Crítica - Doom: Aniquilação


Aniquilando todas as chances de vermos um filme visceral dessa franquia num futuro próximo.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS.

Há cerca de 14 anos chegava aos cinemas a primeira tentativa da Universal Pictures de emplacar sua adaptação cinematográfica da série de vídeo-games Doom, mas a baixa receptividade favorável e o fracasso retumbante nas bilheterias pesaram na decisão de manter planos adicionais (leia-se: sequência) bem engavetadinhos. Em 2019, vem a nova produção com algo correspondente ao seu antecessor: o baixo orçamento (esse vilão - e por vezes até herói por acaso - que afeta tantas obras). Porém, com uma diferença: lançamento direto para o mercado de vídeo doméstico, mostrando que o estúdio apostava todas as suas fichas no potencial da franquia (hehehe). A trama é um reboot do longa de 2005, mas é inegável e natural que o espectador tenha constantes déja vús ao longo dos desdobramentos fatídicos numa base instalada na lua Phobos (do planeta Marte) onde fuzileiros navais são convocados para uma missão de investigação e restauração. Mesmo ponto de partida, diferentes personagens para movimentar o conjunto. É diferente do Doom 1, só que num nível piorado.

Se no filme de 2005 tínhamos uma ação envolvente e de causar aquela tensão básica, neste daqui a coisa felizmente se mantém num ponto qualitativo bom, diria que até melhorzinho, principalmente pela duração das cenas de tiroteio e perseguições aos zumbis de crachá (os cientistas metamorfoseados) que parecem brotar de cada parede do local. Na brutalidade fica um tanto aquém, tendo algumas passagens boas para fazer "cara de nojinho" e outras para bocejar de tédio. Os soldados que participam arriscando suas vidas sem nem saber direito com o que estão lidando tiraram uma soneca criogênica, um mais desinteressante que o outro - mais um ponto dissonante ao primeiro filme em que ao menos se salvavam alguns de forma a me importar com suas vidas. Winslow (Clayton Adams) desempenha o papel trivial de personagem chato que torcemos pra virar picadinho de monstro logo, especialmente pela sua picuinha com a líder do esquadrão Joan Dark (é uma referência à Joanna D'Arc? @_@), interpretada pela insípida Amy Manson, que cometeu uma mancada feia no passado que gera distanciamento e desconfiança entre os demais contra ela e tem um background dramático nada bem explorado.

Em contrapartida, Joan Dark mostra uma posição firme na liderança da equipe, o que se acentua no clímax quando as intenções malignas do Dr. Malcolm Bertruger (Dominic Mafham), cientista da UAC (United Aaerospace Corporation) que testou um dos teleportadorres chamados de "Gates" (não é mais aquela gosma flutuante, trocaram por um "tubo de lava" bem menos convidativo), foram enfim reveladas, a tornando um elemento destacante na sua luta contra os monstros (não fica claro se são bestas demoníacas do Inferno ou alienígenas de uma dimensão alternativa ou tudo a mesma bagaça) que soltam esferas de fogo pelas mãos que se estende para o conhecimento do mundo particular deles onde residem mais espécies comandadas por um soberano demoníaco que quer aniquilar a humanidade. Os designs das criaturas estão no limite do razoável em vista do orçamento modesto, o que também vale para as ambientações e figurinos do elenco principal. Quanto ao desfecho, não existe mistério (nenhuma dúvida do que acontece após aquele rosnado enquanto a tela escurece) e o significado do título é sugestionado como a vitória dos monstros que certamente escaparam pelo portal que Joan sobre o qual tentou explicar e implorar para que fechassem logo que chegou a base de Nevada (ainda perguntando se é na Terra x_x).

Considerações finais:

Praticamente um pastiche do filme de 2005, Doom: Aniquilação nada mais é que uma tentativa ineficaz e preguiçosa de aparentemente nebular as memórias ruins do público com relação ao anterior, mas no meu caso rolou o efeito oposto: acabei gostando um pouco mais da aventura "pé no chão" do que da empreitada em tentar se mostrar fiel aos aspectos visuais da franquia neste malfadado reboot que já começou errado considerando a mídia a que foi destinado e o apelo popular de Doom.

PS1: Moleza perceber a sacanagem do Dr. Bertruger assim que ele minimiza toda a situação, classificando como um "revés", além da insistência em se opor ao plano de picar a mula dali.

PS2: Não sou sádico, mas a cena do Bennet catado por um monstro me fez reprimir um riso involuntário de tão súbito e fácil...

NOTA: 5,0 - RUIM

Veria de novo? Não. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://cinepop.com.br/doom-aniquilacao-ganha-arte-e-data-de-estreia-confira-o-trailer-legendado-216947

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