Crítica - Supernatural (Temporadas 6 à 10)

Divulgação: The CW
Dando continuidade à compilação de reviews, abaixo você confere minhas opiniões acerca da Era Gamble (6ª à 7ª Temporadas) e da recentemente finalizada Era Carver (9ª à 10ª Temporadas). Esta é a segunda e última parte que antecede a publicação da review da 11ª Temporada.


6ª Temporada (2010 - 2011)


Divulgação: The CW
PURGATÓRIO 


Enfim chegamos ao Pós-Apocalipse. A temporada que parece ser encarada como uma reciclagem forçada de toda a mitologia desenvolvida ao longo dos 5 anos... dos quais a série não deveria ter ultrapassado, segundo o planejamento de Kripke. Não me aprofundarei na (polêmica) discussão de que a série deveria ter acabado na temporada anterior. Mas acho sensato concordar que o desfecho apresentado em "Swan Song", dada a forma como foi executado, mostrou-se efetivo. Dean, acreditando que jamais verá o irmão novamente, recorre à seu antigo interesse amoroso, a chatinha Lisa, a fim de vivenciar aquilo que Sam tanto ansiava: A tal da vida normal. Sam, misteriosamente, retorna da jaula, observando o irmão mais velho vivenciando seu anseio. Cada um seguiria suas vidas, sem interferências, sem contatos. A surpreendente - e um tanto engraçada - concretização do oposto: Dean experimentando a vivência dita "normal" com uma família, ao lado de Lisa e Ben, e Sam, no início da então nova temporada, revelando ter caçado monstros constantemente por 1 ano após ter retornado da jaula de Lúcifer.

O início da temporada, com "Exile on Main Street (6x01)", soou muito mais como filler, à primeira vista, exibindo a ameaça de Djinns, seres primeiramente apresentados em um episódio da 2ª Temporada - tão interessantes, embora muito sub-aproveitados. Aliás, sub-aproveitamento foi o que caracterizou a má fama do 6ª ano, tornando-o mais dispensável, além de uma cansativa fórmula de "camadas" que mais prejudicou do que beneficiou o desencadeamento. Detalhe sobre o que a garota Djinn fala para Dean - enquanto está o infectando-o - sobre ter matado seu pai: Eu especulo que o mencionado seja o mesmo Djinn morto em "Just a Dream (2x20)" e, indo mais além, talvez seja o Alfa da espécie. Mais uma camada que foi parcialmente removida em "Two And a Half Men (6x02)", o qual abordou os Metamorfos, com a aparição do Alfa da espécie, marcando a primeira menção aos primeiros das espécies. Depois vem "The Third Man (6x03)", com um Castiel aparentando estar inseguro e desconfiante, mantendo o clima de mistério com a suposta guerra no Céu provocada por Rafael, que desejava se apossar do trono de Deus e governar o Céu conforme suas leis.

Quando passei a acompanhar pela terceira vez - ainda, ao mesmo tempo, conferindo a 11ª Temporada dublada na Warner Channel -, tive a impressão de que as tais armas de deus, mencionadas por Castiel e roubadas por Balthazar (um dos poucos novos personagens que foram efetivos) poderiam ser as "Mãos de Deus". Enfim... tivemos o divertido "Weekend at Bobby's (6x04)", quase que inteiramente focado no pai adotivo dos Winchesters e sua vida atarefada como caçador - destaque para a participação de Rufus, outro personagem bastante bem escrito -, além de um segredo de Crowley.

Outra camada é removida em "Live Free or Twihard (6x05)", abordando um caso sobre vampiros, a desconfiança de Dean aumentando em relação à Sam estar agindo de modo diferente do que conhecia e esteve claro que o Winchester mais novo viu na transformação em vampiro do irmão como uma vantagem para se chegar ao ninho dos sanguessugas e, mais além, descobrir a localização do Vampiro-Alfa. A enigmática visão que Dean tem durante a ligação psíquica elevou o desnecessário clima de mistério.

