Frank - O Caçador #61: "Febre Vampírica"


Infringindo deliberadamente os limites de velocidade numa estrada ladeada por muita vegetação densa, um carro indomado cruzava o asfalto. Dentro do veículo estavam três jovens que retornavam de uma festinha entre amigos num bar na qual correu muitas ingestões excessivas de álcool e consumo de drogas.

Kelly, uma garota de cabelo loiro chanel com mechas roxas que sentava no banco do carona, ofereceu uma pílula psicotrópica para Rodney, seu namorado, um jovem alto de cabelo preto e usando boné verde, que sorriu para ela em agradecimento, mas hesitou pegar a droga como um presente. 

- Não se acanha, só mais uma e te juro que você vai dormir realizado. Quem sabe onde essa noite pode acabar? 

- Foi mal, Kelly, dessa vez vou recusar. - disse Rodney olhando para Carl no banco de trás aparentemente num péssimo estado emocional - Eu já bebi demais, você também... Olha pro Carl. - falou baixinho, movendo o espelho para que ela visse - Ela tá tendo uma daquelas crises de novo. 

- O que ele tem? - indagou Kelly - Vai ver ele tá com necessidade de uma primeira vez... - ela riu. 

- Calem a boca vocês dois. - disse Carl, um rapaz inseguro de 19 anos com desgrenhados cabelos castanho e um rosto meio redondo - Me convidar para aquela festa foi um erro. Aceitar foi um erro pior.

- Para de drama, garoto. - disse Kelly, franzindo o cenho - Quer transar comigo? Gatinha disponível aqui pra fazer essa sua sofrência acabar num instante. Rodney não quer mais nada de mim por hoje, sobra você.

- Vão se ferrar. - disse Carl, perturbado com os pensamentos autodepreciativos - Eu sou um merda. 

- Carl, você é nosso amigo, cara. Quantas vezes temos que dizer isso pra te convencer? - perguntou Rodney - Te convidamos porque nos importamos com você, não seria a mesma festa se não estivesse lá.

- Também não exagera, né? - disse Kelly num tom baixo e debochado. 

Rodney lançou um olhar fulminante para ela que fez sinal de "bico calado" com os dedos na boca. 

Carl retirou um revólver do bolso da bermuda e fez questão que a mesma ficasse visível no espelho. 

- Pra mim já deu. Não tenho amigos, não consigo ser nada do que querem que eu seja! 

Rodney notara a arma e quase desgovernou o carro tamanho o seu susto. Kelly ficou curiosa com a reação. 

- O que ele tá pensando em fazer? - perguntou ela que virou-se para o banco de trás e vislumbrou a arma - Faz alguma coisa! Ele vai nos matar aqui e causar um acidente! Eu não quero morrer, Roddie! 

Rodney freou o carro bruscamente. 

- Me dá essa arma, Carl. - pediu com a mão direita erguida - Vamos conversar numa boa, é sério. 

- Nenhum de vocês... se importam o suficiente comigo, nunca se importaram. - disse Carl, debulhando-se em lágrimas, colocando o cano da arma na boca - Vão pro inferno. - pôs o dedo no gatilho.

Rodney e Kelly se desesperaram pedindo em uníssono que ele não cometesse aquele ato. 

Porém, os clamores não surtiram efeito. Carl disparou contra a boca, o estampido reverberando alto dentro do veículo. Com o tiro, um espirro forte de sangue manchou o retrovisor. Rodney e Kelly se entreolharam perplexos e em intenso choque. No entanto, Kelly deu um sorriso sádico, seus olhos tingindo para um tom de azul meio claro. Rodney fazia que não com a cabeça, rejeitando a ideia que sua namorada transmitia apenas com aqueles sinais. Ele saiu do carro, abalado com a morte de Carl. 

- É a minha deixa, Roddie. - disse Kelly também saindo - Quero aproveitar enquanto ele ainda tá fresquinho.

- No Carl você não toca um fio de cabelo! Nosso juramento de compromisso, lembra? Nada de morder pessoas, inclusive à mim. O Carl precisava de ajuda, da nossa ajuda! Não virar uma bolsa de sangue! 

- Não vou enterrar ele antes de provar... - disse Kelly, sedenta - A família dele não pode saber. 

Daquilo Rodney não poderia discordar, Carl era extremamente bem quisto entre os familiares. 

- Bem, já que ele tá morto... você tá autorizada a se alimentar do sangue dele. 

Kelly animada, abriu a porta e retirou o corpo de Carl e cravou suas presas no pescoço do jovem.

- Mas nosso namoro já era. - disparou Rodney - Enterra ele você. Vou pra casa, tentar esquecer que essa noite foi real... - disse ele, voltando para o carro - O Carl merecia um funeral muito mais digno! 

- Peraí, não vai me deixar aqui, né? Roddie, espera! - disse Kelly, largando o cadáver na estrada. 

Rodney acelerou antes que ela levasse a mão à porta, levantando fumaça do escapamento que a fez tossir. 

