Nem tudo é o que parece #1


Minha mãe costumava contar histórias pra mim antes de eu ir dormir quando eu tinha uns 12 anos. Aquela voz suave era um doce acalento para os meus ouvidos. Mas em um certo dia, o gênero da história havia mudado. Era estranho, pois ela detestava terror, mas não fiquei tão assustada. No dia em questão - meu pai não havia chegado do trabalho ainda -, estava completamente enfurnada debaixo das cobertas, logo apenas ouvia a voz de minha mãe, que, por sinal, estava um pouco diferente do habitual. Estava meio rouca, grave, sei lá, mas pensei ter sido uma brincadeira dela pra aumentar o suspense enquanto ela contava.

Logo quando ela terminou, ouvi um forte bater da porta do meu quarto. Me levantei rápido e vi a porta entreaberta. Estranhei, claro. Verifiquei a tranca, estava normal. Desci as escadas e me surpreendi ao encontrar minha mãe entrando em casa naquele momento.

- Mãe, onde você tava?

- Filha, o que tá fazendo essa hora acordada!? Eu estava na casa da sua tia.

Se minha mãe não estava em casa... então quem estava no meu quarto? 
                                 
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Em plena manhã de sábado, estava voltando pra casa depois de um longo dia na faculdade. Eu iria parar pra ler umas revistas na banca, quando fui surpreendida por um... aspirante à mímico. Ele se vestia como um daqueles mímicos de rua: camisa com listras preto e branco, chapéu e calça preta. Mas havia algo que o diferenciava dos mímicos comuns. Ele usava uma máscara branca, com olhos inteiramente negros e um sorriso.

Fingi surpresa ao ver suas habilidades, pra ser sincera aquilo me dava medo. Mas senti que ele estava atraído por mim... tanto é que ele me amarrou com uma "corda invisível", e comecei a rir, claro.

Não me achava tão bonita, mas... estaria aquele mímico apaixonado por mim?

No fim do seu espetáculo, ele me entregou uma rosa vermelha e sorri de volta. À noite, descansei um pouco na cama, quando acordei assustada e... estava amarrada em uma corda. Pensei em um pesadelo, mas não. Senti meu rosto inerte. Levantei da cama com muita luta, fui me olhar no espelho e... eu estava com uma máscara! A mesma que o tal mímico usava.

No quarto haviam velas vermelhas e ouvi um distante barulho de uma faca sendo amolada.

Havia um bilhete perto do espelho que dizia: "Temos a mesma face... agora teremos a mesma vida. Ass: seu amigo O Mímico." 

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Certo dia, quando eu era criança, meu pai e eu fomos a um circo próximo de nossa casa. Ansioso, queria ir logo ver o espetáculo, mas parecia não haver ninguém no picadeiro. Na realidade haviam poucas pessoas, o que era estranho em um fim de semana. Compramos pipoca, vimos um pequeno número de um palhaço mirim... até que um outro palhaço chamou minha atenção. Na verdade, mais a atenção do meu pai.

Ele chamou meu pai sorrindo intensamente, e ele, ingênuo, atendeu ao pedido. O tal palhaço conduziu meu pai até o picadeiro, e fui seguindo-os sorrateiramente. Olhei por uma pequena brecha de uma porta e vi meu pai sendo vendado. Entrei pela porta silenciosamente.

Vi coisas terríveis naquele picadeiro. Fiquei escondido por trás de uma cortina vendo aqueles seres bizarros e macabros. Dentre eles estava um coelho deformado e enorme, sem os olhos e agindo de forma selvagem. Tinha outro que parecia uma espécie de centopeia humana, sei lá, aquilo tudo era terrivelmente insano.

O palhaço falou para aqueles "animais" mantendo meu pai vendado: "Ei pessoal! Vejam nosso mais novo membro!" 

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Meu gato tinha andado estranho ultimamente. Quando haviam visitas ele se comportava constantemente como um tigre pronto para devorar sua presa, chegando a ferir as pessoas de forma abrupta. Levei-o ao veterinário - que também foi ferido -, e ele não sabia explicações para aqueles acessos de fúria. Ele me recomendou injeções diárias com tranquilizantes, mas não surtiu nenhum efeito.

Fiquei desesperado, aquele gato preto foi o melhor companheiro que já tive. Coleciono incontáveis arranhões em meu corpo, até levei pontos. Ele me encarava assim que eu chegava perto dele.

Isto durou cerca de duas semanas, quando em uma brincadeira com os amigos para causar um chamariz para espíritos, eu desenhei um pentagrama no banheiro, acendi velas e apaguei as luzes.
Ficamos dizendo palavras tiradas de um livro que encontramos na biblioteca da escola. Após o processo, levei um susto quando deparei-me com meu gato no centro do pentagrama.

Um dos meus amigos encontrou um bilhete e me pediu pra ler. Nele estava escrito: "Obrigado por ter me libertado. Estava cansado de ficar dentro desse gato." 



FIM... por enquanto! 

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