Frank - O Caçador #65: "Entre a Luxúria e a Morte"
Um rapaz jovem de cabelo meio loiro e curto e de corpo atlético cruzava uma ponte de concreto que resistia ao tempo após décadas de sua construção. A ponte ficava sob um rio que corria para uma cachoeira a uns 3 quilômetros de distância. Seu nome era Chris Rondon e estava em mais uma de suas habituais caminhadas ouvindo música pelos fones conectados ao celular no bolso da bermuda verde limão. A sua distração com o exercício sofreu uma ruptura brusca devido a formação de uma névoa na metade do caminho da ponte que não se estendia tanto alguns metros à Frente. Olhou com o cenho franzido o nevoeiro dificultando a visão do resto da ponte, logo escutando vozes femininas emitidas com serenidade.
- Quem está aí? - perguntou ele, atemorizado com a formação repentina daquela névoa e como se não fosse o bastante vozes sussurravam vindas dela. Ele foi se aproximando devagar vendo formas humanas.
Três belas mulheres trajando vestidos brancos vinham até ele com expressões gentis e calmas.
Chris travou sua aproximação, olhando-as desconfiado.
- Olá, de onde você é? - perguntou a mulher de cabelos pretos. As outras o cercaram.
- Desculpa... Eu só quero... atravessar a ponte. - disse Chris, nervoso. A mulher loira passou a mão na camisa regata cinza que ele usava encharcada de suor - Será que, por gentileza, poderiam me deixar ir?
- Gentileza gera gentileza. - disse a mulher de pele mais parda e cabelos cacheados passando suas mãos de unhas grandes pelo corpo de Chris sedutoramente - Se nos prestar um pequeno favor, o liberamos.
- O que é isso? Algum tipo de convite indecente? Escolheram o cara errado pra esse favor.
- Não mesmo, você é ideal. - disse a loira aproximando sua boca ao ouvido esquerdo de Chris.
- Venha conosco... - disse a de cabelos pretos num tom que, com segundas intenções, tentava convence-lo.
- É, você vai adorar. - disse a de cabelos cacheados - Um rapaz tão bonito não deve ser ignorado.
- Eu sinto muito... - disse Chris - Tenho esposa e filhos, sou fiel à eles até o último dia da minha vida.
As moças fecharam as caras.
- Uma pena que esse dia tenha chegado. - disse a de cabelos pretos. As três tomaram mais proximidade com ele que recuava, o que deu à elas a chance perfeita de empurrarem-no. Chris, pelo nervosismo, não se deu conta de que estava de costas com perigo de cair da ponte. E caíra no rio, seu corpo mergulhando fundo. O trio de mulheres interesseiras observou para certificarem-se de que ele morrera afogado.
- Algo me diz que ele sobreviveu. - disse a loira - Que lástima, ele valia por um banquete.
- Vamos indo, foi um desperdício de tempo. - disse a de cabelo preto. As três viraram-se rumo à névoa.
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CAPÍTULO 65: ENTRE A LUXÚRIA E A MORTE
Departamento Policial de Danverous City
Em sua sala, Frank teve uma leitura pelo monitor do seu computador interrompida por uma inesperada chamada no telefone fixo sobre a mesa. Olhou com cenho franzido e tirou o fone do gancho atendendo.
- Alô?
- Oi... Detetive Montgrow, aqui é a Virginia.
- Ah, e aí, como você tem passado? Deu um jeito de seguir em frente se adaptando à modernidade?
- Ainda tá meio desconfortável. Foi a virada de ano mais esquisita que já tive. Mas fiz novos amigos, arranjei um trabalho freelancer...
Frank podia detectar uma certa tensão no tom de Virginia.
- Olha, em primeiro lugar: Me chama só de Frank. E em segundo: Certamente você não ligou pro meu telefone fixo da minha sala só pra colocar o papo em dia, aquele nosso papo... O que tá havendo, Virginia?
- É que encontrei um objeto que tava no bolso da minha calça, descobri quando fui lava-la... E me desculpa ligar pro telefone do seu trabalho, eu... continuo na peleja pra aprender a usar um celular.
- Tudo bem, mas... Que negócio é esse que você achou? Descreve pra mim.
- Parece uma espécie de... comprimido de metal. - disse ela - Não tinha nada guardado no bolso desde quando morri...
O detetive avaliou aquela descrição num breve instante de silêncio. A conclusão veio rápida.
- Virginia, aqui vai um conselho de amigo: Não baixa sua guarda quando for sair. Mais importante: mantenha as portas trancadas. Não, melhor: usa algum móvel como barreira. Em que tipo de lugar você tá morando?
- Aluguei um apartamento com o dinheiro que a fundação me deu, paguei três meses adiantados. Mas o que é esse objeto?
- Pelo que você falou eu imagino que seja um micro-rastreador e já tenho ideia de quem foi o espertalhão que implantou pra vigiar seus passos. Se bobear, deve estar atrás de você... aí na sua cidade.
- Tá achando que foi o...
