Nem tudo é o que parece #56
Vaga-lumes diferentes
Tiramos aquela noite pra passear pelo bosque porque minha sobrinha de 7 anos não segurava a empolgação de contemplar os vaga-lumes, os insetos que ela mais admirava. Eu tinha acabado de encerrar uma ligação quando ela correndo até mim com um semblante superfeliz.
Contou sobre dois vaga-lumes vermelhos que viu num arbusto, ainda queria pegá-los. Eu disse não e fui até a área onde ela havia visto os tais vaga-lumes. Até onde eu sei, vaga-lumes vermelhos são bem incomuns por lá e também não ficam parados em arbustos piscando.
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De onde veio esse vento?
Morar em apartamento tem sido uma merda desgastante. Não bastasse a insatisfação com vizinhos, despesas e infraestrutura, rola uma tempestade que causa o maior apagão no prédio inteiro.
Fui pra sala segurando uma vela pra ficar no sofá esperando a chuvarada passar. Mas antes que eu me sentasse, a chama se apagou repentinamente, o que era estranho pra caramba.
Não pode ter sido o vento, já que na minha sala não há janelas.
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Revelação sinistra
Quando saí pra passear com meu cachorro, eram por volta das oito da noite, vivienciei uma experiência pra lá de bizarra, essa eu vou carregar na memória pelo resto da vida, durmo com isso na cabeça desde então.
Enquanto passávamos numa calçada, veio um cara correndo pela direção oposta e esbarrou no meu ombro, chegou a assustar meu cão. Pediu desculpas bem rápido e seguiu naquela correria desesperada. Eu percebi sangue nele. Imaginei se tratar de um bandido que matou brutalmente.
Durante a volta por um atalho, avistei uma multidão em torno de um corpo que estava prestes a ser levado pra ambulância. Me aproximei e reconheci o corpo na hora: era o mesmo cara que esbarrou em mim.
Pouco depois fiquei sabendo que aquilo aconteceu uma hora antes de eu sair de casa.
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O trem noturno
Ansioso pra minha viagem, resolvi correr pra estação ferroviária doidinho pra embarcar logo. Como já havia anoitecido, não tinha ninguém que pudesse atrapalhar minha espera.
Ah, mas que droga de trem que não chega!
Se eu soubesse que a demora seria tão grande, tinha ido pra uma estrada em vez de ficar deitado nesses trilhos.
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Alguém chegou primeiro
A tarde estava perfeita pra uma visitinha a minha querida vovozinha que nutria tanto carinho por mim em razão de eu ser a única pessoa da família a não desdenhar da solidão que ela sentia naquela casa. Vesti meu capuz vermelho e fui até lá levando uma tupperware com alguns docinhos que fiz.
Mas ao entrar, me deparei com o mais puro horror que nunca pensei um dia ver ma vida.
Vovó, tadinha, estava deitada na cama, porém trucidada e mutilada... deve ter morrido mais pela perda de sangue que pelos golpes.
Eu sabia, tinha mais gente na família interessada na herança.
É uma pena. Ela teria tido uma morte indolor se tivesse comido dos meus doces.
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Motorista legal
Era o grande e desesperador dia de apresentar monografia na faculdade, o problema é que meu carro enguiçou mal dando meio quarteirão. Daí me sobrou recorrer a aplicativo de transporte.
Escolhi um motorista até que bacana, à primeira vista. Tão bacana que engatamos um papo legal no caminho. Ele tinha me oferecido uma balinha de menta.
Agora tô lembrada de como apaguei e acabei acordando no porta-malas.
FIM... por enquanto!
*As imagens acima são propriedades de seus respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
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