tô acreditando... O que foi que eu fiz? - perguntou-se, extremamente perplexo. - Que merda...
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CAPÍTULO 16: PEGUE-ME, SE PUDER
O desespero aflorava ameaçando evoluir para loucura completa. o detetive só perguntava-se o que tinha dado na sua cabeça para acabar se matando mesmo teoricamente resistente ao gás do Zeta.
- Não é possível... - disse ele, andando rápido por uma rua aleatória - A fumaça do bastardo não me afeta a esse ponto... Tá, todo mundo tem suas crenças, acho que... me superestimei demais.
O vento soprou revolto arrastando caixas, latinhas, plástico e papeis pelo ar. As luzes dos postes piscavam incessantemente e um frio de bater queixo tomou conta do ambiente.
Frank apenas mantinha-se parado encarando tudo com estranheza.
- Que diabos é isso? Agora deu... - disse ele, afligindo-se - Não sou eu que tô fazendo isso! Aparece!
Na sua olhada ao redor viu um vulto passar devagar mas desaparecer num piscar de olhos.
As manifestações estranhas pareciam migrar para a mesma direção, fazendo o detetive ir atrás.
Era como o vento, o frio e o pisca-pisca acompanhassem-o à medida que se aproximava do fantasma misterioso que seguia. A caminhada parou em frente a um bar sem placa ou nome junto com os efeitos sobrenaturais. O detetive olhava a fachada meio precária do local, achando suspeito.
Não teve outra escolha, aquilo podia significar qualquer coisa que tivesse a ver com sua morte.
Ao abrir a porta somente a luz da lua banhou parte do lugar e o resto um breu tenebroso. Frank assoviou para chamar quem que estivesse lá. Adaptado ao escuro, andou cautelosamente. Levou a mão ao sobretudo para pegar uma arma, mas lembrou da sua condição se frustrando.
- Ah cacete, não posso lidar com fantasmas ruins sendo um espírito bom...
O acender súbito das luzes o assustou tremendamente.
- Se acha um espírito do bem e cometeu suicídio? - perguntou uma voz por trás dele - Então está no lugar certo. - disse ele, um rapaz pardo meio careca vestindo casaco verde por cima de camisa preta além de calças jeans surradas e tênis velhos - Bem-vindo à Taverna dos Rejeitados. Sou o Evan.
Ele estendeu a mão para Frank que demorou para fazer o aperto.
- É sempre bom receber novos membros. Releva a aparência do nosso QG, nem eu gosto muito.
- Espera... Eu vi um fantasma parecendo querer que eu seguisse ele até essa espelunca. - disse Frank - Não era você?
- Na verdade, é a Monique. - disse Evan apontando para uma garota de cabelos castanhos escuros e de postura tímida que acenou retraída para ele - Nossa guia auto-proclamada. A mais forte, aliás.
Outros três fantasmas apareceram em teleporte no recinto.
- Te apresento... Zach - disse Evan indicando um cara de expressão pouco amigável com cabelo loiro meio desgrenhado e roupas surradas -, Ursula - apontou para a mulher de cabelo curto que assentiu com um sorriso gentil a Frank - e por último e não menos importante, Timoty, nosso primeiro integrante, considero ele um membro fundador. - destacou o rapaz de longos cabelos pretos que fez um símbolo de mano cornuto para Frank como cumprimento, o que não era estranho já que suas roupas deixavam óbvio sua preferência por estilo rockeiro - Agora só falta você.
- Olha, meu nome é Frank... Me deixa explicar o seguinte: Eu tô sem eira nem beira. Tudo bem, vamos do começo: Eu sou um caçador de coisas bizarras como monstros, demônios, fantasmas...
- Você se matou agora há pouco. - disse Monique - Eu sei porque senti. Aliás, eu era sensitiva.
- O quê? Uma sensitiva... cometeu suicídio?! - disse Frank, espantado.
- Empatia cara, ela não suportou a pressão. - disse Evan - Já eu... não consegui lidar com a vida.
- Então quer dizer que fui praticamente arrastado pra um clube de suicidas. - disse Frank - A diferença entre mim e vocês... é que não me matei por vontade própria. Estava caçando um monstro, vou poupa-los dos detalhes, mas o essencial sobre ele é: borrifa um gás alucinógeno que deixa qualquer pessoa louca de medo, todos os seus piores medos se manifestam como ilusões. Eu, por exemplo, me vi sendo atacado por um bando de ratos carnívoros e quando não aguentei o tranco... - ele imitou o movimento de uma arma disparando com o dedo na cabeça.
