Fera Indomável

 

         05 de janeiro de 2010; 00:58
       No único quarto de sua casa, o Dr. Erick Madson faz suas últimas anotações dos mais recentes experimentos, sentado em uma cadeira metálica sem braços, apoiando seu pé esquerdo em um caixote de madeira velha e deteriorada, ele escreve com rapidez as observações de suas experiências... experiências com animais selvagens. Erick busca incessantemente uma solução para o problema da extinção das panteras negras, espécie que ele preserva e ama com todo carinho. Mas a crueldade dos caçadores/matadores de panteras o fez pensar que era hora de colocar em prática aquilo que seria a maior e mais complexa experiência de todas. Levanta-se de sua cadeira, deixando o bloco de notas no caixote e vai até o criado-mudo, ao lado da mesa principal para pegar as folhas onde está escrita a sua "brilhante" ideia. Olhando as complicadas fórmulas e equações que desenvolveu para chegar ao seu objetivo, Erick demonstra coragem ao dizer, em tom vilanesco, e com um olhar frio:
- Finalmente vou começar o que planejei a tantos anos... as panteras negras serão salvas graças a minha experiência, todos vão me agradecer por isso e vão voltar a me idolatrar como antes.
         Em seguida dá uma risada maléfica como se fosse cometer um crime... e realmente sua experiência futura é considerada um crime. O plano consiste em criar um soro para fazer com que as últimas panteras negras existentes no mundo ganhem a capacidade de se regenerar de ferimentos graves instantaneamente, isso as faria ficarem mais fortes e mais velozes do que o normal, o que as transformaria no animal mais rápido do mundo, superando o guepardo.
          10 de janeiro de 2010; 07:25
         Erick está no seu laboratório, ou seja, no seu quarto, prontificando-se para realizar a experiência. Ele coloca sua pantera - que capturou dois dias antes numa viagem à África - em cima da larga mesa de ferro, o animal está sedado e acorrentado. Erick pega o soro em um armário pequeno que fica perto do criado-mudo. Ao se aproximar da mesa, colocando o soro na seringa, ele tropeça no caixote derrubando o vidro com o soro dentro da seringa, porém, em cima do caixote havia outro vidro com um líquido estranho e pegajoso, que se mistura com o soro derramado. Erick recolhe a seringa se levantando do chão e pega o vidro que tem o soro misturado ao líquido estranho, que se trata de um mutagênico que ele desenvolveu acidentalmente há alguns dias atrás. Ele injeta na pantera o soro com o mutagênico, bastante apressado para ver logo os resultados, mas o animal perde os sentidos vitais, Erick não se preocupa com isso. Derrubando a enorme seringa no chão, com os olhos quase saltando para fora e completamente fora de seu juízo perfeito, ele diz:
- Hahahahaha.... quando for hoje à noite essa belezinha vai estar sob os meus comandos... hihihihihi!!!
          Erick, vendo sua sanidade mental sendo comprometida aos poucos, pelo fato das experiências que realiza serem muito fortes, decide pegar uma seringa qualquer e injeta com bastante força no seu pescoço, um líquido vermelho que se mistura com seu sangue. Antes que pudesse tirar a seringa do pescoço, Erick vomita sangue intensamente para todos os lados, quase inundando todo o quarto, somente depois de dois minutos ele pára. Seu jaleco branco fica completamente molhado de sangue, em questão de segundos ele desmaia.                                                                                                                                                                                      
   
