6 personagens de Dragon Ball que merecem todo o respeito

Muito mais do que uma simples franquia de anime shounen baseado em combates físicos de prender qualquer fã do gênero de um modo viciante, Dragon Ball vai mais a fundo desta camada atrativa trazendo alguns personagens que transparecem valores positivos, além dos que já foram expressados naturalmente pelos guerreiros Z e os demais personagens secundários nas diversas aventuras que vivenciaram como a amizade, o trabalho em equipe, o companheirismo nos momentos mais difíceis, a lealdade, o altruísmo, a disciplina, entre outros. Confira logo abaixo aqueles personagens que, mesmo sujeitos à falhas, demonstraram atitudes e características dignas de engrandece-los (não espere ver a ChiChi aqui heheheh):

Androide 16

Começando com um dos vilões regenerados cuja morte impactou bastante a Gohan e aos espectadores e promove a mesma sensação até hoje. Na visão de seu criador, o Dr. Maki Gero, ele não passa de um fracasso como um de suas máquinas programadas para exterminar Goku. A chegada de Cell meio que o isolou do conflito, pois a melhor e mais avançada criação do cientista maluco só tinha olhos para os androides 17 e 18 a fim de absorve-los e 16 era visto como um imprestável por ser uma máquina integralmente artificial, diferentemente dos gêmeos que possuíam partes orgânicas e portanto estavam aptos para serem assimilados (considerando que Cell é um bio-androide). Mas ele não ficou apenas assistindo o tempo todo e resolveu partir para cima de Cell Imperfeito, confiando nos seus cálculos de que ambos teriam a mesma força e ajudou bastante a atrasa-lo para manter 17 a salvo. Ele dividiu esse instinto de proteção com Tenshinhan, embora os dois mal trocassem palavras, que posteriormente deu seu suado apoio para frear a investida de Cell com a mortal técnica Kikoho.

O androide teve uma boa transição de posicionamento e após Cell (já aperfeiçoado - graças ao platonismo amoroso de Kuririn =P) anunciar seu torneio ele foi acolhido pela Corporação Cápsula que fez reparos na sua cabeça danificada. Ainda que sua missão fosse literalmente violenta, 16 tinha um aspecto de serenidade e introspecção, o tornando inofensivo. Isto é deixado bem claro ao vermos seu carinho com os animais e a proximidade com a natureza. A sua essência se diferia absurdamente da missão que sua programação lhe comandava a executar. Nem mesmo depois do conserto o androide retribuiu um gesto amigável de Goku, pois sua programação não foi alterada (não sei porque a Bulma não se deu ao trabalho), é como uma primeira impressão ruim com alguém que acabara de conhecer, mas isso não mudou seu caráter pacífico já que ele tinha ciência de que a presença de Goku era de suma importância para o contexto.

E para fechar seu ciclo, obviamente que eu não deixaria de falar da icônica cena onde ele, decapitado, dá um conselho para Gohan poucos segundos antes de levar um pisão cruel de Cell. Suas últimas palavras (uma mensagem motivacional e ecológica também =P) contribuíram para o jovem externar furiosamente seu poder latente e jamais serão esquecidas.

"Não é pecado lutar pela justiça, ao contrário, é uma boa ação. Pense, existem inimigos que não são convencidos com palavras, você só precisa soltar a sua fúria que está dentro do seu espírito, eu sei como você se sente, não precisa suportar isso Gohan. Proteja os seres vivos e as plantas deste mundo que eu tanto amei. Conto com você." (T_T)

Androide 17

O irmão de Nº 18 pode não ostentar de qualidades igualáveis às de Goku, muito menos realizou grandes feitos admiráveis antes de ser devorado por Cell. Mas de uma coisa podemos ter absoluta certeza: O trouxeram de volta em Dragon Ball Super em prol da aceitação do público por conta das suas atitudes no Torneio do Poder, funcionando como um participante de peso para a equipe do Universo 07 e adquirindo um destaque bastante justo. Ah, não posso me esquecer de anteriormente à mais recente série da franquia: Nos eventos derradeiros da saga de Boo, 17 colaborou doando sua energia para a Genkidama colossal de Goku destinada a vencer o monstro cor-de-rosa. Voltando à sua atuação no torneio de sobrevivência universal, a cereja do bolo para sua performance avantajada, além de sua estratégia de um falso sacrifício para salvar as vidas de Goku e Vegeta, foi o poder decisório imenso jogado nas suas mãos que tinha relação com o desejo as Super Esferas do Dragão.

