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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Crítica - Hulk (2003)

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O Gigante Esmeralda sob um prisma dramático (até demais). AVISO: Crítica originalmente escrita em 26/01/2019 Por um longo tempo fiquei um tanto quanto dividido no meu julgamento à esse longa que pode ser tomado por alguns como uma incompreendida obra que arriscou uma certa originalidade e por outros como uma narrativa que não captou a essência mais polpuda do personagem. Nunca antes pra mim um filme, logo baseado em HQs, se manteve tão difícil de chegar a um veredito concreto e fiquei anos tentando entender porque no fundo eu não queria admitir que gostava de umas coisas e simultaneamente eu me incomodava com algumas decisões criativas que influenciariam pesadamente numa avaliação desfavorável (entre as notas 3 e 5). Hulk não é apenas músculos, fúria e porradaria, mas também não possui um drama psicológico que seja digno de conferir importância num filme com mais de duas horas. Transformaram um mero aspecto da dicotomia Bruce Banner/Hulk (o homem e o monstro) no carro-chefe de um

Crítica - Slender Man: Pesadelo Sem Rosto

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Seria mais reconfortante se tudo ficasse num pesadelo. AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.  Já era questão de tempo até que esse personagem icônico das creepypastas pudesse ganhar sua adaptação cinematográfica dispondo de maiores recursos para exibição em tela grande. Em síntese, o Slender Man não passa da camada de "bicho papão que pega criancinhas" numa roupagem moderna que não o isenta desse balaio de criaturas paranormais dessa mesma estirpe. Neste filme o foco são adolescentes, mais especificamente um grupo de quatro amigas super-unidas que numa reunião para dormirem juntas na casa de uma delas sugerem a ideia de assistir a um vídeo obscuro sobre o tal homem esguio que sequestra pessoas. Mas espera... ao mencionar "vídeo" faz recordar algo familiar. É exatamente o plot-base que chama atenção para aponta-lo como um fator de extremo peso negativo. As meninas assistem ao vídeo macabro e pronto, estão amaldiçoadas e condenadas a pagarem suas senten

Por que não me tornei youtuber?

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Mas afinal, pra começo de conversa, por que resolvi me tornar um blogueiro? Eu já devo ter compartilhado essa história em alguma postagem passada, ando tendo uns probleminhas misteriosos de memória, mas vou resumir sem me empolgar pela saudade que esse tempo me causa. Entre o final de 2013 e início de 2014 eu me lancei num engajamento sério para melhorar a escrita movido por uma preocupação real de que a composição dos meus textos careciam de um certo apuro na disposição de palavras que eu tinha no vocabulário e fui empregando isso a cada tentativa e hoje só posso me orgulhar de um salto evolutivo que me deixou incrédulo na época. Desde o início dessa jornada tracejei essa dedicação em apresentar um conteúdo literário de qualidade ao meu público. Mas não muito tempo depois veio o choque de realidade esmigalhando meus sonhos de uma trajetória bem-sucedida nesta plataforma da qual dependo vitalmente. Ainda era muito novo nessa questão de expor trabalhos autorais, principalmente num

Crítica - Next Gen

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Conflitos internos de homem e máquina com suas devidas diferenças e semelhanças. AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. A animação é uma produção americana e chinesa e distribuída pela Netflix desenvolvendo uma trama de cerne futurista com um toque dramático que lembra de imediato ao padrão qualitativo da Disney. Eu anteriormente havia detonado dois longas trazidos com exclusividade pela gigante do streaming que foram os terríveis live actions de Death Note e Fullmetal Alchemist, mas pela primeira vez, em relação a uma obra associada à ela, eu me permito ser favorável. Nex Gen apresenta uma cidade futurista num design tecnológico não muito exagerado, é uma realidade na qual os robôs estão fortemente inseridos mas não expõem todo um avanço que se possa dizer de um futuro evoluído nesse campo em que a humanidade deu saltos largos. Os robôs assumiram algumas funções humanas importantes como por exemplo a polícia. O longa ressalta com grande força essas implicações da tecnologia si

Frank - O Caçador #20: "A chamada do sétimo dia"

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No relógio os ponteiros estavam todos no 12. A rua estava plenamente deserta naquele período e a única alma viva a vagar por entre as luzes brancas dos postes era um homem de terno marrom caminhando apressado à uma cabine telefônica envolta de faixas amarelas com os dizeres "Não violar". Entrara e discou rapidamente um número. Apertou o fone contra o suado ouvido. Ele tinha em torno dos 40 anos, cabelo castanho claro e cavanhaque. A saliva foi engolida com mais força. Alguém atendeu. O sinal era um sussurro chiante. - A-Alô. - fez uma pausa - Eu sinto muito. Não trouxe o que me pediu. - ele prendia o desespero. - Então você falhou? - perguntou a voz de uma menina - Diga a verdade. - Eu juro por tudo que me é mais sagrado... Eu... não... sei! - Você teve todo esse tempo para me dar uma verdade. A verdade sobre a morte. O que é a morte? - Como acha que vou saber dar um significado universal pra uma coisa tão... - Complexa? Mas nós humanos somos complexos, iss

O que está acontecendo com o Universo Leitura?! Vai virar site de críticas?

