Crítica - Pokémon: Filmes (6-10)



Dando continuidade à jornada de Pokemovies, cá estou nesta segunda parte da compilação de reviews trazendo os quatro filmes da geração Hoenn (Geração Avançada) e o primeiro de Sinnoh.

Confira minhas sinceras opiniões sobre eles:


Filme 06: Jirachi, realizador de desejos (2003)



A jornada por Hoenn "começa" em um filme feito sob medida.

SPOILERS abaixo: 

Sabe aquela velha superstição em que quando você vê uma estrela cadente deve-se fazer um pedido? Então, foi com base nisso que o sexto filme da franquia moldou a trama bonitinha e fofinha envolvendo o lendário pokémon Jirachi que está fortemente ligado ao cometa Milênio que atravessa os céus a cada mil anos e após este período o pokémon desperta de sua soneca para absorver a energia do cometa e canaliza-la à Terra para nutrir uma área chamada Forina. Pra começo de análise, o longa meio que falha ao tentar criar mistério em torno do vilão humano da vez, este que atende pelo nome de Mordomo (eu tinha entendido Mordor rs) que vem com sua companheira Diane (cara de vilã, postura de mocinha) em um festival de mágica aproveitando o ensejo do Milênio e o despertar de Jirachi, coisa que naturalmente atrai os nossos heróis e dali os coloca no ponto de partida da trama e os deixa presos ao conflito principal. Quando vi toda aquela parafernalha tecnológica ser ativada por Mordomo senti que foi muito fora do momento correto para um indício de sua real posição. Tudo bem, um filme de pouco menos de uma hora e meia não deve fazer rastejar uma história tão simples e com enfoque menos maduro ou filosófico, mas dava para incitar um suspense nas motivações do vilão que foi chutado da equipe Magma por uma falha inadmissível em um experimento que consistia em recriar Groudon. Uma trama de vingança que acaba em outra falha. Não do roteiro e sim do personagem que a contragosto vira a casaca para destruir uma aberração disfarçada de Groudon resultante de uma nova tentativa de usar Jirachi como artifício. Inclusive, é o fake Groundon que dá corpo ao clímax, chegando a lembrar o monstro vegetal lá do quarto filme que executa praticamente igual papel. Pendendo ao lado emocional, tivemos a singela amizade entre Max e Jirachi com prazo de validade definido - o cometa só duraria por 7 dias -, bem explorada e até compreensível. A linha do tempo fílmica da região de Hoenn começa em um tímido passo num enredo de menor peso, tanto dramático quanto narrativo, e que entretanto desenvolve de forma tranquila todos os desdobramentos necessários para consertar os problemas. Jirachi não convence tanto como Celebi em questão de fragilidade, embora sua trama semi-cósmica e a ligação estabelecida com Max torna-lo um fio condutor construído na medida que o filme pedia. Aventura simples, alto astral e sem exageros, é assim que entramos nessa Hoenn alternativa. Tudo o que cabe ao longa encaixado devidamente ainda que não tenha nada de tão espetacular.

PS1: Interessante o lance da estrela de sete pontas que a May compra, foi quase que como fazer uma comparação à já conhecida e mencionada superstição acima. Cada ponta fechada é um desejo. Mesmo sendo claro que é só invencionice, deu um pouco de dó dela ter esquecido o último desejo.

PS2: O herói do dia foi ninguém menos que o próprio pokémon principal, Jirachi. Ash com menos heroísmo forçado é uma delícia de ver.

PS3: Participação especial de Absol foi um pouco estranha ao meu ver. No começo parecia ter interesse no Jirachi com más intenções, depois guia os personagens em Forina. Não sei se fui eu que deixei algo passar ou o roteiro injustificadamente alterou a posição do personagem para facilitar as coisas.

PS4: Preciso falar da Equipe Rocket? Bem, eles disfarçadoszzzZZZzz...

PS5: Chamam aquilo de canção de ninar? Jirachi gostar disso mostra que ele tem um lado sombrio assim como o Dollynho e ambos querem sempre um amiguinho.

PS6: Uma das melhores aberturas, numa timeline rápida mostrando cada lendário que brilhou em seus respectivos filmes, foi um belo resumão acelerado. Aliás, qual melhor narrador para abrir um filme senão o já conhecido narrador da série? Narrador Original 10, Brock 0.