Outra camada removida em "You Can't Handle the Truth (6x06)", com Dean aumentando suas suspeitas quanto ao "RoboSam" graças à deusa Veritas em um episódio apenas bom. "Family Matters (6x07)" funcionou em boa parte dos momentos, mas o ponto alto foi a revelação da existência do Purgatório através do Vampiro-Alfa, capturado por Samuel Campbell (participação infrutífera) e sua turma. Tivemos Sam desalmado por 11 episódios. Até que o cavaleiro Morte (o bem desenvolvido "Appointmen in Samarra (6x11)" põe uma "barreira" na mente do caçador para impedir que as memórias do Inferno sejam despertadas, algo que ilustra perfeitamente uma opinião aparentemente unânime: Sam não é forte o bastante. Não tanto quanto o seu irmão, que nem precisou de muro para aguentar uns flashbackzinhos do Inferno, ao contrário de Sam, que, na cena final de "Unforgiven (6x13)", chega a delirar e desmaiar somente com uma imagem sua, na Jaula, ardendo em chamas. Drama excessivamente desnecessário. Entretanto, não quero estabelecer aqui uma comparação sobre qual dos dois teve o inferno mais doloroso, pois, até onde eu sei, não existe exatamente uma aparência fixa e imutável do Inferno, ou seja, o Inferno varia de acordo com a perspectiva daquele que lá adentra. Não vou entrar em detalhes no episódio dos manequins, foi mediano e só, esquecível até.

E veja só eu indo contra a proposta da compilação. Mas é compreensível, pois foi uma temporada muito carregada de informações, então vou tentar resumir alguns pontos para não me prolongar muito mais.

Veredicto: 

Alfas, Dragões (?), Eve/Mãe de Todos (vilã, infelizmente, sub-aproveitada), Anjos, guerra celestial, almas tratadas como bombas e fonte de energia, Castiel trabalhando com um inimigo... Mais que temporada oscilante! Muitas soluções claramente apressadas (o meio mal executado "Frontierland - 6x18") e um tanto forçadas - cinzas de Fênix para matar Eve... sério isso? Qual ligação a tal da Fênix possuía com a Mãe de todos os monstros para que suas cinzas tornassem-se uma arma letal contra ela? Muitos detalhes mal explicados. Mais uma vez o enredo elucidou a ingenuidade de Castiel. Trabalhar com Crowley (Sheppard está ótimo no papel nesta temporada e convence como Rei do Inferno implacável que é) foi a gota d'água para os Winchesters e o segredo durou o que o plot de Eve merecia durar. No final da temporada, o texto de Kripke parecia estar se esforçando ao máximo, como medida desesperada para fazer disfarçar as irregularidades da trama e torna-la mais convincente. Castiel sabia dos efeitos que o turbilhão de almas ocasionaria em sua mente para agir tão insistentemente com sua obsessão em impedir Rafael? Crowley foi tão desatento a ponto de não considerar a possibilidade de Castiel trocar os sangues ou nem mesmo verificar a consistência para saber se era ou não sangue de uma virgem? Bem, aqui, o ex-Rei das Encruzilhadas não foi tão esperto. Talvez o eclipse lunar ser necessário para a abertura do Purgatório tenha deixado implícito que lobisomens sejam os primeiros seres sobrenaturais criados Eve quando a mesma caminhou sobre a Terra. Só uma teoria.

Equívocos à parte, foi uma temporada que verdadeiramente expandiu a mitologia da série, introduzindo o mundo sombrio que é o Purgatório. No entanto, errou em desenvolver o plot ao demorar nas remoções das camadas e chegar ao ponto X. Nadou, nadou, nadou, nadou mais um pouco... e não alcançou a ilha. Entendem?

Melhores episódios: "The French Mistake (6x15)" (Meu favorito desta temporada e foi filler sim, mesmo com a aparição de Rafael no final), Like a Virgin (6x12)" (Dragões bem retratados e rumo bem executado), "Appoitment in Samarra" (6x11)" (Tessa <3), "Caged Heat (6x10)" (Meg voltando com tudo em um episódio com tensão moderada e a cena de Castiel e o "Cara da Pizza"), "My Heart Will Go On (6x17)" (Atrás de "French Mistake", o segundo filler mais bem escrito) e "Let It Bleeed (6x21)" (A melhor decisão de Dean no final do episódio - minha opinião).

Piores episódios: "Clap Your Hands If You Believe (6x09)", "... And There Were None (6x16)" (R.I.P Rufus; Já vai tarde vovô Campbell), "Frontierland (6x18)" (Cenografia bem montada, mas episódio entediante).