- Roddie! Roddie! - gritava Kelly furiosamente, a boca suja de sangue - Roddie!!! 

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CAPÍTULO 61: FEBRE VAMPÍRICA

Seis dias depois.

Departamento Policial de Danverous City

Tomar aquela iniciativa parecia muito penosa para Frank. O tempo, em contrapartida, o ajudou de modo que superasse a hesitação quando enfim tivesse superado o luto pela perda inestimável de Ernest. Andava em direção à sala do diretor operacional do departamento, naquele contexto ocupada pelo chefe interino que se dispensaria para entregar o posto ao substituto definitivo. Resquícios de pesar não fizeram Frank parar na metade do caminho, desistir e dar meia volta. A porta entreaberta foi um convite.

Frank olhou o recinto através da brecha não muito estreita, imaginando Ernest sentado à sua mesa trabalhando normalmente nos seus afazeres de capitão. A imagem imaginária desapareceu como poeira ao vento e a sala tornou ao vazio da ausência. 

- Por que está aí parado? - indagou uma voz meio rouca à direita de Frank que virou o rosto surpreso. 

- Ahn, perdão, eu... Não quis entrar sem permissão, senhor. Apenas estava... olhando a decoração. 

O diretor interino que Frank tanto relutou em conhecer para não afetar sua nostalgia estava bem ali diante dele. Bernard Brokwood era um homem de 64 anos, alto, esbelto, cabelos grisalhos partidos para um lado, barba por fazer e usando óculos de grau. Frank tentou compor uma postura educada face a sua "indelicadeza". 

- Não encubra uma atitude tão clara como a luz do dia com uma desculpa dessas, Montgrow. - disse Bernard, aproximando-se - Sei o quanto Ernest representava pra você alguém de mesmo valor que um pai ou irmão. O meu trabalho aqui estará acabado em uma semana. Acho que segurei a barra por ele. 

- Sim... tô de acordo. A quem quero enganar, né? Eu tava mesmo observando a sala e imaginando o diretor Duvemport ali... num dia comum. - disse Frank - Mas é um prazer ter o senhor conosco com tanta boa vontade e comprometimento em fazer um trabalho à altura. - estendeu a mão direita para ele.

- Obrigado... - disse Bernard apertando a mão de Frank. Sentiu-se grato, porém estranhando - Não entendi muito bem essa sua mudança repentina. Você passou o último ano inteiro reclamando da minha gestão, poucas vezes elogiando... 

- Eu... devo ter exagerado. Sabe como são primeiras impressões... 

- Não, eu disse que foi ao longo do ano, portanto uma primeira impressão pra um agente prioritário sobre um diretor interino provavelmente deveria melhorar porque... eu fiz o melhor que pude, recebi uma aprovação massiva, a segurança pública me agradece dia após dia, apenas você que não reconheceu. E o que é mais curioso é parecer que estamos nos conhecendo neste exato momento. 

- A Carrie me convenceu de verdade a dar credibilidade ao seu trabalho, eu juro. Nem sempre a primeira impressão é a que fica, tá vendo? Sim, é estranho, logo na sua última semana... É que eu não fiquei muito à vontade de me desculpar pelo meu comportamento, então... Perdão por desacreditar. 

Bernard ficou sério e fez que sim com a cabeça. Frank não percebeu sinais de contentamento nele. 

- Está bem, desculpas aceitas, apesar das ofensas. 

- Ofensas? - indagou Frank, franzindo o cenho. 

- Sim, você me chamou de usurpador metido. 

"É sério isso? Aquele filho da mãe achando que tem moral pra falar....", pensou Frank, irritado. 

- Mas esqueça, estamos muito bem conversados. É uma pena que vou aproveitar esse agente Montgrow renovado por pouco tempo. - disse Bernard, entrando na sua sala - Ah, a Carrie está com um caso em apuração de dados. Soube que pessoas de uma mesma família estão sendo mortas brutalmente. 

- OK, vou pro meu canto agorinha mesmo. - disse Frank tentando passar bom humor - Até mais. 

                                                                            ***

Frank entrara na sua sala não tirando dos pensamentos sua conversa com Bernard. Antes que se virasse para fechar a porta, Carrie veio rapidamente para entrar trazendo os relatórios do novo caso. 

- Opa! - disse Frank quase batendo a porta na assistente - Não vi que você chegava, tô meio desligado. 

- Então liga de novo porque o caso de hoje é quente como sangue derramado. - disse Carrie, entregando a pasta - Que cara é essa? Abatido, chateado... O café da esquina não tava tão apetitoso? 

- Não é nada, é que finalmente tive um papo reto com o diretor interino. É difícil lidar com mudanças. 

- Foi difícil pra mim também. Por um longo ano... sem o Ernest... sem você. E vai ficar mais difícil ainda quando o novo diretor oficial assumir. - fez uma pausa olhando séria para o detetive - Vamos logo mergulhar de cabeça no caso? Tivemos 12 meses pra superar e aqui estamos... firmes e fortes. 