- Isso mesmo, sem dúvida alguma. - disse Frank, convicto - Escuta bem: Esse cara não é humano, é um monstro vindo de outra dimensão ou de outro planeta, a fundação manteve ele cativo pra clonar meu DNA no organismo nele. Sentiu o quanto ele é forte. Eu também. Na verdade, bem mais. No momento que nós dois estávamos inconscientes, ele aproveitou pra colocar o rastreador no seu bolso, é óbvio.
- OK, vou fazer o que me recomendou e... me colocar em estado de alerta dentro e fora de casa.
- É isso aí. Mas... Se ele chegar até você te ameaçando de morte pra algum acordo sujo, vai ter que ser desleal consigo mesma. Entende o quero dizer, né? Uma coisa é certa: Ele tá rastreando sua localização pra te usar em uma das tramoias dele e tá na cara que envolve as partes do triângulo. Não sei como ele não pegou a que você tinha.
- Sim, entendo... Mas não posso, Frank. - retrucou Virginia, agarrada à promessa que fizera - Renunciei aos meus poderes pra que eu me sentisse humana porque sei que não nasci com eles. Tá fora de questão recorrer à eles mesmo que pra legítima defesa. Mas agradeço por se preocupar. A gente se fala um dia.
- Tá bem, não vou gastar saliva pra te forçar. Se cuida. Olho vivo em todas as direções. Até mais, tchau.
Colocara o fone de volta ao gancho, pensando com preocupação na segurança e na decisão irrevogável de Virginia.
Carrie batera na porta que já se abria indicando que não estava tão fechada.
- Opa, acho que esqueceu de fechar. - disse ela parada com o punho direito erguido após bater.
- Não esquenta, entra aí. - permitiu Frank - Esqueci mesmo de fechar.
- Ouvi você falando. Tava no celular?
- Não, pra minha surpresa alguém ligou pro fixo. Era a Virginia, a esper revivida com a magia dos bruxos lá do templo onde ficava a última célula. Parece que meu clone tá querendo armar mais uma. Ficou na cola dela com um rastreador que ele botou enquanto ficamos desacordados. Te falei do que a célula fez comigo, não foi? Assim que eu trisquei o dedo, ela me repeliu com toda a energia... - tocou no ponto da cicatriz.
- Sim, você me contou detalhe por detalhe, não pensa que sou de esquecer fácil assim como você esqueceu da porta. Mas e essa situação da Virginia? A coitada morreu há décadas, deve estar sofrendo pra se adequar depois de ressuscitar sem que pedisse por isso. Em que ano ela morreu mesmo?
- 1974. - respondeu Frank - Segundo ela, tá tudo correndo bem, apesar de não ter se acostumado total.
- Frank, não é como simplesmente como mudar de casa, de cidade, de país... Ela não se sente um peixe fora d'água vivendo num tempo em que naturalmente ela estaria mais velha? Me dá dó só de pensar.
- Olha, o que importa é que ela tá se empenhando pra seguir com o recomeço da vida dela, aceitando o destino que os bruxos acreditaram que fosse o certo pra que eu a mantivesse segura. Então, tá tudo sussa, por enquanto.
- Lembro que me disse sobre esses bruxos, você os tapeou. - disse Carrie, provando sua boa memória - Eles só te deram passe livre com a certeza de que você faria o dever de casa. Agora a Virginia tá desprotegida, a última célula foi roubada e não sabemos como prever os movimentos do seu lado B.
- Uma teoria válida é que ele esteja na cidade da Virginia, pronto pra dar o bote em algum momento que ele achar propício pra engatar com a próxima artimanha dele. Vou tentar não me estressar com isso.
- Trabalhar num novo caso já é um começo. Tem que direcionar o foco para o problema gigante quando ele der sinais de que vai piorar. - afirmou Carrie, entregando a pasta com o relatório da nova ocorrência - O básico: Dois caras mortos afogados.
- Conheço essa ponte, minha mãe me levava pra passear no carrinho quando eu era bebê. Agora virou palco de encontros não-marcados com três mulheres de branco, de acordo com o relato de um sobrevivente. Graças à Deus que existe um pra tornar o trabalho um pouco menos penoso.
- Ele mencionou que vieram de uma névoa achando que comprariam a história com a maior naturalidade desse mundo.
- Estão confiando que sejam assediadoras querendo dar "Boa Noite Cinderela" nos caras bonitões que passam na ponte. Antes fosse. - disse Frank, folheando as páginas - Se tem névoa surgindo do nada, tem paranormalidade na parada. Vou puxar um papo com esse... - voltou umas páginas - ...Chris Rondon. Ele passou por um exame toxicológico, testou negativo.
- Além disso, os outros dois homens que morreram foram levados pela correnteza ate a cachoeira. Esses caras falharam no teste de sedução dessas assanhadinhas do além. Enquanto você fala com o Chris, faço minha parte.
- Já vi que hoje vai ser moleza pra você. - disse Frank, sorrindo de leve para a assistente - Enfim, vou nessa.