- Tem um buraco enorme no seu peito. - disse Ursula.
- Ah não diga. - ironizou Frank - Vocês entenderam. Eu achava que podia dar conta, de resistir ao efeito do gás, mas...
- Não foi forte o bastante. - disse Zach, encostado no balcão brincando com um canivete.
- Viu só? Não é muito diferente. - disse Evan, acolhedor - Somos sua nova família agora.
- Precisam compreender, por favor. - disse Frank, expressando apreensão - Possuo um emprego, tecnicamente dois... Amigos que me importam muito e uma cidade pra proteger. Não quero dizer que a minha vida é boa demais para não ter que merecer isso, só quero continuar... seguir em frente.
- Mas aqui é nosso único abrigo. - disse Ursula - Os espectros estão por toda parte. Reunimos toda nossa energia mutuamente para protegermos uns aos outros e também a taverna.
- Estão fugindo dos espectros? - indagou Frank, curioso.
- Querem devorar nossas almas. - disse Evan, sério - Só não profanaram nossos corpos a tempo por serem de difícil localização. Todo mundo aqui, com exceção de você, morreu em períodos próximos, o que é uma sorte grande. Nem todo suicida tem a chance de encontrar um lugar como esse, se é que existe um igual. Ninguém tá sozinho. Nem você.
- Agradeço o apoio, mas... se estiveram de acordo, quero que deem uma boa razão para não contrariarem a minha escolha de não querer ficar aqui pra sempre.
- Os espectros, claro. - disse Zach - Eles amam e odeiam suicidas ao mesmo tempo. Se quer mesmo voltar, tem que passar por um ritual que faça uma barreira no seu cadáver e ele não ser violado.
- Nossa, é verdade... - disse Frank, tenso - Lembrei. Uma vez que espectros assumem corpos vazios, entram pra nunca mais saírem. - olhou para o grupo - Como faço esse ritual?
- Não você. - disse Evan - Precisa convencer alguém de que está morto... e essa pessoa fará o ritual.
- De preferência, algum bruxo ou feiticeiro. - disse Timoty.
- O Timoty às vezes só abre a boca pra complementar nossas falas. - disse Evan, achando graça.
- Bem, vocês parecem experientes né? - indagou Frank - Será que dá pra ensinar o calouro aqui?
- Vamos te desafiar, não requer ensinamento didático de fantasmas pra poder agir como um. - disse Evan - Vai aprender a fazer isso. - fizera as luzes do bar piscarem - Tem que manter a mente esvaziada, o que vale só para fantasmas bons. E também isso. - teleportou-se como um holograma desaparecendo e logo surgindo atrás de Frank tocando nele com o dedo - Sacou? Ah e além disso...
Timoty pegou o celular e discou um número. Evan pigarreou forte e engrossou a voz.
- Todos vocês irão morrer.
Sua voz no viva-voz do aparelho soou num tom monstruoso e distorcido, impressionando Frank.
- Até mesmo interceptar ligações?! Caramba...
- É, isso aí. Irado, né? O que acha? Quer ser Sam Wheat ou Gasparzinho?
Frank sorriu torto como um "sim", começando a se entusiasmar com o pessoal.
***
Departamento Policial de Danverous City
Na sua sala particular, Carrie digitava constantemente procurando dados a respeito de um caso pendente. Tudo parecia um calmo turno noturno se não fosse por uma mensagem escrita no seu bloco de notas à sua direita. Logo quando ia pegar alguns papéis, se deparou com os escritos, fixando o olhar para aquelas palavras que arrepiaram sua espinha.
- "Carrie, sou eu, o Frank! Não surta, tenta entender: Eu morri, agora sou um fantasma. Te explico melhor quando aparecer aí na sua sala. Nesse momento eu tô invisível, te olhando pela janela, mas quando eu me teleportar, por favor, não fica de estardalhaço. Por favor, não grita."
A assistente se levantou atemorizada olhando para os cantos, especialmente para sua janela à frente.
- Seja lá o que tiver acontecido... apareça.
Frank enfim teleportou-se, mas acabou por surgir centímetros de distância de Carrie, fazendo-a soltar um grito de pavor e se afastar estremecida.
- Puta merda! Era pra eu ter aprimorado mais nessa habilidade! - reclamou Frank - Foi mal, Carrie...
- Fica longe. - disse ela, estendendo a mão direita como se quisesse mante-lo distante - É você, Frank? Um fantasma... Mas como? Onde? Por que?