NOTA: 6,0 - REGULAR 


7ª Temporada (2011 - 2012)


Divulgação: The CW
LEVIATÃS

Pois é... 7ª Temporada... também conhecida como o ápice da mediocridade. Se já havia alguns erros na cara do espectador na temporada passada, nesta aqui as coisas pioram... e muito! Desde quando me entendo por gente, me é sensato concordar que quantidade nunca se sobrepõe à qualidade. Certo? Pois bem... Inicialmente eu já lia alguns comentários negativos a respeito dessa temporada, dei o play no primeiro episódio e até hoje não passa um dia, quando vejo um episódio avulso na TV, que não vem na minha cabeça a seguinte pergunta: "Como pude sobreviver àquele desastre de temporada?". Leviatãs? Que porra é essa? Criaturas espertas e venenosas (segundo a Morte), até vai... Vindas do Purgatório, sedentas por carne humana, mais antigas que os anjos, não faltariam adjetivos para engrandecer a ameaça destes seres se o desenvolvimento dos mesmos ao menos ficasse próximo de um fiapo de decência. Não sei nem por onde começar, caramba. Que tal pelos efeitos de transformação dos Leviatãs? De tão ruins não são dignos de comentários.

90% da temporada foi um show de horrores (no pior sentido). Salvo poucas exceções, como a introdução de Charlie Bradbury, uma divertida personagem nerd/geek que veio para apaziguar o gosto amargo da reta final e mostrou a que veio, o especialista em vigilância Frank (outro personagem com boas cenas), Kevin Tran (personagem surgido no momento certo) e retornos de Crowley (cuja participação foi ínfima) e de Meg - reencontrando um quebrado Castiel (vulgo Clarence), retomando o vínculo que ambos formaram na 5ª Temporada e que se intensificou na 6ª.

É realmente complicado definir o precipício em que a série rolou nesta amaldiçoada 7ª Temporada. E o adjetivo cai bem, pois a CW parece não ter mão firme quando alguns de seus programas alcançam o sétimo ano. Um bom exemplo é Smallville.

Nesse caso, melhor passar para o veredicto.

Veredicto: 

Julgo-a como a pior temporada de Supernatural, sem sombra de dúvidas. Dick Roman, por mais cínico e odioso (afinal, ele matou Bobby Singer, sendo este seu único ato como seu destaque), não pareceu um vilão tão ativo ou que transmitisse certo tom de ameaça. Na verdade, nenhum dos Leviatãs conseguiram passar tal sensação, o que foi um desserviço à um plot que poderia render ótimos momentos caso fosse melhor tratado. 23 episódios foi muito para um arco tão insosso. Teria sido melhor, ao menos, estender a participação de Castiel agindo como Todo-Poderoso.


Melhor episódio: "The Girl with Dungeons and Dragons Tattoo (7x20)".

Pior episódio: Quase todos da segunda metade e alguns da primeira, mas destaco aqui o pior dos piores: "Plucky Pennywhistle's Magical Menagerie (7x14)".

NOTA: 4,0 - RUIM 


8ª Temporada (2012 - 2013)

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TÁBUAS DO CÉU E DO INFERNO

A surpreendente volta por cima. Para a alegria da maioria (creio eu), Sera Gamble pulou fora do navio, passando o bastão para o competente Jeremy Carver, dando início à uma nova fase na série, fazendo-a retornar com um novo gás, uma nova energia que soube imprimir um ritmo vantajoso à esta sobrevida após uma temporada amarga. Esqueçam a porcaria dos Leviatãs, aqui quem manda no posto de vilão principal é o célebre Rei do Inferno, Crowley (Mark Sheppard), agora com um postura deliciosamente implacável e mais ambiciosa do que nunca. O enfoque da temporada foi a busca por tábuas celestiais, cujas inscrições podem ser lidas somente por um profeta, no caso o atordoado Kevin Tran (Osric Chau), que passa por maus bocados nas mãos de Crowley. Os irmãos Winchesters - um pouco mais sisudos em alguns momentos - descobrem que a tábua dos demônios podem, definitivamente, trancar os portões do inferno e uma corrida desesperada tem início.