***
Roger verificava deitado no sofá mensagens enviadas pela polícia sobre o avanço das investigações contra as três mulheres de branco que teriam o assediado e o induzido a um convite para sexo a quatro. Olhou para a porta rapidamente após escutar alguém batendo, logo levantando-se para ir atender.
Ao abrir, surpreendeu-se um pouco com as vestes de Frank.
- Olha, se veio afim de saber como a minha última caminhada foi estragada, os policiais que já estão cuidando disso podem te repassar a história. - disse Chris que fechava a porta, mas Frank impediu.
- Cara, deixa eu te mandar a real: A polícia só tá tentando achar agulha no palheiro. Euzinho aqui - disse apontando para si com o polegar esquerdo - posso lidar com esse caso do jeito certo, vai por mim.
- Se achar que eu sou um drogado que não fala coisa com coisa, te mando embora. - disse Chris.
Frank teve permissão para entrar e Chris receosamente concedeu.
- Apê legal o seu. - disse Frank - Os melhores daqui desse bairro ficam sempre nos últimos andares.
- E aí? Veio me interrogar ou elogiar minha casa? Não pensa que tô faltando com respeito, é que...
- Sim, tô ligado, você foi vítima de uma tentativa de homicídio. Ficar de ovo virado é normal. Agora me fala dessas três mulheres saídas de uma névoa. Você sentiu a temperatura cair de repente um pouco antes?
- Tá parecendo um médico. Tomara que não me diagnostique com esquizofrenia.
- Eu sou detetive, não psiquiatra. Responde a pergunta: Sentiu um frio repentino ou não?
- Foi, o clima gelou de uma hora pra outra, depois se formou o nevoeiro no meio da ponte e...
- Elas vieram. - completou Frank - O que elas disseram à você?
- Me xavecaram. - respondeu Chris, lacônico, dando de ombros - Não sei o que é mais bizarro: A névoa, três coroas usando vestidos brancos e tão limpos ou a força que elas usaram pra me jogar.
- Te empurraram com tanta força assim?
- Não, empurraram tranquilamente, mas senti como se uma coisa mais forte tivesse batido no meu peito. Será que eram bruxas ou fantasmas? Levou a sério o que eu acabei de falar? Não tá nem um pouco cético?
- Pra sua surpresa, definitivamente não. - disse Frank, tendo uma noção do que poderia ser.
Saindo do prédio, o detetive pegara o celular para fazer uma ligação à Carrie indo até seu carro estacionado na esquina na vaga mais próxima que achou. A assistente atendeu prontamente e Frank falou de modo reservado pra ninguém ouvir.
- Ei, Carrie, já troquei uma ideia com o Chris. Ele tá meio traumatizado. Disse que conseguiu nadar até a margem resistindo a força da correnteza que só não foi maior do que a das mulheres que o empurraram.
- Isso porque não são mulheres comuns, obviamente. São conhecidas como Dames Blanches.
- O quê? Entendi o Dames, mas o Blanches não faço ideia do que significa.
- É francês, quer dizer Damas Brancas. Espíritos de bruxas que tinham uma vida dedicada aos prazeres carnais e por alguma razão não especificada no site onde encontrei as informações mais abundantes da lenda estão usando essa ponte como um caminho sem volta para os homens que mais as atraem para leva-los a algum buraco pra devora-los como animais selvagens.
- E o quê mais? Algo me diz que não é tudo.
- Ah sim, lá vem a parte que ferra com a vida do Chris, literalmente: A vítima que sobrevive após resistir ao encanto de uma Dama Branca tem apenas sete dias de vida caso não reconsidere ceder à elas.
- Eu bem que desconfiava que havia um preço muito caro nessa sorte de sobrevivente.
- Pouco antes de você ligar, tava procurando meios de travar essa sina, mas não achei nada.
- Tem uma forma. Bem louca, mas é a opção que resta na falta de uma mais segura.
- E o que é? - indagou Carrie - Ah não... Peraí, é tão previsível que eu nem devia ter perguntando...
- Pois é, Carrie. Hoje mesmo vou naquela ponte me apresentar como um pretendente dessas damas.
***
Departamento Policial de Danverous City
Frank retornara com passadas largas em direção à sua sala e Carrie vinha logo atrás no mesmo ritmo.
- Ei, Frank, espera aí. - disse ela, mas o detetive ignorava - Qual é? Não posso discordar toda vez que você inventa uma estratégia maluca? - perguntou continuando ignorada - Vê se para pra me ouvir!
Frank adentrou na sua sala, impaciente com a divergência.
- Sabia que agindo assim tá parecendo muito o seu clone enquanto mantinha o disfarce?
- E você sabia que sua falta de compreensão tá começando a torrar minha paciência?
- Incompreensão minha?! Tenho um nome melhor: Preocupação. - retrucou ela, aborrecida.
- Carrie, te falei que é a única opção que resta já que não temos um meio totalmente livre de riscos pra acabar com a farra dessas damas de branco. E além do mais, pretendo fazer isso pra uma negociação.
