Capuz Vermelho #32: "Alfa, Beta e Ômega (Parte 1)"

Aquelas frias mãos trêmulas seguravam uma ampola de plástico sob a luz mortiça gerada pelas duas luminárias posicionadas à esquerda e na direita do ocupante da sala. As mãos ergueram o material para mais perto da luz, como se seu autor quisesse certificar-se de que era real e que não estava preso em um sonho - algo que, em vista das experiências de dois anos atrás, igualava-se à um pesadelo recorrente e infindável. "Não consigo acreditar...", pensou ele, ajeitando os óculos de grau médio. "Eu... eu consegui! Finalmente eu a criei... Finalmente pus em prática a fórmula reversa! Bem aqui, nas minhas próprias mãos!". Dominado por uma inquietação vertiginosa, o Dr. Lenox olhara para trás, vislumbrando a escuridão que ocupava quase todo o laboratório. A porta de entrada estava na parte mais opaca do ambiente, obscurecida de modo tenebroso. Limpando o suor de sua testa, Lenox reanalisou o componente que acabara de criar e armazenar para preservação. Boquiaberto, e...