A amizade entre Dean e o vampiro Benny - para o desprazer de Sammy - foi bem explorada, tanto nos flashbacks do Purgatório quanto no tempo presente na Terra. Por falar no Purgatório, achei a ambientação moderadamente convincente, com todo o aspecto sombrio que transmite a sensação de um mundo onde a qualquer instante você pode ser atacado e morto por alguns dos monstros que lá residem. Apenas deixo uma pequena (não tão importante) dúvida: No fim da 7ª Temporada, Castiel e Dean estão no Purgatório, sem entenderem exatamente o que aconteceu, porém a atmosfera escurecida da cena dá a impressão de ser noite, e nos flashbacks são mostradas cenas no Purgatório à luz do dia. Mas enfim... tal questão é um pouco intrigante, ao meu ver.

Vários conceitos expansores são inseridos, como a sociedade dos Homens de Letras, por exemplo. Um adicional de peso à trama, desenvolvido com bastante competência no desenrolar dos episódios que compreendem a segunda metade da temporada, onde a disputa entre os Winchesters e Crowley ficava mais acirrada.

A parte chata fica por conta da insossa relação entre Sam e Amélia, e a julgar pela personalidade da moça já era óbvio que o negócio não ia vingar.

Foi bom ver Castiel estando mais participativo, embora com poderes aparentemente reduzidos por conta do que andou aprontando nas temporadas passadas. Ainda assim, não perdeu sua relevância à trama e permaneceu apresentando-se como um personagem forte. Todavia, deu mais um show de ingenuidade ao depositar sua confiança no escriba de Deus, Metatron (Curtis Armstrong), desencadeando em sérias consequências dirigidas à próxima temporada.

Veredicto:

Com um desenrolar de acontecimentos acima do esperado, a 8ª Temporada de Supernatural expõe um sincero esforço em manter a qualidade das tramas, esforço este tampouco executado na anterior. Os irmãos Winchester estão mais próximos um do outro, os casos da semana mais inventivos e os vilões mais impiedosos (destaques para Crowley e a temível Abaddon, cuja relação passa longe de uma aliança). A Era Carver iniciou triunfante, fazendo-nos, por vários momentos, esquecer das presepadas cometidas na fase anterior, mesmo que elementos recordadores de temporadas passadas mostrem-se um tanto ausentes dado o nível que o conflito entre bem e mal alcançou.

NOTA: 8,5 - BOA

Melhores episódios: "We Need To Talk About Kevin (8x01)", "What's Up, Tiger Mommy (8x02)", "Bitten (3x04)" (divertiu por sair da mesmice ao recorrer ao estilo found-footage), "Blood Brother (8x05)", "A Little Slice of Kevin (8x07)", "Hunter Heroic (8x08)" (Castiel caçador rs), "Citzen Fang (8x09)", "Torn and Frayed (8x10)", "LARP and the Real Girl (8x11)" (o episódio já vale por ter nossa hacker/nerd favorita, Charlie Bradbury), "As Time Goes By (8x12)", "Everybody Hates Hitler (8x13)", "Trial and Error (8x14)", Goodbye Stranger (8x17)", "Taxi Driver (8x19)" (Bobby returns), "Pac-man Fever (8x20)" (E mais Charlie), "The Great Escapist (8x21)", "Clip Show (8x22)" e "Sacrifice (8x23)" (E sua bela cena final).

Pior episódio: "Heartache (8x03)".


9ª Temporada (2013 - 2014)


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ANJOS CAÍDOS


Facções angelicais pró Metatron (Curits Armstrong) e pró Castiel (Misha Collins) em uma guerra que resulta em vários sacrifícios. Afinal, não poderia ser chamada de guerra caso não houvessem. O enfrentamento de forças opostas nesta fase mostra-se mais intenso. Castiel está sendo procurado após ter sido incriminado pela queda dos anjos resultante de um feitiço realizado por Metatron (o novo son of a bitch do pedaço) para trancar o céu graças à tábua - item do qual o vilão drena quantidade de poder necessária para praticar suas travessuras. Nossa, como o pobre anjo sofreu nessa temporada. Desiludido, teve sua graça retirada por quem atribuiu sua confiança e a quebrou como se não fosse nada, foi banido do céu junto com uns trocentos anjos (é sério que confundiram o espetáculo da queda com uma chuva de meteoros? Daquele jeito? Isso non ecziste!), e, como se não bastasse a tsunami de azar, foi obrigado a perambular pelo mundo como um reles mortal indefeso e sem saber em quem confiar. A hora não podia ser pior. Todavia, a exploração desse lado humano do Castiel, foco do terceiro episódio, serviu para torna-lo mais próximo dos irmãos Winchesters, talvez sendo este o lado bom desta situação naturalmente frustrante para o nosso "bebê de sobretudo". Fez o impensável para conseguir se sobressair no confronto a fim de impedir Metatron, ao roubar a graça de um outro anjo sem nem imaginar as consequências de tal ato desesperado. Com isto para depois passar a liderar um grupo de anjos determinado a destruir os planos do escriba de Deus. Castiel não esteve em sua melhor forma nesta temporada, mas desempenhou um bravo papel.

