Crítica - A Morte Te Dá Parabéns 2


Era melhor não terem explicado o "feitiço do tempo".

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

O trailer desta sequência me apareceu de supetão, assim como diversos outros filmes que sequer tomo conhecimento de anúncio de produção, e a reação automática foi de encarar com estranheza uma coisa que desde a experiência com o primeiro eu tratava de maneira bem cética. No meu pensamento veio: "Fizeram continuação daquilo?! Inacreditável!". Quando o cinema americano está disposto a deixar seus cofres mais gordos, limites inquebráveis não existem. Em outras palavras, se o filme fatura super-bem nas bilheterias é sinal verde automático para uma sequência, independente do quão estúpida e imbecil possa ser a ideia que comporá o argumento do segundo capítulo porque no fim das contas extrapolar e superar os eventos do longa anterior é a motivação-chave. Um segundo filme pode ser melhor que o primeiro valendo um único aspecto. Mas existem casos em que a aposta cega de elevar o nível ao mais absurdo (no sentido de fascinar o público e não necessariamente de causar espanto negativo) acaba mostrando-se um tiro saído pela culatra. Mas cada um absorve de seu modo. Preferiria que não houvesse continuidade da desventura de Tree Gelbman que teve um bom encadeamento.

Nessa continuação mal-engendrada estragaram a brincadeira. Resolveram brincar de dimensões paralelas. Se eu já tinha um pé atrás com o resultado disso? Não um, mas os dois! A franquia assume uma pegada relativamente sci-fi apresentando um projeto científico de Ryan, amigo de Carter (o namoradinho sem-graça da Tree), que nada mais é do que um treco disfuncional que desencadeia a confusão da vez. Uma boa decisão do primeiro longa foi manter misteriosa a origem do loop temporal, as explicações que naturalmente o espectador anseia não eram tão relevantes levando em consideração a proposta de entretenimento do filme ao misturar slasher com comédia, ou seja, um negócio pra não se levar nem um pouco a sério. Mas aqui não, as intenções que davam o tom ficam pra trás, são jogadas no lixo pra dar lugar a uma bagunça que não diverte tanto quanto anteriormente - porque há dois tipos de bagunça: a legal e a desastrosa, uma guerra de travesseiros e uma invasão de domicílio que quebra tudo na casa, respectivamente (não são metáforas pros filmes heheh). A princípio se imagina que o longa tocará o barco pra frente concentrando o holofote no tapado do Ryan - que no primeiro filme nem aparentava ter um interesse na ciência e tecnologia, não tinha aquela aura nerd, digamos assim, pareceu algo forçado ao personagem para engatar outra marcha para a direção que o enredo foi concebido a traçar -, o que realmente acontece embora não da forma que suspeitava. Seu experimento é responsável por jogar Tree novamente num ciclo de infinitas repetições, colocando-a mais umas zilhões de vezes no caminho do assassino com máscara de Dollynho bebê.

O que segura o filme (aos trancos e barrancos, por sinal) e consequentemente mantém os olhos na tela é definitivamente a atuação de Jessica Rothe e sua Tree Gelbman ainda mais surtada e engraçada com suas reações à situação a que foi colocada, o mesmo inferno de antes, porém retrazido de um meio diferente e lamentavelmente vítima do didatismo que de longe era peça dispensável na primeira vez (pois era isso que favoreceu a bagaça ser vista com diversão!). A direção de Christopher B. Landon expressa um cansaço de similar proporção ao de Tree diante do retorno das repetições. Pelo visto largaram mesmo o espírito do antecessor de propósito para mera diferenciação. As lições que Tree aprendeu? Anuladas. As boas cenas do seguimento morte-reinício-tentativa-morte? Não há nem metade do teor cômico ou de provocar tensão (o único momento a aproximar-se de uma partícula daquilo está na cena que Ryan é perseguido, e posteriormente morto, pela primeira vez pelo assassino, o resto é lixo). A adição dos parceiros de Ryan é um puro enxuga-gelo, não promove melhorias ou uma mínima diferença que faça valer. Inclusive, o assassino aparentemente perde seu caráter ameaçador, deu a sensação que o deixaram de escanteio pra atribuir foco ostensivo na sobrevivência do quinteto principal numa luta para impedir que o reitor não desligasse o aparelho (não fiz e não faço questão de lembrar o nome do cacareco) pois se fracassassem jamais retornariam à dimensão normal. Como se não bastasse, os repetecos do primeiro filme também cansam. A cena pós-créditos pode suscitar dúvidas e teorias, mas pra mim é óbvio: foi tudo um sonho da Danielle (XD).

Considerações finais:

A Morte Te Dá Parabéns 2 não presta como sequência e muito menos a mescla de gêneros funciona tão bem quanto no seu predecessor. De uma coisa sabemos que ele pode servir: exemplo do risco que é mexer no que deu certo. Parece que a única razão para produzir essa joça é devido ao trocadilho bacana do título original.

PS: Incrível como a Tree expandiu sua mente apenas tendo mais contato com Ryan, virou basicamente um Einstein de saia.

NOTA: 2,0 - RUIM 

Veria de novo? Nunca!

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos.

*Imagem retirada de: https://nerdbreak.com.br/wp-content/uploads/2018/12/a-morte-te-d%C3%A1-parab%C3%A9ns-2-003.jpg

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