Crítica - Transformers: A Era da Extinção
FICHA TÉCNICA:
Direção: Michael Bay
Produção: Don Murphy, Tom DeSanto, Lorenzo di Bonaventura, Ian Bryce
Roteiro: Ehren Kruger
Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica
Baseado em: Transformers, da Hasbro
Duração: 165 min
Distribuição: Paramount Pictures
Ano de lançamento: 2014
Elenco: Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Kelsey Grammer, Sophia Myles, Stanley Tucci.
Como já é quase uma regra quando se vê os filmes desta franquia: "desliguei o cérebro". Ou melhor, não tanto, já que busquei ao máximo compreender a narrativa da quarta aventura dos robozões dirigida pelo criticadíssimo Michael Bay. Quando nada mais que uma "repaginada" - tanto no visual dos robôs quanto na história - podia-se esperar depois do mediano O Lado Oculto da Lua eis que surge esta sequência com a ilusória proposta de mostrar algo novo. Há coisas novas no filme? Sim, poucas, mas há. Agora... há algo de inovador no filme? Gostaria de dizer que sim... mas a experiência, infelizmente, me provou o contrário. Bay, neste longa, se mostra mais conservador do que nunca, ao inserir no enredo os seus irritantes e cansativos clichês, que todos amam odiar. Nem preciso me dar ao trabalho de cita-los né?
Viu-se pouca evolução em relação aos longas anteriores, mas vamos deixar comparações um pouco de lado, pois iremos por partes. A começar pelo novo visual dos Autobots. Os ótimos efeitos especiais, como sempre, ajudaram a dar aquele toque mais "épico". No entanto, ainda em relação aos robôs, ainda é evidente a falta de ousadia quando as cenas nas quais estão presentes pecam pela escassa de interação entre os mesmos. Isto dá segmento ao próximo item: o excessivo destaque aos humanos. Pois é, um dos mais grotescos erros da franquia mostra-se mais forte neste longa. O núcleo da KSI é tão cansativo quanto as inúmeras explosões megalomaníacas que se estendem ao longo do filme, sem qualquer dosagem equilibrada. Alguma surpresa em relação à isso? Que nada. Os humanos como vilões, bem mais do que Lockdown (que deveria cumprir este papel melhor, mas não), foi de dar asco, pela tamanha falta de criatividade.
E por falar no "vilão principal", Lockdown só não foi mais grotesco do que Galvatron pois o segundo teve um tratamento pior do que recebeu no longa anterior. De líder implacável dos Decepticons reduzido à uma cobaia de experimentos humanos agindo como vilão de "enfeite". Uma série de erros sem tamanho. O linguajar dos novos Autobots é algo a se questionar. Afinal, não há nenhuma necessidade de falarem daquele modo. Apenas Optimus consegue ser levado a sério, este ainda mantendo sua personalidade violenta, adquirida - sabe-se lá por que - no segundo filme. O fator X para que a confusão aumentasse cada vez mais foi ocasionado "complexidade" da trama. É certo que coerência nunca foi o forte da franquia, mas não precisavam forçar tanto a barra, logo neste em que se via a oportunidade única de mudar o rumo da franquia beneficamente. Decepticons mal fizeram falta, de tantos que houveram no longa anterior, e, para tentar variar, inseriram transformers criados artificialmente (não que os originais sejam tão orgânicos, mas enfim) facilmente vulneráveis pelo que pareceu no clímax(?).
Então, a impressão que se teve é que o filme é sustentado por vários clímax disfarçados de sequências de ação regadas com os típicos exageros do diretor. Não bastasse a cansativa batalha entre Galvatron e Optimus Prime, o espetáculo final deu lugar a uma bagunça pirotécnica abusiva. Outra coisa que também não é de se espantar. A (única) novidade mais atraente fica por conta dos tão adorados Dinobots. Estes roubam a cena, alternando em seus respectivos modos no campo de batalha.
As atuações de Mark Wahlberg e Nicola Peltz são regulares, não chegam a impressionar, mas o que não deu para suportar foram os diálogos. O humor sem graça e infantil ainda está lá, o que é uma pena mas também não é nenhuma surpresa.
Fica em evidência o fato de que Bay ainda não aprendeu com os erros dos filmes anteriores. Tudo deu a impressão de estarmos sendo vítimas de um déja vu constante e impertinente. Em suma: Mais do mesmo. Apenas diversão. Enredo decente não parece ser prioridade máxima.
É com este filme que é seguro dizer que a franquia está longe de ser o que as animações foram para os fãs, e seu rumo é tão incerto quanto a presença de novas ideias no futuro.
O que ficou legal: Os visuais dos Autobots; Dinobots; A cena da manipulação do carbono; Efeitos especais.
O que não ficou legal: Lockdown; Resumidamente: a fórmula enclichesada de sempre.
NOTA: 6,0 - REGULAR
Veria de novo? Provavelmente não.
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