- Negociar o quê? A sua vida pela do Chris? Na escassez de uma forma pra manda-las direto pro inferno, temos sete dias úteis pra aprofundarmos a pesquisa. O seu pai não tinha nada nos arquivos?
- Já verifiquei os arquivos da letra B umas zilhões de vezes, nunca vi nada parecido. - respondeu Frank, andando pela sala devagar e preocupado - E você acertou em cheio: Quero mesmo arriscar minha pele pra salvar o Chris, porque é isso que eu venho fazendo nos últimos... 24 anos, pra ser exato. Não vai ser um mero círculo de sal que vai protege-lo.
- Aí é com você. - disse Carrie, desistindo de convence-lo do contrário - Se quer um encontro com as três bruxas fantasmas tentando um acordo pra não ser devorado após receber carícias, paparicos e mordidinhas na orelha, vai em frente. Mas se, num momento de lucidez, quiser deixar o Chris à própria sorte em contrapartida de acharmos um jeito, pode vir me procurar. Me preocupo com você o bastante pra negar esses planos estúpidos e suicidas quando acredito numa saída diferente.
A assistente saíra da sala bastante irritada com a postura de Frank que sentia-se mal pela resposta.
- Carrie, espera... - disse Frank que interrompeu-se ao ouvir o celular vibrando - Alô? Chris, é você? Calma aí, não perde o controle... O quê? Alucinações? Não, eu sei, você não é esquizofrênico. Fica aí, não faz nada até eu chegar.
Frank saiu aceleradamente com seu carro rumo ao apartamento de Chris que ficava no oitavo andar. Um punhado de curiosos observavam aflitos Chris de pé na sua janela ameaçando pular daquela altura. O sedã prata de Frank chegou soltando um barulho alto de freio que assustara as pessoas. Saindo do veículo às pressas, o detetive correu para a porta do prédio. Subiu vários lances de escada, pulando degraus, até o andar onde situava-se a porta de número 56. Ao enfim achar, deu arrombou a porta com o ombro direito e adentrou no recinto, vendo logo de cara Chris à beira de cair da janela.
- Ei, Chris! Desce daí! - esbravejou Frank em tom de autoridade aproximando-se.
- Não... Não dá pra suportar o que tô passando! O senhor não entende? Eu vejo elas por toda a parte! - disse ele em puro desespero olhando Frank por cima do ombro - Fui amaldiçoado! No espelho, no armário, em qualquer canto... por onde quer que eu olhe elas estão me vigiando, loucas pra me matar!
- E você acha que caindo dessa altura vai trazer uma morte menos dolorosa? Desce, por favor, vamos conversa na calma, na boa, sem estresse. Anda, segura a minha mão. - disse Frank estendendo a mão direita.
Chris tremia e suava, receoso em aceitar. Deu uma rápida olhada para as pessoas alvoroçadas com sua atitude e pensou se quanto mais tempo passasse ali a polícia poderia ser acionada. Pensou por um instante. Frank manteve a mão estendida, paciente.
- Meu trabalho é garantir que vitimas dessas coisas malignas sejam salvas. Às vezes nem todas. Não me deixa falhar com você. - disse Frank, compadecido do estado emocional dele - Dando uma chance a si mesmo, vai estar dando uma chance pra mim.
Vendo que o detetive transpareceu se importar com sua vida, Chris descera da janela vagarosamente segurando a mão do detetive.
- O que mais gente com pensamentos suicidas precisa é de alguém que se importe. - disse Frank.
- Você salvou minha vida. - disse Chris - Por enquanto. Elas não vão se cansar até me rasgarem em pedaços.
- Olha, escuta com atenção, eu ainda não sei de uma forma pra te tirar dessa, mas dentro de sete dias... - disse Frank, hesitando por vários segundos revelar o fatídico motivo para salva-lo - ... vou encontrar.
- Mas você não é... uma espécie de caça-fantasma? Não é altamente versado nessas paradas bizarras?
- Eu não fiz curso intensivo de sobrenatural só vendo de filme de terror, mas tive um bom material de base pra me guiar que é uma coisa particular de família. O problema é que nem tudo tá ao meu alcance.
Chris fez que sim com a cabeça dando um longo suspiro pela boca.
- Não sei se vou aguentar sete dias de tormento com aquelas três vadias me ameaçando.
- São apenas visões irreais, sua mente foi afetada por algum encanto maldito que elas te lançaram.
- Então é uma maldição?
- Não exatamente. Elas tentaram te enfeitiçar com um joguinho barato de sedução, mas não conseguiram e jogaram você da ponte. E como você recusou cair na lábia delas, foi enfeitiçado de outro jeito pra que você seja forçado a voltar à ponte e se atirar nos braços delas pra ser comido nos dois sentidos. São fantasmas de bruxas que tem apetite voraz por homens.
- Todos os caminhos levam à morte? - questionou Chris. Frank emudeceu, pretendendo sair dali.
