Crítica - Pokémon: Filmes (1-5)



Recentemente, tive a ideia de fazer uma "maratona" de filmes de Pokémon que consistia em ver um filme por dia. Seguiu o processo básico: Assiste um filme num dia, escreve a review dele no seguinte onde você assistirá outro e assim por diante. Pode parecer meio desnecessário explicar a razão de fazer uma compilação de mini-críticas praticamente do mesmo jeito que apostei com a trilogia Transformers e Supernatural e deu muito certo, mas darei o motivo. Acontece que soa mais prático fazer assim do que postagens individuais para cada filme, é menos cansativo na minha opinião.

A compilação se divide em 4 partes, as 3 primeiras contendo 5 críticas e a quarta apenas 4 em um total de 19.

Portanto, segue abaixo as resenhas bem sucintas dos 5 primeiros filmes do anime que exploram esse amplo universo que só Pokémon oferece.

Confira:


Filme 01: Mewtwo contra-ataca (1998)



A jornada inicia com ousadia.

Ah, o nostálgico primeiro filme onde esta emocionante cena acima faz muito marmanjo chorar até hoje. Pokémon começou com o pé direito na sua linha do tempo fílmica. O ponto mais acertado desse filme é a introdução de toda uma filosofia que podia estar muito bem presente no anime. Esse é um dos padrões que essa linha insiste e persiste: Abordar um aspecto que traz filosofia e só aprofunda o enredo apenas nos filmes e deixar o anime seguir apenas com as aventuras de Ash e seus amigos em sua jornada sonhadora de se tornar um Mestre Pokémon. Veja aí o engraçado: O que há nos filmes daria mais corpo ao anime e o que está repetitivamente no anime prejudicaria uma trama digna para um filme se apenas o Ash e seu objetivo ganhassem o centro das atenções. Mewtwo personifica essa filosofia sobre vida e coexistência entre humanos e pokémons com uma visão rígida e crítica do que os monstros de bolso significam para os humanos, ele é diferente, se sente diferente e quer fazer a diferença e quer quebrar um paradigma com toda a sua rebeldia. Sua lógica antes do ato instintivo de Ash, que é fator determinante para o desdobramento final, é de que os humanos impõem escravidão ao pokémons e não criam um companheirismo sincero. Eu só lembro de flashes desse filme passando no SBT em uma manhã de sábado e não fazia ideia de que ali existia uma grande história por trás. Apesar desses detalhes bem satisfatórios, esperava um pouco mais, além de um final menos agridoce. Giovani poderia estar mais presente, mas aqui, infelizmente, repete igual tempo de tela que possui no anime. Equipe Rocket está dispensável, nem sei o que estavam fazendo ali e o porque de estarem ali.

NOTA: 8,5 - BOM

Veria de novo? Sim.


Filme 02: O Poder de Um (1999)



Faltou um ingrediente importante nessa mistura.

SPOILERS abaixo: 

A sequência também conhecida como Pokémon 2000 faz parte do arco das Ilhas Laranja e teve como premissa a rebelião dos três pássaros lendários (Moltres - guardião do fogo -, Zapdos - guardião do raio -  e Articuno - guardião do gelo) quando os mesmos são retirados de suas respectivas ilhas por causa do gênio do mal chamado Giraldan que deseja usa-los para dominar o mundo e tem como plano final capturar Lugia, a fera do mar. O enredo promove todo um clima apocalíptico que funciona até determinado ponto, daí perde-se quando vem a grande revelação: Ash é o escolhido da grande lenda para reunir os tesouros dos pássaros e restaurar a ordem e ser o herói do dia. Nem fiquei surpreso. Protagonismo absurdo já vimos em muitos animes, temos como exemplos clássicos Son Goku e Seiya de Pégaso. E se fosse o Tracey? Aí já seria muita audácia do roteiro colocar um "zé" feito ele... do ponto de vista de quem produziu, não do meu, eu realmente queria ver o Ash sendo ofuscado por um mero coadjuvante. Misty ganhou melhor destaque que o então novo membro do trio, sendo apontada quase que constantemente como namorada do Ash por aquela garota lá que me esqueci o nome - que por sinal só foi útil mesmo tocando a música como parte finalizadora do trabalho de restauração, inclusive achei interessante aquelas colunas brilharem seguindo o ritmo do som. O vilão que foi responsável pela ignição da trama foi deixado para escanteio. Giraldan foi tão subutilizado que só foi o Ash ganhar o centro das atenções que esqueci da sua existência. A batalha da trindade de pássaros contra o belíssimo e raro Lugia foi um espetáculo que não abrandou a sensação de que faltava algo mais para temperar esse caldo. Em compensação teve um desfecho bonito e a música de encerramento de fazer encher os olhos. No entanto, não produziu um impacto dramático na medida do primeiro filme, foi tudo fácil demais para o Ash e a resolução acabou sendo meio apressada, o que dispensou muito do que se esperava. O que faltou foi desafio. Equipe Rocket serviu pra alguma coisa finalmente. E Brock não fez falta nenhuma - nada contra o personagem, ele só é divertido quando está na maior azaração com as novinhas.

