Crítica - Skyline: A Invasão


Com tantos cérebros para extrair universo afora, os aliens pousam justo na Terra.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Skyline é daquele tipo de filme de invasões alienígenas que pode ficar estampado ser o mais clichê possível que é inevitável algum entusiasta do gênero não dar aquela bizoiada - e até que vale a pena. No entanto, o resultado dessa cinematografada guerra entre humanos e extraterrestres pode não sair ao gosto de todo freguês, devido ao caráter relativamente trash (muito visível pela fotografia e pelo estilo de filmagem) da produção assinada pelos irmãos Greg e Colin Strause. A dupla de diretores encaminhou o longa para algo que atingiu uma boa proximidade com a qualidade visual de amostras bem mais caras em termos orçamentários. As criaturas alienígenas tentaculares foram concebidas em designs que emanam uma certa meticulosidade estética (deixaram os bichos bem asquerosos), tendo aparências similares umas das outras mas com algumas especificamente mostrando características diferenciadas, inclusive no tamanho, mas o que traz leves arroubos são os efeitos das luzes brilhantes azuladas (o detalhe mais memorável do filme =P) que os aliens refulgem de seus múltiplos olhos, sondas e naves, as quais os personagens devem evitar durante todo o sofrido tempo de sobrevivência.

No fiapo de história, o casal Jarrod (Eric Balfour - numa atuação digna de Maria do Bairro... ou pior: Teresa x_x) e Elaine (grávida de poucos meses) viaja para Los Angeles a fim de curtirem a festa de arromba do melhor amigo de Jarrod, Terry, que está fazendo aniversário, num prédio com luxo pra ninguém botar defeito (as persianas automatizadas, principalmente). O longa tem início com uma interessante técnica narrativa que visa mostrar um acontecimento posterior ao verdadeiro começo da trama no intuito de atiçar curiosidade no espectador para saber o que levou a tal evento, voltando na cronologia para algumas horas antes. O que no enredo, contudo, não tem a menor serventia, haja vista que a sinopse já facilita dando uma noção do seguimento linear: os amigos se esbaldam na festa, dormem, acordam com as luzes e as primeiras abduções (incluindo Ray, um dos membros do grupo, companheiro de Denise, logo o primeiro a ser puxado pelos tentáculos dos aliens) e por aí vai. O mundo (ou só Los Angeles?) é invadido por uma raça selvagem de alienígenas que chegam "do nada" e não haviam desdobramentos que justificassem o uso da técnica mencionada, pois os personagens simplesmente dão de cara com monstros luminosos após uma noite de festança que absolutamente nada acrescenta (mas dá espaço pra draminha)

As tentativas de sobrevivência tornam-se o foco da narrativa como saída para preencher seu vazio criativo, não fornecendo muita nata para render comentários mais densos. As coisas prosseguem naquele encadeamento bem formulaico, com os personagens do conjunto principal sendo catados um à um pelos monstros espaciais (que vieram dar "beijos de luz" para a humanidade =P) em sequências de ação barulhentas e explosivas, além de notabilizar uns momentos de tensão pontuais (a cena no estacionamento). De qualquer forma, torço para todos escaparem vivos e inteiros como um espectador bonzinho e empático, só que às vezes nesses filmes somos proporcionados por doses de burrice esdrúxula de personagens que são melhores mortos mesmo (ademais, sempre tem aquele pra sugerir uma péssima ideia, tipo fugir e se expor pra um bocado de aliens comedores de cérebros do que permanecer no abrigo ou procurar outro mais seguro de forma que não chame atenção dos invasores). No filme em pauta, é Candice (a gatinha da Brittany Daniel), esposa de Terry, quem cumpre essa "cota". Os aliens são observados do prédio através de um telescópio e em um instante Candice assume a vigilância enquanto Jarrod e Elaine (Scott Thompson) fogem para o alto do prédio para pedirem socorro às forças armadas no meio do fogo cruzado. Mas a burrinha olha para a luzinha dos aliens e vira zumbi, logo se entregando como se seu cérebro fosse útil para os bicharocos.

Ficar conferindo o mundo lá fora pelo telescópio (ligar a TV seria chamariz imediato) era arriscado desde o princípio. Mas as coisas precisam engrenar e acontecer e principalmente os personagens ficarem bastante reativos e impulsivos ante a uma situação que nunca vivenciaram e onde são alvos fáceis independente de onde estejam (embora o prédio seja o único local com a maior segurança possível que eles se encontrem, afinal descobriram que o planeta estava sendo visitado por aliens lá mesmo). Jarrod recebe o "biscoito do protagonismo", sendo vítima da luz hipnótica e zumbificadora três vezes. É simples notar por umas atitudes dele que evidencia um controle mental pelas duas vezes que foi salvo de abduções (na terceira acabou rendendo-se junto à Elaine - com direito a beijinho de despedida durante a abdução), mas que geraram danos físicos (manchas com veias na pele) por conta da exposição, então não foi a toa que ele trancou a porta que dava acesso ao terraço na primeira fuga com Terry. A entrada definitiva de Oliver (David Zeys) no conflito modificou um pouco a atmosfera, sua mera presença embutiu seriedade, ele agia como a voz sensata e madura contrapondo-se à Terry (claro, envenenado pela "radiação" dos ETs que o fazia inconscientemente a querer levar seus amigos na direção errada tomando decisões erradas).

O final não podia ser mais previsível: Jarrod bancando o herói da sua donzela no interior da nave alienígena após a coleta de cérebros dos abduzidos que foram transferidos para os monstrengos (exceto Elaine que foi poupada pela gravidez). A estrutura em tempo praticamente integral prioriza a corrida pela sobrevivência, não atribuindo destaque balanceado para os campos de guerra, o que corresponde à proposta, mas seria bem-vindo promover maior duração de tela para o exército humano sem necessariamente criar um personagem nesse meio para holofotiza-lo, porque é na ação descerebrada que o longa encontra seu maior requinte, já que na história escantearam quase tudo, até mesmo a criatividade.

Considerações finais:

Skyline: A Invasão parece mais interessado no joguinho de luzes e no show apocalíptico explosivo da invasão extraterrestre que promove abduções em massa do que em montar uma trama pensada para fins de coerência e justificativa narrativa e o mais incrível é que o longa parte de uma premissa simplista que nem torna isso lá muito necessário para somente entreter.

PS1: Ficou meio video-game intercalar com os créditos e imagens de Jarrod no corpo alienígena descendo o sarrafo nos outros para resgatar Elaine. Parecia que estava promovendo um jogo e ali era o teaser.

PS2: O Jarrod pode ter um intérprete sofrível, mas curti aquele surto pra cima do alien, arrancando sangue e entranhas, me fez refletir sobre como os humanos podem ser tão animalescos quanto os seres irracionais (tá, refletir foi exagerado).

PS3: O objetivo dos aliens é deixado às claras assim que o primeiro cérebro é extraído. Tipicamente colonizadores com o diferencial de repovoar o planeta com mentes humanas em corpos dos seus irmãos de espécie para criar um governo supremacista para transformar os humanos iguais à eles. Hitler ficaria orgulhoso (ou invejoso).

NOTA: 7,0 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada oara ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-183574/fotos/detalhe/?cmediafile=19981089

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