- Chris, só fica trancado em casa, faz um esforço máximo pra ignorar as alucinações... e nos próximos sete dias eu vou te ligar dando uma boa notícia. - prometeu Frank, não se sentindo bem em esconder.
Ao sair do prédio, o detetive foi saudado com aplausos de algumas pessoas. Frank acenou contente à elas, voltando para o seu carro. Mas antes de dar a partida, deu uma ligadinha para Carrie.
- E aí, minha assistente favorita, conseguiu progredir mais na garimpagem?
- Assistente favorita? Você por acaso tem mais assistentes de que goste? Mas tô feliz, sou a Nº 1.
- Não sou muito chegado nos outros agentes, mas do que eu conheço das assistentes deles... são bem simpáticas.
- Frank, deixa de enrolação. Achei mais coisinhas pra somar ao nosso favor. Há um site que compila lendas de histórias ocorridas numa época em que Danverous City nem se chamava Danverous City.
- São lendas ou fatos?
- Fatos tratados como lendas. As três damas foram mortas por cavaleiros bem dotados financeiramente que foram enganados pelos truques sujos delas. Eram aplicadoras de golpes das mais hábeis. na verdade, a história que narra o fim delas é um poema, tô seguindo minha interpretação dos versos.
- E o que mais diz?
- Menciona guardiões da natureza. Parece que não tiveram conexão direta com os cavaleiros, mas exerceram um papel de observação nas ações golpistas dessas damas aproveitadoras.
Uma palavra veio à mente de Frank como um lampejo.
- Druidas. - disse ele, certo do que inferiu.
- O quê? Druidas? Já vi algo dessa classe... olhando as cartinhas de RPG do meu sobrinho.
- O meu pai escreveu um tópico só sobre esses caras, eles tinham a função de proteger a natureza, eram ligados à ela pela magia. Do que eu lembro... ahn... Acho que tem que desenhar um sigilo na floresta.
- É melhor você ir revisar esse tópico logo porque a corrida pra salvar o Chris já começou.
- Ah, tá a favor da minha decisão agora, é?
- Isso porque o lance dos druidas possivelmente vai nos ajudar. Por que você tinha saído mesmo?
- Assim que você saiu da minha sala soltando fumacinha pelas orelhas, o Chris me ligou dizendo que pretendia se atirar da janela do andar onde ele mora, o penúltimo. Tudo por causa de alucinações com as damas.
- Você contou pra ele do prazo de validade, não contou?
- Não. - respondeu Frank, secamente - É melhor que ele não saiba, tinha acabado de evitar ele de se matar, então falar essa parte tão importante iria piorar as coisas. - fez uma pausa - O arquivo dos druidas é grande, vou tirar o resto do dia pra ler.
- Ótimo, vou torcer pra que haja um método útil e eficaz que no mínimo diminua os riscos. - disse Carrie - Até mais.
- Falou. - disse Frank, logo desligando e parando para imergir em pensamentos sobre a utilidade dos druidas.
***
No dia seguinte, pela manhã bem cedinho, Frank andava por uma floresta bastante arborizada com o canto dos pássaros como um enfeite sonoro aliada à paisagem verde ao redor. Procurou uma parte do solo apropriada do solo para o sigilo.
Ao encontrar, pegou um graveto longo e fizera o símbolo conforme nos desenhos de seu pai.
O que faltava era um item simples: fogo. Frank retirou do bolso do sobretudo um isqueiro e o acendeu aproximando a chama ao sigilo que logo incendiou. De laranja o fogo tornou-se verde em segundos.
- OK, quando fica verde... é sinal de que...
- Quem é você para perturbar minha meditação? - perguntou o druida, um homem relativamente jovem de face caucasiana usando uma túnica marrom com um emblema estampado lembrando uma folha.
- Primeiramente, me desculpa pela interrupção do seu... contato íntimo com a natureza.
- Eu sou ligado à cada fragmento de energia da floresta. - disse o druida, não parecendo muito receptivo - Seus passos, sua respiração, os batimentos do seu coração... tudo que acessa à essa floresta não escapa aos meus sentidos, é como se você fosse parte dela também. Eu costumo rejeitar esses vestígios... O sigilo que me invoca é a única força que me arranca do meu estado meditativo quebrando a conexão que preciso manter com a flora em tempo integral. Apenas pra casos extremos.
- Bem, é com relação à um caso de extrema urgência que tô precisando de uma ajuda sua. As damas brancas estão sequestrando homens numa ponte acima de uma correnteza que dá numa cachoeira.
- As cachoeiras místicas de Nefrón. É como chamávamos a região. Batizamos ela em homenagem ao grande mestre druida. Quanto às damas brancas, elas na verdade são bruxas carregadas de luxúria...
- Disso eu já sei, quero saber de que modo eu posso dar um fim nas armadilhas delas.
- Tem que saber que elas são irmãs e viviam ávidas pelo amor verdadeiro e uma vez traídas... decaíram nas artes das trevas e passaram a utiliza-la para satisfazer novos amantes e destruí-los comendo de suas carnes para manterem os seus corpos e espíritos associados à magia. - disse o druida.