- Tem razão, manda aí o causo do dia. O Bernard... digo, o diretor me deu uma prévia. Familiares sendo mortos um à um. O palpite mais óbvio de todos: um parente. - disse Frank, andando devagar pela sala.

- Pode ser, mas não pense que a coisa é mundana por mais que pareça. Essa chacina de gente da mesma família vem com detalhes em comum nos levando ao modus operandi do assassino que por sua vez nos leva à identificação do que ele muito provavelmente seja. - declarou a assistente enquanto Frank lia os relatórios - Vê aí nas fotos os corpos? Pois é, não tem sombra de dúvida. Foram cinco pessoas até o momento. Um pai, uma mãe, um tio e um primo. 

As fotos tiradas das vítimas não davam margem nenhuma para especulações. Frank olhava as marcas de perfurações nas laterais dos pescoços de cada uma delas com sangue escorrendo. 

- Um parente que virou vampiro e resolveu sair dando chupão na família toda. Pelas formas dos buracos, posso dizer que um vampiro comum fez isso, mas tem uma inconsistência nisso aí. Vampiros caçam presas aleatórias quando bate a sede. Porém, não sabemos se esse vampiro fez vítimas pela cidade que não fossem da própria família. Aliás, é nisso que mora o mistério: Assassinar familiares consecutivamente parece muito elaborado pra um vampiro genérico. Tem novidade, na certa.

- Quem denunciou foi a Lauren, uma prima de um rapaz chamado Carl que está desaparecido há seis dias. 

- Os ataques à família começaram há três dias. - disse Frank - Vamos ver como essa Lauren reage sabendo que o primo dela possivelmente virou um sanguessuga das trevas. 

                                                                               ***

Frank bateu à porta da casa de fachada branca e amarela na qual residia Lauren que logo viera atender. Lauren tinha 24 anos, uma jovem bonita de cabelos castanhos bem alisados, lábios finos e olhos azuis destacados. A garota vestia um suéter verde-floresta e calças jeans. Frank deu um sorriso fechado. 

- Olá, você deve ser a Lauren Vale, certo? Sou Frank Montgrow - mostrou o distintivo -, detetive do DPDC. 

- Ah sim, fui eu mesma quem ligou pra lá sobre o desaparecimento do Carl. Entre, por favor. 

Frank sentara-se no sofá maior enquanto Lauren acomodou-se no menor, juntando as mãos entre as coxas e reunindo forças para discorrer sobre a angústia sofrida com o sumiço misterioso do primo. 

- O Carl não fazia o tipo... da galera, entende? Eu o conhecia bem, apesar de não sermos tão próximos. Tivemos uma infância boa juntos até que no decorrer do tempo fomos se afastando, se afastando... e perdemos contato nos últimos anos totalmente. Mas ainda me importava. Foi o problema dele de se ajustar socialmente que me inspirou e me motivou a entrar na faculdade de psicologia. 

- Carl tinha um círculo de poucos amigos, embora não fosse tão sociável?

- Como já disse, perdemos contato, sequer nos falamos por Whatasapp ou qualquer outro meio. 

- Tá bem, reformulando a pergunta: Os pais dele nunca davam notícias de como ele estava à você? 

- Não, pelo menos não a ponto de falar quais eram os amigos com quem ele andava. Tudo o que sei desde a última vez que soube de alguma coisa a respeito dele... é que ele desapareceu. Fazem seis dias... - Lauren não continha a emoção, seus olhos marejando e sua voz tremulando - Meus tios estão mortos. - levou as mãos ao rosto caindo em lágrimas e soluços - Fomos sempre uma família distanciada de problemas com pessoas perigosas, nunca tivemos inimigos que ameaçassem prejudicar a todos. 

- Acredita em monstros, Lauren? - perguntou Frank, compadecendo-se do sofrimento dela. 

- Aonde quer chegar? 

- Nas fotos dos corpos dos seus tios... haviam perfurações nos pescoços deles, claramente feitas por presas. Pode soar absurdo pra você, mas... tudo indica no meu ver que um vampiro os matou. 

- Vampiro?! Então... - Lauren parecia confusa - Não sei o que pensar, é inacreditável. 

- Pois é, existe um vampiro dizimando a própria família sabe-se lá porque. 

- O que isso tem a ver com o Carl? 

- Seus tios morreram há três dias. Carl desapareceu faz cinco dias. De repente, andando sozinho por um beco ou numa estrada deserta, foi pego no bote de um vampiro. Eles são como assaltantes, abordam quem estiver passeando por perto quando sentem muita sede. Posso não trazer o Carl de volta, mas farei justiça pelos seus tios e o seu irmão. Os seus pais estão onde? Moram aqui com você?

- Moro sozinha, acho que estão seguros na Filadélfia. Vivem lá desde que mudei pra cá. 

- Muito bem, vou indo nessa. 

