Crítica - O Escorpião Rei


A vida pregressa de Mathayus antes da ascensão ao reinado.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS (só pus o aviso por costume mesmo, todo mundo sabe que o personagem vai pro beleléu em O Retorno da Múmia, mais spoiler que isso impossível =P). 

O sucesso moderado do segundo filme da franquia A Múmia, lançado em 2001, não desmotivou a produção a materializar a história de origem do Escorpião Rei - ambientada 5.000 anos antes num tempo onde as primeiras pirâmides nem tinham sido erigidas ainda - que participou da sequência das aventuras de Rick, Evelyn, Alex e Jonhnatan. Não precisamente uma origem, mas os seguimentos que levam à sua coroação como rei, um destino inevitável profetizado pela feiticeira Cassandra, o elemento de disputa da narrativa, basicamente um troféu que possui valores distintos para Mathayus e seu inimigo, o tirânico governante Memnon (nada a ver com Agamemnon, tá?), contra o qual trava uma batalha para libertar civilizações nômades de sua perseguição opressora. Mathayus é o último remanescente dos acadianos, uma tribo nada simpatizada pelo rei núbio Balthazar (interpretado pelo saudoso Michael Clarke Duncan), sendo contratado por Pheron, rei das tribos livres, para incumbir-lhe da missão de assassinar a feiticeira (de início ele não sabia que tratava-se de uma mulher, daí pode-se imaginar que do contrário ele provavelmente nunca se tonaria o Escorpião Rei pois é a relação deles que o aproxima muito mais desse destino) que facilita a vida do ditador com suas premonições sempre esclarecendo os resultados dos confrontos. A rivalidade em destaque certamente é a de Mathayus e Balthazar que se opõe à decisão de Pheron quanto à recompensa em rubis de sangue, assim como Takmet (filho de Pheron) - de longe o personagem mais insossinho (além de ser um traíra bem FDP).

Se por um lado o filme não coopera com a expectativa em decorrência da sua trama básica demais, por outro, em contrapartida, promove satisfação nas suas sequências de luta à la Xena que capturam a atenção com espontaneidade e garantem aquele divertimento que dá pro gasto. Na comicidade vê-se uma certa tentativa de torna-la tão exitosa quanto havia sido nos dois filmes anteriores de A Múmia, uma pretensão que ora acerta ora derrapa, mas num balanço geral devo dizer que ri mais do que revirei os olhos (a cena da fonte dos desejos heheh), pendendo para uma semi-comédia de ação (porque o drama tem sua parcela de importância, embora de intensidade refreada). Noutra comparação com a franquia-mãe, a fotografia lembra especificamente a de O Retorno da Múmia em várias passagens, que por sinal não dispunha de uma paleta tão vívida como no primeiro filme. O roteiro é um tanto açodado, porém nada do que reclamar pela simplicidade da premissa, além de fazer da presença da ação mais frequente e o espectador sair no lucro com as pancadarias divertidamente bem coreografadas. Mathayus e o atrapalhado Arpid constroem uma dinâmica de dupla de elevar um pouco os níveis de serotonina. Logo mais Cassandra, a tal feiticeira que ele deveria passar a faca (mas foi só bater o olho que ficou com vontade de passar outra coisa), une-se ao guerreiro contra Memnon e os desdobramentos da interação dos dois são previsíveis, embora marcados por bons diálogos e um desenvolvimento seguro (que em nada se equipara ao relacionamento de Rick e Evelyn). O que dizer da atuação do The Rock com seu físico saradão, senso de humor e feições de brucutu? Só isso.

Considerações finais:

O longa de Chuck Russell possui um estilo que abriga similaridades técnicas com a A Múmia e ao mesmo tempo não parece estar interligado cronologicamente à franquia, denotando um certo isolamento numa história que mais gira em torno de si do que num universo em que os personagens que conhecemos dois anos antes existem (o que seria melhor, assim amenizaria a vergonha sentida por aquela escabrosidade em forma de 3D que foi a aparição de Mathayus no Retorno da Múmia). Com um enredo simplérrimo que sobrevive de combates e humor balanceados (não desconsiderando os caprichados figurinos), O Escorpião Rei não é nenhuma epopeia cinematográfica de encher os olhos, mas uma Sessão da Tarde até que proveitosa.

PS1: Se não for pra incluir insetos carnívoros, então nem pode se chamar spin-off de A Múmia. A cena das formigas foi meio tensa, mas sobrou a dúvida sobre como o Arpid conseguiu remover seu corpo enterrado só com a cabeça de fora.

PS2: Me chamem de louco, mas quero conferir as sequências. O segundo ao menos é um prelúdio (do prelúdio!) que parece minimamente razoável. Tô com medo dos outros três...

PS3: "Então vamos fazer nosso destino", disse Mathayus na cena final para sua amada Cassandra. Seu destino é virar uma massa de computação gráfica duvidosa (acho que até para os games da época) e cair no submundo.

PS4: Nu metal na trilha sonora?! É simplesmente a cara de um filme pautado no Antigo Egito, excelente critério musical.

NOTA: 7,0 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://entreterse.com.br/record-exibe-o-escorpiao-rei-02-04-22833/

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