Baú Nostálgico #19: As Meninas Superpoderosas
ANTES
Outro desenho "de menina" que conquistou minha atenção e progressivamente minha admiração por diversos fatores e razões que não cabem numa postagem do BN que, reitero, tem o objetivo ser direta e curta porque isso aqui não é uma wikia resumida, mas sim minha história com esta história. Indo bem do início de verdade, a existência do desenho veio ao meu conhecimento através de comentários de um ex-colega de classe que, por sinal, era o único da turma que tinha a tão, na época, cobiçada TV à cabo - é, dava uma invejinha boa, não nego. Acredito piamente que o principal fator que me atraiu à série foi seu traçado característico, bem cartunesco e simples além da premissa também possuir uma certa simplicidade. Um cientista, professor Utonio, cria o Elemento X, uma substância perigosa que por conta de um descuido acaba se misturando aos elementos adicionados pelo professor numa experiência que nada mais era que um sonho de uma vida toda para compensar a falta de sorte no amor (talvez ele seja estéril), daí originando três garotas super-humanas com poderes variados e personalidades largamente distintas. Como algo interessante pode não sair disso, ainda mais se tratando da era de ouro do Cartoon Network? Já virou um clássico do canal.
Florzinha, a líder, centrada e inteligente. Lindinha, sempre meiga, afável e ingênua. E, por último e não menos importante: Docinho, o braço forte do trio, agressiva, de pavio curto, mas muito eficiente no combate aos inimigos. Por que enfatizei ela, afinal? Ora... É a minha menina super-poderosa favorita! Docinho hoje, Docinho amanhã, Docinho pra sempre! Ela era bastante explosiva com as irmãs, às vezes numa relação não muito saudável com Florzinha, mas não ligava, ela me divertia do mesmo jeito, sobretudo quando chutava as bundas dos vilões. Ela é a mais, digamos, sombria das irmãs, embora mesmo com uma raiva despertada tão facilmente ela as ama de modo fraternal como deve ser entre irmãos.
Dizer com plena exatidão o período em que passei a assistir com mais frequência no SBT (na época numa relação estreita com a Warner que já não dá mais o ar da graça hoje porque a GloBOSTA pegou 90% e enfiou tudo no freezer)... é complicado, mas não me impede de chutar: Entre 2006 e 2007, muito provavelmente nas minhas férias escolares. Alguns anos antes, quando eu só tinha contato com o desenho por meio de figuras e adesivos, lembro de ter pego alguns papéis e desenhado umas histórias em quadrinhos que não faziam sentido algum, imaginativamente expressando ali a forma como eu pensava que o desenho poderia ser. Ainda colocava na parte inferior, quando a história terminava, "patrocínio Cartoon Network e NET" (que era a única operadora de TV fechada que eu conhecia pelas propagandas na aberta), eu era muito inocente nesse aspecto de imaginar uma série animada só minha, aliás em todas as minhas brincadeiras com meus bonecos made in China/Paraguai era assim, transformando aquilo tudo numa história que eu enxergava como desenho animado, até trilha sonora eu inventava. Isso me fazia muito bem. Você se interessar por uma série cujo acesso era difícil, mas com os poucos recursos você supor uma premissa e transpor isso no papel ou nas aventuras que você inventava para os bonecos todo santo dia e sonhando com o momento que você poderia conhece-la como ela realmente é. Foi basicamente o mesmo com as primeiras sagas de Dragon Ball Z e como já falei na edição sobre o anime a saga Boo foi a primeira que vi e no decorrer do tempo eu detectava sinais de que havia eventos precedentes e que aquela saga não era algo isolado, seja em flashbacks dos episódios, falas dos personagens, álbuns de figurinhas e embalagens de bonecos e fazia desenhos nas partes não preenchidas dos álbuns de como seria minha versão das sagas Saiyajins, Freeza e Cell. Com as Meninas Superpoderosas a diferença era que eu imaginava a história com base nos contatos insuficientes, mas era se contentar com pouco e esperar passar na TV aberta do que espernear com a mãe pra assinar TV a cabo.
Confesso ignorar o anime Geração Z (Damashita! Powerpuff Girls Z, no original) pois ainda que o traçado e o estilo se distanciassem do tom cartunesco que consagrou o desenho, não tinha o mesmo gás, não conseguia reconhecer aquelas personagens, eu realmente não pude lidar com essa mudança, então, logicamente, fico apenas com a série original, mas respeito quem também aprecia essa releitura em moldes japoneses.
Vilões favoritos: Macaco Louco (Tem como odiar esse cara? Ele é um mito e no filme a gente, até certo ponto, se compadece dele pela sua origem surpreendente resumida a ciúmes e bagunça), Gangue Gangrena e o "Ele" (com a dublagem do Guilherme Briggs que só melhora o personagem).
Episódios memoráveis: 1) Aquele em que elas se tornam as super-heroínas das revistas em quadrinhos que ficam lendo no começo do episódio. Florzinha vira praticamente uma justiceira lembrando um pouco a Mulher-Maravilha, Lindinha um coelho saltitante e Docinho uma criatura trevosa, coberta de sombras e com olhos verdes que só sai à noite. 2) O episódio no qual elas são transformadas em cadelinhas. 3) Aquele com o Palhaço Arco-Íris, onde depois de algum acontecimento, alguma treta, tudo começa a ser pincelado de preto e branco. 4) Todos os episódios em que "Ele" aparece, o capiroto/bicha-má da série.
AGORA
Eu tenho aqui no meu "Assistir mais tarde", do Youtube, a 3ª e a 4ª temporadas. Quando eu estiver um pouco mais folgado das séries do blog vou maratonar até dizer chega
PS1: Sempre fiquei encucado e martelando um questionamento insanável: Por que as meninas não nasceram com pés e mãos como da maioria esmagadora dos humanos? Palmas para a sociedade de Towsnville pela exemplar tolerância, mas a dúvida persiste (enfim, é um desenho animado, esperar lógica pra quê né?).
PS2: O maior mistério da série: O rosto da Sra. Sara Belo, assistente do prefeito de Townsville. Mas creio ter sido revelado num episódio que talvez eu não tenha assistido (ou assisti e passou despercebido).
PS3: Uma coisa interessante e bastante notável é a divergência de opiniões entre Florzinha e Docinho, esse embate de qual artifício tem mais importância. Inteligência vs. Força. Esse bate e rebate de cérebro e músculo é muito bem representado em um episódio que está vago na memória. É lógico afirmar que Lindinha simboliza o elo que une as duas irmãs por causa do puro amor fraternal que carrega dentro de si.
PS4: Impossível ou não ler com a voz do narrador na cabeça:
"Açúcar, tempero e tudo o que há de bom. Estes foram os ingredientes escolhidos para criar as garotinhas perfeitas. Mas o professor Utônio, acidentalmente, acrescentou um ingrediente extra na mistura: O Elemento X!" (*kabooooom*) "E assim nasceram as Meninas Superpoderosas, usando seus ultra-super-poderes. Florzinha, Lindinha, e Docinho, tem dedicado suas vidas combatendo o crime e as forças do mal!"
*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
*Imagens retiradas de: http://pt-br.powerpuff.wikia.com/wiki/As_Meninas_Superpoderosas
https://www.tumblr.com/search/elemento%20x
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