Crítica - Esquadrão Suicida: Acerto de Contas


Brutal por excelência.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Se nos cinemas a imagem do grupo acabou ficando um tanto manchada com as decisões de roteiro que não agradaram em nada o público, o formato de animação muitas vezes é um porto seguro para amenizar o gosto amargo trazido pelas más lembranças com a experiência cinematográfica. O aliviante é que realmente tende a funcionar na melhor das possibilidades. No ano passado foi lançado este longa exclusivo do esquadrão comandado pela nada simpática Amanda Waller e com ele vem uma formação boa à primeira vista, mesmo que careça de maior entrosamento ao longo do enredo. Porém, tem-se a impressão que apenas três membros carregam o filme nas costas: Pistoleiro, Tigre de Bronze e Arlequina (ele sempre sobrevive, como bem disse Waller, assim como também rouba a cena), o que não significa que o restante não tenha recebido o seu devido tratamento. Sim, Bumerangue, Nevasca e Cobra Venenosa são bastante ativos na ação, mas não comparados aos citados os quais eu pus em ordem de atenção dada pelo roteiro. Ou seja, Pistoleiro ganhou o filme.

É de conhecimento geral que ali ninguém presta (o que esperar de uma equipe composta por vilões audaciosos e implacáveis?). Waller ameaça o tempo inteiro os integrantes do grupo com aquele pequeno controle que aciona a micro-bomba implantada em cada um deles, uma medida radical pertinente para mante-los "na linha" e reduzir as chances de fracasso da missão. Como mencionei acima, o Pistoleiro é a principal peça do time que toma para si os momentos de ação mais empolgantes, fazendo dele praticamente o protagonista do longa, além do mais tendo o drama envolvendo sua relação com a filha que rejeitou todas as cartas que ele mandou e um dos pontos mais incômodos é o filme assumir um desvio no segundo ato para brevemente trabalhar esse núcleo com o vilão atirador aproveitando uma pausa na missão para visita-la. Na verdade, é o Pistoleiro que verdadeiramente leva o filme consigo, afinal o cara conseguiu tapear Waller dando o cartão místico, ao final do clímax, sem saber que ele foi usado com Tigre de Bronze que estava à beira após uma luta com o Flash Reverso (principal figura antagonista que divide com Banshee Prateada, Blockbuster, Professor Porco e Vandal Savage) e teve sua alma elevada ao céu, logo Waller foi belamente enganada com aquilo que acreditava salvar sua vida no futuro (ela está sofrendo de um câncer em fase terminal). Detalhe: O cartão só deve ser utilizado uma úncia vez.

A trama sobrenatural gira em torno do tal cartão que dá passe livre para o Céu e escapar do fogo ardente do Inferno (em outras palavras, a Waller sabe que não vale nada o ar que respira e quer, a todo custo, consegui-lo para ter um acesso não-problemático ao paraíso, nem um pouco malandra hein) e seu ex-portador é Maxum Steel, cujo alter-ego era o Sr. Destino (um dos meus favoritos desse âmbito místico da DC), mas daí resolvem descartar o sujeito pelas revelações de que perdeu o poder pelo roubo do cartão, então ele não passou de um elemento fornecedor para dar aquela colherinha de chá ao esquadrão. Só não sei o que diabos o Zoom/Reverso queria com ele, sumiram com o personagem sem mais nem menos. Zoom e seu grupo de meta-humanos é só mais um jogador no tabuleiro na busca acirrada pelo bendito cartão. Eu quase protestei mentalmente o fato dele ter se mostrado tão lento na perseguição contra o esquadrão, mas esperei umas boas justificativas pela "nerfada" de um dos maiores vilões do Universo DC. No limiar da sequência final, a explicação para os poderes diminuídos de Zoom é incrível, mas pensando bem ela não acrescenta nada ao fato de ele estar ali metido naquele conflito. O Flashpoint deu como encerrada a sua jornada depois que tomou uma bala na cabeça pelo Batman (Thomas Wayne). Mas não, ele, naquele momento, vibrou seu cérebro lhe dando um tempo extra até que conseguisse uma forma de sobreviver, com o problema dessa vida-bônus se esvair a cada vez que usa sua velocidade. Dúvida sanada, mas pouco necessária. Portanto, isso coloca Zoom como uma espécie de presença "obrigatória" para movimentar mais o enredo, o que por um lado até funcionou, mas por outro, e mais gritante, não demonstrou muita razão.

De todos os aspectos, o que mais sobressaiu certamente foi a brutalidade da ação. Temos aqui um filme que sabe desenvolver um gore sem ser apelativo ou forçado, o sangue jorra e espirra com muita naturalidade, provando a convincente aura violenta que o filme emana O bem conduzido clímax é na base do "ladrão que rouba ladrão", o cartão passando de mão em mão, deixando o rumo do confronto mais imprevisível, algumas perdas no meio desse caminho (de ambos lados, aliás), mas o ganhador dos 10 anos de perdão foi ninguém menos que Pistoleiro, o dono dessa obra sangrenta.

Considerações finais:

Esquadrão Suicida: Acerto de Contas é definitivamente uma animação que respeita o espírito do grupo sem nenhum pudor na exibição de violência crua. O conjunto narrativo pode parecer meio inchado e até sem muita relevância internamente (afinal, a missão em si é para beneficiar unicamente Waller, nada de impor um sentido de redenção aos vilões), mas não existem dúvidas de que as decisões criativas para conduzir a história fazem toda a diferença.

PS: Em matéria de alívio cômico, Arlequina dá de 10 a 0 no Flash (aliás, no do pós-Flashpoint).

NOTA: 8,5 - BOM 

Veria de novo? Sim.

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://cromossomonerd.com.br/esquadrao-suicida-hell-to-pay-liberados-os-primeiros-detalhes-e-imagem-do-novo-filme-animado/

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