Nem tudo é o que parece #7


Era cerca de 13:00, em um sábado, eu estava super-entendiada junto de meu namorado, sentados no sofá olhando para o teto. Era como se aquele dia estivesse programado para ser improdutivo. Depois de vários e vários minutos pensando em como aniquilar aquela chatice toda, ele teve um lampejo de uma ideia: alugar uma fita. Eu concordei, claro. Ele saiu às pressas até a locadora e liguei a TV. Fiquei mudando de canal irritantemente enquanto ele não voltava.

Passaram-se quase 5 minutos e ele havia chegado. Perguntei o porque da demora, e ele respondeu que estava lotada. Aceitei numa boa. De imediato ele colocou a fita no vídeo-cassete - sim, nesta época ainda tínhamos um - e, bastante empolgado, sentou-se ao meu lado. Peguei a capa da fita e nela continha uma figura um pouco borrada, mas deu pra ver que era um palhaço bem bizarro, com uma arma numa mão e fazendo gesto obsceno na outra. O pano de fundo da capa era azul bem escuro, quase beirando à preto e acima estava escrito: "O vídeo mais engraçado de todos os tempos". Na contra-capa somente a cor azul. Nada de informações importantes como duração, ano de lançamento nem nada.

Não perguntei nada a respeito, então fiquei esperando começar logo. O filme iniciou com uma praça deserta. A imagem e som eram horríveis. No poste da praça, de repente, surgiu um palhaço do nada. O mesmo da capa. Ele ficou se "aproximando" de nós, fazendo uma dança bem estranha. Até que sua cara feia, em um corte surpreendente, ficou estampada na tela. Levei um susto. Meu namorado... simplesmente começou a rir descontroladamente.

Olhei pra ele estranhando sua reação. O que aquela merda tinha de engraçada? O rosto do palhaço tomou a tela durante longos 5 minutos. Até que a tela ficou preta por cerca de 2 segundos, e em seguida uma sequência muito rápida de imagens antigas foi mostrada... uma mais arrepiante que a outra. Tomei a iniciativa de sair da sala, pois aquilo estava começando a forçar a barra de tão... nojento. E ele lá... rindo loucamente, chegando a chorar. Não era uma risada qualquer, era estridente e insana. Jamais vi ele rindo daquela forma.

Fui até a cozinha fazer uma pipoca e pensando em ir à locadora alugar um outro filme. Passou-se cerca de uma hora e meia. Enquanto a pipoca era feita, só ouvia aquela risada... Fui até a sala e vi-o subindo a escada, ainda rindo daquele jeito. A TV estava em estática. Desliguei-a.

Fui até à locadora. O dono não soube dizer de que fita se tratava. Eu falei todos os detalhes e, para minha surpresa, ela não constava no catálogo. Meu celular tocou nesse instante.

- Alô?

- Err... oi...só queria te dar uma notícia. É sobre o Carlos. Não sei como dizer...

Ouvi outras risadas escabrosas... pareciam ser os amigos de meu namorado assistindo à tal fita. A pessoa do outro lado da linha claramente estava chorando.

- O quê? O que aconteceu?

- Bem... ele morreu de rir... literalmente. 

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Como o mundo está estranho hoje. Todos passando um pelo outro sem se olharem. Céu cinzento guardando uma provável chuva. Ar gelado. Tudo está tão deprimente. Estou andando por essa rua no meio dessa multidão intensa... mas me sinto sozinha. Olho para todos, mas nenhum deles sequer me dá atenção. Sou mesmo uma criança muito carente.

Faz tempo que sinto essa sensação... de ser ignorada por todos e de ser um lixo descartável e podre. Acho que faz parte... só tenho 13 anos. Deve ser um complexo. Passageiro? Não sei.

Nossa... como é desconfortante! Não aguento mais. O que essas pessoas pensam, afinal?

Ops... acho que cometi um engano. Neste momento estou em um campo com uma grama bem deliciosa... e só agora percebi que há uma lápide com meu nome escrito. 

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Quando éramos crianças, eu e meu irmão costumávamos brincar de show de fantoches, nas noites em que nossos pais saíam. Em uma certa noite - logicamente quando nossos pais estavam fora - aproveitamos para reunir um bom acervo que retiramos do colégio sem permissão.

Grudamos um pedaço enorme de papelão, em posição vertical, com fita adesiva no chão para ser o palco. Apaguei as luzes do quarto, deixando somente a da lanterna que também grudamos no chão. Fiquei sentado no chão, esperando meu irmão vir com os fantoches... ele sempre começava primeiro e eu era a plateia.

No entanto, ao que parecia, ele me pegou de surpresa. Aparentemente ele já estava lá, escondido atrás do papelão começando o show. Os fantoches que ele havia escolhido eram diferentes dos que costumávamos trazer. Os personagens do show em questão eram um bicho peludo, todo preto, com olhos grandes e dentes afiados, e outro era vermelho e com chifres.

Eu havia pensado: "Nossa, nunca pensei que meu irmão sabia imitar vozes monstruosas". Quando o show acabou, fui surpreendido pelo meu irmão acendendo a luz do quarto. Ele estava atrás da cama.

- O que você tá fazendo aí? - perguntei.

- Arrumando os fantoches. Por que começou antes de mim?

- M-mas eu estava assistindo seu show...

- Estranho... eu nem sequer comecei. 

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Eu costumava observar o trabalho do meu pai, quando criança. Ele era taxidermista. Não me assustava facilmente com aquelas caras inexpressivas daqueles animais. Achava até interessante e imaginei um futuro onde eu seguisse essa carreira.

Meu pai não me revelava o segredo para o procedimento, porque me julgava sensível demais. Em uma noite, esse sonho foi pelo ralo. Estava eu deitado na cama... antes disso tudo acontecer, um animal me chamava atenção... era um lobo, pardo e com presas enormes. Meu pai o havia remontado completamente.

Na tal noite, eu acordei com um barulho leve, que foi aumentando mais e mais. Abri a janela... nada.

Após fecha-la, senti um espirro leve na minha nuca. Olhei levemente para trás... e só pude ver aqueles olhos e dentes afiados me encarando. 

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Minha amiga e eu estávamos saindo de uma festa, no fim de semana passado. Ela dirigia, enquanto eu me embriagava com litros e litros de uísque. Paramos próximo à um posto de gasolina. Nem entendi porque, o carro já estava abastecido. Ela estava com uma expressão de... medo, horror... como se estivesse pressentindo algo ruim. Foi então que uma coisa muito doida aconteceu... a porta do carro de repente foi fortemente arrancada, e uma sombra parecia rastejar no chão...

Minha amiga foi puxada pelos cabelos violentamente. Gritei, horrorizada. Vi ela ser massacrada por aquele ser indescritível... não consigo tirar aquela cena da cabeça. Minha amiga sendo cortada profundamente na barriga, nas costas... e eu tentando sair do carro... a última coisa que vi antes de desmaiar foi o corpo dela dilacerado.

Até que, de maneira súbita, acordei na minha cama. Minha camisola estava banhada em suor. Avistei minha amiga próxima à porta do quarto, vestindo as mesmas roupas do possível sonho, além de estar com alguns curativos, mas isso eu percebi muito tempo depois. Corri para abraça-la. Logo pensei que ela estava me visitando.

- Oh, que bom ver você viva! Ainda bem que tudo foi um sonho. - disse eu, tocando em seu rosto.

Ela fixou seu olhar no meu... e disse:

- Ué... mas não foi um sonho. 


FIM... por enquanto! 

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