A chama verde do sigilo começava a apagar-se e Frank notara numa olhadela.
- Por favor, me diz como manda-las pra algum limbo ou sei lá o quê, tem uma pessoa que sobreviveu à elas e tá com os dias contados...
- Em alguma árvore...
No entanto, o druida desaparecera após o fogo apagar-se completamente. Frank chutou a terra, frustrado.
- Merda! - xingou, logo pegando seu celular - Carrie, deu ruim. Não aproveitei o tempo-limite pra falar com o druida, não o suficiente pra que ele dissesse o jeito de parar as damas. E isso não é a pior parte.
- Frank, você tem que vir pra cá logo. Enquanto esse caso aguarda ser resolvido, tem pelo menos mais um novinho pra você engatar investigação. - disse a assistente - Que pior parte é essa? Fala de uma vez.
- Quando disse tempo-limite na nossa última conversa de ontem... me referia ao tempo estrito pra se invocar um druida. De acordo com os arquivos do meu pai, só posso chama-lo nesse horário.
- Aí complica. Se nos próximos cinco dias vocês enrolarem, o Chris já era. Tem que ser mais direto.
- Tá legal, se amanhã ou depois de amanhã, eu tiver um tempo sem mais nenhum outro caso, tá pra mim. A gente se vê daqui à pouco. Tá, tchau. - disse Frank, encerrando a chamada e tentando segurar as esperanças.
***
Contrariando a recomendação de Frank, Chris não resistiu e saiu, na quinta noite antes do cumprimento do destino fatal, com um carro de segunda mão que havia acabado de comprar após sua mudança. Ainda sob tremendo estresse causado pelas aparições ilusórias das damas, o rapaz acelerava na estrada não importando com o quanto o ponteiro do velocímetro subia.
Como as alucinações não cessaram dede o primeiro dia, novamente ele viu as três damas brancas, naquele momento bem no meio da estrada, os faróis iluminando seus rostos horríveis e cinzentos. Tomando um grande susto, Chris perdeu o controle da direção ao fazer um desvio achando que fosse atropela-las e acabou batendo num poste com alto impacto fazendo-o capotar num barranco íngreme.
Na última virada, o carro ficara com de ponta à cabeça completamente destruído. Dentro do veículo, Chris estava desacordado, sangrando profusamente na cabeça.
***
No dia seguinte, Frank fora visitar Chris no hospital após saber de seu trágico acidente.
- Olá, eu sou um detetive encarregado de um caso com um paciente chamado Chris envolvido. Mas não pense que ele é um suspeito, pelo contrário, é uma vítima. - disse Frank ao médico - O quadro dele é grave, doutor?
- Pra ser franco, não podia estar pior. - disse ele olhando pela janela para Chris ferido, encamado e com aparelhos ao lado - A gravidade do acidente foi tamanha que... - balançou a cabeça em negação.
- O quê, doutor? Ele não tem possibilidade de sobreviver?
- Receio que os ferimentos vão leva-lo a um coma indeterminado. - respondeu o médico, preocupado.
Frank sentiu que era o momento de quebrar a regra. Mesmo com um caso ainda não solucionado desde o segundo dia antes do destino fatal de Chris, o detetive retornou à floresta para reinvocar o druida.
- Muito bem, sem delonga. - disse Frank vendo a chama do sigilo esverdear-se.
- Você outra vez. - disse o druida aparecendo atrás dele - Eu estava prestes a revelar o que é preciso para colocar um basta nas ações das bruxas, mas o sigilo não esperou. Serei direto agora.
- Se tivesse respondido minha pergunta logo, não estaria importunando você de novo.
O druida ergueu de leve sua mão direita. As chamas do sigilo fizeram uma trilha reta.
- O fogo vai guiá-lo na direção da árvore. - disse o guardião florestal. Frank seguiu a trilha de fogo verde até uma árvore robusta, supostamente centenária. Nela podia-se ver um buraco tapado com folhas e galhos - Está bem aí, dentro do tronco desta árvore. Pode retirar todas essas folhas, não há perigo.
Frank tirou as folhas e galhos jogando-os no chão e bem lá no fundo havia um objeto. Enfiou a mão no buraco pegando-o.
- É algum tipo de... baú? - perguntou ele retirando - Ah não, é parecido com uma canastra. O que tem aqui dentro?
- Os corações removidos das bruxas. Foram guardados pelos cavaleiros.- disse o druida - Você deve ir até ponte servir-se à elas. Num instante de distração, tente queima-los, só assim conseguirá bani-las ao submundo eternamente.
- Era exatamente isso que eu tinha em mente. - disse Frank em relação à se entregar para as damas - Elas vivem num tipo de covil ou algo do tipo?
- Em uma caverna que está próxima à cachoeira. - informou o druida - Hoje é sua última oportunidade de desfazer a sina mortal que a pessoa que jurou proteger está fadada a cumprir. Tenha boa sorte.
