A polêmica da Bienal do Rio

Hulkling e Wiccano

Acho que não preciso tecer uma introdução pormenorizada de toda essa confusão que aconteceu no dia 05 de Setembro durante a Bienal do Livro no RJ (que encerrou-se no dia 08). Mas vou ser bonzinho para os menos informados (quase eremitas das cavernas heheh) resumindo do início, que já foi controverso, até a proporção a que chegou esse caso. O prefeito Marcelo Crivella desaprovou o conteúdo de uma HQ dos Vingadores chamada "Cruzada das Crianças" pela mesma conter uma página ilustrando um beijo gay entre dois rapazes (conforme visto na imagem) e a decisão de recolhimento do material inflamou um rebuliço na internet gerando uma chuva de críticas, tendo gente protestando contra censura, acusando de homofobia e papapá, pipipi e popopó. No mais tardar, ocorreu a intercedência "salvadora" de "ninguém menos" que um dos maiores youtubers do país, ele mesmo, estou falando do adolescente de 30 anos que tingiu o cabelo diversas vezes como parte do seu show em cores bem "diferentinhas"... Felipe Neto. Ele que deu uma "resposta à censura" disponibilizando livros com temática LGBT para o evento tirando aquele proveito da sua influência, também foi duramente criticado nas redes sociais, levantando hashtags no Twitter, a principal delas #PaiscontraFelipeNeto e além disso houve uma contra-tag, a #PaiscomFelipeNeto, de fato defendida e nutrida por gente imbecilizada que não se toca da nocividade que essa ação do Felipe Neto traz consigo. O cara tem uma legião de fãs do seu canal, em sua maioria crianças, um detalhe a considerar.

Só para deixar extremamente claro que não vou bater num único lado. A atitude do Crivella é repreensível? Sim, bastante, pois o Estado é uma instituição que não pode violar o inviolável que seria o direto de livre expressão e liberdade de consumo para os cidadãos. Porém, faço uma observação que me coloca em divergência com quem repudiou com mais veemência: Os pais devem ser responsáveis pelo que seus filhos consomem, bem como os estímulos que dão com relação à entretenimento. Em outras palavras, as únicas autoridades a restringirem acesso a conteúdos inapropriados a menores de idade são eminentemente o pai e a mãe. A interferência do Estado desrespeita esse direito. Cabem somente aos pais saberem o que os filhos podem ler ou deixar de ler, o que não deixa de ser errado uma mãe, por exemplo, comprar uma revista voltada para o público adulto mesmo sabendo a que ponto ele é influenciável e muitas crianças são suscetíveis, umas mais que outras, a se convencerem facilmente de que devem encarar certas coisas impróprias para suas idades com normalidade. Geralmente as histórias da Marvel focam no público infanto-juvenil e principalmente no adolescente, mas existem obras destinadas à faixas etárias superiores que muitas vezes podem ser confundidas com histórias para crianças. Não quero expressar nenhum moralismo fajuto aqui, o intuito é enxergar o problema num todo e explana-lo com base na realidade. Vi gente criticando o Crivella, achando entender o conservadorismo e compreendendo a proibição à conteúdos que incluem homossexualismo, mas afirmando que isso não deveria tirar o direito que outras pessoas tem de acessar tal conteúdo assim como permitirem que os filhos delas tenham acesso. Eu vejo um equívoco nesse argumento porque os pais tem autonomia e obrigação de saberem o quão influenciáveis seus filhos são para determinarem limites com fundamento na idade e classificação etária.

Será que há um lado bom nessa remoção das HQs? Uma vez fora de circulação o público passível de assimilar bem o tal beijo gay sairá perdendo, enquanto, por outro lado, crianças muito abertas à influências questionáveis (como o próprio canal do Felipe Neto, por exemplo) estarão livres de absorverem o conteúdo e falo de crianças com pais que não impõem limites (pais que deixam seus filhos verem cenas despudoradas da novela das nove), mas no fim das contas todo mundo reclama, um lado com razão e outro nem com tanta assim. Cada pai é responsável pela forma que educa seu filho, porém, como já falei, não anula o erro que é fazer um filho menor de idade enxergar dois personagens do mesmo sexo se beijando sem saber do grau de influência que isso pode ter sobre ele, pois existe idade adequada para conhecimentos relacionados à certas áreas (idade pra saber como se faz um bebê, idade pra saber a função da camisinha, idade pra conhecer as particularidades da indústria pornográfica etc), não dá para sair enfiando goela abaixo, por mais que o beijo homossexual seja visto atualmente com naturalidade pelos adultos, o que não significa antecipar essa visão em crianças. A distribuição dos 14 mil livros com temática LGBT promovida pelo Felipe Neto (essa garoto muito ixxxpertinho) apenas piorou as coisas, elevando a proporção dessa polêmica toda, e teve uma galerinha "lacrológica" (ecologia + lacração) preocupada com o descarte das embalagens plásticas dos exemplares (x_x). Incrível como o politicamente correto agrupa pessoas com um pensamento tão seletivo na hora de julgar dois problemas, fechando os olhos para um e arregalando para o outro. Até porque a poluição não vai atingir níveis alarmantes em pouco tempo como a perversão de crianças ludibriadas e precocemente erotizadas.

Na verdade, essa seletividade funciona somente quando um dos problemas não é visto como tal, logo invertem-se as proporções. Falando da minha experiência: Já tive contato prematuro com conteúdo indevido, há exatos 13 anos, mais precisamente em 2006, eu estava de 10 para 11 anos e ganhei revistinhas de piadas pesadonas do meu tio. Não pedi esses presentes, foi me dado de bom grado, talvez por ignorância dele sobre o humor negro e a conotação sexual das piadas contidas e ilustrações. A educação que tive provavelmente evitou que me deixasse levar e absorvesse o conteúdo de maneira influenciada, para repetir os palavrões ou reproduzir as piadas para colegas da escola ou inventar piadas de cunho sexual próprias, mas eu achava graça, embora nunca tive impulsos que levassem a comportamentos que derivassem do que consumi. Ainda assim, replico o alerta que várias pessoas fazem: os pais devem controlar o que seus filhos veem na internet. Esse episódio serviu para dar um holofote ao Felipe Neto que ele não merecia (mais do que ele normalmente tem e que também não merece). Tem coisas bem piores e incrivelmente acessíveis para os pequenos, não querendo, claro, minimizar o caso da HQ. E Felipe Neto satisfaz uma agenda subversiva que põe em risco a inocência de crianças que não precisam ficar expostas à temas adultos, seja da forma que for, só para atender aos interesses de uma cartilha progressista.

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/16313/a-polemica-da-bienal-do-livro-no-rj-exige-que-se-explique-o-obvio-aos-pais-das-criancas

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