Ao invés de manter a ideia estúpida de pedir um barco (ou cruzeiro) para viajar com sua família, o androide deu um show de humildade e sensatez quando pediu a restauração dos universos apagados ao longo do torneio numa postura um tanto diferente à da irmã que certamente continua egoísta (tanto é que sua motivação principal para lutar era simplesmente o dinheiro - que no fim das contas revelou-se uma bela duma trollagem do Goku para convencer ela e Kuririn a somar para o time). A hombridade que 17 demonstrou no final desse arco é suficiente para um mérito de respeito eterno. Viva ao mito!

Mestre Kame

O que comentar a respeito do maior mentor que Son Goku já teve para trilhar seu caminho como prodígio das artes marciais? Deixando de lado as compulsões sexuais que o levam a assediar Bulma e outras personagens femininas, o velhinho tem uma fibra de guerreiro que poucos terráqueos lutadores puderam desenvolver com anos de treinamento. Como se não bastassem os ensinamentos fundamentais à Goku e Kuririn, seus grandes discípulos (claro, não desconsiderando o vovô Gohan e o Rei Cutelo), Kame impôs respeito a diversos competidores no Torneio do Poder, chegando à beira da morte ao utilizar sua técnica mais perigosa, o Mafuba, e ali vimos o enorme apreço que Goku tem pelo seu mestre que lhe instruiu a ser um verdadeiro guerreiro tendo uma relevância única na formação de caráter do protagonista.

Na série clássica, Kame resolveu competir no 21º torneio adotando um disfarce cuja identidade era Jackie Chun com o único intento de treinar seus discípulos de uma outra forma para evitar que saboreassem o gosto da vitória muito cedo e se tornassem confiantes demais, o que na sua visão prejudicaria todo o aprendizado e ele definitivamente estava certíssimo ao prosseguir com esse plano genial, provando que sua obrigação como mestre comprometia-se com a evolução dos alunos e faze-los aprender que vencer não significa estar mais forte, por essa razão assumiu o alter-ego de um profissional das lutas para intimida-los e mostrar que não estavam à altura porque treinaram pesado. Tudo para não deixar o êxito subir à cabeça.

Goku praticou uma das orientações mais célebres do personagem quando decidiu, para o espanto de geral, não usar novamente a Sala do Tempo durante os 9 dias que antecediam o torneio de Cell, pois era preferível que passasse o período descansando e treinando ao seu modo. Isso remonta a uma frase de Kame que ilustra perfeitamente o quão experiente é sua sabedoria: "Meus queridos discípulos! Lutem muito, aprendam muito, divirtam-se muito, comam muito e descansem muito. Vivam a vida ao máximo! O estilo Kame vive em vocês!"

Piccolo 

Com um passado sombrio do qual já superou, o namekuseijin aprendeu a conviver com os guerreiros Z, especialmente com Goku, conforme a história avançava na fase Z. Não vamos julga-lo pelo terror que ele tocou no 23º torneio como se as ações posteriores nada significassem, né? Piccolo é a reencarnação do temível Piccolo Daimao, a metade maligna de Kami-Sama, mas essa alcunha perdeu seu teor de ameaça desde que ele aceitou enfrentar Raditz junto à Goku e com o andar da carruagem o coração do "demônio" foi aquecendo-se, sobretudo ao treinar o pequeno Gohan nas montanhas e criou um elo com o filho mimado de Goku basicamente substituindo a figura que o protagonista deveria constituir.