A trilha de chama verde se apagou instantaneamente, mas Frank mal reparou abrindo a canastra.
- Não vou ser um convidado decente se não der um presentinho. - disse ele olhando os corações perfeitamente conservados.
***
Na noite daquele penúltimo dia para salvar a vida de Chris, Frank estacionou seu carro à alguns metros da ponte e andou tranquilamente segurando a canastra coberta por um pano branco de modo a gerar certa curiosidade quanto ao "presente".
Frank estava quase na metade do caminho quando finalmente sentiu a temperatura do ambiente cair.
- Hora do show. - disse ele, baixinho, sua boca expelindo vapor gelado.
A névoa foi formando-se rapidamente e Frank esperou que viessem.
As três damas brancas se avizinhavam inicialmente como sombras em meio à brancura do nevoeiro.
Frank deu um sorriso contido à elas ao ver que suas imagens se esclareciam.
- Ora, o que temos aqui? - perguntou a dama loira no meio das outras duas - Um caminhante à nossa espera?
- Ouvi falar muito de vocês e gostaria de encontra-las pessoalmente. - disse Frank meio nervoso.
- É estranho, geralmente somos nós que esperamos os caminhantes. - disse a morena, passando suas mãos sedutoramente em Frank - Do que soube? Coisas boas... - aproximou sua boca à ele - ou ruins?
- O suficiente pra vir aqui em busca de uma noitinha divertida... Ando meio carente.
- Hum, considere-se fisgado. - disse a dama de cabelos pretos - Venha conosco - deu seu braço esquerdo para acompanhar o detetive em direção à névoa. Frank desapareceu junto à elas e a neblina se desfez.
- Onde estamos? - perguntou Frank, visualizando o interior da caverna após a névoa dissipar-se - Digo... Vamos começar agora? Porque eu trouxe um presente pra alegrar nossa noite. Não sei se vai agrada-las.
- Esse daí nem precisa de encanto. - disse a morena para a de cabelos pretos.
- Mas não acha no mínimo incomum um homem vir nos procurar se entregando tão facilmente? Tudo o que existe pelo mundo sobre nós com certeza não são elogios. - contrapôs a de cabelos pretos, cabreira.
A loira veio por trás de Frank passando as mãos pelo peito do detetive.
- Podemos iniciar neste exato momento. Somos as anfitriãs, portanto a decisão é nossa. Concorda?
- E-eu... acredito que seria melhor me permitir mostrar meu presente. - sugeriu Frank.
- Vou acender mais velas. - disse a dama loira - Ou você prefere que façamos num ambiente mais opaco?
- Tanto faz. - respondeu Frank indo à mesa de pedra onde haviam algumas velas acesas. O detetive reparava em costelas, caveiras com baratas passeando entre os buracos e vários ossos espalhados pelo chão - Vou colocar bem aqui. - disse ele, pondo a canastra sobre a mesa com resquícios de sangue seco.
As outras duas damas vieram maliciosas encostando-se nele por trás e fazendo carícias no seu rosto com as unhas longas.
- Cuidado pra não irem longe demais. - disse Frank bem-humorado.
- Estamos loucamente ansiosas, vai ser difícil nos controlarmos. - disse a dama morena.
- Não está nada excitado? - perguntou a de cabelos pretos, tocando nas áreas íntimas de Frank que fingiu uma expressão que não soasse constrangimento - Queremos mais que um presente. - deu uma mordidinha na orelha esquerda dele.
- Eu sei bem. - disse Frank, retirando o pano da canastra - Só que... é a única coisa que posso oferecer.
- O que disse? - indagou a de cabelos pretos, zangando-se. Os olhos azuis dela descoloriram-se.
Frank abriu a canastra mostrando os três corações. As bruxas ficaram estupefatas, afastando-se.
- Veja! - exclamou a dama morena chamando a atenção da loira ao apontar para Frank - Devíamos ter imaginando! Ele trouxe nossos corações! O que estamos esperando? Vamos desfiar cada pedacinho dele agora! - mostrara sua face horrenda, cinzenta, repleta de feridas abertas e com olhos brancos em destaque.
- Não vai rolar. - disse Frank exibindo o isqueiro aceso - Já se olharam num espelho desde que morreram? Espero que no submundo vocês façam isso. - jogara o isqueiro sobre os órgãos que queimaram.
As três damas emitiram gritos guturais da dor pungente que o fogo infligia nas suas almas.
A loira, ousada ainda tentou uma investida contra Frank avançando em grande velocidade contra ele com a mão direita esticada e soltando um grito de raiva, seu rosto muito mais desprezível e horroroso. Porém, o fogo a consumia de baixo para cima e não dera tempo de suas garras encostarem em Frank que virou o rosto pensando que seria atingido. Mas o fantasma da bruxa desfez-se em labaredas pairando no ar. Frank olhou em volta e depois para os corações sendo consumidos pelo fogo. Pensou se aquilo teria verdadeiramente revertido o destino de Chris, pretendendo visita-lo para confirmar.