- Ah, espera. - disse Lauren levantando-se - Eu nunca dei crédito, mas tem uns boatos de ataques de vampiros em pessoas aqui da vizinhança. Só fiquei surpresa por você ter dito que um vampiro estaria por trás das mortes dos meus tios porque falou com tanta convicção, tanta certeza. 

- O que tem os vizinhos? Disseram ter sido atacados? 

- Sim, só que no dia seguinte começaram a ficar gripados. Até pensamos que fosse uma segunda onda, todos voltaram a usar máscaras, mas... são duas coisas totalmente diferentes, não se conectam. 

- Vou precisar falar com um deles. Dá pra me indicar alguém? 

O detetive saíra da casa de Lauren para bater noutra porta de uma vizinha que ela conhecia mais proximamente e apresentava sintomas gripais. Margot, uma mulher de meia-idade perto de seus 50 anos, com longos cabelos pretos cheios e um rosto esguio, atendera Frank cobrindo a boca.

- Eu não devia atender visitas por agora... - tossira virando o rosto - ... mas quando vi pela janela que era um homem vestido de detetive, não pude deixar esperando. É alguma coisa em relação ao... 

- Acabei de vir da casa da Lauren... 

- A Lauren, tadinha... - disse Margot, interrompendo-se ao espirrar três vezes. Frank tentava ocultar seu desconforto e afastou-se um pouco - Está arrasada com o desaparecimento do primo... 

- Sim, eu sei... Ela me falou que os moradores das redondezas andam resfriados... Obviamente isso não tem nada a ver com o sumiço do Carl, é apenas minha curiosidade. Como se chama mesmo?

- Margot, prazer. - disse ela, estendendo a mão direita, mas rapidamente se detendo - Oh, desculpe, era pra eu estar com uma máscara, o senhor também. - tossiu fortemente - É como uma gripe comum, mas muito mais potente. E a pior parte disso... - olhou para Frank tensa - ... é sentir uma sede estranha. 

- Estranha como? - indagou Frank, embora já imaginasse a resposta. 

- Uma vontade de sentir... gosto de sangue na boca. Ninguém que pegou esse vírus tem saído de casa. 

- Lauren também falou que existem rumores sobre essas pessoas terem sido atacadas por vampiros. 

- Eu senti dentes pontudos afundando no meu pescoço... 

- Margot, você lembra de quem a atacou? 

- Já sabemos o quê. Agora quem? Não faço ideia, não era ninguém que eu conhecesse. 

- Você é uma amiga bem próxima da Lauren, segundo ela disse, então será que não chegou a reparar numa foto dela com o Carl no porta-retratos da sala? Bem, isso era pra continuar secreto pra muita gente, mas as vítimas merecem saber que foi um vampiro. 

- Oh, meus Deus, vampiros... Tantas coisas entre o Céu e a Terra que nossa compreensão não alcança... 

Frank tocara com o dorso da mão direita na testa de Margot para checar algo importante. 

- Você tá ardendo em febre. Talvez delirando, parece tonta... Nesse caso acho melhor eu ir. 

- Detetive, por favor... Não aguento mais. Se quiser entrar... pra esclarecermos os fatos... - tocara no braço esquerdo de Frank e o ergueu, logo mostrando as presas crescendo prestes a avançar numa mordida profunda. Frank retirou imediatamente seu braço da mão dela e fora embora às pressas. 

- Desculpa, Margot, mas vou procurar esclarecer os fatos em um outro lugar.... mais seguro. - disse Frank se distanciando a passos rápidos pela calçada. - Sem ofensas. Obrigado pela recepção. - finalizou, acenando de costas à ela. Margot fechara a porta, lamentando seu fracasso de tascar seus dentes para beber nem que fosse uma gotinha de sangue. Frank telefonara para Carrie enquanto se direcionava ao seu carro estacionado no fim da calçada - E aí, Carrie, boas ou péssimas novas? 

- Não quer começar primeiro? Sabe que gosto quando o melhor é deixado pro final. 

- Tá bom, aqui vai: Não bastasse um vampiro à solta chupando sangue dos entes queridos, ele também transmite um vírus da gripe que tá fazendo a vizinhança toda aqui ficar de quarentena. Além disso, a Lauren pode ser a próxima vítima. 

- Nossa, logo quando estávamos nos acostumando ao novo normal... Bem que você falou: novidade. 

- Pra piorar, essa gripe tem um sintoma bem específico. Adivinha só... 

- Hum... Transmitida por um vampiro, então... Logicamente, é um vírus vampírico e gripal ao mesmo tempo que faz a pessoa ter a sede de sangue de um vampiro pra conter os sintomas. Não sei bem se é assim. Conversou com alguém que foi atacado pelo vampiro da peste? Espero que não, diz que não... 

- Tive que falar pra ter uma noção mais ampla dessa pequena epidemia... que se chegar a se espalhar, a cidade ganha mais vampiros em massa e de caçador só tem eu pra cortar as cabeças... Digo, eu não cortaria as cabeças de gente inocente...

