Crítica - Slender Man: Pesadelo Sem Rosto


Seria mais reconfortante se tudo ficasse num pesadelo.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 


Já era questão de tempo até que esse personagem icônico das creepypastas pudesse ganhar sua adaptação cinematográfica dispondo de maiores recursos para exibição em tela grande. Em síntese, o Slender Man não passa da camada de "bicho papão que pega criancinhas" numa roupagem moderna que não o isenta desse balaio de criaturas paranormais dessa mesma estirpe. Neste filme o foco são adolescentes, mais especificamente um grupo de quatro amigas super-unidas que numa reunião para dormirem juntas na casa de uma delas sugerem a ideia de assistir a um vídeo obscuro sobre o tal homem esguio que sequestra pessoas. Mas espera... ao mencionar "vídeo" faz recordar algo familiar.

É exatamente o plot-base que chama atenção para aponta-lo como um fator de extremo peso negativo. As meninas assistem ao vídeo macabro e pronto, estão amaldiçoadas e condenadas a pagarem suas sentenças de morte nas mãos do Slender Man. Não era disso que o Chamado se tratava? Justamente um vídeo de caráter sobrenatural que selava o destino de qualquer um que o via a uma entidade - no caso, a Samara. Quanta falta de originalidade descarada. As atrizes do quarteto principal não transparecem segurança nos papéis, ficando por vezes um resultado forçado. As únicas a adquirirem destaque do segundo ato em diante são Hallie e Wren fazendo um óbvio contraponto de paranoia e ceticismo quanto as ações da criatura que vai capando uma por uma gradualmente. Todo o início genuíno da trama, baseado na lenda, como era de se esperar, se engata pelo desaparecimento de uma das amigas numa excursão escolar (num cemitério??). A partir daí começa o show de horrores e não estou me referindo às execuções no que tange ao terror puro.

A narrativa vai transitando entre as investigações particulares das amigas e as consequências progressivas de terem visto o vídeo maldito. Eu não vou nem me prolongar sobre o lance da câmera no celular de Chloe (que vira uma "zumbi" após o contato com o Slender na sua casa). Como garotas muito burras, levaram objetos materiais para representarem coisas que muito amam respeitando a regra de sacrifício para que o Slender atenda ao pedido de devolverem Katie (a desaparecida). Só no terceiro ato começam a se tocar e tomarem coragem de que o necessário são sacrifícios humanos, de preferência uma delas. Mas é tudo beirando ao artificial que chega a ficar sem graça. Nem o enredo de fato se importa com o que está contando. Cria-se um desinteresse mútuo. O Slender Man, a estrela terrorífica, que deveria salvar a pátria, acaba sendo a mosquinha no bolo de fezes. Que custo traria implementar uma caracterização fidedigna como se retrata nas creepyastas? Porém, não bastava o rosto ser mais branco, os efeitos tinham obrigação de serem melhor formatados e não cooperam com absolutamente nada destoando do cenário, explicitamente compondo o aspecto trash. O Slender dessa película tem um rosto que faz parecer ser feito de madeira. O desfecho... me recuso até a falar.

Considerações finais: 

Slender Man: Pesadelo Sem Rosto parodia o personagem de forma desinspirada e ainda ataca de sério no terço final tentando falhadamente imprimir dramaticidade quando o estrago já estava lapidado. Se não tem nada aproveitável? Me diga se não é de chorar usar um filtro tão bem comedidamente sombrio para um filme que se auto-intitula terror e nem sabe desenvolver como tal. Roteiristas, fiquem longe de creepys famosas, cinema de verdade carece de originalidade.

PS: Fiquei seriamente bolado com o tratamento de lixo dado a um personagem tão palpável de ser adaptado de maneira decente. Por causa disso, só tem esse PS mesmo. O filme te trata como se você tivesse virado a Chloe.

NOTA: 3,0 - RUIM 

Veria de novo? Não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://cinemabh.com/trailers/o-terror-slender-man-pesadelo-sem-rosto-ganha-trailer-e-cartaz

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