Desventuras e Bruxarias



*¹ Os eventos da estória a seguir ocorrem simultaneamente aos do conto "Ordens do Ted".

*² Tenha certeza de ter lido "Ordens do Ted" e "A Coleção" antes de ler este conto.


Quão ingênuo fui. Acabei me metendo nesta encrenca completamente cego pela ilusão de uma viagem à negócios da empresa. Ao menos ainda consigo respirar. Aqueles malditos irão pagar caro por isso. Me enganaram e conspiraram pelas minhas costas. Mas como? Como pude cair nessa armadilha tão facilmente? Ninguém da empresa realmente não sabia que eles eram coniventes com os feitos maléficos desse clã? Não é possível. Nenhum outro funcionário mais atento desconfiou deles?

Enfim, chega de perguntas. Preciso sair daqui o mais rápido possível. Ah, se eu pudesse cortar estas cordas... mais que merda! Preciso sair antes que uma delas venha.

Traído pelos próprios colegas de trabalho. Largado em uma floresta assustadora. E agora sequestrado por três mulheres que dizem ser um clã de bruxas. Pretendem me usar como sacrifício para algum deus pagão? Não importa. Tenho mulher e filho para sustentar, não posso morrer aqui.

Essa casa fede pra caramba... parece que foi usada como abatedouro de animais pelo forte cheiro de carne podre. Argh, dá até pra ver resquícios de vísceras em um cantinho da parede. Seja lá o que fizeram aqui, não farão comigo de modo algum.

Espera um minuto aí...

Consigo ver alguém.

Parece ser um homem. Algum tipo de xerife ou coisa do tipo. Está vindo para cá.

Estou salvo!

                                                                     _____//_____

Duas horas depois.

Não pode ser! Aquele homem... não posso acreditar, isso aqui é o inferno, só pode ser o inferno! O tal xerife era só uma criatura dantesca e metamórfica!? Nossa, eu quase morri do coração. Ele entrou na casa sem dizer uma palavra e me desamarrou. Depois me apunhalou pelas costas e apaguei. Agora estou amarrado em uma árvore. Assim que acordei, vi ele mostrar sua verdadeira forma diante de mim. Achei que fosse morrer. Um ser negro e peludo, com um olho só e dentes enormes.

Por sorte escapei da morte, quando ele pareceu ouvir alguém lhe chamando. E agora? O que acontecerá à mim?

Se reparar bem... vejo um pentagrama no chão. Está meio borrado, meio oculto por causa das folhas, mas dá pra ver.

Não posso lançar nenhum grito por causa destas malditas mordaças!

Que horas são?

Onde estão aquelas velhas asquerosas vestidas de preto?

                                                                   _____//_____

Meia hora depois.

Lá vem elas! Meu deus... estão com seus rostos cobertos por máscaras em forma de cone (semelhante os membros do Ku Klux Klan). Todas inteiramente vestindo preto.

Agora uma delas acende um isqueiro e o joga no chão... uma trilha de fogo se forma indo em direção ao pentagrama. O símbolo agora está pegando fogo. Isso é tão... terrível!

Por que me mandaram pra cá? Por que logo eu?

Agora uma delas se aproxima de mim.

- Você tem algo que nos pertence. - diz ela.

Nada disso faz sentido. Estão totalmente enganadas!

- Nós sentimos a energia maligna emanar do seu corpo. Aqueles que roubam algum objeto valioso da coleção de nossa ancestral merecem ser sacrificados. - explica ela.

Eu não roubei nada.

Finalmente decidem tirar a mordaça de mim. Hora de me explicar.

- Por favor, não sou nenhum ladrão. Afinal, não faço a menor ideia do que estão dizendo. Que coleção? Que ancestral?

- Uma coleção de brinquedos. Não se faça de desentendido. Sabemos que você adquiriu um deles... e logo o mais precioso. - diz uma delas.

Agora me vêm à mente o boneco que comprei ao meu filho. Aliás, um urso de pelúcia. Uma senhora me vendeu ele e... se for o que estou pensando... ela pode ser uma delas!

- Olha... comprei um urso pro meu filho. Foi o aniversário dele. Eu não sabia de nada. Se o querem de volta, vou lá buscar e devolvo à vocês. Eu prometo.

- Está bem. Traga-o dentro de 1 mês. Caso contrário, nossos subordinados sequestrarão você e o trará à nós. E aí você será impiedosamente sacrificado. - ameaça ela.

Velha maldita. Some da minha frente.

Encaro ela com bastante fúria, mesmo não podendo ver seu rosto. Se aqueles filhos da p**** tocarem um fio de cabelo de Max e Jane, vão se arrepender de terem nascido.

Estão indo embora... finalmente. Que medonho. Parece que controlam o clima, por isso desaparecem na névoa.

E me deixam aqui, amarrado. Mas está começando a chover. Provavelmente é obra delas.

Ótimo, a árvore está ficando molhada, o que facilita eu me desamarrar.

                                                                   _____//_____

20 minutos depois.

Nossa... nunca corri tanto. Preciso recuperar o fôlego. Espera... um helicóptero!? Não acredito!

Alguém sabia que fui sequestrado e mandou me resgatar. Mas quem? Tudo foi arquitetado com tamanha precisão, sem que ninguém desconfiasse.

É o helicóptero da empresa, sem dúvidas. Está um pouco longe, mas consigo vê-lo.

Agora meu celular toca. Eu deveria ter usado-o antes de ser pego, mas ingenuamente - sem surpresa - acabei achando que não tinha sinal por aqui.

Matt? Por que ele está ligando pra mim? Pensei que ficaríamos sem tempo para nos falar após ele voltar à polícia. Enfim, melhor atender.

- Alô?

- Joe? É você?

Que tom estranho. Matt parece estar triste.

- Sim, sou eu Matt. Cara, passei por maus bocados hoje. De onde está ligando?

- Da sua casa. Não vai acreditar no que vai ouvir. Você vai surtar.

- Da minha casa!? O que houve?

- Sua mulher e filho foram encontrados mortos. A autópsia confirmou ser suicídio. Eu sinto muito Joe.

- Não... Por que? Não faz sentido! Estávamos tão felizes.

- Calma. Sei que está abalado. Eu também sinto o mesmo. Nós encontramos um urso de pelúcia no gramado da casa.

Um urso hein... começo a ligar as coisas.

- Alô? Joe, ainda está aí?

- Sim, Matt. Já estou chegando. Te encontro na delegacia, leve o urso, por favor.

- Tudo bem, como quiser. Meus pêsames.

- Obrigado.

É melhor ser forte. Me preparar para encontrar o verdadeiro culpado. O tal urso obviamente tem total relação com isso. Amaldiçoado? Talvez.

Tenho muito o que descobrir.

Max, Jane... suas mortes não terão sido em vão!


CONTINUA EM:  O Regresso de Ted 

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