Crítica - Mulher-Gato


Será que se visto sete vezes fica pior ou no mínimo tolerável?

AVISO: A crítica abaixo contém muito rage. 

Afirmo que a chegada de Christopher Nolan para comandar um novo universo cinemático do Batman, um ano depois desta atrocidade caótica, foi a "salvação da pátria" ou até mesmo um golpe de sorte inesperado. Eu sou um sobrevivente de uma reprise forçada  deste longa que foi um começo pra lá de desajeitado para emplacar super-heroínas no gosto do público leigo através de produções melhor orçadas. Aliás, iniciou extremamente errado, justo com a Mulher-Gato, uma vilã, além de sua origem nesta encarnação interpretada por Halle Berry sofrer uma deturpação medonha pois a personagem é uma humana comum que rouba joias e outros artefatos valiosos. O pior de fato é a alteração da identidade. O nome da criatura é Patience Phillips, uma designer gráfica bastante tímida (que leva esporro do chefe pra todo mundo ver) trabalhando numa empresa de cosméticos (Hã?) até que um acidente, consequência de uma descoberta prejudicial envolvendo um novo produto da corporação, muda radicalmente sua vida. Transição para heroísmo, a distorção geral, o misticismo... Caramba.

Não bastasse o roteiro de duas frentes importantes desconexas (a origem divina das habilidades felinas de Patience - cortesia da deusa egípcia Bastet - e o conflito girando em torno da conspiração do produto nocivo), a produção ainda tem a pachorra de incluir nos créditos iniciais o nome de Bob Kane considerado que essa Mulher-Gato não tem absolutamente NADA a ver com a criação original dos quadrinhos, nem ao menos carrega o espírito quadrinesco, logo, em suma, não deveria ser algo associado ao universo DC em nenhum detalhe. Se como Patience a atuação de Halle Berry aparenta estar comedida, na pele da ladra atrevida ela acaba soando bem exagerada. Parece que quando veste o manto (a roupitcha fuleira de couro que parece ter sido surrupiada de alguma praticante barata de sadomasoquismo ou uma stripper ou de uma pessoa com as duas práticas) ela vira uma fera insana, quase psicótica e com níveis reduzidos de lucidez. Mas é esperta como um gato. Opa, calma aí, não tão esperta. Caso o fosse, não teria escrito o "Sorry" na sacola, após o momento "ladrão que rouba ladrão", quando antes, como Patience, tinha escrito a mesma coisa no copo de café do seu namorado, o policial burro Tom Lone que a salvou de tentar salvar um gatinho que não precisava ser salvo (a deusa Bastet incorporada).

Alguém com QI entre 90 e 109 (a inteligência média) suspeitaria na hora pela merda da caligrafia idêntica nos dois objetos, nem precisando de analista pra isso. A vilã interpretada por Sharon Stone, Laurel Hedare, expressa uma performance sem sal e nem açúcar que não representa ameaça alguma para uma mulher com capacidades amplificadas de um humano e felino comuns. Era só apresentar uma denúncia com provas substanciais e era chave de cadeia na Laurel. Pra piorar e ajudar o espectador a tomar noção do quão péssima foi a elaboração do argumento desse filme, a identidade de Patience é vazada para a polícia, o que levou Tom (numa minuciosa investigação ¬¬) a prende-la pelo assassinato do marido de Laurel, George Hedare (Lambert Wilson, o eterno Merovingian de "Matrix Reloaded", numa atuação bem caricata de chefe carrasco), forjado pela mesma para dar evidência de que foi a Mulher-Gato quem o cometeu. E as cenas de ação? Além de escassas, são sabotadas por cortes bruscos demais e movimentos rápidos que dificultam a imersão e impedem algum divertimento. O texto que compõe os diálogos não poderia estar mais anêmico de criatividade. Já tá bom né? Eu cansei x_x.

Considerações finais:

Respondendo à pergunta da frase de introdução: Não! Sete vezes é uma tortura lancinante. Na segunda fica muito, mas muito pior. Mulher-Gato é o último nível do fundo do poço no qual a mitologia do homem-morcego voltada aos cinemas estava antes do advento da Era Nolan. A pior versão original para um personagem de HQs já criada para a mídia.

PS1: O que diabos foi aquela cena do jogo de basquete? Não, aquilo foi um jogo de basquete ou uma dança sensualizada parecendo um clipe de música pop??? (vergonha alheia acentuada! @_@).

PS2: Num mundo perfeito, Tim Burton conseguiria realizar o spin-off e Michelle Pfeiffer retornaria.

PS3: Não merece um Framboesa de Ouro, na minha opinião. Não consigo decidir uma fruta que corresponda à ruindade dessa joça porque meu paladar desaprova 99,9% das frutas existentes no planeta. Tomate de ouro? Eu odeio tomate.

PS4: Deu pra ver claramente a nerfada que deram na Mulher-Gato no embate final contra Laurel. Um mísero caco de vidro acertado na perna, pronto, a vilã descobriu o ponto fraco da ladra-heroína.

PS5: A personagem de Frances Conroy é aquele suporte que é jogado na trama da forma mais fácil.

PS6: Passou no Cinema em Casa no final dos anos 2000 e minhas entranhas reviraram. Na reprise, essa tortura auto-infligida, aconteceu o mesmo, com algumas reviradas de olhos desta vez (e que podiam ter sangrado).

NOTA: 0 - PÉSSIMO 

Veria de novo? Só se eu for coagido sob a mira de uma metralhadora. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/filmes/2018/04/halle-berry-quer-nova-chance-de-interpretar-a-mulher-gato

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