A gradual humanização de Piccolo é um dos processos mais interessantes de se acompanhar, o personagem adquire conceitos valorosos, muitos deles através das fusões com Nail e Kami-Sama, o transformando numa das mentes mais inteligentes e estratégicas e sem nenhum resquício de maldade. E olha que ele resolveu ir ao templo sagrado para se unificar com Kami-Sama num momento de fúria porque Kuririn perguntou se eles eram amigos, o que ele respondeu com golpes de ki blast pra cima de Trunks e Tenshinhan reafirmando que seu objetivo era conquistar o mundo. Só que no fundo, lá no fundo, Piccolo mentia para si mesmo, pois a disposição para assimilar Kami-Sama contradizia ele manter essa pretensão que de nada mais valia. Aliado à essa regeneração, a estima que ele tem por Gohan é bem mais que a de mestre por seu aprendiz.

Mirai Trunks

Me diga como desgostar de um personagem que enfrentou perdas fatais e lidou com um mundo mergulhado em caos sem perder a cabeça e desistir? Somente por ser um guerreiro incrivelmente forte - conseguindo a proeza de transformar Freeza em lagartixa fatiada -, Mirai Trunks é merecedor de prestígio e admiração, pois toda a resistência ao sofrimento que encarou na sua realidade é fruto de seu DNA saiyajin e tamanha sobrevivência exige muito sangue frio para acordar e seguir em frente. Vingou os guerreiros Z ao matar os androides 17 e 18 após voltar da outra linha temporal e destruiu a forma imperfeita de Cell que iria roubar sua máquina do tempo, impedindo que Goku e cia. de uma cronologia diferente passassem pelo mesmo perrengue que suas contrapartes. Mais tarde, testemunhou a morte de Bulma, sua própria mãe, pelas mãos de Goku Black, mas apesar disso retornou ao passado solicitando ajuda de Goku e Vegeta. E ainda tem a inspiração por Gohan do futuro, seu mestre e amigo que lhe transmitiu conhecimentos vitais para moldar seu espírito de luta e os honrou até o fim.

A cena da despedida com Gohan ao final do arco de Zamasu dá aquela emoção necessária para constatarmos que o guerreiro do futuro projetou a memória do seu mestre no outro eu dele, uma singela demonstração de gratidão por toda a força e suporte dados em todos os sentidos. A bravura e a valentia de um saiyajin não tem um representante melhor.

Rei da Terra

O cachorro antropomórfico e bigodudo faz parte do grupo de personagens "esquecidos" da franquia (Lunch está no topo da lista), porém sua função é limitada a poucos tempos de tela com aparições nas sagas de Piccolo Daimaoh e Cell. Nas duas ocasiões vemos distinções bem ressaltáveis. Quando Goku derrotou Piccolo Daimaoh, ele seria condecorado pelo próprio Rei da Terra com uma medalha, mas ele partiu para a Plataforma Celeste antes de receber o prêmio. Já na saga de Cell, ele assiste o torneio pela TV e vê Goku, mas ele não o reconhece pelo mesmo estar em Super Saiyajin, embora tenha achado as roupas parecidas com as do garoto que venceu o Rei do Mal e traça esse paralelo sem nem saber que o antigo salvador da Terra estava presente para repetir a dose. Mesmo ignorante sobre Goku estar confrontando Cell, ele não tem dúvidas do poder do saiyajin contra o bio-androide. Rei da Terra é um dos poucos (senão o único) a reconhecer o esforço de Goku e não dá crédito para o embuste do Mr. Satan. Uma pena que esse reconhecimento nunca foi compartilhado entre os terráqueos.

*As imagens acima são propriedades de seu respectivo autor e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.

*Imagens retiradas de: https://aminoapps.com/c/otanix/amp/item/androide-ndeg-16/q20Y_J5t3IwrP8P66Bg0vXbnzRJJ7KRvR
                                     https://www.comboinfinito.com.br/principal/dragon-ball-super-revelado-como-o-androide-17-estava-tao-forte-no-torneio-do-poder/
                                     https://namekusei.wordpress.com/2011/02/27/simplesmente-kamehameha/
                                     http://tudodragonball.blogspot.com/2012/02/momentos-emocionantes.html
                                     https://tec-cia.com.br/2016/05/09/dragon-ball-super-ira-trazer-trunks-do-futuro-em-um-novo-arco/
                                     https://dragonball.fandom.com/pt-br/wiki/Rei_da_Terra