- Frank, na hipótese de estourar uma pandemia de vampirismo em toda a cidade ou no planeta inteiro... Você teria uma escolha difícil a fazer. Se não há vacina pro vírus mundano, porque haveria pra esse novo?

- Eu preferia mesmo uma cura total pro vampirismo do que sair matando geral... - disse o detetive, um tanto extenuado ao imaginar um cenário apocalíptico de vampiros insanos com sede ilimitada por sangue - Mas numa realidade sem cura eu me obrigaria a fazer isso. Essa seria minha escolha. 

- Dolorosa, mas compreensível. - disse Carrie, vidrada no seu monitor - Sobre o caso do nosso vampiro pestilento... Uma tal de Kelly Lambert ajuda a encaixar muitas peças, mais precisamente a prisão dela ajudou. Um vídeo foi enviado à polícia e nele identificaram ela com dois rapazes violando uma cova num terreno qualquer. A pessoa que filmou pediu sigilo de sua identidade. Ela conhece Carl. Mais que isso, foi uma amiga dele. Na transcrição do depoimento diz que ela alegou ter sido incriminada por Rodney, seu ex-namorado e também amigo de Carl, como uma vingança. O que anda colocando pulga atrás da orelha na polícia é o corpo do Carl sumir misteriosamente. É, eu sei, tô falando que nem âncora de telejornal... 

- Se esse Rodney se importasse como um amigo, teria feito mais que apenas filmar a guria pra bancar o X-9. No lugar dele eu ia seguir o rastro dela, passo por passo, até saber o que ela aprontou com o corpo.

- Não precisa ir atrás do Rodney, ela tá aqui no DPDC, na ala carcerária, aguardando julgamento e se condenada vai direto pro presídio feminino. Um desfecho justo. Você vem agora? 

Antes que respondesse, Frank soltou um espirro intenso que fez expelir coriza das narinas. 

- Sim, já tô voando pra aí... - interrompeu, novamente espirrando e mais duas vezes. Fungou tendo a sensação de entupimento - Ah não, não é possível... Carrie, má notícia: Peguei o resfriado de vampiro. 

                                                                                ***

A porta da cinzenta sala de visita da ala carcerária do DPDC abria-se num rangido metálico e agudo. Kelly, algemada, visualizou a figura que a esperava sentada à mesa quadrada. Engoliu a saliva, o nervosismo numa crescente. 

- Quinze minutos. - disse o policial logo na entrada. 

Frank deu um joinha para o policial que saíra fechando a porta. Kelly sentou-se devagar e hesitante. 

- Por que um coroa feito você fez questão de torrar seu tempo com uma condenada? Me achou atraente e quer seu meu papai doce? 

- Olha, se vai ficar de piadinha tosca, vazo daqui e não resolvo porcaria nenhuma do caso que você, seu ex-namorado vingativo e o seu amigo vampiro estão metidos até o pescoço. - disse Frank, a postura autoritária. 

- O Carl era humano, mas... comigo por perto não seria mais. - disse Kelly, mostrando seus olhos azuis de vampira. Frank recuou a cabeça, estupefato com a revelação - O acordo que mantinha meu relacionamento com o Rodney aceso me impedia de se alimentar do sangue humano de qualquer pessoa e do dele também, claro. Até a noite em que o Carl resolveu se matar na última crise depressiva dele. 

- Ele sofria de depressão? 

- Baixa autoestima, complexo de inferioridade, falta de sexo... 

- Tem absoluta certeza de que o Rodney gravou você e dois caras exumando o corpo do Carl? 

- O Rodney me abandonou na estrada depois que eu mordi o Carl... Na verdade, foi tudo parte do meu plano de rasgar meu contrato de abstinência pelo meu namoro com ele. Convidamos o Carl pra uma festa na casa noturna e ofereci pra ele uma bebida com um ingrediente a mais, se é que me entende. 

- Ah, foi isso então. Dopou o coitado pra elevar os níveis de depressão dele e finalmente conseguir matar sua sede. O Rodney foi sensato em largar uma vadia traiçoeira no meio da estrada, ainda mais sendo uma vampira. E eu que achava que ele também fosse um elemento errado na história. 

- Que detetive exótico você, sabe de vampiros... Espero que também saiba de magia. 

- Bruxaria envolvida no balaio... Não dá pra tornar mais sinistro. O que você fez com o corpo? 

- Eu me arrependo de ter drogado o Carl, tá? Pra salvar meu namoro com o Rodney tive a ideia de trazer o Carl de volta depois que eu enterrei. Faria uma surpresa pra ele. Busquei na internet algum site de consultas pra feitiços de magia negra que trouxesse uma alma de volta dos mortos e encontrei, com muita sorte, uma bruxa cujo nome real não sei, afinal ela não quis me dizer. Nos falamos por e-mail e combinei o pagamento em depósito na conta. Mas como mordi o Carl, alguma coisa deu errado na hora H. Ele se transformou num monstro horroroso, um tipo de vampiro morto-vivo literalmente. 

