Crítica - Yu-Gi-Oh!: Vínculos Além do Tempo


O aniversariante é Duel Monsters, mas o dono da festa é 5D's.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Para comemorar os 10 anos da série clássica da franquia, foi lançado um média-metragem (é uma designação voltada à produções que mal chegam à uma hora de duração - este tem 50 min) que apresenta ao deleite dos fãs um crossover entre os protagonistas das três primeiras séries (Yugi Muto, Jaden Yuki e Yusei Fudo) tendo como meio de possibilitação a viagem no tempo, algo também intimamente relacionado ao antagonista não totalmente errado da trama. Por que estou saindo em defesa do vilão? Bem, até certo ponto eu imaginava que ele seguia o lance dos fins justificarem os meios à despeito de uma conscientização moral mais esclarecida devido ao caos do seu próprio futuro que fora causado, segundo ele, pelos jogos de monstros de duelos e por essa razão todos os duelistas precisam ser eliminados através das alterações na linha temporal.

Mas no ápice das coisas, Paradox acabou dando uma de Marik, ficando loucamente obcecado em derrotar o trio-parada-dura dos duelos, e nesse ponto já tinha perdido qualquer traço de "razão". Anteriormente estava numa postura relativamente compreensível sob o argumento de sacrifícios necessários, mas fechado à ignorância do que poderia derivar de bom ou ruim das mudanças na cronologia. O enredo ter início definitivo no mundo futurista de 5D's (spin-off que me recuso a assistir, tal como os posteriores - até porque não sei que diabos de forma maluca de duelo é essa que inclui corridas de motos x_x) foi acertado de modo que pudesse chegar ao mundo de Yugi no qual seria palco de um duelo decisivo, então "caminhar para trás" saiu-se como boa decisão, afinal é muito comum na viagem no tempo retornar à épocas passadas para evitar as consequências que moldaram o futuro (no caso aqui o de Paradox) e não o oposto (tipo, viajar num futuro mais adiante).

Por outro lado, isso fez com que Yusei tomasse para si um protagonismo que o roteiro não soube disfarçar tão bem quanto deveria. Ele quem voltou no tempo com sua motoca high-tech após o flerte com o Paradox que roubou sua preciosa carta do Stardust Dragon e nisso criou-se uma motivação B para vence-lo num duelo e recupera-lo, o que nos minutos iniciais da jogatina pareceu ser tratado como prioridade, só depois de virarem o jogo que enxergaram a urgência do conflito sobre o destino mais seriamente. O duelo em si é bem conduzido e desperta atenção (mesmo que três contra um seja pra lá de injusto, só que o negócio não tinha disposição pra gastar tempo com cada um enfrentando Paradox, acho que renderia umas duas horas e meia). Contudo, saiu no débito o balanceamento dos personagens em cena, salvo a liberação do golpe final e fatal contra Paradox numa ótima sinergia do trio (que cagou pro fato de terem matado um oponente O_O).

Interessantemente notável que haja um clima mais sombrio no momento em que Paradox invade o evento de Pegasus disseminando destruição com três dragões (Cyber End Dragon, Raibow Dragon e Stardust Dragon) e fazendo vítimas, ou seja, mortes, inclusive do criador dos jogos de duelo e do avô de Yugi (Solomon Muto) sobre os escombros dos prédios. Uma ruptura de padrão dessas não era aguardada. Mas a viagem no tempo estava disponível para amenizar o luto de Yugi e seus dois parceiros o levam trinta minutos antes da tragédia ocorrer. A relação é desenvolvida daquele jeito, no instantâneo, sem muito tempo pra puxar conversa e se conhecerem, eles estão unidos por um bem maior em comum (que duelista iria encarar essa bomba no colo sozinho com o jogo de cartas correndo risco de desaparecer da história?) e não por afinidade, pois sabem que no triunfo eles voltarão às suas vidinhas normais em suas respectivas épocas e jamais se reencontrarão (sad but true u_u). Mas e se Paradox estivesse coberto de razão quanto ao futuro? Eis a questão.

Considerações finais:

Yu-Gi-Oh!: Vínculos Além do Tempo executa um fanservice agradável junto a um tema confortável para fazer isso acontecer. Nem tão descompromissado como pré-julguei, mas também não muito relevante pra franquia já que não é exatamente Yugi, o magnífico duelista, o astro da festa, logo é um produto solto que não faz jus a sua intenção, mesmo bem trabalhado.

PS1: Paradox lembrou os personagens dos outros problemas que existem no mundo, como fome, doenças, discriminação, violência etc. Isso pra mim pareceu uma tentativa de dar um choque de realidade. Quase todo mundo nesse anime compartilha de uma fixação num joguinho de cartas e o mundo que se dane (o mesmo vale para Pokémon heheh).

PS2: No universo de Yu-Gi-Oh! você pode dar uma pausa no duelo pra beber água ou fazer alongamento enquanto o ataque do monstro, que está à poucos metros de distância, não te atinge.

PS3: Mostraram os coadjuvantes de 5D's, mas não os de GX e Duel Monsters. Alguma dúvida de que esse filme não é para comemorar nada? Além disso, lembraram do Mago Negro, Feiticeira Negra, Dragão Branco de Olhos Azuis, Dragão Negro de Olhos Vermelhos... E cadê o Rei Caveira?? Tinham que esquecer logo dele pro churrasco? Poxa...

PS4: Não fechei o vídeo antes do encerramento por conta da música que achei bem bacana (não que o encerramento seja visualmente ruim, nada disso, deu uma boa nostalgia vendo aquelas cartinhas enfileiradas).

NOTA: 7,5 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://yugiohmonstrosdeduelo.blogspot.com/2014/01/yu-gi-oh-vinculos-alem-do-tempo-dmgx5ds.html

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