Nem tudo é o que parece #53

Não foi por conta do sono nem nada, eu tenho plena e absoluta certeza do que vi. Não numa só noite que flagrava a luz do meu banheiro acesa. Acordava no meio da noite e lá estava...

Me levantava sem temer nada, apagava e voltava pra cama me arrependendo de ter ido pois sempre causava demora para os olhos pregarem de novo. O pior é que dormia do lado esquerdo, virado para o meu banheiro. Isso ficou ocorrendo noite após noite e vez ou outra pegava a luz apagando. Sim, apagando! Daí virava para o outro lado fingindo não achar estranho.

Acordei com uma reação diferente ontem ao ver a luz acesa.

Não pode ser possível... eu tinha desligado o medidor. 
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Fui preguiçosamente do meu confortável sofá até a cozinha pra molhar a garganta. Deixei o filme pausado. Não mereço ser zoado só porque acendo a luz pra ir beber água.

Saciada a sede, voltei pra sala, mas parei ao perceber que esqueci a luz acesa.

Me virei e já estava apagada. 
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No Natal de 20 anos atrás, precisei ser o homem da casa um pouco mais cedo do que eu esperava tendo que cuidar da minha irmãzinha, na época com 5 anos, até que nossos pais voltassem de algum lugar que mal consigo lembrar. A insegurança era grande, mas acho quebrei bem esse galho. Pelo menos, até a chegada do Papai Noel. Não tô inventando, é sério. Um cara fantasiado de Papai Noel bateu à nossa porta naquela noite de pura nevasca na cidade.

Eu atendi e ele foi logo entrando, invasivo pra cacete e sem coragem pra reclamar apenas deixei que fizesse seu showzinho dando a clássica risada "Ho-ho-ho-ho". Minha irmã o abraçou, deslumbrada.

Fiquei só olhando, sem entender nada. Era um plano dos meus pais? Quem era aquele estranho?

Pois é, diferentemente da minha irmã, não acreditava nessa baboseira. O Papai Noel sentiu que esqueceu de alguma coisa e foi lá fora buscar, nos pedindo para ficarmos quietinhos na sala.

Curioso que sou como ninguém, desatei o nó que fechava o saco vermelho que ele deixou.

Peguei minha irmã pela mão e corri com ela para o quarto, nos trancando e por fim nos escondendo no closet. Falei que tudo ia ficar bem assim que nossos pais voltassem e ela queria chorar porque eu não a deixava se aproximar do saco.

Eu já tinha idade suficiente para saber que pistolas de alto calibre não eram lá típicos presentes.
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A droga do meu celular ficou tocando justo na hora da aula, foi a maior perturbação. Era a Keyla.

Desliguei, sentindo um ódio profundo. Menos dela e mais de mim que fui uma burra.

Burra de ter deixado ela com o celular dentro do caixão. 
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Sonhei que embarcava num trem de número 0013 levando uma caixa de presente azul claro. Mas a ponte da linha férrea teve uma parte dinamitada por criminosos terroristas e o trem lotado caiu em cheio. Foi aí então que despertei afobado como se tivessem me jogado um balde água fria.

O dia poderia ser maravilhosamente tranquilo se meus pais não me pedissem o favor de levar um presente à minha avó.

Eu preciso ir de trem e a linha 0013 é a única para chegar na cidade onde ela vive.

FIM... por enquanto! 

*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.  

*Imagens retiradas de: https://aminoapps.com/c/cladoterror/page/blog/loira-do-banheiro/YP6D_3rIbuRZl3bPp6MpznWXj1bQ2r1QQ
                                     https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2014/12/24/noticia-e-mais,162870/papai-noel-como-voce-nunca-viu-bom-velhinho-ganha-versoes-incomuns.shtml
                                      http://www.mobilize.org.br/noticias/9391/manifesto-pede-por-ferrovias-e-pelo-avanco-da-mobilidade-urbana-sobre-trilhos.html