- Esse vampiro tá espalhando um vírus de gripe através das mordidas que dá, ou seja, todas as suas vítimas estão transmitindo vampirismo apenas tossindo e espirrando, nunca foi tão fácil assim. 

Frank teve uma breve crise de tosse forte seca. Pigarreou diversas vezes sentindo a garganta doer. 

- Parece que alguém tem que ficar em regime de isolamento. 

- É, você. - retrucou o detetive, levantando-se ao encerrar a conversa três minutos antes do fim. 

                                                                              ***

O segurança noturno de uma fábrica de cerâmica próxima de um esgoto a céu aberto assoviava e descascava uma banana como seu "jantar". Porém, interrompeu-se ao escutar ruídos nos arredores da fábrica. Pegou sua lanterna e a ligou, curioso com os sons que despertavam atenção e vinham do outro lado. Caminhou dobrando para a direção na qual parecia virem os ruídos. Mas foi além, pisando na grama até chegar numa parte com vegetação um tanto próxima do esgoto. 

Parou num conjunto de árvore, apontando o facho da lanterna para vários sentidos. 

- Ué, cadê você? Aparece... - disse o segurança - Quer uma banana? - indagou, logo assoviando para chama-lo pensando se tratar de um animal, talvez um cachorro - Tá aqui, vem... -  jogou a banana - Legal, vai me esperar sair pra comer... - foi afastando-se. Ao virar-se para a direção de onde veio, sua lanterna acabou iluminando o ser que se escondia nas sombras - Meu Deus! - gritou o segurança. 

Um ser completamente desprovido de pele, a carne viva de seu corpo num vermelho nítido e sangrento. Exibia olhos praticamente querendo sair das órbitas, bem como costelas e ossos dos braços. O segurança tremeu apavorado vendo ele abrir sua boca que exalava um odor pútrido mostrar suas presas. 

Pulara sobre o segurança selvagemente, as presas de vampiro em evidência. 

                                                                              ***

No dia seguinte, Frank acordava sobre a mesa limpando sua baba e coçando os olhos. Viu o laptop ainda ligado e sentiu um cansaço tomar conta. Os raios de sol penetravam na janela. O detetive lembrou-se que levou boa parte da madrugada procurando em sites a bruxa que ofertou o feitiço à Kelly. Frustrou-se com os insucessos olhando cansado para a tela. 

Tocara no laptop para fecha-lo, mas relembrou de uma pesquisa relevante a fazer. 

Digitou as palavras "vampiro" e "cadáver reanimado". A sonolência do despertar ia sendo eliminada conforme Frank lia um texto no primeiro resultado que apareceu, o qual descrevia uma lenda que correspondia ás características do vampiro virulento, denominado Gierfrass. Pegara o celular para ligar rapidamente para Carrie. 

- Carrie, bom dia. Já tá no DPDC? 

- Por que não estaria? São nove horas! Eu que pergunto: Onde você tá? 

- Te falei ontem que peguei a gripe vampiresca. Passei a noite inteira pesquisando o site em que a bruxa consultada pela Kelly fecha os negócios. Acho que minha febre voltou... Tô um caco, mal consigo levantar da cadeira, parece que levei uma surra de uns quatro caras gigantes e fortões. 

- Aviso pro diretor, não se preocupa. Fica em casa, relaxa e... Ah não, você tem que se alimentar pra que seu quadro sofra alguma melhora e assim possa caçar o vampiro. Uma vez que a sede de sangue... 

- Carrie, o que você quer que eu faça? - perguntou Frank, irritado - Que eu aja como um vampiro, saindo pelas ruas à noite, olhar pra alguém e dizer "que pescocinho lindo, esse eu sugo até a última gota."?

- Calma aí Frank, eu tô tentando ajudar... 

- Ajuda falando pro diretor que peguei uma gripe lascada e não vou dar as caras hoje. 

- E como vai fazer pra proteger a Lauren? Se o vampiro aparece por lá... 

- Eu sei o que vai acontecer, Carrie! - vociferou Frank que logo percebeu seu tom agressivo. 

- O vampirismo tá começando a mexer com seu humor. - constatou Carrie, não soando chateada - Posso ir até aí e você se alimenta de mim. Mando um guarda-costas pra escoltar a Lauren enquanto você não se recupera. 

- Carrie, essa gripe é como um vampirismo alternativo... não se cura com canja de galinha ou remedinho na farmácia. Eu vou encontrar essa bruxa e, sei lá, negociar com ela um antídoto. 

- Não imaginava que existissem tantos sites de compra de feitiçaria. Chegou a conversar com todas? 

- Os sites tem sala de chat. Todas elas negaram terem sido consultadas por uma jovem chamada Kelly. 

- Se você passar o dia sem nenhum progresso, vamos recorrer à minha ideia. Vê se relaxa, tchau. 