          Chega a noite, seu quarto está bastante escuro, apenas a luz da lua iluminando um cantinho. Erick acorda tendo uma convulsão, seus olhos ficam pretos, e ao mesmo tempo em que têm a convulsão, ele vomita o líquido vermelho que injetou em si mesmo, se debatendo no chão como um peixe fora d'água. A convulsão pára, um silêncio toma conta do local por um minuto. Erick se levanta olhando para todos os lados com um olhar de horror, como se estivesse sentindo a presença de um monstro perseguidor. Ele dá dois passos para trás e esbarra lentamente com um ser estranho. Virando-se para frente, com bastante medo, Erick se depara com uma criatura repugnante, que olha para ele de maneira estática. A criatura só poderia ser a pantera que serviu de cobaia para o experimento. Medindo 2 metros e meio de altura, garras prateadas e afiadas, o pelo é de um preto vivo e brilhante, com vários espinhos nas costas e um rosto robusto, com olhos brancos, pupila negra e olhar penetrante, focinho marrom e dentes enormes, com um branco assustador e pontiagudas presas. O brilho da lua faz a criatura se tornar mais ameaçadora ainda. Erick não sabe o que fazer, e diz decepcionado:
- O que foi que eu fiz?
          A criatura crava suas garras no meio do corpo de Erick, o sangue é rapidamente despejado na parede com força. A pupila de Erick desaparece, seu rosto fica pálido, a criatura retira sua garras do coração do homem e dá um rugido estridente e supersônico, fazendo com que o corpo de Erick se corrompa, virando apenas um esqueleto. O monstro pula pela janela quebrando-a com força bruta, e sai correndo pleas ruas, até chegar a metrópole, ficando embaixo de um viaduto, se escondendo nas sombras para que ninguém lhe veja. 
         Neste mesmo momento, uma jovem de cabelos pretos passa pelo viaduto, tinha acabado de sair de uma balada com os amigos, e essa jovem é nada mais, nada menos que a filha do Dr. Erick, a bela Jéssica. 
          Jéssica dá tchau para os seus amigos que vão pleo outro lado da rua, pois achavam perigoso ir or debaixo do viaduto. Ela anda tranquilamente sobre o solo arejado, mas percebe algo muito estranho ao seu lado. 
         O viaduto está escuro, toda noite aquele lugar se torna um local sombrio, repleto de mendigos e traficantes de drogas. Jéssica se sente mal por estar com a sensação de ser observada, olhando fixamente para um monte de sacos de lixo empilhados em um carro de mão. A criatura anda de quatro, Jéssica fica aflita e pensa em correr. A criatura mostra os seus brancos dentes afiados, pronta para devorar uma carne fresca e sangrenta. O monstro corre e solta um rugido, Jéssica corre em disparada, mas a criatura, perto de alcança-la, tenta abocanha-la. No mesmo momento, Jéssica pega uma pedra pesada e joga sobre o monstro, que cai para trás sangrando bastante. Jéssica acha uma moto abandonada e a pilota seguindo em direção a sua casa, que fica muito longe dali. Quer muito entender o que está acontecendo, pois tudo isso é bastante surreal pra ela. A criatura se levanta, e com seu olfato apurado, consegue sentir o cheiro de Jéssica a uma longa distância. Com uma velocidade impressionante, o monstro corre para satisfazer o seu desejo.
           
