Afinal, Bob Esponja é ou não é gay?


Nos últimos dias uma antiga questão, no mínimo irrelevante, foi ressuscitada: A sexualidade do Bob Esponja. Digo irrelevante (só para ressaltar e não ser xingado) não como menosprezo aos que se enquadram na sigla LGBTQ+, me refiro ao próprio personagem. No que a orientação sexual da esponjinha serelepe acrescentaria ao desenho? NADA. Direto ao ponto central: Um post da Nickelodeon no Twitter, de 13 de junho, continha mensagens para comemorar o mês do orgulho LGBTQ+ trazendo imagens de personagens que pertencem à comunidade como Korra (Avatar: A Lenda de Korra) e Schwos Schwartz (de Henry Danger) e por último, com maior destaque, um Bob Esponja pintado com as cores do movimento. O estopim da confusão que reacendeu a dúvida foi, pelo visto, um erro de interpretação quanto à imagem de Bob Esponja no post. 

A inclusão do personagem com as cores da bandeira LGBTQ+ ilustrando a mensagem comemorativa certamente reforçou as suspeitas quanto à sua sexualidade pelo seu jeito alegrinho demais que os fãs sempre viam ao longo dos anos acompanhando o desenho. O criador da série, Stephen Hillenburg, em 2005, numa entrevista para a revista People, já tinha colocado um pá de cal nesse assunto (que também botava o Patrick no meio já que rolava uma teoria de que ambos fosse um casal gay), mas parece que ninguém deu ouvidos. À época ele disse: "Nós nunca tivemos a intenção de que eles [Bob Esponja e Patrick] fossem gays. Eu considero eles quase como sendo assexuados. Nós estamos apenas tentando ser divertidos." O problema é que há um engano sobre o significado da palavra assexuado que muitos homologam com o de assexual, quando, na verdade, são termos bem diferentes. Assexuado é o organismo que não se reproduz sob conjugação genética. O indivíduo assexual, por outro lado, não sente atração sexual por ninguém, e inclusive pessoas desta minoria foram inclusas na sigla (que vai ficar quilométrica daqui pro final da década, talvez), atualmente LGBTQIAP+, o que eu, particularmente, não vejo necessidade apenas pelo fato de ser uma minoria (acho que o requisito é não contribuir para a procriação humana - desculpa se eu peguei pesado nessa ^^). Voltando ao cerne, Bob Esponja se encaixaria nos dois tipos porque: 1) Ele é baseado numa esponja marinha (dãã) que é um animal que se reproduz assexuadamente. 2) Não há nada que indique ele possuir alguma paixonite platônica por alguém do desenho, nunca algo visto em nenhum episódio, creio eu. 

"Mas Lucas, é bom lembrar daquele episódio, lááá da primeira temporada, no qual ele conhece a Sandy que o convida pra visita-la na casa dela, daí ele pede conselhos ao Patrick e ele leva flores para ela!". As flores que ele leva para Sandy não indicam definitivamente que um interesse romântico havia despertado nele. Presenteá-la com as flores não passou de um gesto amistoso, até porque Bob Esponja estava mais preocupado em causar uma boa impressão e pra isso seguiu o conselho do Patrick de levantar o dedo mindinho para se provar um cara bacana (não que isso faça sentido, nem pro Patrick). Mas quer saber como realmente defino o Bob Esponja? A representação de uma pessoa efusiva em tons absurdamente exagerados, o que explica ele ser tão otimista, feliz, confiante e entusiasmado. Assexuado ele pode ser, apesar de conceitos biológicos não serem muito levados em conta no desenho (por ser um desenho, lógico), e aprendemos nas aulas de biologia que os seres provenientes do organismo que os gerou a partir da reprodução assexuada são geneticamente idênticos entre si, basicamente clones, a menos que sofram mutações gênicas (e quando se fala em mutação num texto cujo cerne é o Bob Esponja, fazendo uma associação rápida, faz relembrar daquela teoria sombria da Fenda do Biquíni ter sido um campo de testes nucleares, mas isso é outra história). A parte do assexual (que não quer dizer "sem sexo" ou "sexo neutro") permanece no campo hipotético. Faz muito mais sentido ele ser considerado efusivo para desmentir a ideia de que ele seja gay. 

Correçãozinha + Adendo: Disse que ele pode ser assexuado, entretanto isso nem é possível no desenho, primeiro por ser um desenho animado e segundo por Bob ter um pai e uma mãe (como numa sociedade humana). Praticamente reafirmei o que disse no parágrafo acima, mas esclarecendo melhor. Acho que o Stephen Hillenburg confundiu os dois termos (o que é meio estranho, pois ele era biólogo marinho). Pesquisando mais um pouco, soube que há poucas espécies de sexos separados, chamados de dióicos. Não teria lógica dois seres dióicos darem origem à um organismo hermafrodita (teoricamente o Bob Esponja), certo? Mas lógica inserida num desenho animado como esse é exigência inútil. E tem mais: No primeiro filme, de 2004, Bob e Patrick partilham de um anseio para se tornarem homens (eles querem alcançar maturidade como homens, tanto é que ganham bigodes falsos da filha do Rei Netuno e se sentem realizados) por estarem cansados de serem vistos como pirralhos. Além do mais, o personagem Bob Esponja passou por diversas mudanças ao longo desses anos, foi tornando-se mais infantil, mais efusivo, mais bobão, mais irritante pro Lula Molusco e mais exagerado no jeito de ser em geral  (sem falar que ele ficou mais "gordinho" também, basta comparar assistindo episódios antigos e novos). 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 


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