Crítica - Ouija - O Jogo dos Espíritos
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Divulgação: Universal Pictures. |
FICHA TÉCNICA:
Direção: Stiles White
Roteiro: Julie Snowden, Stiles White.
Gênero: Suspense, Terror.
Duração: 89 min.
Distribuição: Universal Pictures.
Ano de lançamento: 2014.
Elenco: Olivia Cooke, Shelley Hanning, Daren Kagasoff.
Voltando a brincar de reviewer por aqui, meio que com saudades de avaliar as obras cinematográficas que mais chamam minha atenção - seja na TV ou na internet. Meu alvo desta semana foi um terror lançado há quase um ano, cuja premissa é baseada na adaptação da famosa lenda do jogo do copo, abordando sua versão melhorada que é o tabuleiro Ouija. Que o gênero hoje em dia se sustenta com clichês que causam mais indignação do que medo, é um fato irrefutável. Antes de dar uma conferida neste longa, eu dei aquela amenizada nas preocupações sobre assistir a um filme cujo gênero está em evidente decadência e carece de inovação. Esta sensação durou tão pouco quanto os (poucos) bons momentos do filme.
A trama é bastante simples de absorver tal como a esponja é para a água. Uma garota (Debbie Galarde) joga com o tabuleiro sozinha em casa e acaba por sofrer as consequências pelo ato, indo das induções ao medo até o destino inevitável da morte - única coisa que soou satisfatoriamente aceitável aliado ao bom suspense executado, elemento este que, infelizmente, decai do modo vertiginoso no decorrer da trama. Os amigos da finada decidem, então, se reunir na casa onde a mesma havia morrido com a finalidade de se comunicar com ela através do tabuleiro Ouija. É nas relações destes personagens que comecei a perceber os primeiros indícios da pobreza do desenvolvimento. Não vou criticar a escolha dos roteiristas de envolver adolescentes, mas eis o problema: As atuações. Insípidas e um tanto forçadas em alguns momentos - sobretudo na cena do jogo na casa de Debbie. Não houve nenhum momento no qual fosse propício para que eu criasse empatia por aqueles personagens, o que inclui os diálogos maçantes, monótonos e até óbvios em algumas cenas.
Pra dizer a verdade, praticamente tudo soou absurdamente óbvio! Tentativas falhas de proporcionar sustos no espectador foi o que mais me aborreceu, acho isso vergonhoso quando se tem um enredo desprovido de qualquer sombra de qualidade ou criatividade que poderia ter sido melhor trabalhado.
Os efeitos especiais pecaram da mesma forma. O tal espírito malévolo, que os protagonistas acharam ser Debbie, teve uma caracterização até digerível... pelo menos até o momento de sua morte.
A duração foi uma dos fatores que talvez tenha ajudado a prejudicar o andamento do filme e também um dos motivos para minha relutância antes de vê-lo. Um filme de terror curto, que não chega nem perto de duas horas completas ou nem passam disso, além de parecer uma produção no "melhor" estilo do canal Syfy, certamente parece ser duvidoso. Mas é como diz o ditado: "Não deve-se julgar um livro por sua capa". Eu encarei a experiência e digo que estou profundamente arrependido.
Por outro lado, tivemos alguns breves suspenses que passaram algum sentimento de tensão - a trilha sonora ajudou nisso -, mesmo que com o tempo equivalente de um doce na mão de uma criança. Além disso, as posições das câmeras cumpriram um bom papel nos poucos momentos aproveitáveis.
Considerações finais:
Não há nada que possa restituir o tempo que perdi assistindo a este longa. Com um enredo insosso e desdobramentos preguiçosos, Ouija - O Jogo dos Espíritos é o perfeito reflexo da crítica fase que o gênero tem vivido de uns anos pra cá. Um dos vários exemplos de como o terror cinematográfico está fadado a declinar cada vez mais se continuar se apoiando em clichês espremidos até a última gota.
NOTA: 3,0 - RUIM
Veria de novo? Jamais.