O que mais apreciei em Metatron foi o seu prestígio pela literatura. Seus melhores momentos, claro, em "Meta Fiction (9x18)", onde executa sua função a partir do poder da tábua dos anjos, escrevendo uma história cujo final os heróis - na visão dele seriam os vilões - não sabiam, ainda mais tendo como seu fiel escudeiro, e segundo em comando, o anjo Gadreel que, "filhadaputamente", sob as ordens do chefe, assassina o jovem profeta Kevin Tran a sangue frio na frente de Dean. Gadreel, sem dúvidas, disputa acirradamente com Metatron no quesito filhadaputice, por ter mentido descaradamente para o Winchester mais velho, quando o caçador estava em desespero querendo seu irmão longe da morte (a propósito, mais uma ótima participação do Cavaleiro), aproveitando-se disso para prometer salvar Sam através de uma possessão temporária que o curaria os efeitos das três provações divinas por dentro, porém a cada vez que usaria seu poder ele enfraquecia e caso Sam soubesse disto ele tentaria expulsa-lo e, por conseguinte, morreria.
Você até cria um pouco de simpatia pelo anjo (supostamente responsável pela entrada da serpente o jardim do Éden) quando ele vira a casaca nos 45 do segundo tempo, ainda mais ao ver o surpreendente ato que ele comete para provar seu arrependimento. Final merecido para o son of a bitch número 2.

Sobre a sub-trama do reinado de Abaddon (Alaina Huffman), que preparou terreno para a trama da próxima temporada, teve bons momentos sim, mas no balanço geral vi que faltou um pouco mais de atenção pela implacável Cavaleira do Inferno e seu confronto com Crowley. Além disso, sua morte, pelas mãos de Dean com a Primeira Lâmina, soou apressada, gratuita demais. Agora sobre a Marca de Caim... bem, serviu como um bom alicerce para a trama dos anjos caídos que não seguraria fôlego sozinha por boa parte dos episódios, além de dar mais vigor à mitologia com ares bíblicos da série.

A maioria dos fillers salvaram-se. "Dog Dean Afternoon (9x05)" pela despreocupação com a seriedade e "Slumber Party (9x04)" por aprofundar mais o conhecimento sobre os Homens de Letras e uma ligação com a história do Mágico de Oz, além de conta com participação mais do que ilustre de Charlie (Felicia Day) e abusar dos efeitos especiais. Não diria que foi nonsense. Oz pode ser um dos muitos mundos alternativos criados por Deus. Só uma teoriazinha.

E o final... ah, o final... e que final!! Mais inesperado impossível. Eis o limiar da inversão de papéis.

Veredicto:

Uma temporada que manteve o bom nível da anterior, mais consistente e com vilões efetivos. Um é odioso pra cacete e a outra torna cada cena em que aparece um deleite aos olhos. O enfoque maior nos anjos foi introduzido no momento certo, com conflitos bem desenvolvidos ao decorrer. Mas foi graças à Abaddon - inserida no décimo segundo episódio da 8ª Temporada - que as portas para uma inversão de papéis entre os irmãos Winchester finalmente se abriram.

NOTA: 8,5 - BOA

Melhores episódios: "I Think I'm Gonna Like It Here (9x01)", "Devil May Care (9x02)", "I'm No Angel (9x03)", "Slumber Party (9x04)", "Dog Dean Afternoon (9x05)", "Bad Boys (9x07)", "Holy Terror (9x09)", "Road Trip (9x07)", "First Born (9x11)", "Captives (9x14)", "Blade Runners (9x16)", "Mother's Little Helper (9x17)" (um pouco mais passado de Josie, o receptáculo de Abaddon, e sua relação com Henry Winchester, avô paterno dos rapazes), "Meta Fiction (9x18)" (e a intro dedicada ao "herói" celestial), "Bloodlines (9x20)" (foi um bom episódio, apesar da vã tentativa de um piloto back-door para um spin-off), "The King of the Damned (9x21)", "Stairway to Heaven (9x22)" e "Do You Believe in Miracles? (9x23 - Season Finale)".

