Crítica - Vingadores: Guerra Infinita


O Universo Cinemático Marvel chega ao seu ápice (ou meio caminho andado).

AVISO: A crítica abaixo contém (poucos) SPOILERS. 

Ainda que eu não tenha ficado totalmente livre das ações daqueles que resolveram não seguir a recomendação dos diretores com a frase "Thanos exige seu silêncio", pude aproveitar como se tudo o que passei a saber antes não fosse significativamente negativo (eu segui meu conselho que explanei na postagem sobre o lado bom dos spoilers) e que constantes dribladas contra as revelações mais impactantes foram em vão no sentido de que na hora H os efeitos ruins de receber um spoiler não tiveram presença. Logo a minha experiência com a terceira grande aventura dos Vingadores acabou sendo tranquila em aspectos positivos com relação ao "esquecimento" dos spoilers. É meio difícil haver um filme que realmente faça do meu texto mental algo completamente vazio. Em outras palavras, poucos filmes são de fato capazes de suprimir o seu impulso opinativo com toda a tensão que ele proporciona, que lhe tira palavras com as decisões tomadas sejam elas muito corajosas ou muito empolgantes. Assim ocorreu à mim com Guerra Infinita, o, até agora, maior filme-evento do MCU e que traz finalmente o apogeu, a fertilidade máxima de um terreno plantado há 10 anos.

Não é que eu ainda esteja muito "eufórico", mas quero ser bem breve nas considerações e via de regra críticas muito positivas ou muito negativas tendem a não enrolarem demais nos parágrafos. É aquela coisa: Se o filme dispensa comentários alongados, o importante é ser objetivo. E por que não começar falando do REAL E ÚNICO protagonista desse filme? Sim, ele mesmo, o titã louco que tem essa cara de tiozão legal, mas é um tremendo de um psicopata genocida a nível cósmico/intergaláctico que está pouco se lixando para o universo (tipo o Stalin que parece ser gente fina pelo rosto, mas olha nos livros de história e conhece o monstro de ideais deturpados). Thanos é uma figura perturbada em busca de reconhecimento valoroso, mas desde que isso venha acompanhado das suas nada pacíficas convicções. Um homem alienígena egomaníaco com um extremo complexo de deus e que dificilmente está aberto a ser convencido com palavras. Eu confesso não ter entendido bem a razão dele sempre deixar metade de uma civilização ou grupo sobreviver, se tem a ver com reduzir populações ou não, mas sua participação é tamanha de modo que a busca pelas joias do infinito se torna muito mais o objetivo-pilar do filme do que exatamente a árdua luta dos heróis para impedi-lo.

Thanos soa mais protagonista do que todos os Vingadores unidos. Nem mesmo Tony Stark, sempre à frente dos maiores destaques não importando quais cenas esteja inserido, detém o vilão nesse ponto. Quanto a atribuir destaques satisfatórios, o filme inicialmente se acelera um pouco, começando na nave onde Thor escapou com Loki, Banner, Heimdall, Valquíria, Korg e o resto do pessoal de Asgard (e ainda tendo um rápido confronto mano-a-mano entre Hulk e Thanos que não foi grandes coisas com a vitória do titã sobre o gigante esmeralda) até ir prosseguindo, a notícia vai correndo de herói a herói, de Banner à Stephen Strange, de Strange à Stark, em seguida o Aranha se envolve, num ritmo que freia perto do segundo ato e se direciona com segurança, não que tudo seja atropelado, apenas que houve uma pressa no primeiro ato onde é importante ficar de olhos atentos e não se perder, ainda mais para quem está acostumado a filmes de enredo vagaroso. A ausência de alguma cena "barriga" é de se comemorar, pois tudo mesmo segue incisivamente no conflito e um dos grandes acertos do primeiro Vingadores tem o triplo da ótima execução que é o aproveitamento de cada personagem principal em cena, não sobrando nenhum que deixe a desejar sobre o tempo de tela. Mas obviamente que em um filme de duas horas e meia (merecendo ter três e meia!) é complicado encaixar tempo para desenvolver perfeitamente todos os personagens (excluindo as participações especiais, como Pepper Potts, General Ross e Colecionador) sem que fique um no escanteio total. Bem, nesse caso posso citar uma boa exceção à regra: Bruce Banner/Hulk (comento melhor nos PS).

No campo técnico, os efeitos continuam primorosos (com forte destaque à forte cena da desintegração pós-estalar de dedos) e coreografia de ação salta aos olhos com muito brilhantismo, digno de um filme contendo uma trama dessa magnitude que finalmente eleva o UCM ao status cósmico de verdade. A batalha final em Titã e em Wakanda são dois palcos de espetáculos honrosos ao que o filme tem a oferecer e se presta a oferecer com bastante serventia.

Esse é o filme, digamos, mais enérgico do estúdio, trazendo uma ousadia que, por mais chocante que possa ser, só faz bem ao conjunto. Se o filme se encarrega de atribuir sorte ao vilão, é ele quem precisa rir por último.

Considerações finais: 

Vingadores: Guerra Infinita dá um completo significado ao que verdadeiramente é uma mega-saga dos quadrinhos sendo transposta ao cinema, uma coisa que perdura em todo o filme. É essa a sensação que tive e o suficiente que esperava. De qualquer forma, é um longa que prioriza a missão do antagonista totalmente em detrimento do esforço dos heróis, mas, acima de tudo, é o limiar de uma nova era no UCM. Aparentemente metade desse caminho foi (muito bem) traçado.

PS1: Viúva Negra precisa recolorir as madeixas de vermelho, pois tem filme solo vindo aí...

PS2: Como o Thanos é incompreendido. O cara só queria viver de boas, na dele, sossegado e contemplando o pôr do sol na sua fazendinha após aniquilar metade do universo.

PS3: A primeira "joia" poderia ser a Super Bonder. Acho que o Thanos deveria ter dado uma passada na Terra antes de pegar a manopla e obter a cola infinita.

PS4: Eu pelo menos que em Vingadores 4 os grupos que ficaram separados (grupo 1: Capitão América, Bucky, Máquina de Combate, Viúva Negra, Hulk, Wanda, Visão, Pantera Negra, Okoye, Thor, Rocket e Groot; grupo 2: Stark, Peter, Star Lord, Draxx, Strange e Mantis) possam contracenar e engrandecer o crossover de heróis num contexto ainda mais grandioso.

PS5: Infelizmente Banner não estava na sua melhor forma nessa ocasião. Diria que ambos, o homem e o monstro. Tem quem argumente que o Hulk não querer sair é porque ele adquiriu consciência e se tocou que não quer mais ser usado como "arma" pelo alter-ego ou por estar com receio da Terra tendo em vista a calorosa recepção que os humanos dão ao Hulk e há quem afirme que eles simplesmente arregou pela força do Thanos no combate na nave. Sinceramente, fico com a terceira hipótese, o que indica um problema no tratamento ao que o personagem representa, afinal o Hulk nunca foge de uma boa pancadaria. A cena antes da chegada de dois membros da Ordem Negra em que Banner tenta despertar o gigante esmeralda é meio vergonhosa, parece que está literalmente cagando.

PS6: Gosto desse tipo de final, que levanta dúvidas, que te deixa sem ter a menor ideia do que vai acontecer depois, tudo bem imprevisível... melhor impossível.

NOTA: 9,5 - ÓTIMO 

Veria de novo? Com certeza. 

*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://gente.ig.com.br/cultura/2018-04-24/spoiler-marvel-os-vingadores.html

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