NOTA: 7,5 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 


Filme 07: Alma Gêmea (2004)



Um pokéfilme bem fora do casulo... e isso é demais!

SPOILERS abaixo:

O sétimo filme da franquia chega trazendo um ineditismo favorável ao universo de Pokémon, porém muito especificamente ao longa em si. Alma Gêmea começa frenético e a abertura novamente fez "repeteco" dessa vez dos filmes 4, 5 e 6 com direito a reciclagem da cena do Suicune descendo a montanha no quarto filme. Não vou mentir que, ao lado de Arceus e a Joia da Vida, este era o segundo filme em que depositava expectativas em uma história que talvez não reinventasse a roda mas pelo menos introduziria uma gama de novas possibilidades. Diria que ele satisfez uma fração dessas expectativas, juro que imaginei um filme diferenciado por se tratar de uma rivalidade entre pokémons lendários em meio a um enredo cósmico e um deles em especial me chamou atenção pela sua variedade e autenticidade e seu nome é Deoxys, o dono desse filme e como lendário é o fio condutor da trama. É justamente por ser tão estranho que ele conquista seu espaço dignamente na trama numa exploração competente. Rayquaza, o apartador do Trio do Clima (Kyogre e Groudon ficaram para o anime), só estava ali como elemento movimentador e fomentar um antagonismo que a princípio era dado à Deoxys que estava à procura de um ovo verde que caiu durante a batalha de quatro anos atrás numa região polar e que foi apanhado por um casal de pesquisadores. Tory é o filho desse casal e o mais proeminente personagem original do filme com um desenvolvimento tão inédito (à época do filme) quanto a história envolvendo Deoxys: O garoto tem uma fobia por pokémons e treinadores desencadeada por um trauma ligado ao confronto da dupla lendária. Adorei ver isso ser tão bem desenvolvido e tratado com certa leveza. O filme mistura clichês e conceitos inéditos numa estrutura de eventos com condução eficiente e que ajuda a manter o espectador preso e curioso quanto ao desfecho de tudo apesar do temor de uma resolução absurdamente fácil que jogue fora todo o impacto épico e emocional que a trama vai alimentando conforme as coisas vão se dificultando e se resolvendo. Além disso, não lembro de um pokéfilme com uma pluralidade interessante de personagens desde Mewtwo Contra-Ataca. Inserção de mais personagens foi uma ideia acertada que fez um bem danado ao desenrolar dos fatos. Minha principal ressalva ficar para o roteiro meio arrastado, que, por mais que funcione estruturalmente, tem um ritmo lento e as coisas demoram a ficar claras deixando tempo desnecessário para interrogações constantes sobre o Deoxys e aquela coisa que se torna amiga do Tory - sério que todo mundo jurou que aquilo era um pokémon, fiquei tipo "Hã??". As cenas da criação da redoma na cidade e do triunfo de Rayquaza em atravessar a barreira e ir atrás de acertar as contas com Deoxys fizeram o enredo ganhar uma tensão. Só achei que desperdiçaram tempo quando aqueles cubinhos robóticos foram afetados pela falha no sistema que os deixou malucos, isso nada mais foi que uma consequência da revanche dos lendários e isso tirou muito do foco que eles necessitavam naquele clímax. É exatamente no pré-clímax (finalzinho do segundo ato) que vê-se uma dramaticidade. A primeira coisa que pensei era que o Deoxys do ovo roxo (macho) estava em busca de seu cobertor de orelha (fêmea), que no caso seria o ovo verde e aquelas coisinhas estranhas seriam suas almas, logo atribuindo sentido ao título do filme. Peguei o espírito da coisa ou entendi errado? Enfim, demorou bastante para Pokémon construir um longa-metragem que consegue ser tão fora da caixa e em paralelo executa os clichês sem prejudicar em nada. Em comparação ao filme anterior, esta sétima aventura tem destrinchamentos mais amplos. Eu precisava disso e veio em boa hora.

PS1: Toda a batalha dos Deoxys contra Rayquaza na cidade deu um ar épico. Em uma perspectiva hollywoodiana, essa sequência de ação em live action ficaria de tirar o fôlego (fica só na imaginação mesmo, porque desejar um live action baseado na obra NUNCA).

