Crítica - Constantine: Cidade de Demônios


Os demônios internos e externos do mago.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Assim como Combatentes da Liberdade, a produção é uma série de 5 episódios unificados, somado à mais cenas inéditas, para compor um filme de 90 minutos. Felizmente, não há qualquer relação cronológica com o Arrowverse e não teria porque, afinal de contas a proposta do longa volta-se para uma aproximação com o teor de brutalidade dos quadrinhos de Hellblazer (e só para avisar: o que li de Constantine nas HQs foram apenas edições dos Novos 52 da Liga da Justiça Sombria e a terceira fase de Injustice: Deuses Entre Nós, portanto o meu conhecimento é um tanto limitado com relação ao microcosmo do personagem em si), apesar de eu crer que no material-fonte o bicho pega com muito mais sanguinolência e capirotagem, e exatamente nisso que o filme demonstra o maior acerto trazendo violência implacável contribuindo para a atmosfera.

Na trama, John e seu amigo Chas lutam contra o tempo para salvar a alma da garota Trish (filha de Chas) que foi submetida a um coma sobrenatural, mas para isso terão de percorrer caminhos obscuros, logicamente, sobretudo negociando com um dos inimigos. É uma sequência da animação de Liga da Justiça Sombria embora esteja incluída no catálogo do CW Seed, serviço de streaming da CW, e consta o nome de Matt Ryan, o intérprete do mago ocultista na finada (T_T) série live-action (e que foi introduzido no universo compartilhado a partir da quarta temporada de Arrow), como ator de voz do personagem. Um plot bem menor numa análise fria, mas com dotes de seguimento no sentido de apresentar as variadas peças desse mundo paranormal, basicamente numa tour por esse inferno terrestre habitado pelos mais diversos monstros abomináveis com os quais Constantine está acostumado a lidar e peitar. É de uma riqueza visual muito abrangente e inspiradora.

Na qualidade de animação em geral, o resultado sai relativamente melhorado em comparação com o visto no longa da equipe sobrenatural que contou com a participação do Batman (aqui está a review). Pelo menos expressa nos designs a aparência que denota um longa-metragem animado, sobressaindo também na paleta de cores. O filme não poupa espirros de sangue e o tom gore é parte dessa construção digna para uma história envolvendo um Constantine mergulhado na culpa e no desespero para consertar erros de modo a impedir que vidas inocentes sejam ceifadas. Mas sua pior maldição persiste firmemente. Ele carrega esse fardo imutável para todos os lugares que passa. Alguém que cruza seu caminho estará fadado a sofrer um destino perverso nas mãos das forças demoníacas que atazanam sua vida. De uma forma ou de outra, nada acaba bem para quem forja aliança com o mago. Os demônios estão bestialmente fantásticos no desenho, principalmente Nergal, o grande vilão da parada que foi responsável por um massacre visceral num show de rock onde Constantine e Chas estavam e perpetrou uma tragédia na vida do mago. Eu até gostaria que os dilemas morais de Constantine e o prosseguimento da trama caminhassem balanceados pela existência de um terror psicológico devido à tragédia pessoal.

O desfecho da batalha para salvar a alma de Trish só provou aquilo que é inalterável, praticamente uma ordem natural no que concerne o misticismo de magia negra: Tudo leva a um preço. As memórias de Trish e sua mãe acerca de Chas foram perdidas com o feitiço de Constantine. Nesse ápice do conflito, a necessidade de conveniência falou mais alto e o mago agarrou um golpe de sorte para obliterar Nergal já que o demônio anteriormente fingiu se intimidar com a chantagem de Constantine que ameaçou liberar um exército de demônios em Los Angeles, o que tocava na ferida de Nergal e sua mania de grandeza que o motivava a eliminar toda e qualquer concorrência. Pode não ter sido tão convincente da parte de Constantine para resolução do caso, mas serviu para ressaltar esse fardo terrível que persegue a vida do mago.

As presenças femininas de Enfermeira do Pesadelo e da Rainha dos Anjos (safadinha heheheh) complementam a experiência agradável e tendo seus respectivos papéis valorizados, cada um precisamente de acordo com os desenrolares principais (uma ressalva pela Rainha dos Anjos e seu acordo com Nergal que não teve grande peso para o plot inteiro).

Considerações finais:

No mais, Constantine: Cidade de Demônios soube proporcionar o impacto medido para deixar o espectador interessado, além de ser uma história que explora bem as características cruciais em prol dos detalhes sinistros que fazem a trama adotar seus ares de produção madura e, é claro, também à Constantine e suas constantes lutas internas e externas que reafirmam o seu karma doloroso. Se nem o próprio Constantine gosta de estar na sua própria pele, quem mais gostaria?

PS1: Até eu fiquei com nojo daquela piscina de cadáveres do Beroul. Que monstro imundo!

PS2: Na verdade, era o Nergal que usava uma carcaça de demônio para tapear o Constantine. Ou ele matou Beroul e usou a carcaça como disfarce (fiquei ajustando o áudio nessa hora e não captei direito).

PS3: O deus asteca da morte que dá preguiça de escrever (e pronunciar) o nome foi humilhado vergonhosamente por aqueles demônios. No fim das contas, mereceu somar ao pacote para se ferrar também.

PS4: O enredo, por outro lado, tem um tom meio episódico, não podia exigir mais de um plot com uma trajetória sem brechas pra tantas reviravoltas, mas enfim... uma hora e meia bem gasta.

PS5: Reservaram pitadas de humor negro do Constantine pro final na intenção de quebrar o drama. Tava demorando.

NOTA: 8,5 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: http://ovicio.com.br/constantine-cidade-de-demonios-serie-animada-estreou-hoje-nos-eua/

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