***
Vindo ao hospital no dia seguinte, Frank teve permissão concedida pelo médico com quem falara sobre o quadro clínico de Chris. O detetive abriu a porta lentamente, vendo que ele estava acordado, mas ainda debilitado.
- E aí, como tá indo a recuperação? - perguntou Frank, aproximando-se - Ao menos se livrou do coma.
- Responde minha pergunta primeiro: Você conseguiu acabar com aquelas malditas? Hoje é o último dia.
- Não é mais. - disse Frank.
- O que quer dizer?
- Não fui totalmente sincero com você naquele dia, Chris, me desculpa pela mancada em não te contar. Você... tinha apenas sete dias de vida devido à sua rejeição à influência das bruxas. O acidente que você sofreu foi consequência disso.
- Elas tentaram me matar... Me fazendo perder o controle do volante... - disse Chris, derramando uma lágrima.
- Não, elas são fantasmas ligados ao local onde morreram. A ponte foi construída sobre aquela área onde um dia elas viviam para transar com os homens que seduziam, enganavam e devoravam.
- Se hoje é o sétimo dia... e caso você não tivesse dado conta delas...
- Certamente você ia mergulhar no coma do qual jamais acordaria. - afirmou Frank.
- Valeu. - disse Chris - Acho que fez bem não me contar. Eu tava surtado... Salvou minha vida três vezes.
Frank assentiu, grato pelo reconhecimento, mas a maior satisfação estava simplesmente em vê-lo vivo.
- Chama o médico, preciso de mais morfina. - pediu Chris. Frank virou as costas para chamar o doutor, mas Chris o interrompeu - Ei, detetive. - Frank virou-se à ele - Como exatamente derrotou elas?
- Pra te poupar de uma história longa, digamos que... literalmente as fiz ficarem com fogo no rabo.
Chris deu uma risadinha apesar das dores que sentia. Frank deu um joinha, logo saindo do quarto.
***
Departamento Policial de Danverous City
Frank passava pela área principal do prédio prestes a sair para travar mais uma batalha contra as forças paranormais quando uma movimentação de policiais e agentes detetives começou parecendo uma recepção para alguém importante que estava prestes a chegar. Carrie o alcançou pondo-se à direita dele.
- O que tá havendo aqui? O pessoal todo parece empolgado. Tá vindo alguém famoso? - questionou Frank.
- Esqueci de te avisar que... um novo diretor foi oficializado. - disse Carrie, olhando-o séria.
Frank pareceu receber a notícia com naturalidade, afinal já era aguardado. Mas um gosto agridoce persistia mesmo antes de conhecer o substituto fixo de Ernest. Um homem meio gordo, com barba por fazer, cabelo preto meio grisalho, usando óculos de grau e vestindo um terno preto com gravata surgia.
- Seja muito bem-vindo, senhor. - disse um policial fazendo sinal de continência.
- Agradeço pela recepção calorosa, mas acho que não me sinto tão confortável com esse tratamento. Bem que eu pensei entrar pelos fundos, uma pena que não quiseram me escutar quando falei que era tímido. - disse o novo diretor, arrancando algumas risadas - Muito bem, estou aqui unicamente para honrar o compromisso de garantir a segurança pública mais íntegra que esta cidade já conheceu.
- Vai ter que comer muito arroz com feijão. - disse Frank que levou uma cotovelada leve de Carrie.
Os aplausos foram massivos. O novo diretor passava cumprimentando vários policiais até que chegou à Frank.
- Você é Frank Montgrow, certo? Muito prazer, me falavam tanto de você que era uma das pessoas que eu mais ansiava em conhecer nesse primeiro dia de aula. - disse ele dando um aperto de mãos em Frank.
- Eu devia me sentir lisonjeado?
- Nem tanto. Soube que deserdou duas vezes, mas que teve seus motivos, embora nunca justificados a público. Frank, saiba que comigo por perto, atitudes como essa não serão toleradas. Só teve sorte porque Ernest tinha um vínculo de afeição com você. Na terceira vez que isso ocorrer, e eu espero que não ocorra, não serei tão complacente quanto ele. Quero coloca-lo na linha, acredito que é um grande homem e fez por merecer seu lugar aqui. Me chamo Giuseppe Aristone. E a senhorita...
- Carrie Wood, ao seu dispor. - disse ela, simpática, apertando a mão esquerda de Giuseppe - Assistente do Frank.
- Ah, eu já suspeitava. Bem, senhoras e senhores... Hora de botar a mão na massa. Se me dão licença...
Giuseppe deu um tapinha nas costas de Frank direcionando-se à sua sala acompanhado de seguranças.
No entanto, o detetive não levou nem um pouco na boa o comentário sobre a escapatória das deserções. Frank o observou se distanciar com uma expressão brava, já recebendo mal aquela bruta mudança.
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*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.
*Imagem retirada de: http://www.sympatico.ca/actualites/insolite/halloween-histoires-legendes-horreur-effrayantes-1.1482980
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