Invasor da live


Foi numa noite de sábado em que nós, nerds sem vida social, como de costume, fizemos nossa transmissão ao vivo para comentar o episódio do anime do qual somos muitos fãs. As lives duravam cerca de uma hora e meia, dependendo do teor do episódio, às vezes nos empolgávamos e ultrapassava esse tempo sem sentir culpa. Mas naquele sábado, excepcionalmente, chegamos à incríveis duas horas e meia de vídeo e eu sugeri que parássemos imediatamente ali para não cansar o público. O Kevin disse que iria beber água ou ir ao banheiro, logo quando decido fechar a live ele inventa de ficar enrolando. Éramos três, mas de vez em quando a gente trazia convidados especiais.

O Kevin demorou cinco minutos. O Bryan cortou sua conexão, não suportando mais esperar, ficando apenas eu e minha paciência de ferro. Mas eis que apareceu um cara desconhecido na live, no quarto do Kevin, ele usava um capuz preto que mal deixava ver o rosto dele. Perguntei se o Kevin havia trocado de roupa, mas cocei meus olhos, pesados de sono, e visualizei melhor: não era o Kevin, o porte físico era um pouco diferente. O encapuzado ficou parado em silêncio para a câmera, mas depois tomou uma ação que quase fez meu jantar voltar. O desgraçado pôs a cabeça decepada do Kevin na mesa! Kevin morreu de olhos fechados e estava pálido com uns ferimentos no rosto. Acha que fiquei em estado de choque, de boca aberta, perdidão e arrepiado até o último pelo? Sim, claro, só que me encorajei para contactar a polícia e falei: "Alô, é uma emergência! Quero denunciar um assassinato! Mataram meu amigo! Teve a cabeça arrancada! É sério, não é tro--".

De tão transtornado, joguei o celular na parede. A polícia geralmente não levava a sério denúncias no tom que falei e os detalhes que dei, mas vai saber se não era um estagiário babaca. Corri para a casa do Kevin o mais rápido que pude usando o carro do meu pai (sem o conhecimento dele, não tive tempo para pedir autorização). Quando cheguei lá vi todas as luzes acesas, o que não significava tudo estar bem. A porta não estava trancada, OK. A casa não tinha nenhum móvel revirado, OK. Fui ao quarto do Kevin... e travei olhando aquela cabeça sobre a mesa do computador dele. Eu chorava, arrependido de não ter encerrado a live antes para dar chance dele ao menos saber que um bandido invadia sua casa. Chorei feito uma criança, ajoelhado e me sentindo culpado. Depois senti uma mão tocar no meu ombro, o que imaginei ser duas coisas: o assassino ou o fantasma do Kevin. Agarrei aquela mão com força e me virei. Era o maldito invasor de propriedade bem na minha frente com a faca em punho pronta para fatiar meu pescoço. Eu supliquei por misericórdia desesperado como nunca na minha vida.

Mas em vez de me esfaquear, o cara tirou o capuz. Eu não entendi nada assim que vi, mas pensei com mais profundidade sobre aquele mistério que se resolveu sozinho. Fui o tremendo de um burro. Eu deveria ter notado a falta de rastros de sangue pela casa e principalmente na faca! Comecei a rir, mas lá no fundo queria fazer outra coisa...

Tudo que eu queria naquela hora era esganar aquele f*dido do Kevin pela cabeça falsa que ele produziu para montar aquela pegadinha escrota! Ainda bem que o Bryan saiu primeiro da live, ele com certeza não teria rido igual um idiota.

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N.A: E esta foi mais uma trollpasta! MUHAHAHAHAHAHAHAHA!

*A imagem acima é propriedade de sue respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://varelanoticias.com.br/guarda-municipal-e-morto-a-tiros-apos-homem-encapuzado-invadir-casa-em-barra-da-estiva/

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