- Relaxa, Carrie. Sou eu mesmo. O Zeta que eu fui caçar... me pegou mesmo com minha guarda mantida. Resumo da ópera: Minha mente não aguentou toda a carga das alucinações e tomei uma decisão impulsiva. Puxei o gatilho sem pensar duas vezes. - contou, mostrando a ferida no peito.
Carrie fechou os olhos por uns segundos, atordoada.
- Não pode ser... Que inferno! E agora? O que vai fazer? Vo-você... literalmente está morto!
- Tá brava comigo porque cometi um erro em perseguir a coisa num beco escuro?
- Não tô zangada com você. - disse ela, andando pela sala - É essa situação que me irrita. Não existe nada conhecido no sobrenatural capaz de trazer alguém de volta à vida. Necromancia? Não há registros concretos de que um dia foi praticada, apenas contos duvidosos.
- Eu ia sugerir bruxaria. - disse Frank - Na verdade, é o único jeito. Encontrei um clube de fantasmas, pessoas que se mataram muito jovens, agem como família e me acolheram muito bem. Querem se manter protegidos dos espectros e preciso voltar pro meu corpo antes que eles encontrem.
- Se já não tiverem encontrado... - disse Carrie, pessimista.
- Não, eles disseram que nesse caso eu sentiria uma reação dolorosa, apesar de ser um fantasma e me ensinaram os lances mais básicos, tem sido até agora... sinistro, é como se eu não fosse mais humano. Já pesquisou uma vez sobre espectros. Corrompem almas, mas suicidas são o prato favorito deles.
- E o que deve ser feito pra colocar sua alma de volta? Esses fantasminhas camaradas são confiáveis?
- Olha, são almas atormentadas, eu sei que de boas intenções o inferno tá cheio, mas... eles ajudaram. Preciso convencer alguém de que bati as botas. Na minha imaginação, só veio você.
- Tem razão. Entre mim e o diretor, eu sou a que menos expressa ceticismo. Fez a escolha certa.
- Isso é parte de um ritual. Vamos precisar de um bruxo... você não pode se arriscar.
- Temos o livrinho de feitiços da ex-secretária fajuta. - disse Carrie, indo até seu armário.
- Não, espera. - disse Frank, pegando-a de leve pelo braço - Acabei de ter uma ideia. Os alunos do Danverous High School que participaram da seita contra os canhotos... Tinha uma garota entre eles, acho que o nome dela, salvo engano, é Candice, me falou que o pai era um bruxo.
- O caso do Retalhador de Almas foi há uma semana e eles foram liberados por falta de provas. Registrei todos os números de contato. - disse Carrie, agilizando-se ao procurar-los. - Aqui.
Ela entregou um arquivo com o papel anexado onde continham os números de cada um.
Discaram o número do telefone fixo da residência de Candice.
- Alô? É a Candice?
- Quem quer saber? - perguntou a garota.
- Ahn... Não tá lembrado de mim? Sou eu, o detetive... digo, o caçador de assombrações que desmanchou a parada dos sacrifícios dos canhotos.
- Ah sim, Frank. Desapontado por saber que me livrei da cadeia?
- Olha princesa, não tô afim de discutir sobre um caso já resolvido. Águas passadas. Eu quero mesmo é falar com seu pai. Ele tá aí com você? É bom que esteja, pois é urgente.
- Te disse uma vez que meu pai é um bruxo. Por que um caçador solicitaria ajuda de algo que odeia?
- Ele está ou não?
Na linha, Candice chamara pelo pai que não demorou a assumir a ligação.
- Alô? Eu posso ajudar?
- E como pode. Aliás, você deve. Meu nome é Frank Montgrow.
- O detetive que quase foi responsável por jogar minha filha na prisão. Eu sou o Terrence. O que quer? Não quero parceria com quem chegou perto de arruinar a vida da Candice.
- Vamos esquecer isso por enquanto. OK? Me meti numa cilada. Eu não tô vivo. E sei que você é um bruxo, segundo sua filha. Dependo dos seus truques para voltar pro meu corpo. Por favor.
- Deve ter meu endereço. Me encontre amanhã à noite. Nove horas está bom?
- Ótimo. Prometo te recompensar com uma coisa valiosa. - disse Frank, determinado - É sério.
***
Conforme o combinado, Frank se encaminhou à casa de Terrence Geller pontualmente no horário.
Porém, não exatamente do modo normal. A campainha foi tocada e Candice fora atender.