PS2: Só eu achei meio "The Walking Dead" as cenas em que a turma de treinadores tenta escapar e combater os Deoxys "zumbis" ("clones" do original)? Sei lá, apenas lembrei, porque sinceramente não assisto a série mencionada, tampouco me interesso (com bem disse uma vez aqui no blog).

PS3: Rayquaza se mandando ao desistir da batalha ficou um tanto injustificado. Mas pra quê né? O filme já estava lindo há vários minutos.

PS4: É, não deu outra. A conclusão veio tardia: Equipe Rocket só serve mesmo pra sugar minutos, ainda mais quando o filme faz você se importar com os principais personagens. Parece que estão ali por cota, só pode. Tirar esses três sacripantas não ia fazer diferença NENHUMA. Tá ficando chato e nem falo mais nada no próximo se a situação repetir.

NOTA: 9,5 - ÓTIMO

Veria de novo? Com certeza. 


Filme 08: Lucario e o mistério de Mew (2005)



Oitavo filme aspira, expira e inspira uma moral de extrema relevância.

SPOILERS abaixo:

Nem parecem que fazem mais de 6 anos que peguei algumas cenas desse filme passando numa tarde de sábado na Rede TV! em uma época onde o boom de Pokémon ganhou uma sobrevida na TV aberta e o fenômeno estava de volta. Por mais que penda ao lado emocional, admito que esperava algo que fizesse frente a Viajantes do Tempo ou até mesmo o filme anterior. Tem uma paleta de cores mais viva e forte que dá identidade à história e a "câmera" faz alguns movimentos semi-giratórios bem legais. Já a premissa faz do prólogo do filme um cenário com atmosfera medieval onde dois exércitos rivais deflagram um conflito que pode colocar as terras da rainha Lynn em perigo. Foi um pouco estranho ver pokémons usando proteções corporais sendo que seus corpos são resistentes a ataques pokemon que feririam gravemente humanos, então não tem muita lógica esse detalhe, mas serviu para casar com o que a trama pedia. Este também foi o primeiro filme onde não foi apresentado um lendário inédito. Lucario (um dos meus favoritos e o dono desse filme) enquadra-se apenas como raro pela sua condição que se resume ao compartilhamento de aura com Aaron, seu mestre e grande herói cultuado, e talvez seja daí que venha sua capacidade de falar por telepatia. Acho que na época do lançamento ainda não haviam criado o concept art da pré-evolução dele, Riolu. A personagem Kid apenas serviu como soltadora de informações repassadas pelo seu chefe e seus aparatos tecnológicos serviram para elucidar que a Árvore da Origem - da qual Mew é guardião - se rebela contra tudo que não seja pokémon, ou seja, objetos e pessoas não são bem-vindos, é uma terra sacra que é como o organismo vivo mais misantropo da Terra. No desenrolar dos fatos, deu para sentir com tranquilidade onde cada ato começa e termina. Os pontos altos de cada um foram: 1ª Ato - O baile e a libertação de Lucario do cetro de seu antigo mestre. 2º Ato - Descoberta e explicação da Flor do Tempo e a treta entre Ash e Lucario sobre confiança. 3º Ato - Chegada à Árvore da Origem (contei uns dois dias de viagem) e a luta para salva-la. Por falar na Flor do Tempo, a impressão é que ela brotou da terra, surgiu do nada no enredo só para potencializar com flashbacks projetáveis o esclarecimento do que levou Aaron a largar seu fiel seguidor a ponto de aprisiona-lo no cristal de seu cetro, foi um jeito que os roteiristas acharam para agilizar as coisas e tornar a resolução desse "mistério"menos cansativa. O que me incomodou de verdade foi uma ausência muito sentida que foi a de um antagonismo real e severo que empurrasse obstáculos, apesar do trio de Regis ter executado moderadamente bem esse papel. É o primeiro pokéfilme sem vilões! Terminado o primeiro ato, o objetivo só é um: Resgatar Pikachu que foi levado por Mew (ao lado do Meowth) até a Árvore da Origem. Simples assim. Se toda a exploração da moral que constitui a alma desse filme fosse porcamente substituída por lenga-lengas triviais e genéricos entre os personagens durante as paradas da viagem, ou teria pausado e refletido seriamente se continuava ou não ou fecharia a aba e dado uma nota baixa. Não foi um filme narrativamente vazio porque não rolaram batalhas contra um vilão específico. É um filme sobre confiança entre mestre e discípulo, pokémon e treinador, e a forma como isso foi desenvolvido compensa a escassez. É tão fechado em si mesmo, por assim dizer, como o sexto filme, mas não tão expansivo como o sétimo. Uma trama isolada, sem muitos elementos novos e com um toque particular de estrutura. Moral da história: Um treinador jamais abandona seu pokémon. A história de Aaron e Lucario fez um link com Ash e Pikachu que deu substância à uma trama que sem o devido tratamento não teria nenhum propósito ou razão para ser um plot de longa-metragem.

