Crítica - X-Men: Primeira Classe


De volta a um passado meio distante.

AVISO: A crítica abaixo contém uns SPOILERS.

O desempenho aquém do desejado de X-Men Origins: Wolverine nas telonas impulsionou a fusão da vida pregressa de Erik Lehnsherr (vulgo Magneto) - que a princípio seria levada a um descartável filme solo - e uma trama de origem focada no início da amizade dos dois grandes expoentes da guerra ideológica mutante e no que levou à formação primordial dos X-Men em plena Guerra Fria sendo ambientada no início dos 60's. Um pano de fundo histórico e político remetendo à crise dos mísseis nucleares em Cuba que gerou encaixe firme na estruturação do plot, mantendo a ideia de aprofundar um pouco mais a conturbada relação entre humanos e mutantes levando aos temas sociais que a obra carrega consigo como marcas arraigadas na sua essência, não se limitando apenas a focar no seguimento da origem em si do grupo mas também em composições extras. O longa traz uma sensação incrivelmente dúbia sobre ser prelúdio e ao mesmo tempo um reboot.

Xavier e Erik são duas principais peças desse tabuleiro que o roteiro sabe utilizar com sabedoria em atribuir-lhes características tanto concordantes quanto antagônicas nesse processo de crescimento repleto de percalços e avanços. É um filme de aventura primária que oferece ao espectador a visão para que seja encarado como tal. Cada mutante recrutado vai agregando ao enredo de diferentes formas, até mesmo a virada de casaca da mutante Angel (a das asinhas de fada) para o Clube do Inferno liderado por Sebastian Shaw, o homem que atazanou a infância do pequeno Erik - já externando sua impulsividade com os poderes - no campo de concentração nazista na época em que sua mãe foi levada em 1944 na Polônia (é um flashback reciclado de X-Men: O Filme, certo?). É bem agradável sentir a linearidade do enredo quando as coisas funcionam. Porém, sempre há as frutinhas podres da cesta. Que ideia de jerico em colocar a Mística como X-Men!

Mas a inserção de Raven na vida de Xavier acabou saindo como preparação de um relacionamento confuso que iria cedo ou tarde desembocar numa previsível mudança de posicionamento em prol do seu rival. No mais, soou forçada essa amizade repentina surgida enquanto crianças. Ao menos, a cena dela se vinculando mais à Erik rendeu um ótimo meme. Outra compensação é a forma que decidiram construir o gatilho para a invalidez de Charles com uma bala disparada por Moira contra um já antagonizado Erik que repele o projétil acidentalmente direto na coluna vertebral do amigo. Boa sequência, faz sentido e dá de 10 a 0 em bala de adamantium que apaga memórias. Não me recordo muito bem como se dá nos quadrinhos, mas não ficaram devendo em certas escolhas narrativas para momentos cruciais que beneficiassem as tensões fomentadas pelo enredo com todo o clima de guerra pairando no ar dando um caráter meio que semi-apocalíptico à problemática inteira (também pudera, um lunático com um capacete de metal tem poder suficiente para iniciar a Terceira Guerra Mundial). Das caras então novas, destacam-se Destrutor, Banshee e o nascimento do Fera com visual no capricho.

Considerações finais:

X-Men: Primeira Classe é o limiar certo para a gênese da equipe, mas por outro lado frustrante por chegar atrasado. O híbrido de prelúdio e reinício perfeito se não existissem O Confronto Final e o longa do Wolverine.

PS1: Magneto é o bichão mesmo hein. Matou a sangue frio o cara que assassinou sua mãe na oportunidade mais inescapável de todas. Perderíamos uma fatia da sua personalidade forjada se ele ouvisse os clamores de Xavier.

PS2: Sebastian Shaw, o mesmo cara que ironicamente partilhava dos mesmos ideais de soberania mutante que Magneto trava várias lutas para defender e sedimentar. Conclusão: Erik, sem perceber, transformou-se no seu pior inimigo.

PS3: A Emma Frost tá impecável no figurino. Aliás, numa totalidade. A atuação podia ser melhor, mas dou-me por satisfeito.

PS4: É verdade que o Noturno é um cruzamento de Mística com Azazel? Não sei na cinessérie. Nas HQs? Raven, no meu ver, aparenta ter bem menos idade que o diabão (caso ela fosse a mais nova, a adolescente pré-maioridade do grupo e jogada num contexto diferente ao conhecer Xavier, iria pensar num lance errado o_o).

PS5: A cena final nos permite sonhar alto. Só faltou uns tons arroxeados no uniforme e no capacete de Magneto (assumindo sua identidade mutante à frente da sua turma de criminosos).

PS6: O ruim dos demais X-Men é que perdem utilidade rápido demais na batalha da costa cubana. Fora isso, eles dão um show nas suas demonstrações.

NOTA: 8,5 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://legiaodosherois.uol.com.br/2017/x-men-fenix-negra-personagens-de-x-men-primeira-classe-devem-aparecer-no-filme.html

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