- Olá... - disse ela, olhando Carrie dos pés à cabeça - O meu tá aguardando visita, ele não pode...
- O que você tá insinuando princesa? - perguntou ela num tom estranhamente rude - Não sou... nenhuma amante do seu pai. - ela se constrangeu - Caramba, isso é pior do que já imaginei...
- Ahn... Você parece com vontade de ir ao banheiro, se quiser entrar...
- Não, não, eu... Estou perfeitamente bem. - disfarçou, passando as mãos nos cabelos e sorrindo.
Terrence aparecera na sala e reconheceu a mulher que o detetive tinha descrito. O pai da bruxa adolescente era um homem alto, caucasiano, de rosto quadrado, cabelo castanho curto levemente espetado e vestindo roupas masculinas comuns.
- Candice, deixa-a entrar. Agora.
- Tudo bem... - cedeu ela, dando passagem.
No quarto de Terrence, ambos se acomodaram para conversar. Candice, por sua vez observava tudo pela fechadura. Soltou um arquejo de pânico ao ver um fantasma sair do corpo de Carrie.
Frank se desprendeu do corpo da assistente após possuí-lo a fim de não chamar atenção dos espectros. O detetive ofegava como se tivesse passado por uma experiência sufocante.
- Possessão gasta muita energia... mas quero dar um dica pros fantasmas homens: Não possuam mulheres. - disse ele, logo balançando a cabeça bem rápido para se reorientar.
- Aconteceram coisas traumatizantes do momento em que vocês se falaram até agora. - disse Carrie.
- Eu imagino. - disse Terrence, franzindo o cenho num sorriso leve - Sra. Wood, pode se retirar?
- Boa sorte, Frank. - disse ela, saindo do quarto. Encontrou Candice que se afastou com o abrir da porta - Não te ensinaram que é mal-educado sondar conversas alheias? Mas OK, não fiquei tão brava, me chamo Carrie. Sou assistente do Frank.
- Eu sou Candice. Prazer. - disse ela, apertando as mãos - Quer chá gelado?
- Oh, que gentileza. - disse Carrie acompanhando-a - Nem parece que fez parte da SOD.
No quarto, Frank e Terrence conversavam seriamente.
- Esse anel é praticamente uma relíquia milenar que nenhuma fortuna pode pagar. - disse Terrence, estudando o objeto.
- É uma longa história, mas se quer uma sinopse breve: Eu consegui graças a uma bruxa que se infiltrou no departamento sob identidade falsa. Eu conheci Megan... já pra vocês era Dorotheia.
- Não me diga que... Dorotheia, a grande bruxa que amaldiçoou uma linhagem inteira de caçadores. - disse Terrence, pasmo - Se ela abdicou desse anel quer dizer...
- Que a alma está presa aí dentro. - disse Frank - Recebi uma ligação recentemente. Parece que o líder do seu clã mágico me ameaçou e se esse anel não for entregue vou sofrer consequências. Então você repassa pra eles por mim. Fechado? Essa situação veio a calhar.
- No pior dos cenários teríamos que enfrentar os espectros, mas você não pode fazer isso diretamente, é o mesmo alerta para fantasmas que se digladiam feito cães. Uma alma corrupta não pode confrontar uma pura. A consequência recai pra você. Contra os espectros, o anel tem uma magia que serve como armadura invisível ao espírito. Mas é extremamente arriscado.
- Por que? - perguntou Frank.
- A esmeralda incrustada no anel comporta todo o poder. - disse Terrence, observando o anel - Os bruxos sempre tiveram essa curiosidade sobre o além. E se uma grande barreira pudesse ser rompida? A fronteira mais intransponível que existe. Dois mundos iam colidir. Por isso nossos ancestrais buscavam meios de causar rupturas entre o físico e o metafísico como experimento. A esmeralda é só uma de três fontes que realiza essas façanhas. Você é um homem de sorte, Frank.
- Só vou me convencer disso se voltar pro meu corpo sem sequelas. - disse Frank. Porém, Terrence notara algo estranho: um líquido grosso preto-esverdeado escorria do nariz do detetive.
- Frank, aqui...- apontou ao próprio nariz - Isso não é nada bom...
- Cacetada... - disse Frank passando o dedo e confirmando o ectoplasma - Não terminei a caçada contra o Zeta e isso... me deixa totalmente irado. Precisamos agir depressa antes da vingança tomar conta de mim, aí não vai ter quem me segure. Quer dizer, você vai... afinal, é um bruxo.