PS1: Já era previsível que Ash ter controle sobre a aura iria ser de utilidade máxima no clímax. Ainda mais por ter a aura igualzinha a de Aaron. Sorte para protagonismo tem de sobra, mas nunca para ganhar um competição importante.

PS2: Mew foi o milagre desse filme e também a ignição da consequência final.

PS3: Pikachu chorando pela segunda vez desde o primeiro filme. Por essa não esperava. Mas se teve uma cena que deixou meus olhos marejados foi a "conversa final" entre Lucario e Aaron, numa despedida que mescla passado e presente o que só deu um UP na carga dramática. Ambos sacrificados por um bem maior, porém nunca distantes pois suas auras estão conectadas pelo vínculo inquebrável de pokémon e humano treinador/mestre.

PS4: Nem falaria da Equipe Rocket, mas agora eles merecem. Fizeram parte da trama sem encherem o saco e atá rolou uma comoção enquanto eram devorados por aquelas bolhas laranjas - que na verdade era a Árvore da Origem reagindo à "infecção" que obstruía seu interior.

NOTA: 8,0 - BOM

Veria de novo? Sim. 


Filme 09: Ranger e o Lendário Templo do Mar (2006)



Mergulhando fundo no pokéfilme aquático com imersão literal e sentimental, mas pouco original.

SPOILERS abaixo: 

O nono filme da cinessérie não só resgata como também "copia" elementos de três filmes anteriores, sobrando para a estrela lendária praticamente "carregar nas costas" o longa como única peça inédita fortificada por uma relação que de sua ótica é parental com a personagem-destaque.
As chupinhadas foram estas aqui:
1 - A conexão de Manaphy com May lembrando irrisoriamente a de seu irmão, Max, com Jirachi no filme 06, apesar dos contextos e encadeamentos diferentes. Porém, aqui a relação é aprofundada de forma tão orgânica que é parte de 90% do segundo ato que foi meio arrastado justamente por isso. O fato de um animal assumir como sua mãe a primeira coisa que vê após a quebra do ovo ser trazido e explorado em Pokémon promoveu e construiu toda a atmosfera emocional na intensidade que o filme demanda, sem criar exageros e forçações para comover o espectador pretensiosamente. A parte ruim disso é o seguimento repetido: descoberta passando para o aprofundamento (antes disso rolou uma efêmera separação, mas que é contornada graças ao poder "milagroso" do lendário) e passando para a despedida inevitável, ocorrendo, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro atos.
2 - Objetivo prioritário: Proteger o pokémon fofinho das garras de um vilão humano. Onde já vimos isso mesmo? Se você pensou em Viajantes do Tempo e no Celebi, está correto, e se pensou primeiro no Jirachi sendo caçado pelo Mordomo está ainda mais correto.
3 - A existência de uma localização extraordinária (no caso Templo Lendário do qual Manaphy é o príncipe) aonde o lendário é guardião e é exatamente lá o seu único lar. Conceito reprisado do filme anterior, Lucario e Mistério de Mew, onde temos a Árvore da Origem preservada por Mew. Lugares inseridos unicamente para o ápice do conflito ou a maior parte dele, como foi nesta nona aventura. Até na consequência final, responsável por jogar tensão no enredo, isso não escapou. Tem humanos intrusos na Árvore da Origem? Ela se revolta e manda "anticorpos" para devora-los. Tem uma parte faltando da Coroa do Mar do Templo Lendário? Vem uma inundação que vai afundar com tudo.
Tivemos três execuções semelhantes amalgamadas em um só longa. Não prediz que o filme seja ruim, entretanto não significa que ele seja de todo bom. Eu temia algo raso e mais pendido à exibicionismo prolongado e felizmente essa negativa não foi cumprida. A introdução está OK, nada que difira muito das anteriores, a abertura também, dentro da média, e o prólogo já expondo o vilão com seu plano já traçado e apresentando o "herói" do filme, o guarda-pokémon Jack (inclusive é outro conceito surrupiado, nesse caso do anime), um personagem centrado e bem conduzido embora com uma motivação desinteressante para exercer a profissão da sua vida (não sabia que receber aconchego de pokémons ajudava a inspirar a resposta da clássica pergunta: "o que vou ser quando crescer?").  Phantom tem o esbanjamento carrancudo de um vilão fodão/badass, diria que até ameaçador em algumas "tomadas", exalando ares de pirata malvadão que está numa busca implacável por um tesouro. O Manaphy é apenas uma bússola para a Coroa do Mar. O pirata/caçador foi vítima da ridicularização, a começar por recrutar a piada pronta que é a Equipe Rocket e terminar numa derrota fácil e que o vulnerabiliza após um "confronto" alucinante com um Ash desmerecidamente heroico num power up tirado da "cartola" pelo Templo Lendário. Até o revival do Phantom foi parecido com o de Bisashu quando o roteiro dava uma falsa ponta de certeza que ele foi vencido. O destaque positivo fica mesmo por conta de May e Manaphy numa bela relação de "mãe" e "filho". Todavia, encerro a jornada e me despeço de May e Max na trilha mais baixa dessa montanha-russa que foi Hoenn. #partiuSinnhoh.