- Valeu pelo toque. Tchau. - disse Frank, em seguida desligando. Uma certa falta de ar súbita o impulsionou para levanta-lo da cadeira e correr para o banheiro. Frank apoiou as mãos na pia se olhando no espelho ofegando bastante - Tô desidratando... - abriu sua boca vendo suas presas ficarem pontiaguda e retornarem ao tamanho normal. Pegou sua lâmina de barbear do armário embutido e deslizou-a pelo seu antebraço esquerdo num corte suave que fez pingar sangue e bebera de si mesmo. 

Ficou meio espantado com o efeito que aquela atitude desesperada teve sobre seu estado. 

- Caramba... E não é que deu uma melhorada?! 

Foi para a sala e abriu a porta. Ao sair para fora, recuou uns dez passos por sentir a pele ardendo como se tivesse levado um banho de ácido. Fechara a porta depressa, a ardência passando, certo de que o vampirismo avançava no seu organismo embora beber do próprio sangue retardasse os sintomas gripais. 

                                                                              ***

Durante as pesquisas ao longo do dia, Frank descobrira que o Gierfrass estaria executando ataques na área da fábrica de cerâmica próxima ao esgoto a céu aberto usando-a como ponto de partida para seguir pelos vários pontos da cidade na feitura de vítimas aleatórias bem como caçando seus familiares. 

Após saber da notícia circulada sobre a morte do segurança que teve seu sangue drenado, o detetive estava ali, na calada da noite, sem medidor de campo eletromagnético para verificar assinatura paranormal e sim imbuído de seu sonar vampírico recém-descoberto à caça do monstro no espaço por onde o segurança passara. Chegou ao conjunto de árvores, seguindo os ruídos que ouvia bastante altos. Ainda não havia aprendido a usar a visão noturna para enxergar na escuridão. Reparou em algo movimentando-se num canto e sacou sua arma disparando várias vezes. Os tiros pegavam nos troncos das árvores e o detetive corria numa perseguição frenética. Viu que sua velocidade aumentou consideravelmente, possibilitando que alcançasse o alvo também com auxílio do sonar. 

Pegara-o pelo braço coberto por uma jaqueta de couro preta, mas notou que tinha cometido um equívoco de julgamento. 

- Me larga! - disse uma voz feminina, soltando seu braço direito - Espera... - ela se colocou para onde a lua iluminava, revelando sua face caucasiana emoldurada por belos cabelos castanhos escuros - Reconheço você de algum lugar... 

Frank estreitou os olhos e finalmente se recordou daquele rosto. 

- Lisbell?! - disse, franzindo o cenho - O que você tá fazendo aqui? Não, pra falar a verdade, é uma coincidência incrível você estar aqui, você ser uma bruxa e eu decidir caçar um vampiro especial justo nessa noite. Vampiro esse que foi criado por bruxaria. - a fitou com desconfiança - Não vai me dizer...

- Touchê, Frank, você ganhou. - disse Lisbell - Há quanto tempo, né? Esperei que você dissesse isso. 

- Geralmente as pessoas falam isso pra demonstrar saudade. Não é o meu caso em relação a você. 

- Fui uma aliada de peso na nossa aventura pra escapar da realidade falsa daqueles palhaços insuportáveis. Admite isso ou só tá de marra pela sua bruxofobia? Nos ajudamos naquele dia e você parece tão ingrato. Mas eu não, sou muito grata. 

- Tudo bem, eu concordo. Deve ser... o meu temperamento de vampiro que me levou a encarar você de um jeito ruim. Pois é, me tornei uma das coisas que eu mais detesto. Eu pensei que tava na cola do vampiro-zumbi. 

- O Gierfrass. - disse Lisbell, olhando para Frank meio retraída - Ele te transformou, não foi? 

- Então você é realmente a bruxa que tem um site pra vender feitiço? 

- É meio que um home-office. Às vezes faço novas amizades, sou convidada pra entrar nos lares dos meus clientes, vender meu peixe e ser bem paga. Mas tem vezes... que a crise financeira bate à porta. 

- Tá querendo dizer exatamente o quê com isso? 

- Acabei me forçando a vender um feitiço errado pra garota que criou o Gierfrass. Ela se deu mal, foi enquadrada... O crime dela nem se compara ao meu. - disse Lisbell com a consciência tranquila. 

- E você veio pra cá com intenção de pegar o Gierfrass, é isso? Bateu arrependimento?

- Arrependida pelo dinheiro fácil? Não. Mas a situação fugiu do controle, eu não podia ficar parada. 

O celular de Frank tocara e o detetive retirou do bolso interno do sobretudo para atender. 

- Alô? Lauren, fala. Peraí, devagar. - fez uma pausa, ouvindo - OK, não sai de onde você se escondeu. Tô a caminho. - encerrou a ligação - A última parente próxima do Gierfrass tá sob ameaça. 

- Ótimo, vou com você. - disse Lisbell - Não muda de ideia no meio do caminho hein. 

- Não ia dispensar a bruxa que começou o problema e tem os recursos pra resolve-lo. Vambora. 