Terrence resolveu praticar um feitiço de localização usando o ectoplasma de Frank em um mapa do bairro. Jogou o fósforo e recitou o encanto. O mapa entrara em combustão a partir da gota de ectoplasma fazendo restar intacto a parte que indicava onde ficara o corpo.
Os espectros aproximavam-se da casa em sombras que rastejavam pelas paredes e pelo asfalto.
Um pequeno tremor foi sentido. Carrie e Candice estavam assustadas, bem juntas, assistindo as luzes piscaram e sentindo a terra balançar.
- Fica comigo aqui. - disse a assistente, convencendo a garota a se proteger com ela embaixo da mesa.
Frank e Terrence rapidamente chegaram à casa por meio do teleporte fantasmagórico. O bruxo cortara a palma esquerda, logo derramando seu sangue sobre a testa do cadáver fazendo um símbolo.
- Tá dando certo aí? - perguntou Frank - Ah sim, desculpe, não posso interromper...
- Pronto. - disse Terrence, levantando-se - A insígnia foi encantada e manterá seu corpo inviolável.
- Pela sua cara... - disse Frank, suspeitando - ... tem um porém aí no meio.
- Aceitei esse favor pra ser honesto com você, Frank. Meu feitiço só protege seu corpo... por apenas 24 horas. Mas você não pode assumi-lo de volta agora. Primeiro deve se focar na purificação.
- Mas eu sou um espírito puro. - retrucou Frank.
- Você liberou a gosma... Se eu te mandasse retornar pro corpo agora mesmo, eu estaria colocando você em extremo risco, a magia ia repelir sua alma tão violentamente... que você desapareceria.
- Então o desafio agora é tentar me controlar. - disse Frank - Pelo menos atrasamos os espectros. Não posso usar o anel para me proteger já que a magia dele não é maligna, então...
- A esmeralda pode ser um item usado para o experimento dos bruxos em acessar o plano astral, mas não significa que ela não traga efeitos colaterais ligada ao anel. A alma é protegida, mas também sob limite de tempo, nesse caso eu também estaria matando você... definitivamente. E mesmo que sobrevivesse ao anel reincorporando, você viraria o portador fixo sem poder tira-lo. E então? Aposta?
- Quero apostar que vou sair dessa sozinho. - disse Frank - Sorte que tenho um refúgio.
***
Ao retornar a taverna, a visão que achara por lá não foi das mais confortáveis. Em todo o espaço viam-se rastros de ectoplasma, no chão e nas paredes.
- Então a galera aqui se corrompeu, fez uma festa e não me convidou. - disse Frank, olhando a bagunça - Algum de vocês aparece aqui e me explica porque o lugar tá essa zona!
- Não precisa gritar, coroa. - disse Zach, surgindo num canto - E aí? Tá feliz com a decoração nova?
- Será dá pra me tirar as dúvidas? Você é o...
- Zach. - disse ele, andando até Frank e jogando o cigarro apagado - É tudo culpa sua.
- O quê? Tá me tirando? Não faço a menor ideia do que houve aqui.
- Os fantasmas malvados vieram aqui e nos atacaram como se fôssemos suas presas, como se fossem espectros. O Evan te acolheu pra você traí-lo desse jeito, seu babaca egoísta. Bem que desconfiei.
- Olha aqui parceiro, não tô entendendo. É péssimo o que aconteceu, mas não sei em que parte dessa história eu traí a confiança de vocês. Então cala essa boquinha de bafo ruim que é melhor.
- O lema do nosso grupo é estarmos juntos pela maior tempo possível! - vociferou Zach, irritado - Se uma de nós fica distante tipo por quase um dia inteiro, o resto fica vulnerável! O Evan esperou você voltar ainda ontem e nada. Ele ia te dar uma lista com localizações dos nossos corpos depois que você conseguisse proteger o seu com a ajuda de algum bruxo. Nunca tivemos a oportunidade e confiamos em você, mas não, nos abandonou na maior cara de pau.
Zach avançara contra Frank pegando-o pela gola do sobretudo e o jogando contra o balcão quebrando várias taças, garrafas e copos. O detetive levantou-se e atravessou o balcão para enfrenta-lo. Zach iria soca-lo, mas Frank sumiu e apareceu rápido atrás dele conseguindo desferir um golpe com o dorso fazendo-o cair em cima das mesas.
- Essa não... Não, eu não posso lutar com fantasma ruim. - disse Frank, se dando conta - Zach...