NOTA: 7,5 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 


Filme 03: O Feitiço dos Unown (2000)



Maldição do 3, até aqui você também se intromete...

SPOILERS abaixo: 

Partimos agora para Johto com este terceiro filme da franquia que traz como sua grande estrela o pokémon lendário Entei e ao mesmo tempo não o traz. Achou confuso? Explicação direta da premissa: O pai de uma garotinha chamada Molly é um renomado pesquisador que lê para ela um livro de histórias no qual Entei e os estranhos Unown (eu chamava errado esse tempo, eu chamava-os de "Unau") são figuras de destaque. Durante uma análise a trabalho numa caverna, ele descobre peças de Unown - parecem hieróglifos egípcios - que acabam "libertando-os" e esse cara acaba indo parar numa dimensão alternativa. A garotinha fica na bad e com as peças trazidas pelo auxiliar de seu pai, acaba desejando te-lo de volta e as letrinhas vivas acabam trazendo o Entei fazendo Molly acreditar ser seu pai. Os Unow são pokémons que basicamente concedem desejos mas distorcem a realidade ao fazê-los. Duas coisinhas me incomodaram durante boa parte do longa: A previsibilidade descarada e a maneira superficial que exploraram os Unown. Tem uma fluidez que faz você sentir estar vendo um filme de Pokémon e não um episódio comum, porém a trama não faz justiça a essa tonalidade. Molly ganha um status errôneo de "vilã" em certo ponto, acho que lá para o segundo ato, quando na verdade é uma vítima dos pokémons rebeldes e travessos que só se aproveitaram da sua inocência e carência por uma família perfeita apenas para traquinar. A sempre ilustre presença de Charizard deu aquele reforço aventureiro ao enredo, embora não fazendo milagre - inclusive há uma cena em que ele flerta com a morte na pata de Entei, isso foi algo inédito pra mim, meu pokémon favorito estando prestes a morrer por uma ilusão meio impulsiva do cão lendário do fogo. Não fosse por isso, teria recebido uma nota menor. Este foi mais um filme com resolução fácil, mas a diferença para os dois primeiros reside na construção de enredo que neste terceiro longa mostrou-se pouco criativa. E quanto a Equipe Rocket... Já está ficando cansativo todo encerramento pré-créditos ser com eles exibindo indícios de bondade e boa moral, só estão ali mesmo para preencher lacunas que o enredo não se dá ao trabalho de inserir algo mais interessante, realmente não serviram para merda nenhuma, tanto é que nem lembro deles no quarto filme e isso tudo prova cabalmente que eles funcionam melhor no anime.

PS1: "Será que vamos ter uma participação maior no próximo filme?" - Meowth. Melhor frase ever! 

PS2: Misty é líder do ginásio de Cerulean, não? Fizeram uma confusãozinha aí e ela disse Vermillion.

NOTA: 7,0 - BOM

Veria de novo? Provavelmente sim. 


Filme 04: Viajantes do Tempo (2001)



Revi essa grata surpresa que é Pokémon em sua mais pura essência.