                                                                              ***

Na casa de Lauren, o Gierfrass a procurava, revirando tudo na cozinha e empesteando o ambiente com seu odor de carne putrefata. A jovem mantinha-se no closet olhando pela brechinha das portas, tremendo no corpo inteiro. Lágrimas escorriam ao passo que o medo crescia. O sedã prata de Frank parou em frente à casa e o detetive juntamente com a bruxa saíram do veículo. Frank arrombou a porta com uma ombrada forte e portava um facão. Lisbell vinha logo atrás. 

- Vai pro quarto da Lauren, cuido dele sozinho, tá na cozinha... 

- Era essa minha ideia. - disse Lisbell, entrando no corredor - A garota é essencial pro plano. 

Frank se questionou sobre o que aquilo significava, mas não perdeu mais minutos pensando. Ao chegar na cozinha, rapidamente avançou com o facão para cima do Gierfrass que defendeu-se agarrando os braços do detetive, em seguida empurrando-o contra a dispensa. A tensão de Lauren atingiu o ápice quando a porta se abria com uma pessoa invadindo seu quarto. Enquanto isso, Frank sofri dificuldades para enfrentar o Gierfrass que apesar de parecer frágil pelo aspecto do seu corpo expressava uma força que soava como a de três vampiros juntos. Frank tentava ataca-lo com a lâmina no objetivo de cortar a cabeça, mas o vampiro, mesmo aparentando ser irracional, desviava com muita habilidade. 

Lisbell, paralelamente, chamava por Lauren num tom amigável. 

- Lauren, sou uma amiga do Frank, precisamos de você. Pode sair de onde estiver, não há o que temer. 

A jovem abriu as portas do closet, saindo com o rosto encharcado de lágrimas. 

- Quem é você? Cadê o detetive? 

- Ele tá se encarregando de lidar com o vampiro. Minha função aqui é usar mágica pra cura-lo. 

- Você é o quê? Uma bruxa? 

- Sim, meu nome é Lisbell. Por favor, Lauren, vou precisar muito da sua ajuda agora. 

- Disse cura-lo... Tá se referindo ao detetive? Ele foi transformado?

- Infelizmente. Mas isso até que confere uma vantagem à ele. Bem, vamos lá. Preciso de um pouco do seu sangue. 

Lauren fizera cara de confusa, resistente ao pedido, pelo menos de início. Frank falhava em combater o Gierfrass de igual para igual. Sua transição vampírica interferia na performance. O Gierfrass parecia mais querer ultrapassa-lo para sair da cozinha do que disposto a enfrenta-lo. Lisbell chegava por detrás de Frank com Lauren, esticando seu braço direito e usando sua magia para imobilizar o vampiro. 

- Posso brincar também? - perguntou ela à Frank que parecia zonzo. O detetive se aproximou do vampiro cadavérico e de aparência repugnante com sua boca aberta mostrando as presas. Frank não esperou mais: cortara a cabeça num golpe horizontal. A cabeça rolou pelo chão da cozinha. Lauren assistia perplexa. Frank recebera um frasco de Lisbell contendo a cura feita a base do sangue de Lauren.

- Essa é mesmo a cura? 

- Não vai descobrir se não provar. 

- Isso ajuda muito a gerar confiança. 

- Detetive, tome. Eu acredito nela. - disse Lauren, garantindo a eficácia. Frank olhou para ela fixamente e depois para o frasco. Mas acabou sofrendo uma reação adversa que causou espasmos e convulsões - O que tá havendo? - perguntou Lauren, aflita - Não era esse o efeito! Você tem que salva-lo! 

- Quieta, é a maneira que o corpo dele está respondendo à cura, mas o efeito correto está agindo. 

Frank caíra de joelhos, olhando para cima com a boca aberta, os dentes de vampiros reduzindo e seus olhos ficando azuis por uns segundos. Lisbell deu um sorriso fechado, convicta de que tudo correra bem. Frank levantou-se, recuperado. 

- Me sinto 100% bem. - disse Frank que depois veio até Lauren com um semblante de tristeza - Eu sinto muito, Lauren, por todos que morreram. Esse monstro aí decapitado... é o seu primo, o Carl. De fato, ele tornou-se um vampiro como eu supunha. 

Lauren caiu num copioso choro, abraçando-se à Frank. Lisbell lançou um olhar de contentamento pela missão cumprida, o qual ele devolveu com uma expressão séria ao amparar a jovem em profundo pesar.

                                                                          ***

Na base aérea de testes aeronáuticos, dois seguranças faziam a guarda perto da cerca. 

Um deles sentiu uma picada no pescoço. O outro, em seguida, também. 

Mal sabiam que um inseto minúsculo, do tamanho de uma mosca, os picara para um propósito extraordinário pelo qual foi designado. O inseto de estrutura robótica voou teleguiando-se ao seu criador que o esperava ali próximo, encostado numa parede. Ele pousara na mão dele, vibrando suas asas. 

- Primeira fase concluída. - disse o falso Frank sorrindo confiantemente para o inseto que coletara o DNA dos seguranças. 

                                                                         -x-

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

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