        
           Na mesma rua em que Jéssica anda com a moto, um helicóptero da polícia militar sobrevoa as casas na busca de um assaltante perigoso. Jéssica acelera a moto para escapar da polícia e não ser confundida com um bandido, mas os policiais conseguem detecta-la e dão ordem de prisão. Jéssica pára a moto, e sem opção acaba se entregando, levantando as mãos para cima. O policial diz:
- Apenas levante as mãos para cima, tire o capacete para que possamos identifica-lo. 
O helicóptero pousa, um policial desce e com uma prancheta e uma caneta na mão, se aproxima de Jéssica para fazer umas perguntas:
- Por acaso essa moto é sua?
- Olha, eu posso explicar tudo. Acontece que eu tô sendo perseguida por uma coisa estranha.
- Que tipo de coisa seria essa? Não está tentando me tapear está!? - pergunta o policial, já irritado.
- Não, de forma alguma, eu só peguei essa moto porque eu fiquei desesperada, não me restou outra saída, se não fosse por ela eu já estaria morta.
- Hum... mas vejo que essa moto é roubada, recebemos uma denúncia de que uma moto com a placa XYZK - 1458 foi roubada há três horas, esta é a placa da moto que procuramos, ou seja, você a roubou. Só preciso do seu nome para que nos acompanhe até a delegacia, vou chamar uma viatura agora mesmo. - diz o policial puxando celular do bolso de trás para chamar mais viatura. Jéssica fica desesperada e lamenta:
- Ai, e agora? o que vou dizer pro meu pai? Ele vai me matar. - diz a garota quase chorando, andando de um lado para o outro sem saber o que fazer. Depois de chamar a viatura, o policial pergunta o nome da garota:
- Muito bem, qual o seu...
Antes que o policial completasse a frase, uma forte explosão ocorre atrás dele. Jéssica é jogada para longe, a moto é destruída. O helicóptero sofreu a explosão, e Jéssica caída no chão, vê o fogo e fumaça preta subir e consumir a aeronave. Ela fica horrorizada ao ver um policial pegando fogo e o corpo se carbonizar lentamente. Ele olha para Jéssica, a carne de seu rosto começa a aparecer devido ao fogo intenso consome sua pele. Ele cai no chão, já morto, mas ainda pegando fogo. 
           A criatura dá um pulo e surge na frente de Jéssica, que dá um grito ensurdecedor de tanto pavor que sente ao ver aquele monstro enorme na sua frente. Ela corre com todas as suas forças, mas a criatura dá um salto e toma a sua frente fazendo-a cair no chão. As viaturas chegam, os policiais descem do carro armados com pistolas de alto poder destrutivo. Um deles porta uma poderosa arma de choque em forma de metralhadora, o policial dispara um raio contra a criatura. Jéssica corre e se esconde atrás de um carro. O monstro é atingido pelo raio e fica paralisado por alguns minutos. Os policiais se aproximam para obterem conhecimento do que lidando, e de surpresa, são atacados pela criatura assim que ela desperta. Os policiais tem seus corpos dilacerados pelas garras do monstro, e acaba se formando uma pilha de corpos, com os policiais mortos e seus órgãos expostos para o horror de Jéssica, que observa tudo com muito pavor. Ela se pergunta:
- De onde veio esse monstro?
           O corpo de bombeiros é acionado pela comunidade local, para apagar as chamas do helicóptero. A criatura vai embora, subindo os prédios de seis andares com uma selvageria imensa. Aquela pantera mutante estava destinada a criar o caos na cidade, causando diversas mortes, uma fera que precisa ser domada para que se controle. Jéssica observa os helicópteros voando na direção em que a criatura seguiu. Ela entra por um beco, pula um muro e entra em uma ferro-velho, procurando o monstro. Ela vê os policiais serem jogados para longe  e corre para ver... e lá está, o monstro, mesmo repleto de ferimentos pelo corpo ainda de pé. Ele olha para Jéssica, a mesma se afasta, porém, ela vê que ele está exausto devido as feridas. A pantera mutante cai no chão exausta, agora seu olhar para Jéssica muda, como se estivesse pedindo ajuda. Jéssica, por sua vez, decide se afastar ao perceber um policial bastante ferido na cabeça se levantar. Ele dispara um tranquilizante que faz a criatura dormir. 
           Jéssica é levada para a base principal da polícia militar da cidade para dar seu depoimento aos policiais e descrever a situação na qual se envolveu, além de descrever em detalhes a experiência horrível. Ela recebe acompanhamento psicológico para que supere o trauma. No dia seguinte, a pobre menina fica sabendo da morte do pai e é consolada pelos amigos. 
        20 de agosto de 2010.
         Após sete meses acompanhando a evolução da pantera mutante, que se encontra presa em uma prisão especial da base principal da polícia militar, o irmão de Erick e tio de Jéssica, o Dr. Robert, faz diferentes análises monitorando a criatura. Jéssica entra em seu laboratório e lhe faz um pedido:
- Tio Robert, quero me mostre como ela está, agora.
- Que falta de educação da sua parte menina. Não vai dizer nenhum "bom dia"? - diz Robert levantando-se da cadeira.
- Bom dia tio. Eu vim aqui pra ver como se encontra o monstro, eu quero vê-lo.
- Tudo bem... mas é melhor nós termos cuidado, a prisão é feita de um metal poderoso, mas as garras dele podem destruí-lo facilmente, portanto, manteremos distância. - diz Robert cauteloso.
         Entrando no local onde a criatura está presa, os dois a observam calados, até que Jéssica decide se pronunciar:
- Pelo visto conseguiram doma-la. Aparentemente está bem tranquila.
- É o que parece mas não se engane, os sedativos tem um efeito de longo tempo, mas são temporários, logo logo ela vai acordar e vou ter que aplicar uma dose extra para que durma por duas semanas. 
- Acho que vou indo, tenho que cuidar de alguns assuntos. - diz Jéssica apressada. 
- Tudo bem. - diz Robert. 
         Jéssica vai embora saindo pela porta dos fundos. Robert continua a observar a criatura, que dorme profundamente. Ele questiona:
- Isso é terrível. O que o meu irmão tinha na cabeça quando criou essa coisa!? Coitado, estava louco... mereceu ter morrido como castigo por ter mexido com a natureza. 
        Robert vai em direção à saída, tira seus óculos para enxugar uma lágrima que cai no seu olho esquerdo. Antes de abrir a porta, ele apanha um jornal que tem como primeira página a seguinte (e triste) notícia: Confirmada a extinção das panteras negras. 
        Assim que Robert fecha a porta, a criatura abre os olhos... e dá o seu rugido estremecedor. Poderia um dia ela se libertar de seu cativeiro?                                                                                            

Comentários

  1. Gostei muito desse conto,a parte que o policial pega fogo me lembrou da série breaking bad.rs O.o

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  2. Lucas, vc escreve muito bem cara... E acho ainda que vc pode melhorar muito mais! Parabéns, ótimo conto u.u

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