Piores episódios: "Rock and a Hard Place (9x08)" (Xerife MillsssZZzzZ), "Sharp Teeth (9x12)", "The Purge (9x13)" (Criatura interessante, mas execução fraca), "Thinman (9x15)" (GhostfacersssZZzzZ) e "Alex Annie Alexis Ann (9x19)" (Mais Xerife MillsssZZzzzZ).


10ª Temporada (2014 - 2015)


Divulgação: The CW
MARCA DE CAIM

O aguardado 10º ano de Supernatural foi, na maior parte, marcado pela irrefreável busca de Sam (Jared Padalecki), com a ajuda de Castiel (Misha Collins) e Charlie (Felicia Day), por uma cura para a Marca de Caim (vulgo Primeira Maldição) fixada em seu irmão. A temporada inteira resumia-se apenas à isso, enquanto deixava escapar a oportunidade de investir em um desenrolar de acontecimentos mais ousado, fugindo do formato conhecido por inserir casos da semana, pois o plot não pedia por isso, não houve necessidade alguma, tal como na 5ª Temporada. Com 16 ou 18 episódios, creio eu, tudo fluiria melhor, de maneira menos arrastada. Tudo bem, houveram alguns obstáculos nesta corrida contra o tempo onde pôde-se retirar algo de proveitoso, e estou falando da família Styne, cujos membros foram responsáveis por uma das mortes mais inaceitáveis da história da série.

Das tentativas para a cura, tivemos a "colaboração" de Metatron, uma participação de Caim (pra nunca mais, infelizmente) em um único episódio (quando deveria ter sido em praticamente toda a temporada) mesmo não contribuindo ao objetivo principal, a Caixa de Werther e, por último e não menos importante, o Livro dos Condenados obtido por Charlie, cuja codificação foi decifrada pela mesma.

Dos novos personagens que surgiram, apenas Rowena (Ruth Connel) ofuscou o fraco brilho dos outros dois, que são Cole Trenton (Travis Aaron Wade), ex-fuzileiro naval que busca vingança pelo seu pai morto (e com razão) por Dean no passado, e Claire Novak (Kathryn Newton), a filha do receptáculo de Castiel, Jimmy Novak, que se envolveu com as pessoas erradas. Novamente falando sobre Rowena, de início me pareceu confuso o fato dela ser mãe de Crowley - no caso, Fergus Macloed -, eu não havia prestado atenção. Pensava que Fergus era o nome do receptáculo possuído por Crowley, logo supus que se um demônio possui uma casca por um considerável período de tempo ela mantém-se intacta, imune ao envelhecimento. Mas sobre o papel da personagem na trama, sua inserção não poderia ocorrer em um momento mais correto, quando o Rei do Inferno está entediado e com um razoável reinado, e eram até risíveis as tentativas da bruxa em convencer o "amado" filho a se voltar contra os Winchesters, para, então, redescobrir sua implacabilidade e perversidade amenizadas pelo sangue humano com o qual o demônio ficara viciado na temporada anterior. Afinal, havia sido Sam, lá no episódio final da 8ª Temporada, o responsável por tal decaimento, mesmo que a intenção era apenas purificar aquele demônio de encruzilhada sarcástico que o fandom ama amar, além de que não havia um olhar para o futuro, era "foda-se esse desgraçado, apenas quero que o inferno seja lacrado pra sempre". Após Rowena concordar em auxiliar o "Alce" na busca pela cura da Marca, ela cobra sua parte do acordo que era, nada mais e nada menos, do que matar seu "amado" filho, algo que rendeu uma das melhores cenas desta temporada, com Crowley, pela primeira vez mostrando seus olhos vermelhos, cheio de si, após a falha do plano, se vangloriando por ter redescoberto seu verdadeiro eu. Rowena foi uma boa adição, a personagem realmente foi convincente, só uma pena não ter maquiado os indícios de desgaste do Rei do Inferno.

