Crítica - Megatubarão


Não é nem A ou B, é M, ou seja, melhor que muito B.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Eu particularmente não possuo tanto interesse nesses filmes bizarros de tubarões de diversas formas e tipos, daqueles sem a menor vergonha (ou senso de ridículo) em ser trash com efeitos e enredos descompromissadíssimos (e bem mequetrefes também, a franquia Sharknado que o diga), mas fica aqui registrado que respeito quem leva esses entretenimentos não demandando nada além de uma sessão no mais alto grau de passatempo pra zoar e dar risada ou ao menos tratando como um guilty pleasure - se alguém ultrapassa o limite do prazer culpado (tradução da expressão supramencionada) em relação a filmes dessa estirpe, enxergando um mínimo de seriedade para defende-los com unhas e dentes, essa pessoa tem problemas (talvez incuráveis). A fera dos mares já recebeu inúmeras versões que retratam o perigo que ela traz, das proximamente realistas às mais absurdas. Por que com Megatubarão foi diferente comigo? O atrativo principal foi sem dúvidas a pegada dramática adotada para se distanciar o máximo possível das produções verdadeiramente B. Creio que alguns críticos não entenderam a proposta que não apenas é mostrar-se um filme B "chique", mas entreter parecendo um A. Ele não é nem uma ou outra categoria exatamente, mas vai na contramão do que muitos trashs apresentam e até mesmo não sabem desenvolver. Ademais, há personagens de características bem distintas: existe o arrogante que encara o "monstro" sem medo e o alívio cômico pessimista (sempre tem um cagão no meio heheh).

O elenco tem nomes famosinhos, a começar pelo maior deles que é o Jason Statham (de Velozes e Furiosos e Carga Explosiva), interpretando o mergulhador Jonas Taylor que após dar de cara com o tubarão de 2 metros pré-histórico Megalodon (que acreditava-se estar extinto) resolve se afastar desse trampo nem pensando em retornar ao fundo do mar tão cedo e vai passar umas férias na Tailândia até que é informado da ocorrência trágica relacionada ao animal que o assombrou. Ruby Rose (a Batgirl do Arrowverso) é outro nome conhecido, cujo rosto não reconheci logo de início, e sua personagem integra o grupo dos coadjuvantes que flertam com a ameaça do Megalodon e escapam quase que milagrosamente da bocona do bicho - uns 2 dois não foram poupados, mas certamente a baixa mais pesante, onde o longa provou que soube expressar uma boa dramaticidade, foi a do oceanógrafo Dr. Minway Zhang (deu dó da neta dele, a carismática filha de Suiyn, que é o interesse romântico do protagonista - clichê enraizado ¬¬) que contrata Jonas para resgatar os tripulantes do submarino encurralado na fossa mais profunda do Oceano Pacífico. Acho que por não ser muito acostumado com filmes num escopo moderadamente realista (Jurassic Park não conta, é ficção pura) envolvendo sobrevivências de humanos à mercê de alguma fera carnívora e insaciada, eu pude sentir uma tensão genuína nas aproximações perigosas do Megalodon pronto para abocanhar sua vítima, de modo que me faça "estar na pele" do personagem alvejado, porque afinal de contas é meio anti-natural torcer para boa parte dos personagens centrais serem jantados pelo bicho, acho que estar a favor do tubarão é meio estranho nesse caso, especialmente quando os personagens interessam a certa medida - e a garotinha de olhos puxados, filha de Suiyn (eu esqueci do nome =P) sofreu a periculosidade do Megalodon dentro da estação subaquática (é assim que chama?), felizmente as presas só fizeram uns trincos no vidro protetor, eu já sabia que o enredo não cometeria a crueldade de fazer da menina um petisco, não ia descartar a personagem que dá um banho de carisma comparado aos adultos (não que estes se saiam mal na incorporação geral de suas figuras).

Para os familiarizados com tubarões ameaçadores no cinema, o longa pode parecer um quase mais do mesmo, bastante trancado no lugar comum, ainda que a fera esteja aumentada de tamanho, em idade e sobretudo no terror transmitido. O roteiro constrói uma divisão eficientemente concreta dos três atos, os quais podemos separar muito bem pelas situações que se desenrolam, mais está mais concentrado na diferença entre elas. No primeiro ato focamos no resgate á tripulação (terminando no nobre sacrifício de Toshi para distrair o bichão e facilitar a fuga de Jonas e os que foram salvos), já no segundo temos a caça ao Megalodon que gera uma crescente satisfatória do nervosismo pelo perigo à espreita e no terceiro finalizando com a missão de salvar uma praia lotada de banhistas despreocupados (destaque para o cãozinho Yorkshire que pula na água e fica na mira do tubarão, coitado) num momento de agonia que pode ser definido em "se nadar o bicho pega, se ficar o bicho come". Cada situação tem sua solidez de conflito, nada desconjuntado ou bagunçado, além de que os efeitos que revestem o Megalodon estão mais que aceitáveis, sobrando espaço até para contemplarmos a beleza aquática na profundidade do oceano em meio aos temores constantes trazidos pelo predador.

Considerações finais:

Um aspecto que torna Megatubarão elogiável é o fato de não ter pretensão descarada pra reinventar a roda ou desbancar o clássico "Tubarão" (1975). Nada fora do esperado assim como tudo dentro do que se propõe.

PS1: Algumas tiradas cômicas foram ineficazes, não minto, principalmente no diálogo entre Jaxx (Ruby Rose) e DJ (Page Kennedy) sobre "o que aconteceu com seu cabelo" e o DJ é careca...

PS2: Falando nele, pensei que seu intérprete fosse o mesmo do Calvin Scott de Eu, a Patroa e as Crianças (sim, aquele do "Hum, é mesmo?"). Surpreendido fiquei quando soube que não é e do quão parecidos são.

PS3: O Statham perde em carisma pro The Rock, contudo em atuação o lance é relativamente diferente. E olha que ambos protagonizarão um spin-off de Velozes e Furiosos (algum fã pediu por isso? x_x)...

PS4: Desnecessária uma sequência, na minha opinião. Vai rolar de qualquer forma, o longa teve boa projeção nas bilheterias e espero, do fundo meu coração, que não inventem espécies "exóticas" (se é que me entende) de tubarões.

NOTA: 8,0 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://www.iclaquete.com.br/wp-content/uploads/2018/04/the-meg-854x500.jpg

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