- Vai se ferrar! - disse ele, tentando golpear Frank que esquivava-se - Traidor!
- Espera aí Zach! - dizia Frank, mas era inútil. Viu ao lado uma badeja e pegou-a velozmente para taca-la no rosto de Zach duas vezes. Mas ele barrou na terceira, chutando Frank na barriga. O detetive voou até a parede, caindo. Zach não perdeu tempo e aproveitou para dar mais chutes em Frank.
Felizmente, Evan e os demais apareceram para apartar a luta.
- Zach, já chega! - disse ele, segurando-o junto a Timoty - Chega! O que deu em você?
- Por que o bar tá coberto de gosma? - perguntou Ursula.
- Então vocês não sabem? - perguntou Frank, levantando-se - Ah seu filho da mãe mentiroso...
- O que aconteceu aqui? - quis saber Evan - Quero ouvir de você Zack.
- Falou que fantasmas malignos atacaram o bar. - disse Frank - Me acusou de traição por ter levado quase um dia para conseguir lacrar meu corpo pois segundo ele todos do clube precisam ficar juntos. E ainda tem uma lista com os locais dos corpos... Você ia me dar Evan?
- Sim. - disse ele, meio abatido - Mas Zack mentiu descaradamente sobre os fantasmas. O ectoplasma espalhado é dele. Confessa, Zack.
O silêncio dele já dizia bastante.
- Foi o que pensei. - disse Evan - Tá oficialmente expulso do clube.
O integrante cabeça-quente se retirou mantendo uma expressão de cólera. Lançou um olhar maldoso à Frank antes de finalmente sair. Ursula e Monique sentiam-se enojadas e prestaram apoio à Frank.
O detetive saíra para tomar um ar fresco, mas Evan o seguiu.
- Aonde pensa que vai? - perguntou o líder do clube.
- Tentar resolver isso logo de uma vez. Acabando com a raça do Zeta e me livrando do tormento.
- Sabe que se fizer isso vai ficar a um passo de se corromper. Melhor se isolar na taverna.
- Confio na minha determinação, Evan. Não vou descobrir o quanto sou forte se não arriscar. - disse Frank, compreensivo a preocupação dele - Só preciso ir na casa do bruxo outra vez pra pegar o anel escondido, lutar contra o Zera e depois devolver.
- Tem certeza que esse anel mágico traz alguma segurança?
- Tô levando em consideração a palavra de um bruxo poderoso. Quer mais o quê? Encontro vocês mais tarde ou talvez amanhã. - disse ele, logo desaparecendo. Evan não estava tão confiante.
Poucos minutos depois, Frank já se encontrava em direção à porta dos fundos estando em alerta.
Próximo à garagem ele detectou. Porém, seu plano foi interceptada antes que desse o próximo passo.
Um círculo de fogo se formou cercando-o. Em seguida, vieram Terrence e Candice tranquilamente.
- Que palhaçada é essa? - questionou Frank, surpreso - Terrence, abre o jogo! O que você fez?
- Estou impedindo você, claro. - disse ele, estalando os dedos. A coloração do fogo mudou para verde - Bem, acionei um feitiço neutralizador especial contra fantasmas. Nunca tinha testado um.
- Confiei em você seu desgraçado.
- O papai, sempre astuto, sabia que você armaria pra cima dele querendo pegar o anel. - falou Candice, em tom debochado.
- Eu ia pegar para arriscar uma teoria. - disse Frank - Matar a criatura que me fez morrer e depois devolver o anel. Agora desfaz essa merda!
- E acha que realmente conseguiria sem passar pelo doloroso processo de corrompimento? - perguntou Terrence, severo - Você é tão prepotente a esse ponto, Frank? Não importa o quanto se sinta forte, você é um fantasma e fantasmas e bruxaria nunca geram uma boa combinação. Assim é entre o anel e você. - retirou o objeto mostrando-o - Ele continua comigo. Que pena frustra-lo.
- Terrence, me tira daqui, é sério. Juro que pretendo devolver. Eu achava que...
- Éramos parceiros? Eu só lamento. O corpo pode estar protegido, mas esse círculo é um farol para os espectros virem pega-lo. O seu egoísmo me convenceu a não confiar nesse seu plano.
A dupla fora embora deixando-o como uma isca balançando num anzol para os espectros.
Evan surgiu de repente, espantando a Frank que se desesperou.
- O que você tá fazendo aqui? Acabei de levar rasteira do bruxo.