PS1: Na parte técnica o filme enche-se com gráficos e efeitos bem computadorizados. Tem momentos rápidos que dão impressão de se estar vendo um filme todo em CGI, não que isso seja um contra. Nesse ponto, ele se sobressai comparado ao primeiro filme dessa geração.

PS2: Kyogre fazendo uma participação especial e, sobretudo, inesperada. Pelo menos não serviu da carona para o Ash, porque do contrário seria mais um na conta de elementos reciclados.

PS3: Canção do Manaphy é um 7x1 na da própria mãe. Se tivesse que extrair uma lição desse relacionamento passageiro, esta daí já seria um bom começo. Os filhos superam os pais até quando estes não são de sangue.

NOTA: 6,0 - REGULAR

Veria de novo? Provavelmente não. 


Filme 10: O Pesadelo de Darkrai (2007) 


A batalha titânica entre os dois lendários pesos-pesados de Sinnhoh configuram a maior e mais perigosa ameaça dentre todos os pokéfilmes.

SPOILERS abaixo:

E aqui o pokéverso sobe um degrau na escada de poder lendário. Depois de dois longas pé no chão e focados no vínculo pokémon-humano, era chegada a hora de expandirmos os horizontes com lendários vistos como divindades cujas existências são obrigatórias para a manutenção do equilíbrio. O que será que ocorre quando essas duas forças opostas e com poderes ilimitados e colossais resolvem se enfrentar? As consequências desse enfrentamento são o que geram a ameaça de nível semi-apocalíptico que supera a do filme 2 em todos os sentidos. Um pokéfilme a princípio com enfoque num embate de lendários convergindo para o nosso mundo aparenta não deve ser nada convidativo para se desenvolver. Para evitar da piscina ficar rasa demais só exibindo uma batalha épica com explicações inconvincentes o roteiro adiciona reforços que incorporam a alma do filme com requintes sentimentais, estes associados à personagem Alice que está ligada intimamente à Darkrai - a estrela lendária da vez e um dos pokémons dessa geração que mais me despertaram curiosidade e nesse longa o destrinchei satisfatoriamente graças ao belo tratamento que o enredo lhe deu. O primeiro ato, contudo, é arrastado, com certa encheção de linguiça, o que proporciona um sentimento incômodo de que o longa só vai engatar no clímax. As engrenagens giram velozes no segundo ato, para meu alívio, interrompendo uma batalha pokémon que imaginei ser parte da enrolação forçada. A aparição de Darkrai desperta um "antagonismo" que engana direitinho. Seu previsível papel de apartador da briga de cachorro grande foi bem explorado no terceiro ato e teve uma aura heroica em volta que funcionou bem e que, por um tempo, foi reconhecida com tristeza (que bom ter sido revertido logo no desfecho, foi belo). Da fenda do espaço-tempo, Dialga e Palkia levam sua rixa à cidade de Alamos que acaba sendo tragada para a outra dimensão onde o perigo se torna cristalino. À medida que o confronto se intensifica a cidade paga o preço por cada golpe que reflete perigosamente na forma de desintegração subatômica. Não tinha percebido que a solução final estava bem nas minhas fuças logo no primeiro ato na tour pela torre Tempo-Espaço onde Alice explica sobre os discos musicais que se encaixados numa máquina tocam canções agradáveis. As dicas estavam ali pelos flashbacks e não imaginei que a Oracion, a canção