Crítica - Padre


Uma nada funcional agregação entre distopia teocrática e vampiros apocalípticos.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Com lançamento em maio de 2011, estrelando Paul Bettany e Maggie Q (num óbvio casal "shippável" =P), Padre tem uma fachada visual que faz associar a um projeto para o mundo dos games pelo seu principal pôster de divulgação (imagem que serve de capa para esta review), pôster este que possibilita sacar logo de cara o tom da aventura não sendo necessário assistir um trailer. Por falar no tom de fato, a fotografia esbanja um primoroso trabalho de composição para climatizar a história na medida certa de acordo com seu enredo sombrio que traz em seu mote conflitual os seres fantásticos mais triviais e manjados do cinema. Falo dos vampiros, criaturas que no longa em questão são aberrações selvagens, irracionais e monstruosas que confrontaram os humanos numa guerra devastadora que perdurou séculos, fazendo culminar numa espécie de "volta à Idade Média", mas com toques futurísticos predominantes (equivocadamente adereçados, por sinal), considerando que, no período histórico mencionado, o Alto Clero ocupava o topo da pirâmide social exercendo um controle governamental absoluto e é exatamente nesse Estado teocrático que se pauta a trama do presente dadas as consequências do passado.

O personagem titular interpretado por Bettany, Padre (se ele tivesse um filho o nome seria padrinho?), sofre ameaça de excomungação pelo rígido líder da Igreja, Monsenhor Orelas (Christopher Plummer), caso ele insista no restabelecimento da sua autoridade para combater novamente vampiros após uma trégua que foi interpretada como o fim da guerra pelo Alto Clero fazendo-os rebaixarem os Sacerdotes (a heroica ordem de elite combatente aos vampiros que realizou feitos admiráveis outrora) que passaram a ser mal vistos pela sociedade ludibriada (vivendo em cidades cercadas de muros e fora habitam as pessoas livres da soberania totalitária). Para reforçar a posição de contrariedade do Alto Clero, Padre deseja voltar à ativa por motivos pessoais, mais precisamente o sequestro da sua sobrinha, Lucy, cujos pais foram mortos numa invasão domiciliar de vampiros. Desafiando as ordens, ele parte para a missão e Orelas incumbe três Sacerdotes para trazê-lo vivo ou morto (fica mais do que lógico que os vilões da bagaça não são apenas os sanguessugas). Lucy embarcou num trem dominado de vampiros chefiados por Black Hat (Karl Urban), o único vampiro híbrido imune à luz solar depois de provar do sangue da rainha vampírica (que não é nenhum mulherão de beleza sedutora =P), correndo o risco de ser infectada por um patógeno.

É tudo resumido à uma missãozinha de resgate para achar um trem em movimento (cheinho de vampiros para massacrar cidades à noite) e salvar a donzela, transitando por lugares perigosos e engatilhadores de momentos de ação possíveis de contar nos dedos (também pudera, olha a duração: míseros 87 minutos!). O contexto sugere boas propostas, mas na hora do "vamos ver" nada se expressa de maneira interessante como deveria, nem a motivação familiar de Padre e seus desdobramentos "promissores" (contando com Black Hat no meio do rolo já que ele foi o companheiro de Padre numa antiga missão de Sacerdotes na colmeia dos vampiros, o qual acreditava-se estar morto) são capazes de prover suporte para um cenário que une futurismo e antiguidade, mas que não tem muito a dizer pela superficialidade ululante do enredo. Nos designs das criaturas não existe nada que não pareça ter sido experienciado antes. Além disso, os Familiares, pessoas infectadas pelo tal patógeno e com total lealdade aos vampiros (e sem nenhuma higiene bucal =P), também não ficam atrás nesse "déja vú". Salvo as atuações de Paul Bettany e Maggie Q, de resto há uma mitologia miúda e subexplorada.

Considerações finais:

A violência gráfica (apoiada por uns slow motions), ainda que na escassa ação, e o departamento de figurinos merecem os parabéns em Padre, ao contrário da falta de carisma de um universo que tem material polpudo, mas que torna descartável .

PS1: A mescla de futurismo ultra-tecnológico com uma história ambientada numa teocracia vigente ficou um tanto estranha. Porém, as motos são bacanas, as cenas de pilotagem naquele deserto branco são prova disso.

PS2: E eu esqueci de falar do parceiro do Padre, o Hicks (Cam Gigandet), namorado da Lucy (que - nosfa!!! - é revelada na verdade como a filha de Padre), mas foi de propósito porque o personagem é chatonildo de doer e não me importaria de vê-lo riscado da trama não importasse de qual forma. Sobre me importar com personagens, apenas Padre e Sacerdotisa.

PS3: O roteiro quase me pegou dando a ilusão de um sacrifício da Sacerdotisa naquela colisão explosiva entre a motoca hight-tech dela e o trem de Black Hat. Quase não, mentira, me pegou mesmo (deve ser meu fraco pela Maggie Q).

NOTA: 6,0 - REGULAR

Veria de novo? Provavelmente não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://www.cafecomfilme.com.br/filmes/padre

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