SPOILERS abaixo: 

Há exatos 10 anos tinha ganhado o DVD dessa belezura de aniversário. Finalmente um filme de Pokémon que faz um apelo emocional autêntico e acerta a mão na maior parte de tudo o que configura a sua bela história sobre amizade e sobrevivência que são os dois principais alicerces bem construídos ao longo da projeção. Se tem algo que pegaria do terceiro filme e transporia à este seria o filtro de animação que possui enquadramentos que dão a sensação de você estar vendo um longa-metragem de anime, diferente desta quarta aventura fílmica onde a paleta de cores é uma montanha-russa que ora aparenta um simples episódio do anime ora tem aspectos estéticos de um filme - palmas para os efeitos no "monstro" galhudo lá que o Celebi, hackeado, criou, foi bom relembrar a construção desse artifício relevante e movimentador à trama. Como relembrar é viver, cada cena dramática vale uma lágrima. Nas duas vezes que o assisti - em dois aparelhos diferentes e em um intervalo de tempo bem largo -, nada dessa carga de drama havia tocado meu coração. Nessa segunda reprise todas as emoções foram tão palpáveis, tão ampliadas. As tramas do tráfico de pokémons e a relação de Celebi e do personagem Sammy são igualmente tocantes. Tivemos um vilão humano de respeito, tudo o que o segundo filme não teve! Giraldan esbanjava muita intelectualidade e pouca malevolência. Bisashu não foi nenhum gênio com frases de efeito, mas um son of a bitch inescrupuloso que era o que essa franquia de filmes necessitava. O que é a genialidade do Giraldan com aquelas gaiolas elétricas perto das fucking pokebolas das trevas que corrompem pokemons logo quando capturados? Pff, comparar pra quê, já está cristalina a resposta. E olha que ele é da Equipe Rocket hein... Por falar no Trio Parada Mole, a mesma sina se repete: Eles surgem com algum plano em mente, sofrem um acidente, aos poucos vão tomando conhecimento da trama, participam dela de alguma forma, são jogados pra escanteio e terminam juntos e felizes ainda que não obtendo nenhum resultado no que é de praxe. Dessa vez ficaram boiando na água. O que vai ser na próxima? Vão ficar seguindo essa linha narrativa absurdamente repetitiva até qual filme? Seguirei acompanhando esse anime de Pokémon com episódios estendidos - é a impressão que fica quando se assiste sem ver o tempo passar, está me ajudando a ver a obra com outros olhos -, mas não vou mais dar tanta bola pra eles, logo reitero que servem para o anime televisivo.

PS1: Suicune, meu cão lendário favorito, exerceu o mesmo papel que Charizard, meu pokémon favorito como disse já anteriormente, no terceiro filme.

PS2: Eu tinha me esquecido o quanto o Brock era um personagem lerdo. Ele chega à conclusão que por si só é óbvia logo depois de dizer o óbvio. Isso é na cena em que o Celebi, no Lago da Vida, recupera suas forças esgotadas na viagem no tempo ao futuro. Se chama-se Lago da Vida é EVIDENTE que a bagaça serve para curar pokémons. A ânsia por namoro cega a inteligência, pelo visto.

PS3: Ouso dizer que o Pikachu tentando ressuscitar o Ash petrificado não se compara à emotividade da cena em que o persistente garoto segura Celebi morto em seus braços enquanto o resto dos personagens caem no choro, só faltou os outros pokémons se unirem ao coro de soluços e lágrimas. O filme podia terminar ali que eu não mudaria minha nota. Mas como estamos tratando de Pokémon, aquela solução tirada da cartola não é dispensável. Pelo menos não fizeram das lágrimas do Ash um remédio miraculoso para trazer o pequeno pokémon de volta á vida, aí seria abusar do protagonismo e uma forçação que jogaria o impacto da cena no lixo.

NOTA: 9,0 - ÓTIMO 

Veria de novo? Com certeza. 

Filme 05: Heróis (2002) 



A saga alternativa de Ash Ketchum com a roupa clássica termina do mesmo jeito que começou: quebrando paradigmas.

SPOILERS abaixo: 