ensinada para Alice por meio de sua avó - ambas conectadas à Darkrai - fosse ter serventia para o desenrolar final. Não julguei como falta de opções. É um filme seguro, do tipo de enredo que sabe para onde está levando seus personagens sem subutilizar ou reinserir/reciclar conceitos de filmes anteriores (indireta bem direta para um certo filme aquático). Como acalmar duas feras imbatíveis que por si só já não oferecem muitas escolhas para para-las? Com música. Não é qualquer canção de ninar sossega-Hulk. Porém, faltou esclarecimentos sobre isso, o longa não fez questão de se aprofundar em explicações. A Oracion tem o poder de acalmar Dialga e Palkia e os fazerem perceber o erro de lutarem desnecessariamente. Resolução fácil e com sentido aprofundado a gente não vê por aqui, mas tenha certeza de que há um filme de colocar você na ponta da cadeira com o perigo iminente da trama.

PS1: O personagem Tonio não fez mais que sua obrigação. Teve destaque aceitável e ainda agregou informações ao enredo como o cientista que lida com a física maluca do pokéverso.

PS2: Adendo para a animação. Muito pouco fílmica para o meu gosto. Longa-metragem precisa de filtro/paleta de cores, traçados e efeitos que fujam à qualidade de um episódio semanal e, obrigatoriamente, superem-a. Parece que aqui teve uma preguicinha na parte técnica e criaram um "episódio" com trama de longa.

PS3: Havia me esquecido que o Croagunk quem era responsável por interceptar as azarações do Brock. E por falar nele, até que serviu para alguma coisa ao ajudar um combalido Darkrai.

PS4: Outra sobre o Croagunk: Como ele conseguiu barrar aquele ataque flamejante disparado - não notei direito se foi pelo Dialga ou pelo Palkia, acho que foi o Dialga - com tanta facilidade? Coerentemente, o faria voar pelos ares. Meio ilógico.

PS6: Depois de um tempinho, voltaram a tocar música em paralelo com os créditos iniciais. Isso já virou marca nos filmes e estava fazendo falta.

PS6: Que introdução linda! Um "recap" com as estrelas dos filmes anteriores que parecem interagir progressivamente numa timeline. Ficou ó... uma beleza!

PS7: Segundo filme de Pokémon sem um vilão com antagonismo real. Dialga e Palkia cagavam para a cidade mas estavam lutando sem muita conscientização do quão insignificante era o motivo. E Darkrai só queria avisar o pessoal da ameaça representada pelo duelo dos titãs.

PS8: E é a primeira crítica da compilação com maior número de "PS", até agora. Pronto, parei.

NOTA: 8,5 - BOM

Veria de novo? Sim. 

A jornada por Sinnhoh continua na terceira parte da compilação!


*As imagens acima são propriedades de seu respectivo autor e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: http://albumdetestamentos.blogs.sapo.pt/top-7-filmes-pokemon-1-70437
                                     https://www.ligacaoteen.com.br/entretenimento-variedade/sbt-exibe-o-filme-pokemon-7-alma-gemea/60914/
                                     http://www.pokemonlaserielatino.com/p/lucario-y-el-misterio-de-mew.html
                                     http://www.pokemothim.net/2016/04/curiosidades-09-pokemon-9-ranger-e-o.html
                                     http://megafilmeshd50.top/filme/pokemon-10-o-pesadelo-de-darkrai/



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