Crítica - Skyline: Além do Horizonte


Se não há para onde fugir e sobreviver, parta para o combate (desde que tenha recursos para tal).

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Lançado em dezembro de 2017 (8 anos após o original), Skyline: Além do Horizonte é o filme que dá sequência aos eventos da invasão dos alienígenas resplandecentes que atacaram o planeta (ou apenas Los Angeles?) e que simultaneamente tenta utilizar outro bacana recurso narrativo a seu favor que, em linhas gerais, consiste em atribuir o foco dos acontecimentos de uma mesma história ao ponto de vista de personagens diferentes da primeira parte. Somente tenta mesmo, porque execução satisfatória não vi em passagem alguma. Já comecei descendo a lenha... mas calma isso é o de menos, não que o conjunto geral tenha sido um completo desastre. O desenvolvimento é incomparável ao anterior, dando a parecer que estamos vendo um outro filme que reciclou os elementos visuais de Skyline: A Invasão, embora chegando a proporcionar sensação de estarmos vendo a mesma trama sob outros ângulos e perspectivas até certa altura. Com um moderado acréscimo de tempo, a continuação dirigida por Liam O'Donnell escorrega em alguns seguimentos, todavia realiza um bom (nem tão booom assim) aproveitamento para explorar os aspectos concernentes aos aliens, promovendo uma dinâmica um tanto expansiva.

Só que essa expansão não chega tão longe. No mínimo, temos uma averiguação maior do interior de uma nave desses extraterrestres, que são comandados por um líder em forma humanoide (que pilota uma máquina alienígena gigante que a princípio pensei ser um alien orgânico), apesar da opacidade exagerada na fotografia adequada ao ambiente quando os personagens se embrenham no território perigosamente desconhecido dos "lanterninhas". Ao término do primeiro filme, vimos que Jarrod teve seu cérebro recolhido e encaixado num dos corpos de aliens que passou a habitar, ainda pudemos reparar que seus olhos estavam numa cor alaranjada, o que no filme aqui resenhado pfoi esclarecido que a cor distinta - modificada para vermelho - indicava que o organismo não estava submetido ao controle para acatar as ordens do líder ao contrário da cor azul que sinaliza a servidão absoluta aos planos de abdução massiva. Jarrod é um soldado biomecânico insubmisso que cuidou da esposa, Elaine (não mais interpretada por Scottie Thompson, tendo sido substituída por Samantha Jean cujo rosto quase não pôde ser visto muito nitidamente e a opacidade, nesse caso, foi até que conveniente pois achei a atriz um tantinho parecido com a outra), cuja gravidez sofreu um aceleração que se estendeu para o crescimento da sua filha protegida por Mark Corley o protagonista da vez, um detetive que salvou o filho, Trent Corley, da cadeia, porém não do roubo de cérebro dentro da nave. O método de riscar um personagem do roteiro a cada ataque dos aliens segue normal, nada demais.

Durante a fuga iniciada em túneis do metrô, Mark (Frank Grillo), ao lado de seu filho, se junta a uma funcionária de trânsito chamada Audrey (Bojana Nokákovic), um policial chamado Jones (Jacob Vargas), um mendigo cego (obviamente imune às luzinhas zumbificadoras e hipnotizadoras) e uma policial chamada Jones (Betty Gabriel) que é a primeira vítima a perder o cérebro. A estupidez de todos eles (se expor nas ruas infestadas de aliens) é incriticável pelo fato da haver uma proposta de "aprofundamento", então Mark não teria acesso à uma garra extremamente conveniente para matar os aliens e nem à bebê de Elaine (morta no parto) que possui um sangue precioso para a criação de uma arma definitiva. Afinal, não é mais a sobrevivência o único objetivo. Casualmente, Mark se depara com Jarrod e Elaine, uma vantagem meio cretina do roteiro para cruzarem as histórias embora não fosse de toda necessidade. Na verdade, é um desfilar de conveniências descaradas. O que não chega a ser pior do que a derrapada feia do também roteirista Liam O'Donnell, cagando para a continuidade e a coerência. No primeiro filme passam-se três dias, certo? Pois bem, neste aqui foram apenas uma noite (a do começo da invasão) e o dia seguinte. Eis a incongruência: Como Mark encontrou Jarrod já transformado com Elaine na nave se no dia 2 o casal ainda estava no prédio? Ou O'Donnel não idealizou a produção como história paralela e sequência do primeiro filme, haja vista que os atores de Jarrod e Elaine foram trocados (conforme mostram os flashbacks)?

Com a derrubada da nave, graças à cooperação de Jarrod (morto em sua luta contra o líder alien) com Mark para explodir o sistema de controle, ocorre uma mudança de direcionamento da trama já que a espaçonave caiu na região rural de Laos onde são abordados e atacados (com direito a quebradeira e porrada) por uma dupla de bandidos fugitivos dos aliens, os irmãos Sua (Uwais) e Kanya (Pamelyn Chee), com os quais logo selam uma parceria forçada para sobreviverem e conduzem Mark e Audrey à um esconderijo localizado em ruínas antigas no qual vive uma resistência humana, incluindo um médico, Harper (Callna Mulvey), que examina a garotinha e coleta o sangue para análise fazendo uma "impressionante" descoberta. As coisas assumem uma atmosfera bem pé no chão e a guerra contra aliens fica mais contida naquele local (compreensível visto que os bichões querem a garota que é a chave para derrota-los) com humanos e ETs travando lutas como se estivessem nivelados, pelo menos até surgirem os combatentes principais, Trent e o líder - cada um no comando do seu "megazord alien" - complementando a ação do terceiro ato numa batalha que poderia ter intensidade elevada não fosse o parco orçamento.

Considerações finais:

Skyline: Além do Horizonte (Beyond Skyline, no original) veio com a pretensão de interligar sua linha narrativa com a do filme anterior a fim de paraleliza-las, um tiro que saiu pela culatra (supostamente por deslize do roteirista ou alteração da história por conta da substituição de atores, não fazendo do longa uma sequência propriamente dita). Para compensar as inconsistências e conveniências absurdas, ficam ao CGI modesto (bem auxiliado por efeitos práticos) e à ação praticamente ininterrupta o ônus de manter o envolvimento do espectador sem demandar muita coisa da produção nível B (e põe B nisso).

PS1: Era só a menina (batizada de Rose) ter colocado a mãozinha na nave para ativar a luz vermelha que libertaria os soldados da escravidão do líder (derrotado por Trent que assim como Jarrod obteve controle da sua humanidade) esse tempo todo?! Portanto o soro fabricado pelo Harper(que tem o sangue de Rose na composição) não serviu pra p*rra nenhuma!

PS2: Os visuais dos aliens se mantiveram amedrontadores e asquerosos - com destaque para o gigantão a la Cthulhu.

PS3: Custava reciclarem as cenas de Jarrod e Elaine para o flashback - além da cena que a aeronave não tripulada da Marinha destrói a nave-mãe com um míssil - do que se dar ao trabalho de contratar novos atores? Simplesmente não!

PS4: Erros de gravação deveriam pertencer aos extras do filme e não passarem entre os créditos. Que mancada!

NOTA: 6,0 - REGULAR 

Veria de novo? Provavelmente não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://cinepop.com.br/sequencia-de-skyline-a-invasao-ganha-novo-trailer-com-frank-grillo-156279

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