Há três fatos curiosos sobre este quinto filme: 1) Foi adquirido por outra empresa (Europa Filmes lerda), a Buena Vista, e nunca lançado em DVD, sendo ele um raro item, por assim dizer. 2) Só foi exibido na TV duas vezes no extinto Jetix há 10 anos. 3) Brock fazendo narração em off no início, não que tenha ficado ruim, mas não custava ter colocado alguém mais versado e experiente em pokémons, tipo o Professor Carvalho. Quando tive acesso as duas primeiras informações, entendi a dificuldade em encontra-lo. Por alguma sorte, consegui assisti-lo com áudio e imagem aceitáveis. O filme, que, na linha do tempo, se passaria na temporada Master Quest, apresenta dois pokémons raros - como todo filme de Pokémon se presta a fazer quase que como obrigatório - que à primeira vista não transparecem a força esperada. São eles: Latios e Latias. De início não sabia qual deles era o Latios e a Latias, foi meio previsível (azul - masculino, vermelho - feminino), mas esperava algo similar aos Nidorans. Fora esse detalhe insignificante, a trama do longa imerge na cidade Alto Mare, uma Veneza inspirada para o universo de Pokémon, o que considero um forte ponto positivo, além da trilha sonora que casa com a ambientação, sobretudo a que toca durante a perseguição de Ash à Latias (em sua "forma humana"). A maior diferença notória deste para o filme anterior é o filtro de animação, que está um pouco mais escurecido embora não imprimisse uma atmosfera sombria à trama como ocorreu no primeiro filme. A trama de "Heróis" é bem leve, diria que a mais moderada desse grupo. Latios e Latias são guardiões de um artefato valioso conhecido como Joia da Alma (lembre de Arceus e a Joia da Vida e o quanto estou empolgado pra ver esse filme, mas vou me controlar por razões óbvias) que se conectada ao mecanismo de defesa de Alto Mare - que gerigonça feia aquela, diga-se de passagem - fará o mar recuar vários quilômetros deixando a cidade na pura seca. As duas vilãs tiveram uma introdução bem dosada e uma construção até interessante, com uma delas, Zanna, relutante com o plano maligno demais para os padrões e só queria a joia para ostentar enquanto sua parceira psycho, Rion, queria destruir a cidade só para se exibir. Gostei de ver, criou uma divergência meio cômica entre motivações. Aqui também tentaram quebrar novamente o tabu da morte de um pokémon (no caso, Latios), mas não com o mesmo peso emotivo, foi feito à sua maneira e encaixado com o clima da trama muito embora o drama não tenha mostrado-se tão natural. Uma despedida entre irmãos que ganha pontos de um lado e perde de outro. Foi um longa-metragem com um bom ritmo aventureiro que faz funcionar vários elementos mantidos na dose certa, como a conexão de Ash com Latias e a história por trás das duas estrelas do filme que estão intimamente ligadas a dois importantes personagens humanos, Bianca e Lorenzo. Fechou com chave de ouro a era em que Ash tem suas vestimentas clássicas, apesar da história não prezar por um aprofundamento dramático que faria uma diferença enorme na imersão do potencial que ela traz consigo. #partiuHoenn.

PS1: A jornada do Trio Parada Mole (Jessie, James e Meowth) neste filme se resume a um dia bem azarento. Aliás, adorei a cena da perseguição à Zanna e Rion que elucidou a distinção monstruosa de preparo para missões. Só valeram por essa cena, porque à trama em si nem sequer tiveram serventia. Já disse que o lugar deles é no anime?

PS2: Melhor habilidade da dupla de guardiões de Alto Mare: Visão compartilhada. Muito show.

PS3: Se Latias tivesse estreitado um pouco mais seus laços com um humano treinador de pokémons, outro tabu se romperia: O BV do Ash. A conexão que culminou num beijinho no rosto e que poderia ir além... Não, não pensei em bobagem, é um filme para a família, jamais imaginaria essa bizarrice... até porque são duas crianças - teoricamente a Latias é.

PS4: Sem batalhas pokémon, algo que se repetia nas aberturas dos anteriores sempre embaladas por uma musiquinha legal. A novidade foi a corrida aquática pelos canais de Alto Mare. Variada surgida em boa hora.

PS5: Ash imaginando a última tentativa para quebrar os anéis que prendiam Latios: "Agora eu vou tentar!". A gente sabe que o garoto é persistente, mas ver ele abusando disso quando nem o choque do trovão do Pikachu surtiu efeito dá uma pena...

NOTA: 8,0 - BOM

Veria de novo? Sim. 



*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: https://www.anbient.com/filmes/pok%C3%A9mon-filme-1-mewtwo-contra-ataca
                                     https://www.youtube.com/watch?v=B0GRQUeVym0
                                     http://cinema10.com.br/filme/pokemon-3
                                     http://compartilhando.net/pokemon-4o-filme-viajantes-do-tempo-blu-ray-1080p-dual-audio/
                                     http://www.animesorion.org/11735



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