E por falar em desgaste, hora de falarmos a respeito de Castiel e a péssima sorte que teve com plots neste ciclo. A começar por suas soníferas cenas com o anjo Naomi e um romance que não engatou. A anjinha se foi bem tarde. Em seguida, foi a vez de revisitarmos a vida de Claire, filha de Jimmy Novak, já adolescente, no nono e entediante episódio, na mesma medida que foi este plot. Tivemos que atura-la pelo vigésimo episódio também, o qual apresentou uma espécie aparentemente extinta de anjo. A certeza é: Castiel não teve a devida atenção e dedicação por parte dos roteiristas que não souberam criar tramas empolgantes ao personagem. Como não fosse o bastante, foi transformado em um "cão raivoso" por conta de um feitiço de Rowena, mostrando o quão vulnerável nosso querido anjo estava. Nessas horas é difícil não desejar o Castiel poderoso da 4ª e 5ª Temporadas de volta.

Outra coisa que me incomodou foi o fato de Sam esconder de Dean - que não queria ser salvo de modo algum por acreditar estar condenado a se entregar de corpo e alma à Marca - que estava dobrando seus obstinados esforços para achar uma cura, não importando qual preço teria de ser pago, era a vida de seu irmão, lógico, aquele que jurou protegê-lo responsavelmente e, sem dúvidas, não fez mais que sua obrigação como irmão mais velho e tal obstinação era a demonstração de gratidão de Sam pelos anos que o irmão dedicou à tarefa, por mais que os efeitos da Marca em Dean estivessem mais atenuados e a culpa pela morte de Charlie pesasse nos ombros de Sam. Mas veja só a inversão de papéis, e ela não só se limita à luz e trevas. O que Sam disse mesmo sobre segredos em "Thinman (9x15)"? Pois é...

E, para finalizar antes do veredicto, falemos sobre o "Deanmon". Foi curto, ridiculamente passageiro e um pouco fraco. Como eu disse acima: Uma oportunidade perdida para abordar uma direção contrastante à das temporadas anteriores, sem casos da semana e sub-plots insípidos. Seria incrível vê-lo disputando o posto de Rei do Inferno com Crowley, os demônios divididos entre um Rei que perdeu o pulso firme e um Cavaleiro do Inferno recém-criado, aquele "bromance" sendo estendido para, ao menos, até a metade da temporada, ao mesmo tempo em que Sam corria contra o tempo para achar a cura definitiva da Marca. Dois seguimentos paralelos, seria bem interessante. Entretanto, infelizmente, durou apenas 3 episódios e resolvido com doses cavalares de sangue humano.

Dos casos da semana, apenas gostei de quando a Charlie retorna de Oz e sua duplicata maligna apronta altas confusões, episódio que só serviu para estreitar cada vez mais o belo vínculo que a ruiva nerd construiu ao lado dos irmãos caçadores. Malditos Stynes...

Veredicto:

Teria tudo para se consagrar como uma temporada fantástica, mas acabou que o resultado foi uma trama que foi rastejando, arfando e implorando para se tornar mais envolvente do que parecia ser. havia potencial, mas, aparentemente, não sabiam como explora-lo, dando a impressão de ter sido uma temporada menos densa do que as anteriores. Só viu-se o copo meio cheio.

NOTA: 6,0 - REGULAR

Melhores episódios: "Fan Fiction (10x05)" (um bom episódio comemorativo, em homenagem à verdadeira essência de Supernatural: Família), "Ask Jeeves (10x06)", "Girls, Girls, Girls (10x07)", "There's No Place Like Home (10x11)", "Halt & Catch Fire (10x13)", "Inside Man (10x17)" (Bob returns, parte dois), "The Book of the Damned (10x18)", "The Werther Project (10x19)", "Dark Dynasty (10x21)", "The Prisioner (10x22)" e "Brother's Keeper (10x23)".

Piores episódios: "Hibbing 911 (10x08)" (Estrelando: Xerife Mills e todo o seu "carisma" em mais um casinho clichê de vampiros), "The Things We Left Behind (10x09)" e "The Things They Carried (10x15)".



*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar estar postagem sem fins lucrativos ou intenções relativas a ferir direitos autorais. 

*Fontes das imagens: omelete.uol.com.br
                                      www.supernaturalwiki.com


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