Crítica - Os Jovens Titãs em Ação! vs. Os Jovens Titãs


O crossover que não mediu bizarrices e loucuras.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Quem reavivou as esperanças de um dia testemunhar o revival (leia-se: nova temporada) da série clássica de 2003 a partir do sentimento nostálgico que a cena pós-créditos de Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas ajudou a fortalecer deve ter quebrado um pouquinho a cara com o anúncio de um encontro das equipes "gêmeas" seguindo a manjada fórmula de crossover com "versus" no título pra evidenciar confronto. Não apenas um confronto de universos, mas também de gerações (na vida real, naturalmente). É claro que dessa premissa básica podíamos esperar um fuzuê com muita comédia escrachada e nonsense (porque a série de 2013 tem um humor um tanto puxado pra Os Padrinhos Mágicos, aquele negócio bem tresloucado e fora de compromisso, num desbalanço de acertos e erros - que não necessariamente deveriam estar balanceados, mas é óbvio pra qual lado a coisa devia pender). Por compensação, até trouxe uma satisfação ao resgatar as versões "sérias" do quinteto como um alento modesto aos fãs do desenho que a esmagadora maioria guarda com carinho afetuoso na memória e saudades apertadas. O longa, saído direto para home-vídeo, é um passeio pelo vasto multiverso.

A trama se estabelece de forma meio misteriosa, quando a equipe de 2013 (eu vou citar os membros de cada equipe com 1 e 2 nos nomes: 1 para os titãs "sérios" e 2 para os titãs bobões) está enfrentando um vilão chamado Cavalheiro Fantasma que assalta um banco e durante a luta possui Ravena (que já tinha o avisado para não fazê-lo), mas dentro da mente da filha do demônio Trigon ele toca onde não deve, ou seja, na pedra vermelha que suprime a força demoníaca interior da garota, acabando por libertar parte desse poder que leva à sua derrota fácil. Os titãs de 2013 são mais tarde abduzidos por uma nave pertencente ao Mestre dos Jogos que vaga pelo universo munido de uma esfera denominada Worlogog (útil para acessar dimensões alternativas e explorar as conexões entre elas) e que põe os titãs de 2003 contra sua contrapartes paródicas num ringue de luta sob a coação do vilão que ameaçava destruir o mundo (eu preciso dizer pra qual grupo foi minha torcida? =P). O que possibilita pano pra manga é simplesmente a própria Ravena... digo, as duas Ravenas, ambas sequestradas pelos dois Trigons (a versão grandalhona e monstruosa aliada a versão menor e piadista) para absorverem seus poderes e enfim conquistarem o multiverso. Não fosse o background dela se tornaria difícil elaborar algo criativamente empolgante. O que não quer dizer que funcionou de maneira suficiente para o crossover. OK, no que tange aos absurdos, tudo bem, inclusive na batalha de Ravena e Hexagon (a fusão dos Trigons - mais precisamente o Trigon-2 comeu o Trigon-1... no bom sentido... aconteceu o mesmo com as Ravenas) onde o show de ação ganha força e ofusca o exagero desacertado do clímax.

As interações entre os pares de cada universo tem seus destaques positivos, alguns negativos, mas que se saldam de forma divertida pelo bom equilíbrio achado para trabalhar as diferenças numa auto-tiração de sarro duplamente bem executada. Em especial, temos os Robins que diferente dos outros integrantes - que celebraram um clima amistoso, principalmente Estelar-1 e Estelar-2, as duas contemporizadoras -, não conseguem se entender, sempre nas comparações físicas (as "mãozinhas de bebê" do Robin-2 hehe) e nos modos de agir (um preza por bolar planos antes de entrar em ação enquanto o outro parte direto pro ataque) Logicamente que não faltaram referências e presenças extraordinárias. Porém, é aí que mora o grande pormenor defeituoso. Juntaram os titãs de múltiplas terras para lutar contra Hexagon (nunca pensei que o Trigon-2 tivesse tanto poder pra engolir o parceiro/clone e fazer uma fusão), inúmeras e diversas versões da equipe (destaque para os titãs da linha de filmes animados da Liga da Justiça baseada nos Novos 52, esses sim os titãs verdadeiramente sérios hahaha), o que tira significado do título e o longa acabou extrapolando no aproveitamento da temática de multiversos, coisa que não devia passar de "acenos" para o público (quando eles atravessaram os vários universos na perseguição do Papai Noel e da Mamãe Noel após roubarem deles o Worlogog necessário para adentrar no mundo dos titãs de 2003 onde as Ravenas estavam presas), mas por outro lado deu movimentação impulsionada ao terceiro ato que chegou rapidinho dado o tempo curtíssimo.

Considerações finais:

Os Jovens Titãs em Ação! vs. Os Jovens Titãs, por incrível que pareça, não consegue prover um divertimento similar ao que o filme das versões infantilizadas e abobadas pôde oferecer, mesmo com a volta dos personagens como muitos (incluo-me) adoram ver e consideram os legítimos e mais merecedores de novos projetos. Foi exatamente nessa comédia bobinha que tudo ficou um pouco aquém do que poderia ter sido, além do abarrotamento desnecessário de versões e nesse ponto o filme ganha uma atmosfera que anula o sentido do seu título que poderia ser alterado para "Titanverso: Loucuras e mais Loucuras".

PS1: No meio de tamanha diversidade de titãs, notei ali um Cyborg Transformer (@_@).

PS2: Creio que não fui o único a estranhar as proporções de traços do Robin-1.

PS3: Perderam a preciosa chance de referenciar esse meme aqui:


NOTA: 7,5 - BOM 

Veria de novo? Provavelmente sim. 

*As imagens acima são propriedades de seu respectivos autores e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: https://br.ign.com/jovens-titas/74638/feature/primeiro-trailer-de-jovens-titas-em-acao-vs-jovens-titas-traz-encontro-de-geracoes
                                     https://www.dicionariopopular.com/homem-aranha-apontando/

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