- Eu sei, vi tudo. Te segui até aqui... pois você tá propenso ao corrompimento, tá cheio de ódio, quer vingar a si mesmo. Tem que limpar sua consciência.
- Acredite, tô tentando ao máximo. Acho que... preciso rever meu caráter como caçador.
- Não vou deixa-lo tirar suas esperanças. - disse Evan, estendendo sua mão direita - Toca minha mão, vamos trocar de lugar. Você se teleporta ao mesmo tempo que eu pra fora do círculo.
- Não, Evan, não vou te deixar se sacrificar por minha causa...
- Não tenho tempo pra ouvir suas desculpas! Me toca! - disse ele, a face comovida.
Meio relutante, Frank o fizera, teleportando-se para o lado de fora do círculo enquanto Evan para dentro. O caçador o fitou tristemente, como se sentindo culpado.
- Agora volta pra taverna. Não diga nada aos outros.
- Sinto muito te desapontar, Evan. - disse Frank, aturdido - Mas não mudei de ideia. - desaparecera.
- Não!! - gritou Evan, frustrado - Droga! - chutou a areia.
***
Já eram cerca de 22:30 quando Terrence mandara sua filha ir para a cama para acordar mais cedo na ida à escola no dia seguinte. Candice andava pelo corredor ao seu quarto, pondo fones de ouvido conectados ao celular, seus cabelos loiros balançando. Porém, um susto baqueante a desconcentrou.
Frank aparecera ali pegando-a pelo pescoço e pondo-a contra a parede.
- Papai, socorro! - gritou ela, sua boca logo tapada por Frank.
- Shhh... Fica quieta. Me diz onde tá o anel.
- Você ainda tem muito o que aprender como fantasma. - disse Terrence chegando - Largue ela, Frank. Vai só piorar sua situação continuando a alimentar sua fúria.
- Me entrega o anel ou juro... que acabo com ela. - disse o detetive, encolerizado.
Candice chorava baixinho, amedrontada.
- O que quer que eu faça para nos deixar em paz? Já que você dificilmente vai encontrar a sua.
- Não vi outro jeito de conseguir isso, Terrence. Tô lutando contra minha natureza. Mas mantenho meus termos: Se não desfazer o círculo e recusar dar o anel... sua filha morre. Faço justiça com minhas próprias mãos pelas pessoas que ela ajudou a matar.
- Mas como diabos saiu do círculo?
- Um amigo resolveu trocar de lugar. Agora o liberte. Já! - apertou mais o pescoço da garota.
Um estrondo quebrou a tensão para gerar uma ainda pior. A parede da sala foi destruída brutalmente por Zach acompanhado de quatro espectros - em suas formas físicas como seres de pele negra, áspera, corpos magros e cabeças com protuberância, sem olhos e dentes brancos como de humanos.
Frank desaparecera, surgindo diante dele como se quisesse protege-los.
- Mudança de planos agora? - perguntou Terrence a ele.
Candice observava escondida na parede. Zach lançava um sorriso debochado a Frank sentindo-se poderoso com a associação aos seres das trevas.
- Achou que eu deixaria barato, detetive? Aqui estou eu. Com novos e melhores amigos.
- Tramou com os espectros justo quando já tinha se corrompido e ganhado um alvo. - disse Frank - Você me dá nojo. E não vou jogar seu jogo sujo.
- Ah mas você vai sim. Eu não passava de um pária enquanto vivo. No pós-morte nada mudou!
- E de quem é a culpa afinal? Minha que não é. - disse Frank.
Terrence estalou os dedos. Frank, curioso, virou-se para ele sem muita confiança.
- O que foi isso?
- Eu sinto muito, Frank. Desbloqueei o feitiço no cadáver... Estou te dando uma chance.
- Você acabou com todas as minhas chances! - esbravejou Frank. Os espectros desceram ao chão metamorfoseando em sombras e rastejando de volta pelo buraco na parede - Agora eles vão atrás!
- Esse é o meu plano. - disse Terrence, sacando o anel e dando a Frank - Use-o com sabedoria.
- Ma-mas... - disse Frank, confuso - Tá, sem tempo pra justificar. - colocou-o no dedo anelar. Sentiu um poder fluir por todo a sua essência - Dá um formigamento... - virou-se para Zack, confiante.
- Quem vai morrer primeiro? A loirinha ou o marmanjo? - disse Zack, estralando os dedos.
A esmeralda no anel piscou uma luz forte e Frank avançou em supervelocidade contra Zack socando-o certeiramente com o punho direito onde estava o anel. O rapaz revoltado voou para fora, rolando pela grama.
