Crítica - Tomb Raider: A Origem


Uma decente Sessão da Tarde.

AVISO: A crítica abaixo contém SPOILERS. 

Esta review é completamente apoiada na opinião de um não-gamer. Em outras palavras, o meu conhecimento acerca do universo de Lara Croft se resume basicamente ao primeiro longa da antiga duologia estrelado pela Angelina Jolie (sim, eu ainda não vi "A Origem da Vida") e que já faz um tempinho que conferi, mas nada de fazer comparações (talvez só uma haha) entre ambos os filmes, foquemos apenas e somente neste reboot que veio na proposta de ser algo melhor fidedigno a aspectos dos jogos (até onde eu sei, essa informação procede). Como o próprio subtítulo sugere, o longa não ambiciona um início que seja precocemente "épico", respeitando o teor de homenagem às origens do material-fonte.

Particularmente nada tenho contra a prólogos que iniciam com narração em off com a única intenção de introduzir a base do conflito que vai se desenrolar, mas não precisava ser tão didático. A voz que se inicia é a do pai desaparecido de Lara, Richard Croft, apresentando a trama que envolve a tumba de uma rainha chinesa sobrenatural localizada numa ilha e traz todo um tom apocalíptico que no final das contas é refreado definitivamente. Alicia Vikander é a nova Lara que vive em Londres participando de umas corridas de bicicletas e luta livre, enfim a personagem é bem apresentada sob esse cenário. A Lara que aqui é retratada, diferentemente da versão de Jolie, é uma heroína em curso, plenamente em treinamento para transformar-se na aventureira versão feminina de Indiana Jones.

Por falar no personagem eternizado por Harrison Ford, o filme, em várias passagens, tem esse quê de aventura no estilo da franquia dos anos 80 ainda que eu tenha visto cenas avulsas de alguns filmes, mesmo assim é possível captar esse espírito o bastante para numa ocasião comparar com alguma outra produção que faça recordar esse tom aventuresco onde correr perigo para evitar uma tragédia maior é sempre o mote que permeia. Se achar estranho Lara tomar um belo sarrafo de alguns dos capangas do vilão (o ardiloso Mathias Vogel), é bom tomar ciência do subtítulo do filme por mais clichê que ela seja, pois ele denota que essa é a incursão da personagem numa aventura arriscada movida por um objetivo meramente pessoal. Lara não quer herdar os bens do pai e descobre informações guardadas por ele sobre a misteriosa ilha e instruída a destruir o material para que não caísse em mãos erradas. Sim, a personagem foi imprudente em não obedecer, mas às vezes as estupidezes dos personagens não necessariamente podem ser julgadas como erros do roteiro, até porque Richard dá uma bela bronca nela pouco depois da filha descobrir que ainda está vivo, então é válido relavar esse tipo de coisa que por um lado é uma conveniência que evita outras menos gostáveis.

O longa mergulhou de cabeça no segundo ato para a ação e o suspense (ambos equilibrados), deixando para escanteio os enigmas e códigos a decifrar mesmo com a abertura da tumba coagida por Mathias e cia onde pôde-se ter um gostinho meio agridoce das resoluções usando a lógica em meio à tensão das armadilhas da caverna. E nesse estica e puxa, a ação "lugar-comum", embora coreografada com maestria, teve a vitória. Os elementos sobrenaturais não tiveram tanto espaço, facilitando uma perspectiva direcionada ao longa sobre ser um filme mundano apenas na forma como ação se mostra.

Considerações finais:

No frigir dos ovos, Tomb Raider: A Origem não entrega nada mais e nada menos do que uma boa Sessão da Tarde em clima de pura aventura que preza pela garra de sobrevivência da sua protagonista e lhe atribuindo um foco bem balanceando com os demais personagens (em destaque Lu Ren, filho do companheiro de Richard que também desapareceu na ilha e auxilia Lara na difícil viagem), dando margem para cenas de ação conduzidas na base da tensão, além de desenvolver um enredo que reconhece suas limitações enquanto filme primário e como tal não fica devendo nos principais pontos.

PS1: Mathias até demorou para tomar a surra que merece, cair no abismo foi pouco.

PS2: A tal organização Trindade que quer obter domínio do sobrenatural, ao que indica uma das cenas finais, pode ser o fio-condutor de uma possível sequência, ainda mais tendo a mommy's de Lara como provável vilã (pior que a personagem comete outra burrada, mas dessa vez condenável, que foi passar a assinatura dos bens à mãe que está ligada à essa treta da Trindade) e a própria aderindo ao uso de armas de fogo já que comprou todas do cara que ela vendeu o "amuleto da sorte".

NOTA: 8,0 - BOM 

Veria de novo? Sim. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://trecobox.com.br/2018/01/11/novo-trailer-tomb-raider-a-origem-em-breve/

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