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Os gasparzinhos certamente andaram percebendo uma mudança ligeiramente estranha no conteúdo do blog nesses últimos dias. Aliás, nem tão estranha assim, afinal as reviews já fazem parte do acervo desde quando o blog mudou de nome (Contos Diversos para Universo Leitura) no mesmo ano de estreia (o saudoso 2014 T_T), eu quis reformular e diversificar o conteúdo, logo a ideia soa estranha no sentido de ser uma implementação praticamente sem aviso. Havia falado sobre o plano de publicar críticas diariamente no primeiro post desse ano que foi um pouco pessimista, dramático e meio que pensado de última hora. Na verdade sempre foi um anseio vivo dentro de mim, essa chama acesa que nunca explodiu, era difícil perder o relaxo e seguir à risca esse compromisso de resenhar filmes e trazer minhas opiniões todo santo dia aqui. Bem, eu resolvi mudar essa postura, me engajando mais tanto em assistir conteúdos pendentes há anos na minha interminável lista quanto em desenvolver minha criticidade. Co

Crítica - Elektra

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Potencial desperdiçado ao limite. AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.  É um daqueles filmes que nos forçamos a assistir por curiosidade mórbida. Não vou racionalizar a decisão de produzir um filme da mesma Elektra inserida no mal-recebido longa do Demolidor e que não apresentou uma caracterização que respeitasse sua contraparte nos quadrinhos - isso somado à atuação de Jennifer Garner, que neste spin-off mostra-se muito mais seca e relativamente insalubre. Não dá para entender quem em sanidade perfeita insistiria nesse universo malfadado. A assassina profissional é mais uma personagem que conheci graças à antiga (e muito saudosa) promoção dos montáveis Marvel da Elma Chips e decerto nunca tive interesse na sua mitologia. De repente, a Viúva Negra é bem mais atraente. A história é uma fina superfície onde a riqueza narrativa fica suprimida e muito do que seria essencial a mostrar acabou relegado a essa finura superficial. As cenas mais calmas dão preguiça (Elektra na sua c

Crítica - Made in Abyss (1ª Temporada)

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O prazer insistente pelo desconhecido. AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. Primeiramente, não se deixe nem por um minuto enganar pela imagem acima que transparece a ideia de um anime com traços suaves dando um aspecto kawaii aos personagens. É sério, você que ignorou o aviso de spoilers (não vou liberar tantos, prometo) deve ser avisado antecipadamente a respeito da natureza de falsa fofura e serenidade estampada neste que é um dos animes de grande sucesso de 2017 e conquistou uma boa base de admiradores. Devo admitir que é uma notoriedade digna. Não é uma série infantil com estilo infantil. É um estilo infantil incorporado a um contexto sombrio. Eu não saberia dar uma sinopse resumida por conta da trama que é um tanto inchada demais para 13 episódios (o último, a propósito, teve um uma hora de duração e nos sites gratuitos foi dividido em duas partes de 23 minutos cada, dando aí uma trollada em quem achava possuir 14 episódios pelo desconhecimento quanto a exibição origin

Crítica - X-Men: Primeira Classe

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De volta a um passado meio distante. AVISO: A crítica abaixo contém uns SPOILERS. O desempenho aquém do desejado de X-Men Origins: Wolverine nas telonas impulsionou a fusão da vida pregressa de Erik Lehnsherr (vulgo Magneto) - que a princípio seria levada a um descartável filme solo - e uma trama de origem focada no início da amizade dos dois grandes expoentes da guerra ideológica mutante e no que levou à formação primordial dos X-Men em plena Guerra Fria sendo ambientada no início dos 60's. Um pano de fundo histórico e político remetendo à crise dos mísseis nucleares em Cuba que gerou encaixe firme na estruturação do plot, mantendo a ideia de aprofundar um pouco mais a conturbada relação entre humanos e mutantes levando aos temas sociais que a obra carrega consigo como marcas arraigadas na sua essência, não se limitando apenas a focar no seguimento da origem em si do grupo mas também em composições extras. O longa traz uma sensação incrivelmente dúbia sobre ser prelúdio e ao

Crítica - X-Men Origins: Wolverine

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A origem que nem Logan gostaria de lembrar. AVISO: A crítica abaixo contém arrependimento.  Por diferentes fatores, os acabamentos finais da jornada solo de Wolverine, cuja missão primordial era apresentar sua origem sob uma lente menos fidedigna ao material-fonte, o colocaram numa classificação de "maçã podre do cesto". Porque foi exatamente nele que se deu o ponto de partida para a bagunça cronológica que a franquia X-Men tornou-se daí em diante impregnando vários pontos de interrogação no público. Convenhamos, esse trem descarrilou feio com a ausência de Bryan Singer nesse meio tempo. O diretor que iniciou acertadamente esse universo não é aqui tratado como um "salvador da pátria", ele não seria tão perfeito ao ponto de consertar esse tipo de estrago em tão pouco tempo, a menos que comandasse um reboot para lhe poupar do exaustivo trabalho de remontar as peças espalhadas. O filme é de uma desorganização tremenda. O papel de prelúdio beira a ser suprimido

Frank - O Caçador #19: "Bem-vindos à selva"

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Oahu, Havaí  A noite desprovida da lua dificultava apreensivamente a caminhada apressada de dois homens que portavam metralhadoras à procura de alguma coisa no meio da floresta que parecia a cada metro um organismo vivo querendo espreme-los de tão cheia. Um deles ligou a lanterna passando o facho pelos cantos. O outro teve sua atenção puxada e sem que o companheiro notasse optou por seguir o farfalhar baixo perto de uma árvore robusta. Sem encontrar nada, franziu o cenho, impaciente. - Aí Terry... Não acha melhor a gente meter o pé? Tô com a sensação de... Um porrete batera na careca brilhante dele, derrubando-o até a inconsciência. Terry escutara na hora e veio correndo destravando a arma. Ele ouvira um som de algo arrastando e logo percebeu as pernas do colega desaparecendo no mais escuro ponto. - Dave, não! Quem está aí? Responda! - gritou ele, mirando em várias direções - Aparece de uma vez! O silêncio o incomodou torturantemente. Alguém estava brincando com suas vidas