- E aí? Vai encarar? - perguntou Frank, aquecendo-se - Tô pronto pra mais.
Pelo visto, o golpe conseguiu intimida-lo. Zack sangrava ectoplasma pelo nariz e boca.
- Esse ataque... É esse anel né? Senti como se levasse um choque... - ele recuava - Isso não vai ficar assim... Ainda volto, Frank. Volto pra te pegar, desgraçado! - desaparecera enfim.
- Frank, depressa! - disse Terrence - Vá até o local do seu corpo, os espectros devem estar lá e a energia do anel...
- Sim, já sei, o limite, não precisa me lembrar. - disse Frank.
- Prometo libertar o seu amigo. Agora vai, não perde tempo.
- Obrigado. E desculpa... pelas ameaças. Vamos lá... - teleportou-se.
Na casa, os espectros aproximavam-se sorrateiros. Mas Frank chegara a tempo.
A luz verde do anel se intensificou-se à medida que o detetive chegava perto das criaturas.
- Tomem isso, seus panacas! - falou, esticando o braço e evidenciando a luz do objeto que disparou um pulso de energia, uma descarga poderosa suficiente para pulveriza-los completamente sem restar nenhum vestígio. Os vidros da casa estilhaçaram com a onda avassaladora. Os espectros desintegraram como cinzas na mesma hora. Por conseguinte, Frank sentiu-se exausto.
O corpo ainda estava irretocável e caminhou até ele, começando a ter os efeitos do uso do anel.
Algumas partes da alma projetada de Frank, sua perna ou um braço, começavam a "borrar" e tremer.
Caíra quase sem forças. "Não vou desaparecer... cheguei tão perto..."
Foi arrastando-se com um só braço, o direito, até o cadáver. Esticou a mão ao limite... tocando seu pé. O processo final foi na velocidade de um pensamento. Frank acordou sobressaltado e retornado.
A ferida do tiro sequer doía. Sua alma estava sã e salva. Mas, claro, nada disso veio sem reveses.
"E mesmo que sobrevivesse ao anel reincorporando, você viraria o portador fixo sem poder tira-lo." assim disse Terrence nas palavras que Frank rememorava.
"O Anel do Feiticeiro. Pertenceu ao grande Merlin." Vieram as de Megan depois.
- A coisa que mantinha ela viva... - disse Frank, olhando para o anel - Agora ferrou pra mim.
***
Terrence ajeitava as coisas derrubadas e danificadas da sala. Estava virando uma mobília de volta ao lugar quando o telefone tocara. Interrompeu para ir atender.
- Alô?
- Me trouxe boas novas ontem, fiquei empolgado. - disse a voz misteriosa - Vou encarregar um dos nossos de vir pessoalmente buscar a encomenda. Pode escolher o horário.
- Ahn... Aconteceu um pequeno imprevisto. Na verdade, Frank ainda está com o anel.
- Como pôde? O trato entre vocês cobria apenas o selamento do corpo em troca do anel!
- Eu sei, mas... o rumo das coisas mudou de forma inesperada. Não quis que Frank tomasse o anel de volta para se fortalecer e ele nos ameaçou. Não pude controlar a situação, então... devolvi o anel para que ele pudesse nos deixar em paz pois estava prestes a ir pro lado negro, isso o ajudou a enfrentar os espectros malditos e um outro fantasma vingativo que veio atrás dele. Não tive escolha, era deixa-lo forte mesmo com consequências ou minha filha a mercê da ira dele. Olhei fundo nos seus olhos... ele realmente tinha intenção de mata-la na minha frente. Salvei uma vida para salvar as nossas.
- É lamentável... Que vergonha. Você poderia destruí-lo, mas preferiu ter compaixão por um reles caçador... Está bem, cancelo a visita. Adeus, Terrence.
Ele desligara, pondo o fone no gancho. Entretanto, segundos depois, Terrence começou a convulsionar e cair nos chão de joelhos com o corpo trêmulo. Ele grunhia dolorosamente enquanto seu rosto ressecava, sua pele envelhecia até descolorir-se a um tom de amarelo. Ele caiu definitivamente formando uma poça de sangue a partir da boca, seu rosto similar ao de uma múmia com olhos vazios e a boca exageradamente aberta. Candice flagrara, totalmente horrorizada.
Seu grito apavorado ecoou pela casa inteira e além.
-x-
*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
*Imagem retirada de: https://historiasdeterror.org.mx/historia-de-una-sombra-extrana/
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